CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN 2316-266X AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE INTROSPECÇÃO DA LINGUAGEM NOS VÍDEOS SOBRE CIÊNCIAS Protasio Ferreira e Castro Professor do Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense Daniele Ribeiro Fortuna Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas da Universidade Unigranrio [email protected] Resumo: A introspecção da linguagem é aqui avaliada por um índice baseado em análise estatística. O índice avalia a introspecção da linguagem de cada indivíduo. Uma pesquisa experimental foi realizada usando dois vídeos de temas diferentes como indutores. Ambos os vídeos foram mostrados por três professores em suas classes de graduação do curso de Comunicação Social. O formulário da pesquisa foi preenchido por 105 estudantes com idades entre 18 e 22. De acordo com o índice, a linguagem do vídeo é muito mais importante do que ser um facilitador para entender o seu tema. Palavras chave: índice de introspecção, linguagem, vídeo. Abstract: Introspection of language is here assessed by an index based on statistical analysis. The index evaluates the language introspection of each person. An experimental research was carried out by using two videos of different themes as inductors. Both videos were shown by three lecturers in their graduation classes of the Social Communication course. The research form was filled by 105 students aged between 18 and 22. According to index, the video language is much more important than to be an easiness maker for understanding its theme. Keywords: language introspection index, language, video. Apresentação: Tradicionalmente, a maneira mais comum de se divulgar uma pesquisa científica é publicando-a em periódicos ou participando de eventos científicos. Entretanto, a divulgação dos resultados das pesquisas desenvolvidas em universidades, em geral, fica 1 restrita a alguns alunos dos cursos de graduação da própria instituição na qual o estudo é realizado. No sentido de estimular o interesse dos alunos pela pesquisa, a Universidade Unigranrio criou o Festival de Curtametragens CDC – Curtas, Documentários, sobre Ciência. O objetivo do festival é incentivar os alunos do curso de Comunicação Social a realizarem documentários sobre projetos do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIIC) da Unigranrio. Os estudantes são treinados a utilizar a tecnologia audiovisual para produzirem curtametragens. O CDC funciona da seguinte forma: os alunos do curso de Comunicação Social recebem uma lista dos projetos de pesquisa do PIIC. Os discentes elegem aqueles projetos de pesquisa que gostariam de divulgar, com os quais mais se identificam. Em seguida, entram em contato com o bolsista da pesquisa para obter mais informações. Posteriormente, elaboram um curta-documentário sobre o projeto, que deve ter uma linguagem leve e acessível, para permitir que o leigo entenda o tema, o objetivo e o objeto da pesquisa. Os documentários concorrem em uma mostra competitiva. Portanto, o CDC realiza uma aproximação multidisciplinar de alunos de diferentes cursos de graduação e o público leigo por meio da principal linguagem dessa geração: a linguagem audiovisual. O objetivo do presente trabalho é mostrar a aplicação de um aferidor de avaliação da introspecção da linguagem utilizada em vídeos sobre ciência apresentados no CDC de 2011. O estudo de caso, aqui apresentado, trabalhou o princípio de que fazer vídeos sobre projetos de pesquisa selecionados por um programa com o aval do CNPq é uma forma de utilização da linguagem como elo entre o emissor, aluno que desenvolve o vídeo sobre a pesquisa, e o receptor da mensagem, o público que assiste ao vídeo. Portanto, os alunos autores dos vídeos são os emissores e os estudantes das turmas de graduação em Comunicação Social que os assistiram, os receptores. Reitera-se, assim, a importância da linguagem audiovisual para a atual geração. Esse artigo foi desenvolvido a partir da hipótese de que é possível mensurar o efeito sobre o receptor. Para constatar ou refutar esta hipótese, foi definido a