EMATER - MG 1 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... Fruticultura A Cultura da Bananeira Cultura da Bananeira Informação Tecnológica Novembro 2000 Fruticultura Informações resumidas Resenha sobre a Cultura da Bananeira Ruben Ramalho Sobrinho – Eng. Agr. Autor(es) Ildeu de Souza – Eng. Agr. Sérgio Pereira de Carvalho – Eng. Agr. Nome Produto Data Preço Linha Fruticultura A Cultura da Bananeira Menu Clima Solo Cultivares Preparo do Solo, Calagem e Adubação Propagação Espaçamento, porte e peso do cacho Adubação Época de plantio Tratos Culturais Pragas e Doenças Colheita Comercialização 1 - Clima A bananeira é uma planta que exige calor e umidade constantes e não tolera geada. Os locais sujeitos a baixas temperaturas e geadas devem ser evitados, pois podem ocasionar a "queima" da planta, ou dos frutos em crescimento ("chilling" ou "friagem") impedindo que o fruto atinja o seu 10/16/aaaa 11:38 EMATER - MG 2 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... máximo crescimento. Chuva bem distribuída (100 - 180 mm / mês ) durante o ano, favorece o desenvolvimento da bananeira, principalmente na época da inflorescência ou no início da frutificação. Com relação a altitude e latitude, estas quando maiores, aumentam os ciclos de produção, principalmente para os cultivares Nanica e Nanicão. A luminosidade é importante para o desenvolvimento da bananeira, sendo desejável que receba entre 1000-2000 horas de luz / ano, pois afeta o ciclo, o tamanho do cacho, a qualidade e conservação dos frutos. 2 - Solo A maior porcentagem ( 70 % ) das raízes da bananeira encontram-se nos primeiros 30 cm do solo, entretanto o solo ideal deve favorecer a penetração das raízes, no mínimo, 60 a 80 cm de profundidade. Os solos preferidos são os ricos em matéria orgânica, bem drenados, argilosos ou mistos, areno-argilosos ou franco-argilosos, que possuam boa disponibilidade de água e topografia favorável. . 3 - Cultivares Para o mercado interno: Prata, Maçã, Nanicão, Nanica e Ouro. Para o mercado externo: Nanicão e Grande Naine. Características de algumas cultivares: Grande Naine possui grande semelhança com a cultivar Nanicão, porém o porte é um pouco mais baixo. Tem sido a cultivar mais plantada no mercado externo. Possui alta capacidade de resposta em condição de alta tecnologia, porém não tem a mesma rusticidade da cultivar Nanicão. Maçã apresenta ótima qualidade e excelente aceitação no mercador consumidor, porém com séria limitação para seu cultivo devido ao mal-do-panamá Nanica, semelhante à ‘ Nanicão ’, de porte mais baixo, frutos menores e mais curvos e apresenta problema de "engasgamento" no lançamento dos cachos no inverno. Nanicão cultivar que apresenta a melhor conformação de cachos e de frutos, dominando o mercado interno e de exportação. Prata-anã enxerto ou Prata-de-Santa-Catarina porte médio /baixo, planta vigorosa e frutos idênticos aos do cultivar Prata. É tolerante ao frio e mediamente tolerante a nematódeos. Prata com limitação de cultivo devido ao mal-do-panamá. Ouro da Mata ( ENCAPA 602 ) apresenta plantas vigorosas, altura de 3 a 5 m, com folhas ligeiramente arqueadas. Resistente ao mal-do-panamá. Frutos com polpa ligeiramente amarela, doce e macia com sabor semelhante ao da banana-prata. 10/16/aaaa 11:38 EMATER - MG 3 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... . 4 - Preparo do Solo, Calagem e Adubação Para se usarem calcário e adubos nas quantidades certas, é preciso analisar a terra. Retire as amostras para análise, nas profundidades de 0–20 e 20 – 40 cm, 3 a 4 meses antes do plantio. Fazer aração e gradagem, procurando incorporar o calcário dolomítico, 60 dias antes do plantio, se necessário. . 