0 RITA DE CÁSSIA DE MELO MACHADO INVENTARIAMENTO DA FAUNA DE ARTRÓPODES OCORRENTE EM LAVOURA DE ARROZ NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA, RIO GRANDE DO SUL CANOAS, 2008 1 RITA DE CÁSSIA DE MELO MACHADO INVENTARIAMENTO DA FAUNA DE ARTRÓPODES OCORRENTE EM LAVOURA DE ARROZ NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA, RIO GRANDE DO SUL Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Ciências Biológicas do UNILASALLE – Centro Universitário La Salle – como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel . em Biologia, sob a orientação do Prof. Dr Flávio Roberto Mello Garcia. CANOAS, 2008 2 AGRADECIMENTOS Ao longo destes cinco anos de graduação obtive conhecimentos que carregarei para a vida toda, não me refiro apenas aos conteúdos aprendidos nas disciplinas, mas também às inúmeras lições de vida, lições que me ensinaram que na vida tudo é possível para quem persegue seus objetivos, nenhum obstáculo é grande o bastante para impedir que um grande sonho se realize, e para todas as pessoas responsáveis pela concretização deste sonho é que faço esses agradecimentos. Em primeiro lugar agradeço ao criador, Deus que é o grande responsável por tudo de bom que aconteceu na minha vida, não poderia nunca deixar de agradecê-lo destacando que esta é a minha fé e nada pode mudá-la. Agradeço aos meus pais Elisabete e Lealci, com certeza sem o apoio deles eu jamais estaria aqui, e não me refiro somente durante a vida acadêmica, mas sim por toda a minha educação, me ensinado princípios de ética e honestidade, certamente eles são meus exemplos, e sempre imitarei o modo como eles agem nas diversas situações. Agradeço também aos meus irmãos, cunhados e sobrinhos, que de alguma maneira contribuiram para a concretização deste momento. E é claro que não poderia deixar de agradecer meu fiel companheiro e amado esposo Diego, que sempre me apoiou, mesmo que às vezes não soubesse exatamente em que, mas sempre me apoiou inclusive nas coletas para este trabalho, e até mesmo tolerando o meu mau humor pelos mais variados motivos. Agradeço à grande amiga para a vida toda Roberta Rohr, pelo apoio incondicional, pelos inúmeros trabalhos que fizemos juntas e pela compreensão que ela sempre teve comigo, tolerando meus momentos de insensatez. Agradeço também a todos os colegas que me acompanharam durante o curso, ao Dr. Jaime Vargas de Oliveira e à grande amiga Thaís Freitas pelo espaço cedido no IRGA para a relização deste trabalho e pelo apoio que sempre me deram, emprestando bibliografia e sanando minhas dúvidas. E não poderia deixar de agradecer aos professores do Centro Universitário La Salle, estes são os grandes responsáveis pela minha formação, inclusive aqueles que já não estão mais na instituição, como a insubstituível Lílian Timm, a Isabel Junqueira e Ingrid Heydrich, e finalmente aos exemplares Cristina Cadermatori, Eduardo Forneck, Giovani Piva, Flávio Garcia, meu orientador e ao querido Sergio Bordignon, confio na minha formação graças ao caráter e competência de todos voces, muito obrigada pelos ensinamentos. 3 RESUMO Este trabalho tem como finalidade principal contribuir para o conhecimento da fauna de artrópodes em lavoura de arroz. A área utilizada tem 900m2, localizada nas dependências do Instituto Riograndense do Arroz – IRGA, onde são realizadas pesquisas relacionadas à produção de arroz (Oryza sativa). As coletas foram feitas sempre pela manhã, quinzenalmente, de fevereiro de 2008 a abril de 2008, a metodologia utilizada foi rede de varredura com 0,5m de diâmetro, sendo cada coleta composta de quatro amostras e cada amostra composta de quarenta redadas. Os exemplares coletados foram acondicionados em sacos plásticos contendo algodão embebido em acetato, então, após a triagem, foram acondicionados em vidros com álcool 70%. A identificação foi realizada no laboratório até o nível taxônomico de família, alguns exemplares até ordem. Foram coletados 847 indivíduos distribuídos em 8 ordens e 18 famílias. A maioria dos indivíduos coletados pertence à Classe Insecta, ocorrendo também 57 indivíduos da Classe Aracnídea, pertencentes à Ordem Araneae. A família mais abundante foi Tettigonidae, totalizando 196 indivíduos, representando 23,14% dos indivíduos coletados, seguida de Pentatomidae com 145 indivíduos, ou seja, 17,11% do total de indivíduos coletados, a terceira família mais abundante foi Curculionidae com 137 indivíduos, sendo 16,17% do total coletado. Os táxons coletados foram divididos em Entomófagos, representando 12% do total coletado, Fitófagos que representam 71% do total, e Outros Artrópodes representando 17%, neste grupo foram incluídos os táxons que não representam nenhum tipo de importância para a lavoura analisada. Palavras-chave: Artrópodes, Oriza sativa, pragas e inimigos naturais. ABSTRACT This work aims to contribute to the main knowledge of the fauna of arthropods in rice farming. The area is used 900m2, located in premisxes of the Institute of Riograndense Rice - IRGA, which are conducted research related to the production of rice (Oryza sativa). The samples were always in the morning, fortnightly, February 2008 to April 2008, the methodology was scanning system with 0.5 m in diameter, each composed of four collecting samples and each sample consisting of forty redadas. They collected were packed in plastic bags containing cotton soaked in acetate, then, after sorting, were packed in glass with 70% alcohol. The identification was done in the laboratory until the level of taxônomico family, some copies to order. We collected 847 individuals distributed in 8 orders and 18 families. Most individuals collected belongs to the class Insecta, occurring also Aracnídea Class of 57 individuals, belonging to the Order Araneae. The family was most abundant Tettigonidae, totaling 196 individuals, representing 23.14% of individuals collected, followed by Pentatomidae with 145 individuals, or 17.11% of all individuals collected, the third most abundant family was Curculionidae with 137 individuals , And 16.17% of the total collected. The taxa collected were divided into Entomófagos, representing 12% of the total collected, Fitófagos representing 71% of the total, and Other Arthropods representing 17% in this group were included the taxa that do not represent any kind of importance for crop examined. Keywords: Arthropods, Oriza sativa, pests and natural enemies. 