GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: O DIFERENCIAL LOGÍSTICO COMO ESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADE E SOBREVIVÊNCIA NA EDITORA DE SISTEMA DE ENSINO 1 Airton Souto Guerrero; 2Flávia Elias Bragato Discentes do Curso MBA em Gestão Empresarial do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil [email protected]; [email protected]; 3 M.Sc. Irso Tófoli (orientador); 4Especialista Ana Elisa Alencar Silva de Oliveira (orientadora); Docentes do Curso MBA em Gestão Empresarial do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil [email protected] ; [email protected] Resumo: O objetivo deste trabalho de conclusão de curso em forma de artigo acadêmico, é analisar o processo logístico dando ênfase ao gerenciamento de estoque de uma Editora de Sistema de Ensino, fornecendo parâmetros para a tomada de decisão e demonstrando que este controle pode vir a ser uma vantagem competitiva. A eficiência na gestão de estoques poderá criar o diferencial entre os concorrentes, melhorar a qualidade do atendimento, reduzir o tempo de entrega e giro além de diminuir custos. A gestão de estoques frequentemente absorve uma parte considerável do orçamento operacional de uma organização. Como eles não agregam valores aos produtos, quanto menor o nível de estoques com que um sistema produtivo conseguir trabalhar, mais eficiente este será. Palavras-chave: Gestão de Estoques. Logística. Competitividade. Sobrevivência. Abstract: The purpose of this academic article is to analyze the logistics process emphasizing the supply management in a Publisher of Teaching System, providing the parameters in order to take decisions and showing that this control can become a competitive advantage. The efficiency on the supply management can create a differential among the competitors, improve the quality of the attendance, reduce delivery timing and turnover and it can also reduce costs. Frequently, the supply management absorbs a considerable part of the operational budget in a company. Once the inventory does not add value to the products, the smaller it is, the more efficient it will be. Keywords: Supply management. Logistics. Competitiveness. Survival. 1 Introdução A nova realidade econômica e o perfil de consumo das pessoas na atualidade certamente contribuem para o aumento da competitividade entre as empresas que cada vez mais estão equiparando-se em termos de produtos e qualidade oferecidos. A busca pelo diferencial vem sendo uma constante para aquelas organizações que visam à permanência no mercado. O mais comum é que estas empresas busquem ter foco no atendimento e na superação das necessidades e expectativas de seus clientes. Contudo, todo o trabalho de retenção e manutenção de clientes pode vir abaixo, caso não haja eficiência internamente no que 1 diz respeito ao cumprimento daquilo que se propõe ao consumidor final. É comum observar que a maioria das empresas sofre com a falta de planejamento e gestão, principalmente no âmbito logístico. Desta forma este artigo, pretende através da revisão bibliográfica e de estudo de caso demonstrar e caracterizar a gestão de estoques em editora de livros de sistema de ensino da região de Presidente Prudente (SP) explorando a importância da gestão eficaz de estoques. O objetivo deste artigo é demonstrar que através da gestão de estoques eficiente, a empresa passa a ter um diferencial perante seus concorrentes e passa a se consolidar no mercado. A perguntaproblema resume-se em: “Como a gestão de estoques pode se tornar um diferencial estratégico e assegurar a sobrevivência do negócio?”. 2 Referencial teórico 2.1 A logística e seu planejamento É muito comum relacionar a logística a apenas armazenagem e transporte, todavia este termo representa muito mais do que isso. A logística trata desde o planejamento até a realização total de um projeto passando pelo seu desenvolvimento e também englobando armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e despacho de materiais. Atualmente é possível encontrar amplas bibliografias a respeito da logística indicando-a como fator determinante para o sucesso ou fracasso das organizações. Porém, é possível perceber claramente que pouco se dissemina sobre as atividades logísticas e como as mesmas devem ser definidas nas organizações. A logística é um importante componente para o gerenciamento da cadeia de suprimentos que por sua vez visa planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenamento de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos finais, bem como as informações pertinentes a estes, desde sua obtenção ou produção até o ponto de consumo, tendo como principal objetivo o atendimento e superação das exigências dos clientes. A definição mais objetiva para o