aplicação de formulário para coleta de dados quantitativos, com grade fechada. Foram determinadas como categorias da grade fechada, a introspecção da linguagem e a motivação para participação em pesquisa. A mensuração dos resultados foi realizada a partir de um aferidor, fundamentado 2 em conceitos estatísticos e desenvolvido para avaliar a introspecção da linguagem pelos indivíduos. A introspecção da linguagem é aqui assumida como o exame que o indivíduo faz dos próprios pensamentos e sentimentos quando observa um produto de comunicação multimídia. Considera-se que o valor máximo do índice do aferidor é inatingível devido à idiossincrasia de cada ser humano. O aferidor é parte de um modelo que está estruturado por etapas tais como: elaboração dos questionários; análise das informações através de ferramentas estatísticas; aplicação do aferidor para calcular o índice de introspecção. FIGURA 1 – MODELO ESQUEMÁTICO DO ÍNDICE DE INTROSPECÇÃO Os questionários, aplicados em um universo de 105 alunos, foram elaborados a partir de afirmações com as quais o entrevistado pode estimar a concordância por meio de uma escala de valores de 1 a 5, representando o 1 a total discordância da afirmação e 5 a total concordância com a afirmativa. O foco dos questionários foi avaliar diferentes aspectos da linguagem. Assim, procurou-se basear as afirmações na busca por respostas a ações, comportamento, consciência e ética, por exemplo. Inicialmente, a análise estatística foi realizada para verificar se houve resultados discrepantes. Em seguida, fez-se a verificação da influência de algum fator ou ator nos resultados obtidos, tendo em vista que os formulários foram aplicados por três docentes em suas respectivas salas de aula. A partir da confiabilidade nos resultados, fomentou-se o aferidor para obtenção do Índice de Introspecção da Linguagem (IIL). 3 Portanto, inicialmente, os dados produzem uma superfície, obtendo-se também um valor equivalente à área dessa superfície. Com esse valor, calcula-se, então, a percentagem, em função do valor correspondente à área da máxima superfície possível. Este percentual é considerado o Índice de Introspecção da Linguagem (IIL). Metodologia: O termo ‘recepção’ é bastante abrangente, podendo significar o mesmo que ‘pesquisa de audiência’. Entretanto, como afirmam Jacks e Escosteguy (2005, p. 15), “nesse contexto, os estudos de recepção dizem respeito a apenas uma vertente do amplo quadro de investigações nessa área”. Para esta pesquisa, considerou-se a plasticidade do termo que “sofreu um processo de ressignificação” (JACKS; ESCOSTEGUY, 2005, p. 15), o que indica que a “recepção vem sendo trabalhada (...) como um conjunto de relações sociais e culturais mediadoras da comunicação como processo social, ou atividade complexa de interpretações e de produção de sentido e prazer” (SOUSA apud JACKS; ESCOSTEGUY, 2005, p. 15). Segundo Thompson (2011, p. 67), “(...) a recepção é uma atividade situada: os produtos da mídia são recebidos por indivíduos que estão sempre situados em específicos contextos sócio-históricos”. O autor afirma ainda que “(...) a recepção de um produto da mídia, implica (...) um certo grau de atenção e de atividade interpretativa por parte do receptor” (THOMPSON, 2011, p. 69). Considerou-se também que a comunicação é um “aspecto constitutivo da cultura” (JACKS; ESCOSTEGUY, 2005, p. 19) e que os “processos de recepção são complexos e criativos, envolvendo necessariamente reinterpretações e ações de resistência ativa” (SANTAELLA; NÖTH, 2004, p. 56). Dessa forma, é importante salientar que, para esta pesquisa, aprofundou-se ainda mais o foco da análise, tomando como base os estudos culturais – notadamente Stuart Hall (2011, p. 333-385) –, já que, de acordo com essa vertente teórica, “as mensagens dos meios de comunicação (...) são tomadas como discursos estruturados, os quais são relevantes para a audiência, de acordo com suas práticas sociais e culturais” (JACKS; ESCOSTEGUY, 2005, p. 39). Mauro Wolf considera que os estudos culturais tendem “a analisar uma forma específica de processo social, relativa à