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5 3 CONTROLE DE PRAGAS ................................................................................................ 13 3.1 Métodos de controle ......................................................................................................... 13 3.2 Pesticidas ........................................................................................................................... 15 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 17 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 19 CONCLUSÃO......................................................................................................................... 31 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33 5 1 INTRODUÇÃO O arroz (Oryza sativa) é uma gramínea anual, classificada no grupo de plantas C-3, adaptada a ambientes aquáticos, esta adaptação é devida à presença de aerênquima no colmo e nas raízes das plantas, possibilitando a passagem de oxigênio do ar para a camada da rizosfera (SOSBAI, 2005). É uma cultura de importância agrícola, sendo o Rio Grande do sul o maior produtor do Brasil, responsável por 58,9% da produção nacional (IBGE, 2006). Considerado o alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas, e segundo estimativas, até 2050 haverá uma demanda para atender ao dobro desta população (ALONÇO et al,2006). A maioria dos países produtores não dispõe de área agriculturável necessária para expansão da produção, portanto, a maior demanda deve ser atendida pelo aumento da produtividade (FREITAS, 2007). O ciclo de desenvolvimento do arroz pode ser dividido em três fases: a fase de plântula que vai da semeadura até a emergência; a fase vegetativa que vai da emergência até o aparecimento do colar da última folha (folha bandeira) no colmo principal e a fase reprodutiva que vai da diferenciação da panícula até a maturação fisiológica (COUNCE apud STRECK et al., 2007). A duração de cada fase depende da cultivar utilizada, época de semeadura, região de cultivo e das condições da fertilidade do solo, a duração do ciclo varia entre 100 e 140 dias para a maioria das cultivares utilizadas (SOSBAI, 2005). 6 A agricultura é uma atividade que causa grandes impactos ambientais, decorrentes da substituição de uma vegetação naturalmente adaptada por outra que exige a contenção do processo de sucessão natural, visando ganhos econômicos, a solução para este problema seria buscar sistemas de produção agrícola adaptados ao ambiente de tal forma que a dependência de recursos naturais não renováveis seja mínima (ASSAD; ALMEIDA, 2004). Dentre os pesticidas liberados anualmente nos corpos d’água em decorrência do plantio de arroz, encontram-se de maneira extensiva os inseticidas, que ainda são largamente utilizados no controle às pragas da cultura. Os insetos são responsáveis por danos significativos à produtividade, por isso devem realmente ser controlados, porém existe a necessidade do conhecimento dos mesmos a fim de estudar alternativas de controle que garantam a preservação do ambiente (RAMOS et al., 2005). Esses artrópodes são importantes no funcionamento dos ecossistemas naturais, atuando como predadores, parasitas, fitófagos, saprófagos, polinizadores, entre outros (ROSENBERG et al., 1986; SCHOEREDER, 1997). As pragas que atacam a cultura do arroz irrigado são classificadas de acordo com a parte da planta que atacam. Sementes e raízes são atacadas por larvas e adultos de coleópteros antes e/ou depois da inundação, colmos e folhas sofrem o ataque de insetos mastigadores, sugadores e raspadores, sendo os dois primeiros grupos mais importantes, e os grãos são atacados por um complexo de insetos sugadores que afetam diretamente a quantidade e a qualidade do produto (SOSBAI, 2005). Atualmente o controle de insetos-praga ainda é feito basicamente com a utilização de produtos químicos, entretanto, também podem ser empregadas práticas culturais, mecânicas, físicas e biológicas. A integração desses métodos, 7 além de preservar o agroecossistema, torna mais racional o programa de manejo integrado de pragas (MIP) (SOSBAI, 2005). Os insetos são muito bem sucedidos, habitam praticamente todos os ambientes e se adaptam muito facilmente, possuem grande importância para a agricultura, sendo esta positiva, como na polinização, e negativa, como em perdas consideráveis da produção. A A ocorrência de insetos-praga em níveis populacionais elevados é um dos fatores responsáveis por grande perda na produtividade, segundo Gallo et. al (2002), cerca de 28% do total. Atualmente se gasta grandes quantias para controlar as pragas que podem reduzir grandemente as produções agrícolas necessárias para sustentar as grandes populações humanas, no entanto, o uso exagerado de pesticidas pode ser perigoso para o ambiente e para a saúde humana (RUPPERT;BARNES, 1996). A importância de trabalhos com este objetivo é evidenciada quando se considera os impactos causados pelo cultivo do arroz irrigado, tendo em vista a necessidade de estudos para o manejo sustentável da agricultura. Segundo Menezes (2006), após a ECO-92, a humanidade tem-se mostrado preocupada com os problemas de conservação da qualidade do meio ambiente, inclusive no que diz respeito à exploração agropecuária, essa preocupação tem refletido em buscas de alternativas que garantam uma agricultura sustentável. A identificação e conhecimento de inimigos naturais abrem perspectivas para outros estudos neste sentido, que podem ser utilizados futuramente na aplicação do controle biológico, diminuindo o impacto causado pelos pesticidas lançados no ambiente. No Brasil, existem poucos estudos sobre inimigos naturais em lavoura de arroz, segundo Costa (2005), a maioria obtém a identificação até o nível de família, e poucas identificações até o nível de espécie. 