termo “logística” é o meio pelo qual se busca a satisfação do cliente ao menor custo total. Vale ressaltar que os princípios de gerenciamento logístico levaram 70 anos ou mais para ser claramente definidos (FARIA; COSTA, 2005). O profissional responsável por esta área é operador logístico. Sua função como responsável pelas atividades logísticas é fornecer e gerenciar as atividades ou parte delas, durante as diferentes fases da cadeia de abastecimento de seus clientes sempre com o intuito de agregar valor aos produtos ou serviços oferecidos. Este profissional deve estar devidamente preparado para prestar diferentes serviços ao mesmo tempo nas três atividades básicas que são o controle de estoque, a armazenagem e a gestão de transporte (SILVA; GOMES, 2009). A logística é vista como uma vantagem competitiva, pois faz a diferença na busca por mais agilidade e conseqüente expansão de atuação (CARVALHO, 2002). As empresas que tem a real iniciativa de se manter no mercado, se mostram cada vez mais engajadas na busca de métodos logísticos para gerir e aperfeiçoar seus processos internos. O objetivo é melhorar sua eficiência ao mesmo tempo em que os custos mantenham-se os menores possíveis. Para atingir este objetivo, é necessário que a empresa busque por processos de padronização que facilitem o controle logístico. Atualmente o foco da gestão empresarial está voltado para os processos. Segundo Faria; Costa: O processo é constituído por um conjunto de subprocessos, atividades, e tarefas que se inter-relacionam com o intuito de agregar valor e gerar bens e serviços para atender às necessidades dos clientes internos ou externos (FARIA; COSTA, 2005, p. 21). Em conformidade com o comentário de Faria; Costa (2005) observa-se na Figura 1 como acontece a hierarquia dos processos. 2 Fonte: Faria, Costa (2005, p. 22) Figura 1- Hierarquia dos processos As empresas são capazes de reunir informações a respeito de seus processos de maneira muito mais ágil através da logística. É também através desta metodologia que se torna possível manter um equilíbrio conforme a demanda. Com um procedimento baseado em processos, as empresas passaram a agregar valor ao cliente por meio de movimentos e ações que ultrapassam as fronteiras organizacionais. As atividades desenvolvidas internamente através de processos bem organizados e controlados, passam a ser um diferencial. Elas descrevem de que forma a empresa utiliza seu tempo e recursos para cumprimento de objetivos e metas (SILVA; GOMES, 2009). De acordo com Carvalho (2002), a logística é dividida em dois tipos de atividades - as principais e as secundárias. Esta divisão está diretamente relacionada a segregação de processos e atividades. As atividades logísticas principais envolvem os transportes, gerenciamento de estoques e processamento de pedidos. Já as atividades logísticas secundárias envolvem armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção / compras, sistema de informação e programação de produtos (FARIA, COSTA, 2005). Aproximando ainda mais a logística ao campo da gestão, tem-se a logística empresarial que estuda como a administração pode trazer maior rentabilidade aos serviços de distribuição a potenciais clientes e possíveis consumidores, através da elababoração de um planejamento, além de organização e controle efetivos que viabilizem as atividades de movimentação e armazanagem e ainda facilitar o fluxo de produtos com os quais a empresa lida (OLIVEIRA, 2008). Considerando que a principal preocupação da logística é ter os produtos e serviços no local desejado e no momento em que é solicitado com o menor custo possível, torna-se necessário o domínio do fluxo de materiais através da gestão conjunta de todas as atividades logísticas da empresa. Como parte do gerenciamento logístico é possível citar o projeto e a administração de sistemas como ferramentas para controle do fluxo de materiais, dos estoques em processo e dos produtos finais, com o intuito de fortalecer a estratégia das unidades de negócios da empresa (SILVA; GOMES, 2009). Para se obter sucesso no controle logístico e manter a estabilidade dos processos, o principal desafio da empresa reside na necessidade de coordenar o conhecimento específico de tarefas individuais em competência integrada concentrada no atendimento ao cliente. Em sentido estratégico, o executivo principal de logística assume a iniciativa de expandir as fronteiras empresariais para facilitar o efetivo relacionamento na cadeia de suprimento (RIBEIRO, 2008). Além dos resultados combinados, as empresas devem estar sempre atentas às ameaças e oportunidades do mercado para poder se estabelecer as melhores condições utilizando a logística como método para melhorar o fluxo da informação. Esta melhoria inclui pedidos de clientes de ressuprimento, necessidade de estoque, programação de atividade dos depósitos, documentação de transporte e faturas. Com isso, todos envolvidos na organização terão a informação e o tipo de necessidade da empresa para que busquem os melhores métodos de gerenciar seu sistema logístico (CARVALHO, 2002). 