atribuição de sentido à realidade, ao desenvolvimento de uma cultura de práticas sociais compartilhadas, de uma área 4 comum de significados” (WOLF, 2010, p. 102-103). No que concerne à cultura, para os estudos culturais, o conceito de cultura abarca “tanto os significados e os valores que surgem e se difundem nas classes e grupos sociais, quanto às práticas efetivamente realizadas, por meio das quais valores e significados são expressos e nas quais estão contidos” (WOLF, 2010, p. 103). Com isso, não é possível conceber a comunicação sem refletir acerca do contexto sociocultural que a cerca e, principalmente, acerca da realidade na qual os indivíduos estão inseridos. Segundo Hall: A realidade existe fora da linguagem, mas é constantemente mediada pela linguagem ou através dela: e o que nós podemos saber e dizer tem de ser produzido no discurso e através dele. O ‘conhecimento’ discursivo é o produto não da transparente representação do ‘real’ na linguagem, mas da articulação da linguagem em condições e relações reais. (HALL, 2011, p. 370) Assim, realidade e linguagem devem se articular, já que esta está intrinsecamente ligada à primeira. O contexto sociocultural no qual o receptor se situa, suas crenças, sua forma de ver o mundo influenciam a maneira pela qual a mensagem é por ele entendida e interpretada. A mensagem poderá ser compreendida de diversas formas, dependendo do público-alvo ao qual se dirige, já que “há um certo grau de liberdade para a apreensão desses ‘sentidos’, porque variadas faixas de público ‘irão reconhecer’ e ‘irão interpretar’ os ‘sentidos’ veiculados à sua maneira própria, isto é, de modo não-ortodoxo” (POLISTCHUK; TRINTA, 2003, p. 132). Assim, uma mensagem cujo conteúdo está muito distante do universo do espectador deve ser trabalhada de forma a atingi-lo. Por isso, para além da realidade, há que se considerar o papel do espectador na recepção e sua relação propriamente dita com a obra com a qual ele mantém contato. De acordo com Canclini (1998, p. 150-151), “(...) toda mensagem está infestada de espaço em branco, silêncios, interstícios, nos quais se espera que o leitor produza sentidos inéditos. As obras, segundo Eco, são ‘mecanismos preguiçosos’, que exigem a cooperação do leitor, do espectador para completá-las”. Nesse sentido, procurar entender como se dá essa recepção é fundamental. É importante também buscar perceber se o código utilizado está adequado à audiência. Isso porque, como considera Hall: A falta de adequação entre os códigos tem a ver em grande parte com as diferenças estruturais de relação e posição entre transmissores e audiências, mas também tem algo a ver com a assimetria entre os códigos da ‘fonte’ e do 5 ‘receptor’ no momento da transformação para dentro e para fora da forma discursiva. O que são chamadas de ‘distorções’ ou ‘mal-entendidos’ surgem precisamente da falta de equivalência entre os dos lados na troca comunicativa. (HALL, 2011, p. 369) Assim, de nada adianta uma mensagem bem estruturada se ela não se adequar ao código do receptor. Para tanto, é necessário que haja, por exemplo, uma reformulação e adaptação da linguagem, ou seja, uma negociação do código, já que, como afirmam Armand e Michèle Mattelart ao se referirem aos estudos de Stuart Hall: O código negociado é uma mescla de elementos de oposição e de adaptação, um misto de lógicas contraditórias que subscreve em parte as significações e valores dominantes, mas busca numa situação vivida, em interesses categoriais, por exemplo, argumentos de refutação de definições geralmente aceitas. (MATTELART; MATTELART, 2006, p. 109). Cabe também salientar que a comunicação é um processo intencional. Parafraseando S. J. Schmidt, Santaella e Nöth (2004, p. 51) afirmam que “a comunicação é um ato intencional, porque comunicar significa agir e cada ato é uma atividade intencional”. Dessa forma, no que tange ao objetivo da pesquisa em questão, havia, na elaboração dos vídeos – tanto no que diz respeito à filmagem propriamente dita quanto no que concerne ao roteiro e à edição –, a clara intenção de despertar o interesse do público-alvo