8 2 PRAGAS Qualquer animal que de alguma maneira possa competir com o homem pelo alimento é considerado uma praga, portanto, os animais são considerados pragas quando sua densidade populacional acarreta perdas econômicas ao homem (GARCIA, 2002). A classe Insecta é um grupo é muito importante para o ecossistema, é o principal grupo de herbívoros no ambiente terrestre (HARTLEY; JONES, 2005). Os danos causados pelos insetos são um grande problema econômico afetando a todas as plantas cultivadas. O enfoque deste trabalho é a cultura do arroz, portanto, os dados apresentados são referentes ao mesmo. Segundo Gallo et al. (2002) as perdas de produção causada por pragas para o arroz são de 28%, sendo as doenças responsáveis por 9% e as plantas daninhas responsáveis por 10% do total das perdas. O surgimento de pragas pode decorrer principalmente da implantação da monocultura, como alternativa de exploração agrícola, que favoreceu o desequilíbrio do ambiente, propiciando a explosão populacional de pragas (NEGREIRO et al.,2004 apud RAMOS, 1996). Quando uma espécie fitófaga (que se alimenta de plantas) encontra as condições ideais para seu desenvolvimento, isto é, grande disponibilidade de alimento, sincronismo fenológico e ausência de inimigos naturais, esta tende a se desenvolver de maneira desordenada no ambiente, tornando-se 9 assim uma praga. A manutenção dos inimigos naturais é de fundamental importância para o equilíbrio biológico nos agroecossistemas, e pode evitar que os insetos fitófagos alcancem níveis populacionais capazes de causar danos econômicos (BERTI FILHO; CIOCIOLA apud COSTA, 2005). A cultura do arroz possui uma fauna muito diversificada, com base em diagnóstico sobre a ocorrência de pragas da cultura no Estado do Rio Grande do Sul, constatou-se que algumas espécies são freqüentemente encontradas em níveis populacionais elevados (SOSBAI, 2005). Dentre as espécies citadas estão: Cascudo preto (Eutheola humilis): é um inseto de ocorrência cíclica, causa danos às raízes antes da inundação da lavoura. Na fase larval, alimentam-se das raízes e na fase adulta danificam a base da planta. O inseto adulto após a hibernação favorecido pelo aumento da temperatura e irrigação entra na lavoura (OLIVEIRA et al.,2007). Pulgão da raiz (Rhopalosiphum rufiabdominal): é um inseto-praga de grande importância para a agricultura, provoca alguns danos diretos ao se alimentar e injeta toxinas e suga a seiva, causando o amarelecimento das folhas, paralisando o crescimento da planta (FEAKIN, 1976; REISSINGVE et al.1986; GALLO et al.2002 apud MAZIERO et al.,2007). A utilização de plantas daninhas como hospedeiras alternativas durante a entressafra é um dos fatores que pode explicar o rápido crescimento populacional desse inseto, após a implantação da cultura, pois muitas vezes a praga está dentro da área cultivada (MAZIERO et al.,2007). Pulga do arroz (Chaetocinema sp.): de ocorrência cíclica, prejudica e causa danos às plantas desde a emergência até o perfilhamento (emissão de hastes laterais), raspa as folhas reduzindo a população de plantas. 10 Lagarta da folha (Spodoptera frugiperda): alimentam-se das folhas e cortam os colmos (caule) novos rentes ao solo. O ataque vai desde a emergência até a inundação da lavoura, os colmos são cortados acima do nível do solo, pois as lagartas se mantêm em baixo de torrões, próximo às plantas, em conseqüência das altas temperaturas e solo seco na época de sua ocorrência. Nessa situação as lagartas abrigam-se durante o dia, atacando as plantas no crepúsculo e a noite (GRÜTZMACHER et al., 1999). Lagarta boiadeira (Nymphula indomitalis): corta as folhas das plantas novas coincidindo com as inundações, utilizam as folhas cortadas para enrolar-se formando cartuchos que flutuam na água espalhando-se por toda a lavoura. Bicheira da raiz (Orizophagus oryzae): é a mais importante praga da cultura no RS, causando redução no rendimento dos grãos pelo ataque de larvas. Estas ao cortarem as raízes diminuem a absorção dos nutrientes (AMIBILIA; OLIVEIRA, 2006). A denominação “Bicheira da raiz” é dada devido às larvas danificarem o sistema radicular. Os adultos atacam as folhas e as larvas atacam as raízes. Segundo Carbonari et al. (2000) quanto mais tardio o ciclo da cultivar maior será a capacidade de recuperar os tecidos das raízes danificadas pela larva. Cunha et al. (2006) diz que há ocorrência de maiores perdas de produtividade em cultivares com menor capacidade de absorção de nitrogênio infestadas de O. oryzae. Broca do colmo (Ochetina uniformis): ocorre na fase vegetativa e perfura a base dos colmos, as larvas se alimentam no interior do colmo em formação provocando redução na população das plantas. Percevejo do colmo (Tibraca limbativentris): pode ser encontrado nas fases vegetativa e reprodutiva da cultura. Este inseto ocorre em dois períodos de desenvolvimento das plantas, no primeiro após a emergência, ao atacar a bainha 11 das folhas, causa a morte da folha central, causando o “coração morto” e no segundo após o florescimento ataca o colmo, formando a panícula branca (OLIVEIRA et al., 2005). Esta praga é de difícil controle devido à sua ampla distribuição pela lavoura, segundo Oliveira et al. (2005) no período da hibernação nos meses de abril a outubro, os adultos encontram-se abrigados nas plantas daninhas, dentro ou próximos à lavoura facilitando o controle. Broca do colmo (Diatrea saccharalis e Rupela albinella): ocorrem na fase vegetativa e reprodutiva da planta, causa a morte da folha central e ataca o colmo após o florescimento. É comum ocorrer em arrozais próximos à lavouras cultivadas com milho e sorgo (SOSBAI,2005). Percevejo do grão (Oebalus poecilus e Oebalus ypsilongriseus): ocorre na fase reprodutiva da plantas, possui vários hospedeiros alternativos, nos quais, durante a primavera, se alimenta, acasala e permanece até a fase de emissão de panículas nos arrozais para onde migram em enxames (FERREIRA; BARRIGOSSI, 2006). Os estudos em biodiversidade, atualmente, têm assumido um enfoque relacionado com problemas de diminuição da diversidade biológica e, principalmente, com alterações graves em ecossistemas naturais (RODRIGUES, 2006). Para que se possam conhecer métodos de controle de pragas, é necessária a realização de estudos relacionados à biologia e ecologia dos grupos de interesse, sendo o primeiro passo a realização de levantamentos populacionais para então estudar as espécies ocorrentes em um determinado ambiente. Embora os insetos sejam considerados o maior grupo de animais sobre o planeta, perfazendo mais da metade dos organismos vivos descritos, o conhecimento sobre os mesmos ainda é muito pequeno quando comparado a outros grupos (CORSEUIL; TESTON, 2004). O 12 conhecimento da fauna entomológica, ocorrente na cultura do arroz irrigado de uma região, é fundamental em qualquer programa de manejo de pragas que for instalado na cultura (RAMOS, 2005). 