3 Todas estas atividades e ações devem fazer parte do planejamento estratégico da empresa. O planejamento estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção ações e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas da empresa e a evolução esperada. Ele possibilita a percepção do quadro atual, a avaliaçãodas etapas e a construção de um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliando todo o processo para o qual se destina (RIBEIRO, 2008). Segundo Baloou (2010, p. 23) o planejamento estratégico em logística “resume-se em montar o sistema logistico com armazéns, rotas de transporte, níveis de estoque e procedimentos para processar pedidos”. Sendo assim, segundo Baloou (2010), as questões essencias para tal ação, são: a) Quantos depósitos devem ser utilizados?; b) Onde devem estar localizados? c) Quanta área física deve estar disponível nos depósitos?; d) Quais municípios devem ter sua demanda atendida partir de quais depósitos?; e) Quais depósitos devem ser abastecidos a partir de quais fábricas? As respostas para as questões acima afetam diretamente os custos de transporte, estoque e processamento de pedidos. Deve se ter em mente que raramente clientes desejam comprar bens ou serviços nos locais onde é mais econômico produzi-lo portanto a empresa deve estar devidamente preparada e estruturada para atendê-lo. Algumas questões a serem tratadas na etapa de planejamento, segundo Baloou (2010), são: a) Quais produtos devem ser entregues a quais clientes diretamente a partir de determinado ponto de suprimento, e quais devem ser entregues através do sistema de depósitos?; b) Quando e em quais quantidades devem ser repostos os estoques no armazéns?; c) Que tipo de tranporte deve ser empregado? Deve-se usar serviço de terceiros ou frota própria?; d) Quais meios de transmissão e processamento de pedidos devem ser utilizados? Ainda segundo Baloou (2010), a redução do número de armazéns e sua colocação em posições geograficamente estratégicas altera as reações entre os custos de transporte e de manutenção de estoques, conforme Figura 2. Fonte: Baloou (2010, p. 24) Figura 2 - Reação entre custo de transportes e manutenção de estoques Desta forma, todas estas considerações devem estar inclusas no planejamento logístico. Em poucas palavras, planejar é a função administrativa que dá base para a organização, direção e controle determinando de antemão o que se deve fazer e quais os obejtivos a serem atingidos. Seu intuito é dar condições para o alncance dos objetivos através de estratégias bem definidas (RIBEIRO, 2008). Os princípios para um bom planejamento são: diferenciação da distribuição, criação de estratégias compostas, compensação dos custos envolvidos, consolidação e padronização (BALOOU, 2010). Ter uma distribuição diferenciada, segundo Dornier (2000) é uma vantagem 4 competitiva principalmente na atualidade onde os produtos se equiparam cada vez mais em termos de qualidade. Desta forma, ser logisticamente diferente é um passo a mais na conquista de um cliente. Para que tenha efeito, a distribuição diferenciada deve ser organizada na seguinte forma: a) Identificação dos produtos que devem ser entregues diretamente da fábrica, sem a necessidade de armazenagem em depósitos e identificação de clientes com grandes volumes para que se consiga um aproveitamento total de frete; b) Identificação de produtos com maior rotatividade, e alocação em depósitos regionais. Os produtos com menor rotatividade devem ser mantidos somente no depósito principal; c) Separação e atendimento de pedidos por prioridade. A estratégia composta é similar à idéia de distribuição diferenciada. É a maneira de fazer uma distribuição categorizando cada grupo de produtos. Produtos mais frágeis tem tratamento diferente de produtos mais pesados, por exemplo. Aliar o uso de depósitos alugados e tipos de transportes diferenciados para determinados tipos de produtos, garantem uma logística de material mais específica e portanto mais eficiente (DORNIER, 2000). A compensação dos custos envolvidos é a análise do quanto se gasta para a manutenção dos estoques com o cruzamento das vantagens que este estoque traz para a empresa. Esse aspecto é fundamental pois caso os custos ultrapassem os ganhos, este é o momento da empresa reavaliar seu planejamento (FARIA; COSTA, 2005). Por fim, a consolidação e a padronização pós planejamento devem ocorrer caso o desenvolvimento tenha sido positivo em termos financeiros e de retenção de clientes. 