5 - Propagação A bananeira propaga-se por via vegetativa, por meio de mudas. As preferidas para plantio são: a) rizoma não brotado: que pode ser inteiro ou subdividido ao meio ou em 4 partes (com peso nunca inferior a 500g cada); b) Rizoma brotado ou inteiro: chifrinho: rebento recém brotado, com 20 cm de altura, com 2 a 3 meses de idade e com aproximadamente 1 kg; chifre rebentos: em estádio médio de desenvolvimento, medindo de 50-60 cm de altura, pesando entre 1-2 kg;. chifrão: rebento apresentado a primeira folha normal, pesando entre 2-3 kg; muda alta ( muda replante ): rebento bem desenvolvido, com mais de 1 metro de altura e pesando entre 3-5 kg, utilizado como replante das falhas em bananais formadas ou em formação. O tratamento das mudas visa controlar a broca e evitar apodrecimento após o plantio. Deve-se efetuar a limpeza do rizoma e mergulha-los em uma solução contendo fungicida e inseticida, deixando-o imerso durante 5 minutos. A seguir coloca-lo para secar á sombra. O plantio deverá ser efetuado no máximo, dentro de 2 dias após o tratamento. Recomenda-se o uso de mudas provenientes de viveiro registrado. 10/16/aaaa 11:38 EMATER - MG 4 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... 6 - Espaçamento, porte e peso do cacho De forma geral os espaçamentos para os diferentes cultivares são: Porte Espaçamento ( m) (m) Cultivar Grande Naine Maçã Médio: ( 2,5 a 3,0) Médio: ( 2,5 a 3,5 ) Nanica Baixo: ( 2,0 ) Nanicão Médio : 2,2, a 3,2 Ouro Médio: ( 2,5 ) Prata Alto: ( 4 a 7 ) Prata Anã Médio: ( 2,5 a 3,2) Peso do Produtividade cacho ( t / ha / ano ) ( kg ) 2,0 ( 2,0 ) x 2,5 15 a 45 30 a 60 2,5 – 2,5 6 a 15 25 15 a 30 30 a 40 15 a 45 30 a 60 8 10 a 15 6 a 15 15 a 30 15 a 25 20 a 40 2,0 ( 2,0 ) x 2,5 2,0 ( 2,0 ) x 2,5 2, 0 ( 2,5 ) x 5,0 2,5 x 3,0 2,0 x 3,0 2,0 x 3,0 x 4,0 Obs.: Dimensões da cova: 40 x 40 x 40 cm 7 - Adubação Adubação na cova: quando não se faz analise da terra, cada cova de plantio, pode ser adubada com: 600 gramas de superfosfato simples, 3 quilos de fosfato de Araxá,. 15 a 20 litros de esterco de curral curtido, 20 g de sulfato de zinco + 10 g de bórax ( ou 60 g de FTE BR 12 ). Adubação de crescimento e frutificação: Adubação da Planta Mãe Épocas Fertilizantes Adubação da Planta Filha Épocas Fertilizantes Cloreto Cloreto Superfosfato de de Simples Potássio Potássio Sulfato Cloreto de de Amônio Potássio Logo após o pegamento da muda Entre o pegamento da muda e o aparecimento da inflorescência Logo após o aparecimento da inflorescência 100 - 400 300 700 600 Ao colher a planta mãe 300 400 - 60 dias após a colheita da planta mãe 200 - 200 10/16/aaaa 11:38 EMATER - MG 5 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... Total 1200 900 500 400 200 Recomenda-se a aplicação de fertilizantes que forneçam zinco, cobre, boro, ferro e outros micronutrientes. As adubações em cobertura devem ser feitas a 50 cm das plantas; em terrenos inclinados faze-las em meia-lua do lado de cima; em bananal adulto distribuir os adubos em meia-lua em frente à planta-neta ou em faixa de 50 cm de largura nas entrelinhas. Aplicar anualmente 20 litros de esterco de curral curtido por cova. Para adubar bananeiras irrigadas, procure o técnico da EMATER-MG. 8 - Época de Plantio Iniciar o plantio com as primeiras chuvas ou em qualquer época com o uso de irrigação. Levar em consideração o período em que se pretende colocar o produto no mercado. 9 - Tratos Culturais Capinas - mantenha o bananal livre de mato. As capinas podem ser com enxadas, máquinas ou herbicidas. Não se deve gradear ou passar rotativa devido a superficialidade das raízes. Desbaste – o desbaste é uma das operações mais importantes no manejo do bananal . Devem-se deixar no máximo, 3 plantas por touceira ( mãe, filha e neta). Use o desbrotador conhecido como lurdinha. Deixe a nova brotação, seguindo o alinhamento. O primeiro desbaste, que irá eleger a planta mãe, deve ser realizado quando os brotos atingirem 60 cm. O desbaste deverá ser realizado periodicamente, visando manter mãe e filho, até o lançamento da inflorescência pela planta-mãe. Nesta fase escolhe-se um novo broto junto ao filho que passará a ser o "neto". O número de desbastes varia de 3 a 5 vezes/ano. Corte do pseudocaule ou da bananeira – depois de colher o cacho, corte as folhas no alto da bananeira ( roseta ) , no ponto em que elas se separam. Corte o resto da bananeira rente ao solo 40 dias depois. Pique a bananeira cortada e espalhe os pedaços nas entrelinhas do bananal, deixando o solo próximo (40 cm) da touceira