13 3 CONTROLE DE PRAGAS A primeira etapa para a solução de qualquer problema entomológico na agricultura está diretamente relacionada à identificação da praga (ZUCCHI et al., 1993). Para garantir a eficiência do controle de pragas existe a necessidade de uma diversificação dos métodos de controle, chamada MIP, Manejo Integrado de Pragas. MIP é o conjunto de técnicas adotadas para manter as populações de pragas abaixo do nível de dano econômico (MARTINS et al., 2000). A metodologia ideal a ser utilizada é aquela que mantém o equilíbrio do agroecossistema, no caso, lavoura de arroz, e devem ser considerados os fatores de mortalidade natural das pragas, porém quando há a necessidade, devem-se aplicar as medidas de controle disponíveis, em diferentes graus, incluindo a utilização de inseticidas. No Rio Grande do Sul, a importância dos insetos para a cultura do arroz irrigado, ainda é erroneamente associada a gastos com inseticidas químicos (MARTINS et al., 2000). A utilização de inseticidas deve ser realizada de forma racional e sempre mantendo a diversificação com outros métodos de controle, este manejo garante uma maior eficiência no combate às pragas, pois diminui as chances de que as mesmas se tornem resistentes e diminui o impacto ambiental. 3.1 Métodos de controle Os métodos de controle de pragas são divididos em: 14 Controle legislativo: refere-se à inspeção a portos, aeroportos e fronteiras, com o objetivo de impedir a entrada de novas pragas no país através de vegetais atacados mantendo a quarentena. É obrigatório o controle de determinadas espécies, assim como a fiscalização da comercialização de defensivos (GARCIA, 2002). Controle mecânico: consiste na coleta e destruição dos animais em suas diversas fases do desenvolvimento, incluindo a catação, esmagamento, enterrio de partes vegetais atacadas, além do uso de barreiras e armadilhas (GARCIA, 2002). Controle cultural: consiste no emprego de certas práticas culturais para controle, baseando-se em conhecimentos ecológicos e biológicos das pragas. Os mais comuns são, rotação de culturas, aração do solo, época de plantio e colheita, destruição dos restos de cultura, plantio no limpo, podas, adubação e irrigação, plantio direto e outros sistemas de cultivo (GALLO et al., 2002). Controle por resistência: é a utilização de plantas melhoradas geneticamente que possuam resistência a determinadas pragas. É considerado o método ideal de controle pela possibilidade de permitir a manutenção da praga em níveis inferiores ao de dano econômico, sem causar prejuízos ao ambiente e sem gastos maiores aos produtores (GALLO et al., 2002). Controle por comportamento: utiliza conhecimentos referentes à fisiologia das pragas, com utilização de hormônios que interferem, principalmente, na reprodução dos insetos. Este método não apresenta risco de intoxicação para o homem e animas, não deixa resíduos tóxicos e evita desequilíbrios biológicos (GALLO et al., 2002). 15 Controle físico: consiste em barreiras físicas para diminuição dos níveis populacionais de certa praga, inclui técnicas como fogo, drenagem, inundação ou alteração na temperatura, entre outras (GARCIA, 2002). Controle biológico: consiste na eliminação de populações de pragas por ação direta de outros seres vivos, denominados inimigos naturais (GARCIA, 2002). A utilização deste método pode diminuir a utilização de pesticidas, e por conseqüência o impacto no ambiente em questão. Entre os inimigos naturais, predominam as aranhas e micro himenópteros (COSTA, 2005). Existem poucos trabalhos em relação a levantamentos dos inimigos naturais ocorrentes na cultura do arroz, dentre esses se destacam as aranhas, que mesmo ocorrendo em altas populações têm sido pouco estudadas (OLIVEIRA et al., 2007). Podem-se encontrar também alguns coleópteros predadores, parasitóides e algumas espécies de Odonata, porém a importância desses para o controle biológico no caso estudado ainda não é bem evidenciada. Controle químico: é o mais utilizado, consiste na aplicação de defensivos agrícolas, como inseticidas, acaricidas, moluscicidas, nematicidas e raticidas. A otimização da relação custo-benefício será um dos subsídios para melhor decisão de aplicar ou não o controle químico (GARCIA, 2002). 3.2 Pesticidas Pesticidas são substâncias que podem matar diretamente um organismo indesejável ou controlá-lo de alguma maneira (BAIRD, 2002). Conforme a utilização se dividem em: inseticidas, fungicidas, herbicidas, acaricidas, entre outros. São produtos sintéticos e causam sérios impactos ambientais, o maior problema 16 encontrado é a bioacumulação ou magnificação trófica, que consiste no processo de captação e retenção de uma substância (contaminante) por um organismo a partir de qualquer fonte (água, sedimento, outro organismo), via qualquer rota (dieta, pele), e se constitui em efeito nocivo quando induz resposta biológica adversa, podendo ficar acumulado nos tecidos (VIDOTTI ; ROLLEMBERG, 2008). Os inseticidas são um tipo de pesticida que tem por finalidade o controle de insetos, um dos agravantes na sua utilização é que pode ser tóxico não só para os ecossistemas, mas também para a saúde humana. Podem ter ação fisiológica sobre os organismos vivos, e a importância de seu uso deve ser equilibrada pela informação dos efeitos que eles podem causar em pessoas que os manipulam nas fábricas e nos campos, nos consumidores de alimentos eventualmente contaminados com seus resíduos, nos animais silvestres e domésticos, bem como nos organismos aquáticos e no meio ambiente (GALLO et al., 2002). 