pela pesquisa científica e a linguagem utilizada foi uma das formas de atingir tal objetivo. Posto isto, o projeto CDC foi estruturado e a pesquisa aqui apresentada buscou constatar se o código do festival estava adequado à sua audiência, ou seja, graduandos de 18 a 22 anos. Três turmas de graduação, com aproximadamente 24 alunos, assistiram a dois vídeos do CDC. O primeiro, que aqui é denominado de (V1) foi “A criação do sentido de responsabilidade socioambiental pela gestão estratégica de pessoas” e o segundo (V2) foi “Reprodução e comportamento social amphibia”. O primeiro vídeo (V1) tem três minutos e trata sobre o projeto de pesquisa denominado “A criação do sentido de responsabilidade socioambiental pela gestão estratégica de pessoas”. Dividido em três partes (“O projeto”, “Objetivo”, “A realidade” e “A cura”) material intercala bastante animação – tendo sempre como som de fundo a música “What a wonderful world”, na versão de Louis Armstrong – com o depoimento da aluna da graduação em Administração que participou do projeto como bolsista de Iniciação Científica. Em linguagem simples e bastante acessível, a aluna relata como foi o projeto, cujo objetivo, de acordo com ela, é incentivar a preocupação ambiental dos 6 funcionários de uma determinada indústria não apenas no ambiente de trabalho, mas também na sociedade. O projeto trata ainda do que aluna chama de “ecoredesign”, que seriam formas de tornar mais “limpa” a estrutura produtiva da indústria em questão. As animações mostram a realidade atual – poluição, desastres ambientais etc. – e o mundo ideal, no qual existe uma preocupação ambiental: mais plantas e menos utilização de sacolas plásticas, por exemplo. Com pouco mais de três minutos, o segundo vídeo (V2) aborda a pesquisa “Reprodução e comportamento social amphibia”. Também com uma linguagem leve e bastante acessível, um apresentador jovem (aluno do curso de Comunicação Social) fala sobre o projeto, explicando o que é, quais foram os objetivos e resultados obtidos. Termos como ‘fenologia reprodutiva’, ‘Aparasphenodon brunoi’, ‘Dendropsophus berthaluzae’, ‘Amphibia’, ‘Anura’ e ‘Hylidae’ são utilizados, mas imediatamente ‘traduzidos’ e explicados, para que o público em geral possa entender do que se trata: como se dá a reprodução do sapo, da perereca e da rã e sua relação com o canto emitido pelos machos das respectivas espécies para atrair as fêmeas. Ao longo do vídeo, seu apresentador mostra (e utiliza) também os equipamentos usados ao longo da pesquisa: luvas, paquímetro, trena, balança, termômetro etc. Ele ainda faz menção a outros ‘amigos anfíbios’, ‘personagens’ da mídia conhecidos do público-alvo: Mc Sapão, Sapo Rei, Crazy Frog e Sapo Caco. Ao final do vídeo, o aluno-apresentador fala sobre a importância Após assistirem aos vídeos, os alunos responderam a um questionário fechado, que incluía 13 afirmações. Entretanto, este trabalho focalizará apenas os resultados para as seguintes questões afirmativas relacionadas à linguagem: - A linguagem utilizada no vídeo permitiu FÁCIL compreensão do tema. - A linguagem do vídeo é IMPORTANTE para compreensão do tema. Além de outras duas versando sobre pesquisa: - Você se sentiu interessado em participar do desenvolvimento de pesquisas durante seu curso de graduação. - É importante que alunos participem de pesquisa durante o curso de graduação. Resultados alcançados: Após o tratamento estatístico dos dados, foi verificado se o docente, como instrumento de aplicação da ferramenta, influenciava nos resultados obtidos por meio de 7 teste de hipótese, aplicando-se a Análise da Variância (ANOVA). Faz-se necessário notar que, ao nível de risco de 5%, o resultado do teste de hipótese indicou não haver influência do docente nos resultados do questionário. Em seguida, foi realizada uma análise da introspecção da linguagem, levando em conta o repertório sociocultural dos receptores. Foram elaborados formulários de avaliação com afirmativas que permitiam ao entrevistado concordar em uma escala de valores. A escala de Likert, variando de 1 a 5, foi utilizada para captar os julgamentos