no limpo. Desfolha ou retirada das folhas secas – retire as folhas secas logo depois de cada adubação de crescimento; cortando-as junto ao pecíolo, de baixo para cima; ajunte-as em leiras nas entrelinhas do bananal. Corte do coração ou umbigo – faça o corte do umbigo 15 dias depois que se formou a ultima penca. Quebra-se a ráquis masculina ("rabo-do-cacho") junto ao botão floral, quando houver entre ele e a última penca, cerca de 10 - 12 cm. Este procedimento acelera o desenvolvimento ("engordamento") das bananas, aumenta o comprimento dos últimos frutos, aumenta o peso do cacho (cerca de 5% no peso do cacho. ) e provoca a diminuição de trips e traça-da-bananeira. 10/16/aaaa 11:38 EMATER - MG 6 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... Ensacamento do cacho com plástico polietileno – pratica que melhora a qualidade dos frutos, protegendo-os contra atritos, ataque de pragas e de produtos utilizados no tratamento fitossanitário Irrigação – a irrigação deverá ser feita nos períodos de seca prolongada, porem, sempre verificando as condições de umidade do solo. Na cultura irrigada a produção é maior e de melhor qualidade, devendo-se executar bom manejo da irrigação. 10 - Tratos Culturais Pragas principais Broca-da-bananeira também conhecida como moleque-da-bananeira. O inseto adulto é um besouro preto, de movimentos lentos e hábitos noturnos. As larvas destroem os tecidos internos dos rizomas, produzindo galerias. As folhas amarelecem, os cachos ficam pequenos e as plantas ficam sujeitas ao tombamento. Controle: seleção das mudas, tratamento das mudas e das covas com inseticidas e o emprego de iscas de pseudocaule ou rizomas, envenenados ou não. Nematódeos causam lesões nas raízes; por isso, as plantas ficam com o crescimento prejudicado e sujeitas ao tombamento. Controle: plantio em áreas livres de nematódeos, rotação de culturas, utilização de mudas sadias, descorticamento do rizoma, tratamento das mudas com nematicidas, e uso de cultivares resistentes. Doenças principais Mal-do-panamá – os sintomas começam com amarelecimento nas folhas mais velhas, que depois murcham, secam e se quebram ficando pendentes, dando á planta um aspecto de guarda-chuva fechado. Nas variedades sem resistência, como a prata e a maçã, a doença reduz bastante a produção e pode destruir todo o bananal. Controle: uso de cultivares tolerantes, plantio de mudas sadias, implantação de viveiros com mudas isentas da doença, plantio em solos não infectados, queima dos restos de cultura, uso de ferramentas esterilizadas; uso de pedilúvio e rodolúvio no acesso à lavoura, no caso de regiões onde é comum a ocorrência desta doença. Mal-de-sigatoka (Amarela) ou Cercosporiose - provoca desfolhamento precoce, enfraquecimento da planta, cachos com poucas pencas e frutos pequenos. Nas folhas, aparecem manchas de cor amarela nas bordas e acinzentadas no centro. Traz também maturação precoce de frutos isolados no cacho. Controle: pulverizações com produtos á base de óleos minerais, a cada 15 ou 21 dias nos períodos chuvosos. Fungicidas sistêmicos diluídos em óleo mineral, também são recomendados. Mal-de-sigatoka (Negra) ainda sem presença no Estado de Minas Gerais, porém, trazendo já preocupações aos bananicultores. 10/16/aaaa 11:38 EMATER - MG 7 de 7 http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticul... Nota :Procure um técnico para informar-se melhor sobre os cuidados de uso dos produtos químicos. 11 - Colheita As bananas são colhidas o ano todo. Se as distancias são longas, e os dias, quentes, colhe-se a fruta mais atrasada em seu desenvolvimento. Para as distancias curtas e dias frios, as bananas podem ser colhidas com grau de maturação mais avançado 12 - Comercialização As caixas comumente utilizadas são a do tipo torito ( to ), com peso médio de 18 kg e a caixa mineira ( mi ) com 20 kg; produtores mais tecnificados já estão usando também caixa de plástico e de papelão, com peso definido do conteúdo. O período de grande oferta do produto nas CEASAs é de setembro a dezembro e de oferta fraca ou ausência e escassez é de janeiro a junho. 10/16/aaaa 11:38