2.2 O gerenciamento da cadeia de suprimentos - Supply chain management (SCM) Inicialmente, a logística foi aplicada parcialmente nas empresas enfatizando determinadas funções das quais se buscou melhorar o desempenho individual. O avanço da tecnologia da informação e a adoção de um gerenciamento orientado para processos facilitou esta mudança ampliando a atuação e a importancia dada à logística nas empresas (FERRAZ NETO, KUEHNE JUNIOR, 2009). A cadeia de suprimentos (ou cadeia de fornecimento) é composta por um grupo de fornecedores que atende as necessidades de uma empresa na criação e no desenvolvimento dos seus produtos. Ela é comumente vista como como uma forma de colaboração entre fornecedores, varejistas e consumidores para a criação de valor e ainda pode ser definida como o ciclo da vida dos processos que compreendem os fluxos físicos, informativos, financeiros e de conhecimento, cujo objctivo é satisfazer os requisitos do consumidor final com produtos e serviços de vários fornecedores ligados (MEDEIROS, 2008). A cadeia de fornecimento, no entanto, não está limitada ao fluxo de produtos ou informações no sentido fornecedor e cliente. Existe também um fluxo de informação, de reclamações e de produtos, entre outros, no sentido cliente e fornecedor (AYERS, 2001). Dentro do planejemento logístico é possível citar o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Também disseminado na literatura através da expressão inglesa Supply Chain Management (SCM), seu objetivo é definir um sistema pelo qual organizações e empresas entregam seus produtos e serviços aos seus consumidores, em uma rede de interligada além de lidar com problemas de planejamento e execução que envolvem a gestão de um cadeia de suprimento (DIAS, 2008). Nas fases anteriores ao gerenciamento da cadeia de suprimentos o mais comum em qualquer empresa era a 5 importância dada à garantia da qualidade do produto e dos serviços relacionados a entrega e atendimento pós-venda. (MEDEIROS, 2008) O gerenciamento da cadeia de suprimento constitui um desafio pelo qual as empresas se interessam há muitos anos. No final do século XX muitas empresas passaram por dificuldades no ambiente dos negócios o que culminou na extinção de diversas organizações. As fusões e as atualizações no modo de administrar alteraram diversos tipos de mercados e o aumento da concorrência global mudou completamente as atitudes das organizações. (MEDEIROS, 2008) Estas pressões combinadas criaram um novo conceito para as organizações: a necessidade de serem ágeis. As empresas ágeis e conectadas com esta nova realidade já identificaram que a concorrência e a competitividade vêm crescendo e é preciso ter um diferencial para atender as exigências do mercado, atrair e principalmente manter novos clientes. As fases das atividades de suprimentos, segundo Chopra; Meindl (2003), são: a) Determinação das necessidades Fase da classificação das necessidades e como as mesmas são geradas; b) Identificação para obtenção de suprimentos - Onde comprar? De quem comprar? Qual o melhor preço? Qual a melhor localização e qualidade?; c) Armazenagem de suprimentos Onde estocar? Como estocar? Qual o estoque de segurança? Quanto tempo? Qual o custo de mantê-lo?; d) Distribuição de suprimentos Qual a melhor forma de transportar até o local da solicitação? Qual o melhor modal? Onde alocar até a utilização? Qual a quantidade a ser entregue em cada setor? O grande objetivo do gerenciamento da cadeia de suprimentos é a redução de estoques, mas sempre tendo como garantia a certeza de que não faltará nenhum produto quando este for solicitado. Sem dúvida, o desenvolvimento de técnicas e ferramentas para melhorar a gestão da cadeia de suprimento contribuem para uma melhor estratégia e prática. A aplicação dessas ferramentas leva a alternativas que permitem que a empresa tome decisões com bases mais fundamentadas. O gerenciamento da cadeia de suprimentos, de acordo com Chopra; Meindl (2003), engloba: a) Planejamento de demanda previsão do quanto será necessário baseado em dados, pesquisas ou históricos; b) Colaboração de demanda resolução colaborativa para determinar consensos de previsão, ou seja, indústria e comercial por exemplo, devem estar em sintonia para que o planejamento seja coerente; c) Promessa de pedidos - quando se compromete com a entrega de um produto para um cliente, levando em conta tempo de produção e restrições; d) Otimização de rede estratégica quais produtos as plantas e centros de distribuição devem disponibilizar no mercado e se o fluxo deve ser reavaliado mensal ou anualmente; e) Produção e planejamento de distribuição - coordenar os planos reais de produção e distribuição para todo o empreendimento. Este