dos entrevistados. A análise dos resultados, isto é, o tratamento estatístico, limitou-se ao cálculo da média para cada dimensão. Estas médias fomentaram o aferidor nos aspectos particulares de cada dimensão. Portanto, neste trabalho não será mostrado o índice final (global) de satisfação ou motivação. O aferidor utiliza um escala de 0 (zero) a 100 pontos. Entretanto, cabe ressaltar que a introspecção assim como a satisfação e a motivação são sentimentos mutáveis que variam de pessoa a pessoa. Nesse sentido, valores do aferidor superiores a 75 são considerados como de elevada introspecção, de 50 a 75 de introspecção adequada, valores de 25 a 50 alertam para pouca introspecção e abaixo de 25, totalmente alheios à absorção da linguagem. Os dois vídeos foram apresentados por três professores para suas respectivas turmas do curso de graduação em Comunicação. Os docentes denominados A, B e C não serão aqui identificados. Para analisar os resultados obtidos após a aplicação dos questionários, a proposta de trabalho fundamentou-se na afirmação de que a utilização de uma linguagem que considere o universo do receptor influenciaria seu comportamento, levando-o a tomar determinadas atitudes e/ou modificar seus interesses. Sob a ótica do Índice de Introspecção da Linguagem (IIL) e após a análise dos resultados, foi possível levantar hipóteses e tecer conclusões limitadas às condições da pesquisa, isto é, ao estudo de caso. Os resultados percentuais para os três docentes e as duas questões sobre linguagem estão mostrados nas Figuras 1, 2, 3 e 4. O cálculo dos IIL foi realizado sobre os resultados que montaram estas figuras. Face aos resultados do IIL, a linguagem nos vídeos é mais importante (IIL=65,1%) do que propriamente um facilitador (IIL=43,1) para compreensão do tema. O percentual médio de concordância com a afirmação de que a linguagem do vídeo é importante para compreensão do tema foi de 93,4%, com um coeficiente de variação de aproximadamente 6,4%. No caso da afirmação de que a 8 linguagem permitiu fácil compreensão do tema, esse percentual atingiu o valor de 83,7%, com coeficiente de variação de 11,3%. Além disso, não houve diferença significativa entre os índices de introspecção da linguagem utilizadas nos dois vídeos, respectivamente 76,3 para o vídeo 1 (“A criação do sentido de responsabilidade sócioambiental pela gestão estratégica de pessoas”) e 71,3% para o vídeo 2 (“Reprodução dos anfíbios”). Dessa forma, é possível concluir que a linguagem utilizada nos vídeos influenciou sua recepção, já que os receptores puderam entender facilmente o tema graças à forma pela qual o código foi utilizado. FIGURA 1 – RESULTADOS DO VÍDEO 1, Q4, DOCENTES A, B e C 9 FIGURA 2 – RESULTADOS DO VÍDEO 2, Q4, DOCENTES A, B e C FIGURA 3 – RESULTADOS DO VÍDEO 1, Q 10, DOCENTES A, B e C 10 FIGURA 4 – RESULTADOS DO VÍDEO 2, Q 10, DOCENTES A, B e C Em relação aos resultados do Índice de Motivação, o vídeo 2 (IMO=60,3%) motivou mais do que o vídeo 1 (IMO=43,1%) para a participação dos alunos em pesquisa durante o curso de graduação. Além disso, com 88,1% e coeficiente de variação de aproximadamente 14,6%, os discentes, depois de assistirem aos vídeos, consideraram mais importante que alunos participem de pesquisa durante o curso de graduação. Em relação ao vídeo 2, os resultados mostraram 70% com coeficiente de variação de 21%. Portanto, considera-se que o segundo vídeo despertou mais a curiosidade científica dos alunos. É possível notar que o tratamento estatístico dos dados indicou que em média 8,3% dos alunos desconheciam plenamente o tema do vídeo 1. No vídeo 2, esse percentual médio é de 37,8%. Portanto, é de se supor que o índice de introspecção da linguagem (IIL) seja mais significativo para o vídeo 1, cuja cognição do tema estava mais sedimentada. Os resultados do aferidor mostram que para a questão 4, no vídeo 2 (IIL=56,1%) introspectou menos que no vídeo 1 (IIL=65,2). Além disso, a linguagem no vídeo 1 (IIL=88,4%) foi mais importante para introspecção do tema discutido do que no vídeo 2 (IIL=64,05). A mesma técnica do aferidor, apenas alterando as questões, permite verificar a motivação para participação em programa de pesquisa durante o curso de graduação. Neste caso, o índice será denominado de Índice de Motivação (IMO). A partir da análise dos resultados das questões 8 e 13 é possível afirmar que o vídeo 1 (IMO=43,1%) motivou menos que o vídeo 2 (IMO=60,3%) para a participação dos alunos em programa de iniciação científica. 