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Fruticultura
A Cultura do Umbu
Cultura do Umbu
Informação Tecnológica
Janeiro -2001
Fruticultura
Informações resumidas
Resenha
sobre a Cultura do Umbu
Autor(es) Eng.º Agro Ildeu de Souza
Nome
Produto
Data
Preço
Linha
Fruticultura
A Cultura do Umbu
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Introdução
Escolha de cultivares
Escolha do local
Preparo e conservação do solo
Análise do solo e conservação da acidez
Formação de mudas
Abertura e preparo da cova
Plantio
Tutoramento
Tratos culturais
Culturas intercalares
Colheita e comercialização
1 - Introdução
Umbu é uma fruta nativa, característica da região semi-árida brasileira, que
vem sofrendo eliminações periódicas, pela utilização das áreas com
formação de lavouras e pastagens, correndo risco de extinção e há uma
seleção negativa, promovida pelo extrativismo.
Muitos produtores fazem a multiplicação da planta pelo enraizamento de
partes de galhos da planta, porém este processo torna o umbuzeiro menos
resistente aos efeitos da falta de água, e consequentemente com vida útil
menor.
O plantio de mudas de pé franco, ou seja, provenientes de sementes, tem o
inconveniente de não transferir exatamente as características da planta-mãe
e de conferir um período muito longo para o início de produção (mais de 10
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anos). O processo mais indicado é a enxertia, quando se espera que o início
de produção ocorra aos 4 a 5 anos.
O cultivo de Umbu, também denominado de Embu, Imbu e Ambu, é uma
medida desejável e ecologicamente correta.
2 - Escolha de cultivares
Umbuzeiro é uma planta selvagem, e os cultivares são originados de seleção
natural. Devem-se escolher aqueles cultivares que melhor se prestam aos
objetivos do produtor. Recentemente trabalhos de pesquisas desenvolvidos
pela EPAMIG/Nova Porteirinha-MG esta sendo feita uma seleção de
cultivares, visando às qualidades organoléticas desejáveis e maior
rendimento de polpa. Clones de matrizes selecionadas estão sendo
implantados, e mudas de cultivares escolhidos já estão sendo plantadas e
estão disponíveis no viveiro dessa Empresa.
Este trabalho é resultado de uma parceria entre a EPAMIG, a EMATER-MG,
Banco do Nordeste e Produtores Rurais.
.
3 - Escolha do local
O umbuzeiro é encontrado nos solos de caatinga naturalmente férteis do
semi-árido brasileiro, com bom teor de cálcio, magnésio e potássio, e prefere
solos profundos e sem encharcamento. Tolera regimes hídricos inferiores a
500 milímetros anuais, com elevada resistência à seca, pela existência de
xilopódios ou "batatas" nas suas raízes, que são verdadeiros reservatórios de
água para a planta.
.
4 - Preparo e conservação do solo
Uma aração ( 30 centímetros de profundidade ) e uma gradagem,
geralmente, são suficientes. Em áreas inclinadas, há necessidade de se
adotarem práticas de conservação de solo. Em áreas recém-abertas,
podem-se realizar apenas a limpeza do terreno e o plantio em covas.
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5 - Análise do solo e conservação da acidez
Para o cultivo do umbuzeiro, recomenda-se a coleta de amostras de solo
para análise e a correção da acidez, com base nos resultados. Usar, de
preferência, o calcário dolomítico.
6 - Formação de mudas
Consiste na produção de mudas de pé franco (por sementes) e posterior
enxertia.
Como a maturação das sementes ocorre, em maior concentração, de
dezembro a março, recomenda-se o semeio cerca de três a quatro meses
após a colheita dos frutos, para a quebra de dormência. Podem-se usar
sementes do ano anterior, quando a quebra de dormência é facilitada.
Para a formação dos porta-enxertos, escolher sementes de frutos maduros,
de plantas vigorosas.
Retirar a casca e a polpa e secar ao sol. Com o uso de um canivete, retirar a
mucilagem da parte mais larga da semente, rompendo o tegumento interno
do endocarpo, para facilitar a germinação. Em seguida as sementes são
colocadas em caixas ou canteiros, em substratos de areia lavada, numa
profundidade aproximada de 2 a 3 centímetros, irrigando-se bem
diariamente. A germinação ocorre a partir de 10º dia, estendendo-se até os
35º dia, após a semeadura. Usar ambiente protegido.
A repicagem é feita quando as plântulas apresentarem início de caule
lenhoso e formação de xilopódio, o que ocorre aos 2 a 2,5 meses após o
plantio; para isto, usam-se sacos de polietileno com capacidade de 3 a 4
litros e substrato composto de uma parte de solo e uma de esterco curtido.
