ANÁLISE DA DOR NOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA DA

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UFPB – PRG _____________________________________________________________X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA 6CCSDFTMT15 ANÁLISE DA DOR NOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA APÓS ATENDIMENTO A PACIENTES COM DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS. (1) (2) Mayara Dinamine França Dantas , Amanda Cristina Lima do Nascimento , Cristina Katya (2) (3) (4) Dantas Torres , Karen Lúcia de Araújo Freitas Moreira Stênio Melo Lins da Costa Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Fisioterapia/MONITORIA RESUMO Os acadêmicos da disciplina Fisioterapia nas Disfunções do Sistema Nervoso realizam um trabalho manual intenso que exige um desgaste físico devido ao fato dos pacientes neurológicos serem parcialmente e/ou totalmente dependentes. Em conseqüência disto, os alunos podem desenvolver sintomatologia dolorosa. O objetivo deste trabalho foi analisar quantitativamente e qualitativamente as dores que acometem os acadêmicos de fisioterapia após atendimento de pacientes com disfunções neurológicas. Para tanto, participaram da pesquisa 27 alunos voluntários de ambos os sexos com faixa etária entre 21 e 28 anos, que cursaram e estão cursando a disciplina Fisioterapia nas Disfunções do Sistema Nervoso, correspondente ao ano letivo de 2006. Os sujeitos foram submetidos à aplicação de um questionário estruturado com 10 questões que focalizavam sedentarismo do acadêmico, quantidade de pacientes atendidos, tipos de patologias e nível de dependência dos pacientes, a presença ou ausência da dor, além da sua freqüência, intensidade e localização, observou­se também a utilização de medicamentos e/ou tratamento para eliminação do quadro álgico. Todos estes tópicos foram abordados para se obter uma melhor análise da sintomatologia da dor. Observou­se que 80% dos alunos referiram dor, em grande maioria na região lombar, esta apresentava­se principalmente de intensidade moderada e em grande parte após o atendimento fisioterapêutico. Além disso, percebeu­se também que o sedentarismo e o tipo de trabalho exercido contribuíram para a presença deste sintoma. Portanto, na realização deste trabalho concluiu­se que a atividade exercida pelos acadêmicos propicia um quadro doloroso de intensidade moderada no sistema osteomioarticular, fazendo­se necessário adotar um programa de prevenção para que minimize o aparecimento de algias possibilitando uma melhora no desempenho laboral dos acadêmicos e diminuindo a possibilidade de adquirir o sintoma da dor proveniente do trabalho realizado durante seu atendimento em Fisioterapia Neurológica. Palavras chave: dor, acadêmicos de fisioterapia, pacientes neurológicos. INTRODUÇÃO O Sistema Nervoso Central é responsável por regular o comportamento motor. Diante disso, os pacientes portadores de disfunções neurológicas apresentam um alto índice de (1) dependência, devido ao comprometimento na sua cinesia­humana . Estes pacientes podem apresentar incapacidades sob o ponto de vista funcional, prejudicando de maneira significativa (2) sua qualidade de vida . As características clínicas das doenças do sistema nervoso são (3) determinadas pelo local da lesão e sua extensão . Contudo, é essencial observar a natureza integrativa e a complexidade do sistema nervoso ao estudar as características clínicas da doença ou da lesão. Um dos objetivos da fisioterapia na reabilitação de pacientes portadores de doenças (4) neurológicas crônicas é alcançar maior grau de independência . Desta forma, acaba exigindo do profissional fisioterapeuta um maior condicionamento físico e/ou adequada utilização da biomecânica corporal, pois este irá impor ao seu organismo, posturas, sobrecargas, tensões e (5) estresse, durante todo o atendimento . Portanto, estas características na prática diária do processo de reabilitação física Neurológica, tendem a ser mais intensas do que em qualquer outra área de atendimento fisioterapêutico, uma vez que se trata de pacientes parcialmente ou totalmente dependentes.O Fisioterapeuta necessita realizar técnicas com o paciente na altura do solo, sobre colchonetes, tatames ou bolas. Isto exige que este profissional realize excessivamente os movimentos de flexão e extensão de tronco em oposição à força gravitacional, ocasionando uma sobrecarga no sistema osteomioarticular, principalmente na __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ (1) (2) (3) (4) Moni tor(a) Bol sista; Monitor(a) Vol untári o(a); Prof(a) Orientador(a)/Coordenador(a); Prof(a) Col aborador(a)
UFPB – PRG _____________________________________________________________X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA coluna vertebral deixando o mais propício a desenvolver o sintoma da dor. Estas dores podem estar interligadas a problemas de ordem postural, em decorrência das atividades diárias; de fatores ambientais inadequados ­ sejam familiares, profissionais ou de estudo; de mudanças de estrutura corporal, como o estado de gravidez e obesidade; da permanência por prolongado tempo em incorreta posição sentado ou em pé; do tipo de trabalho e nível de atividade física e (7) em razão de comportamentos sedentários . Desta forma, a dor torna­se um importante fator para modificar e limitar os aspectos da qualidade de vida (8) , como também pode possibilitar um mau desempenho laboral do profissional. O desgaste inerente à tarefa dos profissionais da saúde tem sido motivo de preocupação e de pesquisas há mais de duas décadas, e esta questão tem­se tornado cada vez mais relevante, principalmente pelo grau de importância da função social que estes (6) profissionais exercem . Portanto, este trabalho teve como objetivo analisar quantitativamente e qualitativamente as dores que acometem os acadêmicos de fisioterapia após atendimento de pacientes com disfunções neurológicas. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA O trabalho caracteriza­se como um estudo quantitativo e qualitativo de caráter exploratório e explicativo. Desse estudo, participaram 27 alunos voluntários de ambos os sexos com faixa etária entre 21 e 28 anos, sendo que 7destes foram eliminados devido ao critério de exclusão que tomou como base os estudantes que possuíam patologia osteomioarticular pré­ existentes. Todos os acadêmicos avaliados cursaram e estão cursando a disciplina Fisioterapia nas Disfunções do Sistema Nervoso, correspondente ao ano letivo de 2006. Os sujeitos foram submetidos à aplicação de um questionário estruturado com 10 questões, as quais focalizam os seguintes tópicos: sedentarismo do acadêmico, quantidade de pacientes atendidos, tipos de patologias e nível de dependência dos pacientes, em relação a dor analisou­se a presença ou ausência, a freqüência, intensidade e a sua localização, sendo a intensidade avaliada através da Escala Visual Numérica e, por fim, observou­se a utilização de medicamentos e/ou tratamento para eliminação do quadro álgico. Todos estes tópicos foram abordados para se obter uma melhor análise da sintomatologia da dor. Após o indivíduo ter sido adequadamente informado pelas monitoras da disciplina sobre o objetivo da aplicação do instrumento, o destino dos dados obtidos e ter concordado em responder o questionário, foi obtido um termo de consentimento assinado pelo mesmo (Anexo 1). O instrumento foi respondido em somente um encontro, respeitando a individualidade de cada aluno. Após a coleta de dados foi feito um estudo quantitativo em relação à intensidade e localização da dor, através de uma análise percentual dos alunos avaliados, como também, realizou­se um estudo qualitativo onde se averiguou os principais fatores que estão relacionados com esta sintomatologia. RESULTADOS Com a aplicação do questionário pode­se observar que dos 20 alunos avaliados, 80% relataram sintomatologia dolorosa enquanto apenas 20% não referiram presença de dor (gráfico 1). Em relação à freqüência da dor observou­se que 87% sentem dor após o atendimento fisioterapeutico, enquanto 13% sentem dor durante o atendimento intensificando­ se após esta atividade (gráfico 2). Na análise da intensidade da dor, que teve como base a Escala Visual Numérica, constatou­se que 56% dos avaliados referiram dor de intensidade moderada, 31% de fraca intensidade e 13% forte intensidade (gráfico 3). Analisando­se a localização da dor pode­se perceber que 63% relataram dor na região lombar, 25% na região cervical e lombar concomitantemente, 6% na região cervical e membros superiores (MMSS) e 6% na lombar e MMSS (gráfico4)
UFPB – PRG _____________________________________________________________X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA Sintomatologia da Dor Frequência da Dor 13% 20% 80% Presença de Dor Ausência de Dor 87% Durante e após o atendimento Após atendimento Gráfico 1 Gráfico 2 Intensidade da Dor
Localização da Dor 13% 6% 6% 31% 25% 63% 56% Fraca Moderada Forte Lombar Cervical e Lombar Lombar e MMSS Cervical e MMSS Gráfico 3 Gráfico 4 Além da análise quantitativa da dor, pode­se observar com a aplicação do questionário, que a grande maioria dos alunos avaliados eram sedentários (80%) e atendiam em média 3 pacientes por dia onde grande parte destes eram totalmente dependentes e/ou semi­ dependentes. Observou­se ainda que 20% dos acadêmicos fazem alguma atividade física sendo que 5% destes apresentaram sintomatologia dolorosa de intensidade fraca e 15% não referiram dor. Na literatura consultada (KNOPLICH, 2003) verificou­se que há diversos fatores que podem ocasionar a sintomatologia dolorosa. Neste caso, pode­se observar que a atividade física foi um fator que amenizou o sintoma analisado e o tipo de trabalho foi um fator primordial que contribuiu para a presença da dor já que o atendimento neurológico exige um maior esforço do fisioterapeuta comparando­se com as demais áreas. CONCLUSÃO Diante dos resultados observados, concluiu­se que a atividade exercida pelos acadêmicos da Disciplina Fisioterapia nas Disfunções do Sistema Nervoso propicia um quadro doloroso de intensidade moderada no sistema osteomioarticular, principalmente na coluna lombar. Portanto, faz­se necessário adotar um programa de prevenção para que minimize o aparecimento de algias possibilitando uma melhora no desempenho laboral dos acadêmicos, diminuindo a possibilidade de adquirir o sintoma da dor proveniente do trabalho realizado durante seu atendimento em Fisioterapia Neurológica.
UFPB – PRG _____________________________________________________________X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. UMPHRED, D.A. Fisioterapia Neurológica. São Paulo, 1994. ed. Manole; 1ª edição) 2. LEVY, JÁ; OLIVEIRA, ASB. Reabilitação em Doenças Neurológicas ­ guia terapêutico prático. São Paulo: Atheneu; 2003. 3. THOMSON, A; SKNNER, A; PIERCY, J. Fisioterapia de Tidy. 12ªed. São Paulo: Santos; 2002.) 4. STOKES, M. Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier; 2000). 5. LIANZA, S. Medicina de Reabilitação. Rio de Janeiro, 1995. ed. Guanabara; 2ª edição. 6. MACEDO, M.C.P. Avaliação da Qualidade de Vida em Residentes de Medicina da UNIFESP­EPM. São Paulo, 2004. Dissertação (Mestrando em Ciências da Saúde)­ Departamento de Pós­graduação em Saúde Mental, Universidade Federal de São Paulo. 7. KNOPLICH, J. Enfermidades da Coluna Vertebral: uma visão clinica e fisioterápica. 3ª ed. São Paulo: Robe editorial; 2003. 8. ARCANJO, G.N. Saber Popular Sobre Dores nas Costas em Mulheres Nordestinas. Ciência & Saúde coletiva vol.12 no.2 Rio de Janeiro Mar./Apr. 2007.
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