controle deve ser feito diariamente; f) Calendário de produção - para uma locação única, criar um calendário de produção viável; g) Planejamento de redução de custos e gerência de desempenho - Diagnóstico do potencial e de indicadores, estratégia e planificação da organização, resolução de problemas em real time, avaliação e relatórios 6 contábeis, avalição e relatórios de qualidade. Em suma, é possível afirmar que o gerenciamento da cadeia de suprimentos firma relacionamentos de longo prazo entre os elementos de uma cadeia produtiva que passarão a planejar de forma estratégica suas tarefas para executar as atividades logísticas de forma coesa entre suas organizações, melhorando desta forma o desempenho conjunto (ZAGO, et al., 2008). Segundo Chopra; Meindl (2003) uma típica cadeia de suprimentos pode envolver vários estágios conforme observados na Figura 3. Fonte: Chopra; Meindl (2003, p. 76) Figura 3- Estágios da cadeia de suprimentos No entanto, os fatores chave para uma cadeia de suprimentos são: estoque, transporte, instalações e informação. Sendo que o objetivo principal no gerenciamento de uma cadeia de suprimentos é conseguir estabelecer um fluxo organizado de produtos, da extração de matérias-primas até a chegada do produto ao cliente pode-se dizer então que os termos Logística e Cadeia de Suprimentos tem o mesmo significado, já que ambos têm a finalidade de satisfazer o cliente com o menor custo possível (ZAGO, et al., 2008). O gerenciamento da cadeia de suprimentos também se preocupa com outros dois fluxos: o fluxo de demanda e o fluxo de caixa da cadeia conforme apresentado na Figura 4. Sem esses outros dois fluxos, os produtos permaneceriam inertes pois é a demanda que impulsiona a movimentação. A grande descoberta do gerenciamento da cadeia de suprimentos é que a chave para gerenciar o fluxo de podutos está justamente na sincronização destes três fluxos (CHOPRA; MEINDL, 2003). Fonte: Chopra; Meindl (2003, p.104) Figura 4 - Os três fluxos básicos 2.3 O estoque e sua gestão O estoque é uma área de suma importância dentro de uma empresa. Ele é constituído pelos itens destinados a venda, necessários ao processamento interno e consumo para a realização das atividades da organização. O estoque mantém todos os produtos e suprimentos necessários para o bom funcionamento da empresa o que exige portanto que sua gestão tenha de ser extremamente eficiente. Seu controle é parte vital do composto logístico. Sem o devido acompanhamento, o estoque pode vir a representar uma porção substancial do capital da empresa (SILVA; GOMES, 2009). Alguns críticos consideram os estoques como desperdício argumentando que estes absorvem capital que poderia ser destinado a outros usos, como por exemplo, a melhoria da produtividade e a competitividade. Todavia, o estoque pode justamente se tornar o meio pelo qual se consegue esta impulsão na competitividade da empresa (CHOPRA; MEINDL, 2003). Segundo Balou (1993. p. 204) o estoque possui diversas finalidades. Se bem controlado a ele é possível atribuir: a) Melhoria de nível de de serviço; b) Incentivo de economias na produção; c) Viabilidade de economias de escala nas compras e no transporte; d) Proteção contra aumentos de preço; e) Resguardo à empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; f) Segurança contra contingências (BALOU, 1993. p. 204). Para Dias (2010, p. 4), 7 O estoque é necessário para que o processo de produção versus vendas seja executado com um número mínimo de preocupações e desníveis. A função da administração de estoques é maximizar o feedback de vendas e o ajuste do planejamento da produção. Sem estoque o trabalho e o bom atendimento da empresa tornam-se praticamente impossíveis, pois ele funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda final do produto (DIAS, 2010, p. 4). Além disso, um papel fundamental desempenhado pelo estoque na cadeia de suprimentos é o de acrescer a quantia de demanda que pode ser atendida, pois ele viabiliza que o produto esteja pronto e disponível para o momento em que o cliente necessitar. Ainda através do estoque, é possível conseguir a redução custos ao empreender economias de escala que possam ocorrer durante a produção e a distribuição do produto final (CHOPRA; MEINDL, 2003). A principal função do estoque é dispor de um produto ou serviço para o cliente com o custo de fornecimento mais acessível possível. Todas as informações e detalhes concernentes ao estoque devem de ser de conhecimento de todos, principalmente da equipe de vendas. A empresa, tendo o conhecimento de seus estoques com precisão, não deixará faltar o produto e poderá avaliar a necessidade de investimento ou não para que se possa alcançar seus objetivos (SILVA; GOMES, 2009). No geral as quatro