17 4 MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido na Estação Experimental do Arroz (EEA), do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA), na safra de 2007/2008, em uma área de 900m2 dividida em 4 parcelas de 225m2, semeadas em linha com a cultivar IRGA- 424. Com espaçamento entre linhas de 0,20m, os tratos culturais seguiram as recomendações de pesquisa para o arroz irrigado (SOSBAI, 2005). A semeadura foi efetuada na primeira quinzena de novembro de 2007, e o estabelecimento da lâmina de água ocorreu 15 dias após a emergência das plântulas. As amostragens foram realizadas com rede de varredura, com 0,5m de diâmetro com tecido de coloração branca para melhor visualização dos indivíduos coletados (Figura 1). Esta técnica é denominada coleta direta, onde ocorre ação intensa do coletor, utilizando um equipamento para captura dos exemplares (SAMPAIO FILHO; PRATES JÚNIOR, 2005). A utilização de armadilhas não é recomendada para este estudo, pois podem ocasionar uma coleta muito grande de insetos, mesmo aqueles que não possuem relação com o ambiente estudado, em função de poderem ser atraídos a longas distâncias. A rede de varredura deve ser utilizada de forma a “varrer” toda a fauna de insetos que se encontra na vegetação (ALMEIDA et al.,1998). Cada amostra foi obtida com 40 redadas em movimentos horizontais e individualizada em sacos plásticos contendo algodão embebido em acetato (Figura 18 2), e a triagem foi realizada posteriormente no laboratório, os indivíduos foram fixados em álcool 70%. As amostras foram obtidas traçando um transecto diagonal na parcela de 225m2, totalizando quatro parcelas, portanto, quatro amostras. Os exemplares coletados foram divididos em insetos fitófagos, inimigos naturais e outros artrópodes. As coletas foram realizadas sempre pela manhã, quinzenalmente, nos dias 02/02/2008, 16/02/2008, 02/03/2008, 15/03/2008 e 29/03/2008. Durante a fase de plântula não foi realizada coleta para evitar danos às plantas, visto que nesta fase ainda são muito pequenas, as duas primeiras coletas ocorreram na fase vegetativa e as últimas na fase reprodutiva. A identificação dos indivíduos coletados foi até o nível taxonômico de família, sendo que em alguns casos foi possível a identificação somente até ordem. Figura 1: Rede de varredura utilizada durante as coletas, com 0,5 m de diâmetro e coloração branca para melhor visualização dos exemplares coletados. Figura 2: Acondicionamento dos exemplares coletados em saco plástico contendo algodão embebido em acetato para posterior triagem no laboratório. Fonte: Autoria Própria, 2008 Fonte: Autoria Própria, 2008 19 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao longo do trabalho foram coletados 847 indivíduos distribuídos em 8 ordens e 18 famílias (Gráfico 1). A maioria dos indivíduos coletados pertence à Classe Insecta, ocorrendo também 57 indivíduos da Classe Aracnídea, pertencentes à Ordem Araneae (Tabela 1). A família mais abundante foi Tettigonidae, totalizando 196 indivíduos, representando 23% dos indivíduos coletados, seguida de Pentatomidae com 145 indivíduos, ou seja, 17% do total de indivíduos coletados, a terceira família mais abundante foi Curculionidae com 137 indivíduos, sendo 16% do total coletado. Zucchi et al. (1993) descreve as famílias Acridae e Gryllidae como ocorrentes na cultura do arroz, porém Tettigonidae que também pertencente à ordem Orthoptera não é citada para a cultura. A segunda família mais abundante foi Pentatomidae, sendo que os maiores picos populacionais ocorreram na fase reprodutiva, porém Zucchi et al. (1993) destaca o percevejo Tibraca limbativentris, pertencente à esta família, como ocorrente na fase vegetativa e reprodutiva, porém, a grande incidência de Oebalus poecilus, também pertencente à família Pentatomidae, foi responsável pelo maior número de indivíduos coletados, sendo estes associados à fase reprodutiva, causando danos aos grãos (ZUCCHI et al.,1993). A terceira família mais abundante foi Curculionidae, sendo que Orizophagus oryzae representou o maior número de indivíduos, este inseto pode causar prejuízos de 20 – 30% na produção, os danos são causados tanto pelas 20 larvas que ocorrem logo após a germinação, quanto na fase adulta, ocorrendo no estádio vegetativo da cultura (ZUCCHI et al.,1993). Os táxons coletados foram agrupados em Entomófagos (parasitóides e predadores), representando 12% do total coletado (Gráfico 3), Fitófagos que representam 71% do total, e Outros Artrópodes representando 17%, sendo que neste grupo foram incluídos os táxons que não representam nenhum tipo de importância para a lavoura analisada (Gráfico 2). 100 90 80 70 1° Coleta 60 2° Coleta 50 3° Coleta 40 4° Coleta 5° Coleta 30 20 Coleoptera Diptera Odonata Araneae Lepdoptera Chalcidoidea Apidae parasítica Himenoptera Formicidae Braconidae Outros Grilidae Ortoptera Tachnidae Acrididae Tettigonidae Outros Hemiptera fitófagos Cicadellidae Pentatomidae Coccinellidae Estafilinidae Cerambycidae Dasytidae Nitidulidae Carabidae 0 Curculionidae Crisomelidae 10 Himenoptera Gráfico 1: Famílias encontradas durante cada coleta, indicando os picos populacionais de cada uma, evidenciando o pico de Curculionidae nas três primeiras coletas, e Pentatatomidae nas três últimas coletas. Fonte: Autoria Própria, 2008 Outros Artrópodes 17% 2% 5% Inimigos Naturais 12% Carabidae 2% Braconidae 38% Araneae 53% Fitófagos 71% Gráfico 2: Representando o hábito dos indivíduos coletados, sendo que 71 % são fitófagos, 12 % inimigos naturais e 17 % de outros artrópodes. Fonte: Autoria Própria, 2008 Odonata Outros Gráfico 3: Total de inimigos naturais distribuidos de acordo com as famílias, 53 % dos inimigos naturais são Araneae, 38 % de Odonata, 2% Carabidae e Braconidae e outras famílias com 5 %. Fonte: Autoria Própria, 2008 21 Tabela 1: Relação das ordens e famílias encontradas determinando o hábito de cada uma e o total de indivíduos, com destaque para a terceira coleta com o maior número de indivíduos, a