Na repicagem colocar a mistura de terra e esterco secos até a metade do
saco plástico, colocar a plântula e completar o enchimento do saco. Em
seguida, molhar bem uma a duas vezes ao dia.
A enxertia por garfagem no topo em fenda cheia é feita quando o caule
atingir a espessura de 0,6 a 0,8 centímetros (grossura de um lápis), o que
ocorre aos 9 meses após o plantio. Os garfos retirados da planta produtora
dos frutos desejados devem ter de 3 a 4 gemas, coletados de preferência
quando a planta estiver no final da fase de dormência vegetativa (início da
emissão de folhas).
O amarrio dos enxertos e da extremidade do garfo deve ser feito com fita
plástica transparente. Aos 60 dias após a enxertia, as mudas estarão prontas
para serem transplantadas para o local definitivo, ocasião em que são
retiradas as fitas.
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7 - Abertura e preparo da cova
Usar o espaçamento de 10 por 10 metros entre as covas, e tamanho das
covas deve ser nas dimensões de 0,40 x 0,40 x 0,40 metro. Depois de
abertas as covas, fazer adubação de acordo com os resultados da análise de
solo. Na falta da dessa, podem-se usar por cova: 10 a 20 litros de esterco de
curral curtido e 500 g de superfosfato simples, que devem ser misturados à
camada de terra retirada da superfície e colocados no fundo da cova.
8 - Plantio
Fazer o plantio no início da estação chuvosa. Retira-se o saco plástico ou
outra embalagem que envolve a muda. Plantar no centro da cova, sem
abafar o tronco com a terra. Apertar a terra levemente ao redor da muda e
regar bem.
Fazer uma bacia ao redor da cova, para possibilitar maior armazenamento de
água, e cobrir a superfície da cova em volta da planta com material vegetal
seco.
9 - Tutoramento
Depois de plantadas as mudas, fazer tutoramento com estacas e amarrio da
planta, a fim de se evitarem tombamento e danos pelos ventos fortes.
10 - Tratos culturais
Capinas: manter o terreno (1,5 metros em torno da planta), sem planta
daninha.
Desbrotas: eliminar os brotos que saírem abaixo do ponto da enxertia; daí
em diante apenas retirar os galhos que desenvolverem em direção ao solo.
Controle de pragas: havendo ataque de gafanhoto ou outra praga, fazer
pulverizações, preferencialmente com o uso de produtos alternativos,
evitando desequilíbrios na natureza. Para isto procurar o técnico da EMATER
MG.
Controle da erva-de-passarinho: erva-de-passarinho é a moléstia que mais
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afeta o umbuzeiro adulto, razão por que ela deve ser periodicamente retirada
e queimada.
11 - Culturas intercalares
Como o espaçamento entre plantas é largo, nos dois primeiros anos
podem-se plantar nas entre-linhas culturas de ciclo curto ( milho, arroz,
feijão), deixando-se 1,5 a 2 metros livres de cada lado da planta. O uso de
leguminosas, como o andu, pode trazer vantagens para o umbuzeiro.
12 - Colheira e Comercialização
A colheita é feita manualmente, e os frutos são colhidos "de vez" para facilitar
o transporte. O comércio é feito à beira das rodovias, em mercados e feiras,
e os frutos são vendidos por volume, quilo ou dúzia.
Nos mercados das grandes cidades, são vendidos em bandejas de isopor
contendo cerca de 10 a 12 frutos selecionados, envolvidas por polietileno
transparente.
A comercialização é feita também diretamente com os atravessadores nas
comunidades rurais, quando os frutos são colocados em caixas ou sacos e
levados para as despolpadeiras e para os centros consumidores.
O rendimento por hectare varia com a idade e densidade de plantas, com a
condição ambiental e a genética das plantas. De um modo geral uma planta
pode produzir de 50 a 300 kg de frutos.
Usos
O umbu é muito apreciado pelos animais, que se alimentam da planta e dos
frutos.
Na alimentação humana, os frutos são consumidos ao natural e processados
na forma de polpa, geléia, doces, sorvetes, sucos e néctares. O rendimento
em polpa é de 50 a 60 % do fruto.
Estudos recentes vêm demonstrando o aproveitamento dos xilopódios de
plantas jovens, cultivadas em viveiros, para picles e concentrados in natura.
Composição média de 100 gramas de polpa do fruto verde ou "de vez":
44calorias
0,6 grama de proteínas
20 miligramas de cálcio
14 miligramas de fósforo
2 miligramas de ferro
30 miligramas de Vitamina A
0,04 miligrama de Vitamina B 1
0,04 miligrama de Vitamina B 2
33 miligramas de Vitamina C.
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