principais funções desempenhadas pelos estoques são: especialização geográfica, os estoques intermediários, o equilíbrio entre suprimento e demanda e o gerenciamento de incerteza e instabilidades (SILVA; GOMES, 2009). Ao que tange a especialização geográfica a empresa pode contar com determinados fornecedores localizados nas suas proximidades ou que possuam estoque com uma gama de diversos produtos relacionados ao seu negócio, podendo desta forma adquirir vários tipos de produtos de um mesmo fornecedor e assim poder fabricar de modo mais econômico, diminuindo custos e aproveitando o transporte. Os produtos manufaturados e distribuídos em grandes lotes, muitas vezes superiores a atual demanda, fazem parte do chamado estoque intermediário, cujo objetivo é reduzir as despesas com transporte. Além disso, no estoque intermediário a fabricação é feita por etapas para que os itens possam ser vendidos posteriormente conforme a demanda do mercado (SILVA; GOMES, 2009). O balanço entre suprimento e demanda nada mais é do que se ter o planejamento para determinado item para que este seja vendido em maior quantidade em certa época do ano para que não haja escassez ou produção demasiada para o período seguinte. Por sua vez, o gerenciamento de incertezas visa ponderar as prospecções das vendas futuras. O estoque de segurança é um exemplo de auxílio nessa função (SILVA; GOMES, 2009). Utilizando estas funções como parâmetro, as empresas podem produzir de acordo e vender com maior tranqüilidade, pois poderão contar com os materiais necessários na hora em que for preciso. O crucial é ter um bom gerenciamento para estimar a demanda de certo produto em um determinado período evitando estoques desnecessários (NOVAES, 2004). O estoque acima do necessário esconde erros que muitas vezes acabam sendo descobertos apenas na hora da venda devido justamente a perda de acompanhamento. Como apoio, as empresas podem contar com diversos programas que auxiliam a controlar o fluxo dos estoques o que minimiza a ocorrência de erros. Para se ter um controle de estoques adequado, segundo Novaes (2004), é necessário: a) Determinar “o que” deve permanecer em estoque: número de itens; b) Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques: periodicidade; 8 c) Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período predeterminado: quantidade de compra; d) Acionar o departamento de compra para executar a aquisição de estoque: solicitação de compra; e) Receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as necessidades; f) Controlar os estoques em termos de quantidade e valor; fornecer informações sobre a posição do estoque; g) Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; h) Identificar e retirar do estoque os item obsoletos e danificados. Se a gestão adotada pela empresa for baseada em tais passos, ela terá um sistema logístico preciso e com informações corretas a respeito dos estoques, mantendo somente quantidades de materiais necessários, atendendo a demanda da empresa, mantendo a rotatividade dos materiais e aumentando o lucro o que nos leva ao objetivo da gestão de estoques que é otimizar o capital investido, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros disponíveis, minimizando as necessidades de investimento (FÉO; FÉO, 2010). A gestão de estoques agrupa diversas atividades. Dentre estas atividades é possível citar a programação, o planejamento das necessidades e o controle do que se adquire em que quantidade se deve comprar, sempre com a intenção de manter uma consistência ao que diz respeito a utilização e armazenagem para que seja possível responder com regularidade adequada aos clientes em relação a preços, quantidades e prazos (VALENTE; BERNDT; GUZI, 2008). A programação e o planejamento estão diretamente ligados à definição dos padrões necessários ao uso de técnicas estatísticas, relacionadas às previsões de necessidades e à gestão de estoques de qualquer organização. O controle é a fase de execução de atividades responsável pela uniformização e coleta dos dados de movimentação que alimentam o processo de gestão de estoques, e que faz com que algumas decisões sejam tomadas em função de parâmetros estabelecidos anteriormente no planejamento (FÉO; FÉO, 2010). Apesar de haver o conhecimento da importância e complexidade por parte das empresas com relação a gestão de estoques, é possível notar que para alguns o fator estoque não é considerado uma questão não estratégica e sim operacional sendo limitada à tomada de decisões em níveis organizacionais mais baixos (DIAS, 2008). Por outro lado, as empresas que já perceberam que a gestão de estoques pode ser utilizada ao longo de toda a cadeia de suprimentos da qual fazem parte e que estão cientes de todas as vantagens competitivas, já