11 A Figura 5 mostra que, para o vídeo 2, na turma do Docente A, 86,8% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Apenas 13,2% discordam da afirmação, isto é, não se sentiram interessados em participar do desenvolvimento de pesquisas durante o curso de graduação. A Figura 6 mostra que, para o vídeo 2, na turma do Docente A, 100% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Portanto, todos consideram importante a participação em pesquisas durante o curso de graduação. Média = 3,89 FIGURA 5 – RESULTADOS DO VÍDEO 2 DOCENTE A, QUESTÃO 8 Média = 4,50 FIGURA 6 – RESULTADOS DO VÍDEO 2 DOCENTE A, QUESTÃO 13. 12 Em relação ao vídeo 2 e à participação em pesquisa durante o curso de graduação, na turma do Docente B, 64,6% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente, como mostrado na Figura 7. Apenas 9,7% discordam plenamente da afirmação, isto é, não se sentiram interessados em participar do desenvolvimento de pesquisas durante o curso de graduação. Média = 3,13 FIGURA 7 – RESULTADOS DO VÍDEO 2 DOCENTE B, QUESTÃO 8. Na turma do Docente B, 83,8%, dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Portanto, apenas 16,2% discordam de que é importante a participação em pesquisas durante o curso de graduação, sendo que 6,5% discordam plenamente da afirmação. A Figura 8 mostra o histograma que fundamentou essa análise. 13 Média = 3,74 FIGURA 8 – RESULTADOS DO VÍDEO 2 DOCENTE B, QUESTÃO 13. A análise do histograma mostrado na Figura 9 indica que, na turma do Docente C, 50% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Não se sentiram interessados em participar do desenvolvimento de pesquisas durante o curso de graduação 33,3%. Média = 2,64 FIGURA 9 – RESULTADOS DO VÍDEO 2 DOCENTE C, QUESTÃO 8. Na turma do Docente B, como mostrado na Figura 10, 66,7% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Contudo 33,3% discordam da afirmação, isto é, não consideram importante participarem do desenvolvimento de pesquisas durante o curso de graduação. 14 Média = 3,33 FIGURA 10 – RESULTADOS DO VÍDEO 2 DOCENTE C, QUESTÃO 13. Para o vídeo 1, conforme Figura 11, na turma do Docente A, 76,4% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente, em participar de pesquisa durante o curso de graduação. Apenas 13,2% discordam da afirmação, isto é, não se sentiram interessados em participar do desenvolvimento de pesquisas durante o curso de graduação. Média = 3,55 FIGURA 11 – RESULTADOS DO VÍDEO 1 DOCENTE A, QUESTÃO 8. Para a questão 13 do vídeo 1, a Figura 12 mostra que na turma do Docente A, 94,8% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Portanto, apenas 5,2% discordam de que é importante a participação em pesquisas durante o curso de graduação, sendo que 2,6% discordam plenamente. 15 Média = 4,39 FIGURA 12 – RESULTADOS DO VÍDEO 1 DOCENTE A, QUESTÃO 13. Para a questão 8 e vídeo 1, apenas 6,5% discordam plenamente da afirmação, isto é, não se sentiram interessados em participar do desenvolvimento de pesquisas durante o curso de graduação, como mostrado na Figura 13. Na turma do Docente B, 83,9% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Média = 3,55 FIGURA 13 – RESULTADOS DO VÍDEO 1 DOCENTE B, QUESTÃO 8. Na questão 13, para a turma do Docente B, 100% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Portanto, todos consideram importante a participação em pesquisas durante o curso de graduação, como mostra a Figura 14. 