quinta coleta já no final do ciclo apresentou menor número de indivíduos. Coletas Ordem Coleoptera Hemiptera Ortoptera Diptera Himenoptera Família Hábito 1ª 2ª 3ª 5ª Crisomelidae Fitófago 2 2 Curculionidae Fitófago 73 Carabidae Inimigo Natural 1 Nitidulidae Detritívoro 4 Dasytidae Inimigo Natural 1 Estafilinidae Inimigo Natural Cerambycidae Acidental Coccinellidae Inimigo Natural Pentatomidae Fitófago 5 4 29 67 40 Cicadellidae Fitófago 3 2 5 6 3 Outros fitófagos Fitófago 1 4 10 2 2 Tettigonidae Fitófago 51 91 36 15 3 Acrididae Fitófago 1 11 43 11 4 Grilidae Fitófago 2 2 Tachnidae Inimigo Natural 1 Outros Acidental 16 29 24 7 Formicidae Acidental 8 Braconidae Parasitóide 2 21 37 6 1 1 1 1 51 Himenoptera parasítica Parasitóide Total 4ª 1 Apidae Acidental 1 Chalcidoidea Acidental 1 Lepdoptera Fitófago 4 Araneae Inimigo Natural 25 Odonata Inimigo Natural 7 203 1 24 8 15 13 5 207 227 149 61 Os inimigos naturais representaram 12% do total coletado neste trabalho, porém ainda existe a necessidade de outros estudos evidenciando a importância das espécies de inimigos naturais na cultura do arroz, conforme Gallo et al. (2002), estes são fundamentais para a utilização do controle biológico na regulação do número de pragas pela ação desses indivíduos. Entre os inimigos naturais coletados, o grupo 22 que obteve um maior destaque foi Araneae, conforme Oliveira et al. (2007), as aranhas são de grande importância no controle de pragas agrícolas, como predadoras, apresentando diversas vantagens na redução de pragas, pois não danificam as plantas, possuem capacidade de aumentar rapidamente o número de exemplares e não há riscos de aumentos desenfreados da população devido as características de territoriedade e canibalismo. O segundo grupo de Inimigos Naturais encontrado foi a ordem Odonata, esta ordem é representada por insetos com corpo alongado, e levemente cilíndrico, cabeça grande com olhos salientes, asas estreitas e alongadas, membranosas e delicadas, geralmente são coloridos, brilhantes e com reflexos metálicos, são potenciais predadores (MARANHÃO, 1976). Apesar de este grupo ser representado por predadores ativos de insetos (CARVALHO, s/d), ainda existem poucos estudos de sua importância no controle biológico de pragas para a cultura do arroz. As demais famílias de inimigos naturais encontradas apresentaram números pouco representativos, sendo, Carabidae e Braconidae com 2 indivíduos coletados cada, e Dasytidae, Estafilinidae, Coccinellidae e Tachnidae com 1 indivíduo cada, ocorreu ainda um indivíduo de Himenóptero parasitóide. Sujii et al. (2007) cita a família Coccinelidae como um importante agente de controle biológico para a cultura do algodoeiro. A família Carabidae é representada por muitas espécies com hábito predador, e são freqüentes em áreas com culturas anuais (CIVIDANES;CIVIDANES, 2008). Para a família Braconidae Arouca (2005) indica que a maior parte das espécies é parasitóide primária de outros insetos, porém existem alguns registros de espécies fitófagas. Em estudo realizado em algodoeiro, Fonseca et al. (2006) registram que a maior incidência de inseticidas acarreta em diminuição da população de inimigos naturais. 23 A primeira coleta foi realizada no dia dois de fevereiro de dois mil e oito, durante a fase vegetativa das plantas, por volta das dez horas da manhã, com dia nublado e temperatura em torno de 20C°, a precipitação registrada no dia foi de 4 mm. Nesta ocasião foi coletado um total de 203 indivíduos distribuídos em oito ordens e quatorze famílias (Gráfico 4). Dos indivíduos coletados, 75 pertencem à ordem Coleoptera, sendo 73 da família Curculionidae e 2 da família Crisomelidae, 9 pertencem à ordem Hemiptera, sendo 5 pertencentes à família Pentatomidae, 3 Cicadelidae, e 1 classificado como outros hemípteros fitófagos. A ordem Orthoptera apresentou 54 indivíduos, sendo, 51 pertencentes à família Tettigonidae, 1 Acrididae e 2 Grilidae, 17 indivíduos coletados pertencem à ordem Diptera, sendo que deste 1 pertence à família Tachnidae. A ordem Himenoptera foi representada por 12 indivíduos, sendo, 8 pertencentes à família Formicidae, 2 Braconidae, 1 Apidae e 1 Chalcidoidea. Foram coletados ainda 7 indivíduos pertencentes à ordem Odonata e 25 indivíduos aracnídeos pertencentes à ordem Araneae. 1° Coleta Crisomelidae Curculionidae 80 Pentatomidae Cicadellidae 70 60 50 40 30 Outros fitófagos Tettigonidae Acrididae Grilidae Tachnidae Outros Formicidae Braconidae 20 Apidae 10 Chalcidoidea Lepdoptera 0 Araneae Odonata Gráfico 4: Representação da abundância das famílias na primeira coleta, a família mais abundante foi curculionidae com 73 indivíduos, seguida de Tettigonidae com 51 indivíduos. 24 Nesta coleta a família mais abundante foi Curculionidae, representando 36% do total de indivíduos, seguida de Tettigonidae representando 25% e de Araneae com 12%. A predominância de Curculionidae indica que nesta fase vegetativa há uma incidência significativa deste grupo representado principalmente por Orizophagus oryzae, que conforme Martins et al.(2004), o inseto adulto, conhecido por gorgulhoaquático, invade os arrozais, principalmente na época da irrigação por inundação, alimenta-se de folhas de arroz, acasala e oviposita em partes submersas das plantas. Segundo Cunha et al. (2001), Orizophagus oryzae ocorre na lavoura de arroz em duas gerações, sendo a primeira mais prejudicial pois além de a densidade populacional ser maior, ocorre mais cedo quando o sistema radicular ainda não está bem desenvolvido, a segunda geração ocorre na fase vegetativa quando a planta já apresenta um sistema radicular mais desenvolvido, portanto, mais resistente, esta segunda geração coincide com a amostragem obtida nesta coleta, que ocorreu quando a lavoura já estava com 70 dias. A família Curculionidae é representada por coleópteros providos de rostro na cabeça, onde se encontra o aparelho bucal mastigador, é a família mais numerosa do Reino Animal (Gallo et al.,1988). A segunda família mais abundante foi Tettigonidae que agrupa as esperanças, segundo Gallo et al. (1988) apresentam geralmente coloração verde assemelhandose às folhas e possuem