podem considerar-se à frente no quesito sobrevivência no mercado (DIAS, 2008). A estocagem de materiais por sua vez, apresenta custos variáveis e custos fixos. Os custos variáveis decorrentes dos estoques são basicamente os custos com utilização e manutenção de equipamentos, controle e manteneção do estoque, materiais operacionais e instalações, obsolescência, depreciação e custos com demais eventuais perdas. Caracterizam-se como custos fixos os equipamentos utilizados para armazenagem e manutenção, seguros, benefícios folha de pagamentos dos colaboradores além utilização do imóvel e espaço físico (VALENTE; BERNDT; GUZI, 2008). Quando a empresa mantém estoques que não são necessários, ocorre um desvio de controle, pois certamente se perde em espaço físico útil e também em investimento. Quando existe a consciência que os estoques geram desperdício e quando se identificam as razões que indicam a necessidade de estoques, o propósito é usálas de uma forma eficiente (FÉO; FÉO, 2010). Ao que diz respeito aos custos associados à gestão de estoques, estes podem ser separados em três áreas: Custos de manutenção de estoques, custos de 9 pedido e custos de escassez (FÉO; FÉO, 2010). Os custos de manutenção de estoques são equivalentes à quantidade armazenada e ao tempo em que esta fica em estoque. O custo de oportunidade do capital é de extrema importância. Ele se caracteriza pela perda de receitas justamente por ter o capital investido em estoques ao invés de ter investimento em qualquer outra atividade econômica (DIAS, 2008). Já o custo de pedido são custos referentes a uma nova encomenda, podendo esses custos ser tanto variáveis como fixos. Os custos fixos associados a um pedido englobam o envio da encomenda, o recebimento desta mesma encomenda e a inspeção no ato do recebimento (DIAS, 2008). Por fim, os custos de falta são aqueles decorrentes da inexistência de estoque para atender a demanda dos clientes em determinado período. Como exemplo deste tipo de custo é possível citar o pagamento de eventuais multas contratuais, perda considerável de vendas, negatividade do mercado com relação à imagem da empresa com conseqüente perda de market share e utilização de planos de contingência (DIAS, 2008). 2.4 Avaliação de estoque Além de avaliar o tipo e o papel do estoque na empresa, é necessário também analisar os diferentes métodos de avaliação de estoque para se ter uma idéia da quantidade de material necessária e o montante de capital a ser investido (SILVA; GOMES, 2009). O método de avaliação escolhido afetará o resultado financeiro ao final de cada mês. Considerando que vários fatores podem conduzir a variação do preço de compra de materiais entre duas ou mais compras faz-se necessário a seleção de um método para a avaliação dos estoques. Dentre os métodos de avaliação é possível citar: a avaliação feita através do custo médio; primeiro a entrar, primeiro a sair; último a entrar primeiro a sair e avaliação pelo custo de reposição (SILVA; GOMES, 2009). A avaliação feita através do custo médio é utilizada com maior freqüência e baseia-se no preço de todas as retiradas, contrapondo ao preço médio da compra do item em estoque. Este método age de forma a pois equilibrar as alterações de preços e, a longo prazo, indica os custos reais das compras de material (SILVA; GOMES, 2009). O primeiro a entrar, primeiro a sair (First in, First ou PEPS) é a avaliação feita através da ordem cronológica das entradas. O material que primeiro entrou no estoque é removido, sendo substituído pela mesma ordem cronológica da qual foi dada entrada, devendo ter seu custo real aplicado. O método PEPS é muito utilizado pelas empresas que trabalham com produtos que tenham validade. Seu intuito é reduzir as perdas justamente pelos produtos possuírem uma validade próxima. Neste caso o valor de cada um dos produtos será mantido conforme o valor adquirido (DIAS, 2008). O último a entrar primeiro a sair (last in, first out ou UEPS) é o método de avaliação que considera que em primeiro lugar devem sair os materiais que deram entrada no estoque por último, o que faz com que o saldo seja avaliado aos últimos preços praticados. Este método é tido como adequado em períodos inflacionários, pois equaliza o preço dos produtos em estoque para venda ao mercado consumidor. Por considerar que o último produto a entrar em estoque deve ser o primeiro a ser vendido, mantém-se o valor do último produto adquirido (SILVA; GOMES, 2009). A avaliação pelo custo de reposição considera a elevação dos custos em curto prazo com relação à inflação. Se os produtos não forem adquiridos em um determinado período, é possível que haja aumento no custo, ou seja, não se está isento custo maior. Caso mercado sofra alta ou baixa o mesmo também acompanha esta inflação (SILVA; GOMES, 2009). De forma geral todos os métodos possuem suas vantagens. Cabe à empresa 10 escolher qual método se aplica melhor ao seu perfil e critério de trabalho resultando assim em maior lucratividade e menores perdas (DIAS, 2008). 