16 Média = 4,32 FIGURA 14 – RESULTADOS DO VÍDEO 1 DOCENTE B, QUESTÃO 13. Na turma do Docente C, 58,3% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. A Figura 15 mostra ainda que 27,8 discordam plenamente de participar de pesquisas durante o curso de graduação. Média = 2,94 FIGURA 15 – RESULTADOS DO VÍDEO 1 DOCENTE C, QUESTÃO 8. A Figura 16 mostra que para o vídeo 1, na turma do Docente C, 83,3% dos alunos situam-se entre concordo parcialmente, concordo e concordo plenamente. Portanto, apenas 16,7% discordam de que é importante a participação em pesquisas durante o curso de graduação, sendo que 8,3% discordam plenamente da afirmação. 17 Média = 3,92 FIGURA 16 – RESULTADOS DO VÍDEO 1 DOCENTE C, QUESTÃO 13. Considerações finais: Sob a ótica do Índice de Introspecção da Linguagem (IIL) e após a análise dos resultados, foi possível levantar hipóteses e tecer conclusões limitadas às condições da pesquisa. Os resultados indicam também que os discentes consideram ser importante participar de pesquisa durante o curso de graduação. Entretanto, o resultado sobre sentir-se interessado em participar de pesquisa durante o curso de graduação revela a necessidade de ações para motivar os alunos a engajar-se em projetos de pesquisa. Os resultados indicam também que os discentes consideram ser importante participar de pesquisa durante o curso de graduação. Porém, o resultado sobre sentir-se interessado em participar de pesquisa durante o curso de graduação revela a necessidade de ações para motivar os alunos a engajar-se em projetos de pesquisa. Como afirmado anteriormente, os resultados demonstraram que a linguagem nos vídeos é mais importante (IIL=65,1%) do que propriamente um facilitador (IIL=43,1) para compreensão do tema. O percentual médio de concordância com a afirmação de que a linguagem do vídeo é importante para compreensão do tema foi de 93,4%, com um coeficiente de variação de aproximadamente 6,4%. No caso da afirmação de que a linguagem permitiu fácil compreensão do tema, esse percentual atingiu o valor de 83,7%, com coeficiente de variação de 11,3%. Além disso, não houve diferença significativa entre os índices de introspecção da linguagem utilizadas nos dois vídeos, respectivamente 76,3 para o vídeo 1 (“A criação do sentido de responsabilidade sócio18 ambiental pela gestão estratégica de pessoas”) e 71,3% para o vídeo 2 (“Reprodução dos anfíbios”). Dessa forma, é possível concluir que a linguagem utilizada nos vídeos influenciou sua recepção, já que os receptores puderam entender facilmente o tema graças à forma pela qual o código foi utilizado. Em relação à motivação para participar de pesquisa durante o curso de graduação, como afirmado anteriormente, nota-se que o segundo vídeo despertou mais a curiosidade científica dos alunos. É possível que tal resultado se deva ao fato de que o vídeo 1, embora utilize uma linguagem condizente com seu público-alvo, trata de um tema um pouco distante de seu universo – a reprodução anfíbia. Já o vídeo 2, além de apresentar a própria bolsista do projeto – jovem como os receptores em questão –, aborda uma temática mais próximas aos alunos do curso de Comunicação Social a preocupação ambiental dos funcionários de uma determinada indústria não apenas no ambiente de trabalho, mas também na sociedade. Para finalizar, os resultados aferidos por meio da pesquisa mostram que quanto mais próximos a linguagem e o tema do universo do receptor, melhor será seu feedback à mensagem recebida. Agradecimentos Os autores agradecem ao aluno bolsista de Iniciação Científica Ensino Médio Marcos Paulo Rangel da Silva pela compilação dos dados, ao CNPq, aos professores Waldvogel Gregório, Lucy Deccache e Dostoiewski Mariatt por aplicarem os questionários em suas respectivas turmas e à Unigranrio pelo apoio ao desenvolvimento da pesquisa em suas instalações. Referências bibliográficas: CANCLINI, Néstor García Canclini. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 1998. HALL, Stuart. Da diáspora. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. HOHLFELDT, Antonio et. al. Teorias da comunicação. Petrópolis: Vozes, 2001. JACKS, Nilda; ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Comunicação & recepção. São Paulo: Hacker Editores, 2005. 19 MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. História das teorias da comunicação. 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