hábitos noturnos, ficando escondidas durante o dia, a amostragem deste grupo foi significativa, evidenciando a presença destes fitófagos com aparelho bucal mastigador embora as coletas tenham sido realizadas pela manhã. O terceiro grupo mais abundante trata-se da Classe Aracnídea, ordem Araneae, conforme Battirola et al. (2004), este grupo vem sendo muito estudado devido ao hábito exclusivamente predador que apresenta, sendo assim um 25 importante agente controlador de populçãoes de insetos e outros artrópodes. O fato de que este grupo teve uma maior incidência na primeira e na terceira coleta pode estar relacionado com o pleno desenvolvimento da cultura nesta fase, servindo de substrato para as aranhas, conforme foi observado por Rodrigues (2006). A segunda coleta ocorreu no dia dezesseis de fevereiro de dois mil e oito, às dez horas da manhã, em dia de sol, com temperatura média de 20C°, sem precipitação registrada. Totalizando 207 indivíduos distribuidos em 5 Ordens e 9 famílias (Gráfico 5). Sendo na ordem Coleoptera 27 indivíduos, 21 da família Curculionidae, 1 indivíduo da família Carabidae, 4 da família Nitidulidae, e um indivíduo pertencente à família Dasytidae. A ordem Hemiptera foi representada por 10 indivíduos, sendo 4 Pentatomidae, 2 Cicadelidae e 4 indivíduos enquadrados em outros hemipteros fitófagos. A ordem Orthoptera apresentou 104 indivíduos, sendo 91 pertencentes à família Tettigonidae, 11 Acrididae e 2 Grilidae. Ocorreu ainda, 51 indivíduos da ordem Diptera e 15 pertencentes à ordem Odonata. 2° Coleta Curculionidae 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Carabidae Nitidulidae Dasytidae Pentatomidae Cicadellidae Outros fitófagos Tettigonidae Acrididae Grilidae Outros Odonata Gráfico 5: Representação da abundância das famílias na segunda coleta, com Tettigonidae como a família mais abundante com 91 indivíduos, seguida de outros Dipteros com 51 indivíduos. 26 A família mais abundante nesta coleta foi Tettigonidae representando 45% do total de indivíduos coletados, seguida da ordem Diptera que representou 25% do total, a terceira família mais abundante foi Curculionidae com 10% do total coletado. Esta coleta ocorreu 90 dias após a semeadura durante a fase vegetativa da cultura, a família Tettigonidae ocorreu em grande número nesta coleta superando a expectativa de que a maior incidência fosse de Curculionidae já que nesta fase existe uma maior incidência de Orizophagus oryzae, na fase vegetativa conforme relatado por Gallo et al. (1988). A terceira coleta ocorreu no dia dois de março de dois mil e oito por volta das dez horas da manhã, com o dia parcialmente nublado e temperatura média por volta de 18 C°, a precipitação registrada para o dia foi de 10 mm, esta coleta ocorreu no início da fase reprodutiva com emissão das primeiras hastes florais. Nesta coleta forma amostrados um total de 227 indivíduos divididos em 6 ordens e 7 famílias (Gráfico 6). 3° Coleta 45 Curculionidae 40 Estafilinidae 35 Pentatomidae 30 Cicadellidae 25 Outros fitófagos 20 Tettigonidae 15 Acrididae 10 Outros 5 Araneae 0 Odonata Gráfico 6: Representação da abundância das famílias na terceira coleta, a família mais abundante foi Acrididae com 43 indivíduos, seguida de Tettigonidae com 36 indivíduos. 27 A ordem Coleoptera apresentou 38 indivíduos, sendo destes 37 pertencentes à família Curculionidae, e 1 representante da família Estafilinidae, a ordem Hemiptera apresentou 44 indivíduos, sendo 29 pertencentes à família Pentatomidae, 5 Cicadelidae e 10 incluidos no grupo outros fitófagos. A ordem Orthoptera apresentou 79 indivíduos sendo 36 pertencentes à família Tettigonidae e 43 Acrididae. Foram amostrados ainda, 29 indivíduos pertencentes à ordem Diptera, 24 Araneae e 13 indivíduos da ordem Odonata. Esta coleta se apresentou de forma mais homogenea, sem grandes variações no número de indivíduos de cada família como ocorreu nas coletas anteriores. A família mais abundante nesta coleta foi Acrididae com 19% de indivíduos coletados, seguida de Tettigonidae e Curculionidae com 16 % dos indivíduos coletados em cada, e a terceira família mais abundante foi Pentatomidae com 13 % dos exemplares coletados. A família Acrididae inclui os gafanhotos, e podem ser divididos em dois grupos de acordo com seu comportamento, sedentários e migradores, as espécies sedentárias são de hábitos solitários, causando poucos estragos, as espécies migradoras podem devastar plantações inteiras, causando enormes prejuízos (GALLO et al., 2002). Com base nesta afirmação pode-se considerar os indivíduos coletados como espécies com comportamento sedentário, visto que apesar de ter sido a família mais abundante desta coleta não representou danos significativos à lavoura. As famílias Tettigonidae e Curculionidae apresentaram a mesma abundância, porém apresentaram uma diminuição do número de indivíduos em comparação à primeira coleta, isto pode estar relacionado ao fato de algumas espécies de Curculionidae como, por exemplo, Orizophagus oryzae, estar relacionada à fase vegetativa da cultura, conforme evidenciado por Gallo et al. (1988). Já a família Tettigonidae apresenta uma diminuição da população em comparação às coletas anteriores, 28 podendo estar relacionado também ao fato de nesta fase reprodutiva da cultura existir uma pequena diminuição das folhas, visto que pertencem à ordem Orthoptera, há um predomínio do hábito alimentar fitófago (MARANHÃO, 1976). A terceira família mais representativa foi Pentatomidae, e ao contrário das famílias anteriormente citadas, esta apresentou um aumento da população em comparação às coletas anteriores, este resultado está relacionado com o início da fase reprodutiva e começo da emissão das panículas, corroborando com as afirmaçoes de Oliveira et al. (2005) ao se referir a Tibraca limbativentris que ocorre em dois períodos de desenvolvimento das plantas, no primeiro após a emergência, neste trabalho não foi realizada coleta nesta fase, e segundo após o florescimento atacando o colmo, formando a panícula branca. Este resultado também está relacionado com a presença de Oebalus poecilus, pois conforme Ferreira et al. (2002) os insetos localizam-se principalmente nas panículas, durante o período de desenvolvimento das espiguetas. A quarta coleta ocorreu no dia quinze de março de dois mil e oito, por volta das dez horas da manhã, dia de sol, sem precipitação registrada, vento forte e temperatura por volta de 20 C°. Esta coleta ocorreu na fase reprodutiva da cultura, totalizando 149 indivíduos distribuidos em 8 ordens e 8 famílias (Gráfico 6). A ordem Coleoptera apresentou 9 indivíduos, sendo 2 indivíduos da família Crisomelidae, 6 Curculionidae, e 1 indivíduo da família Cerambycidae, a ordem Hemiptera apresentou 75 indivíduos, sendo 67 partencentes a família Pentatomidae, 6 Cicadellidae e 2 indivíduos classificados como outros hemipteros fitófagos. A ordem Orthoptera apresentou 26 indivíduos, sendo 15 pertencentes à família Tettigonidae e 11 Acrididae, ocorreram ainda, 24 indivíduos da ordem Diptera, 1 29 indivíduo classificado como Himenoptera Parasitica, 1 da ordem Lepdoptera, 8 da ordem Araneae e 5 pertencentes à ordem Odonata. 4° Coleta Crisomelidae Curculionidae Cerambycidae 70 Pentatomidae 60 Cicadellidae 50 Outros fitófagos 40 30 Tettigonidae Acrididae Outros 20 Himenoptera parasítica 10 Lepdoptera 0 Araneae Odonata Gráfico 6: Representação da abundância das famílias da quarta coleta, com destaque para a família Pentatomidae com 67 indivíduos seguida de Tettigonidae com 15 indivíduos. A família mais abundante desta coleta foi Pentatomidae, representando 46% dos indivíduos coletados, seguida de Tettigonidae com 10% e Acrididae com 7%. A abundância da família Pentatomidae, representando a maior incidência entre as coletas é explicada pela existência de duas espécies de grande importância econômica para a cultura pertencerem a esta família, como já descrito anteriormente, Oebalus poecilus e Tibraca limbativentris, estas duas espécies estão relacionadas com a fase reprodutiva, sendo que os indivíduos da primeira espécie cobrem totalmente as panículas, sugando continuamente os grãos, os indivíduos da segunda espécie sugam a haste do arroz, causando o estrangulamento da mesma, provavelmente devido à toxina que liberam conforme relatado por Gallo et al. (2002). A quinta e última coleta ocorreu no dia vinte e nove de março de dois mil e oito, às dez horas da manhã, dia com sol e vento forte, temperatura por volta de 20C° e precipitação registrada de 3 mm. Esta coleta ocorreu no final da fase 30 reprodutiva, isto é, no final do ciclo da cultura, pouco antes da colheita. Esta coleta totalizou 61 indivíduos pertencentes a 4 ordens e 6 famílias (Gráfico 7). 5° Coleta 40 35 Carabidae 30 Coccinellidae 25 20 Pentatomidae Cicadellidae Outros fitófagos 15 Tettigonidae 10 Acrididae 5 Outros 0 Gráfico 7: Representação da abundância das famílias da quinta coleta, evidenciando a família Pentatomidae como a mais abundante, seguida de outros Dipteros e Acridae. Foram coletados 2 indivíduos do ordem Coleoptera, sendo 1 Carabidae e 1 Coccinelidae, a ordem Hemiptera apresentou 45 indivíduos, com 40 pertencentes à família Pentatomidae, 3 Cicadelidae e 2 pertencentes a outro hemipteros fitófagos, Orthoptera obteve 7 indivíduos, 3 Tettigonidae e 4 Acrididae, finalmente houve ainda a presença de 7 Dipteros não identificados. A família mais abundante nesta coleta foi Pentatomidae com 65% do total coletado, sendo que como já descrito anteriormente, este número está relacionado à fase de desenvolvimento que a cultura se encontra. Nesta coleta é importante destacar a ausência de indivíduos pertencentes à família Curculionidae, que foi abundante nas primeiras coletas, isto ocorre, pois a principal espécie desta família para a cultura do arroz, Orizophagus oryzae se alimenta do parênquima das folhas, onde deixa orifícios do tamanho de suas mandíbulas conforme relatado por Gallo et al. (2002), não sendo comum encontrá-la nesta fase da cultura. 31 CONCLUSÃO Este trabalho teve como principal objetivo a identificação das principais pragas da cultura do arroz, e posterior comparação com a bibliografia especializada, além de identificar possíveis inimigos naturais para serem usados como parâmetros em futuros trabalhos relacionados ao controle biológico de pragas. Os resultados obtidos indicam uma veracidade das informações já publicadas anteriormente que demonstram uma maior ou menor incidência de algumas famílias de acordo com o ciclo de desenvolvimento da cultura, porém algumas famílias como, por exemplo, Tettigonidae, apresentaram indíces populacionais elevados em quase todas as coletas, porém não encontrei trabalhos que associassem esta família à referida cultura, houve também um número acentuado de dipteros acidentais associados à cultura, porém neste caso não foi possível associar a outros trabalhos devido ao fato de ter sido identificado somente até o nível taxonômico de ordem. Quanto aos inimigos naturais, o grupo mais expressivo foi Araneae, e foi possível comparar os resultados com alguns trabalhos que vêm sendo realizados com este grupo para a cultura, porém ainda há a necessidade de mais estudos para associar a efetiva predação com as espécies de interesse econômico da cultura. Um outro ponto a se destacar é o número considerável de indivíduos da ordem Odonata coletados durante a realização do trabalho, já que a bibliografia indica este grupo 32 como um potencial predador, e não existem trabalhos associando a predação de insetos pragas da cultura por este grupo. 33 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Lucia Massuti et al. Manual de coleta, conservação, montagem e identificação de insetos. Ribeirão Preto: Holos, 1998. p. 17-18. ALONÇO et al. Importância Econômica, Agrícola e Alimentar, 2006. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/ArrozIrrigadoBrasil/cap0 1.htm>. Acesso em: 15 mai. 2008. AMILIBIA, Eduardo; OLIVEIRA, Jaime Vargas. Controle químico de larvas da bicheira da raiz Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) em arroz irrigado. 2006. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br/arquivos/20071107160343.pdf>. Acesso em: 20 Set. 2007. AROUCA, Raquel Gonçalves. 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