3 Estudo de caso: importância da logística em uma editora de livros didáticos Comprometida com uma educação acadêmica e humana, fundada em 2003 por professores de ensino médio e cursinhos prévestibulares conscientes de seu papel na área educacional a empresa objeto de estudo de caso inicia sua história com a publicação de livros modulares para o ensino médio composta por 94 livros. Aprimorando sua gama de materiais e após notar um espaço no mercado para um tipo de produto até então mantido nas mãos de poucos editores, em 2005 a empresa lança o seu primeiro sistema de ensino. A expansão continuou e em 2007 a empresa passou a publicar para os demais segmentos do ensino básico (maternal, educação infantil e ensino fundamental). Atualmente a Editora objeto de estudo deste artigo conta com mais de 300 títulos voltados exclusivamente para a educação. Este material didático é comercializado tanto para rede particular e quanto para a rede pública através da venda direta para prefeituras e escolas e também através da participação em licitações. No caso de um editora voltada para material didático especificamente sistema de ensino, é de extrema importância que haja um planejamento adequado para que não falte livros ou ainda que não se imprima exemplares muito além do necessário. Atualmente, a equipe de vendas faz uma previsão e a transmite para a produção que por sua vez produz um determinado estoque mínimo. Este cálculo tem sido feito baseado principalmente no feeling dos vendedores, o que pode ser um problema caso o negócio não seja fechado como esperado. Daí gerase o estoque indesejável e para tanto o controle e a veracidade das informações da equipe de vendas se tornam imprescíndiveis. Durante a elaboração do estudo de caso também foi possível notar que para o comprador além da qualidade do material oferecido outro fator muito levado em consideração é o timing de entrega além do custo do frete do produto final. É muito comum que as compras se canalizem próximas ao início dos anos letivos portanto a empresa deve ter um bom planejamento para estar preparada para acolher esta demanda. O departamento de logística precisa estar sempre atento com os pré-pedidos e pedidos realizados, controlando assim a necessidade ou não de se produzir ou imprimir mais livros para suprir o estoque. A produção por sua vez deve cumprir aos prazos de entrega estabelecidos de antemão com base no planejamento. Outro fator preponderante para uma assistência de qualidade é a forma de entrega do material. Sendo este comercializado em todo território nacional, deve haver uma programação e uma seleção de formas de entrega de produtos mapeada junto aos transportadores. A forma de envio deve ser adequada em todos os sentidos: custo justo aliado a eficiência e cumprimento dos prazos negociados. Atualmente, a editora divide a entrega dos livros didáticos e sistemas completos de ensino de acordo com as redes em que atua: privada ou pública. No caso da rede privada de ensino, a entrega do material é comumente feita de forma completa, ou seja, todos os livros a serem utilizados durante o ano letivo por determinado grupo de alunos (seja ele grande ou pequeno) são todos entregues à instituição de ensino antes do início do ano letivo. Com o planejamento de produção em dia, logisticamente este tipo de entrega é mais vantajoso no aspecto frete e manuseio pois a separação do material é feita de uma só vez e o frete conjunto acaba saindo mais barato. Contudo, o fato de ter de entregar o material por completo sem ter esta entrega prevista com atecendecia, ou seja, sem planejamento prévio, pode resultar em atrasos e consequentemente gerar descontentamento por parte do cliente. 11 Para entregas de materiais com destino a rede pública de ensino, trabalha-se com a divisão bimestral. A importância do departamento logístico em ter um controle minucioso dos materiais a serem enviados torna-se ainda maior pois na maioria das vezes os pedidos fechados pelo departamento comercial envolvem vários níveis de ensino, diferentes datas de entrega e quantidades bem distintas como por exemplo: Cliente A. Pedido 10 livros ano/aluno para Berçário (crianças de 4 meses a 3 anos de idade). Cliente B. Pedido 15 livros ano/aluno para Berçário e Maternal (crianças de 4 anos a 5 anos de idade). Quanto mais houver segregação e detalhes, mais se deve redobrar a atenção para que se entregue acima de tudo qualidade ao cliente final. Não somente a qualidade dos serviços e materiais oferecidos, mas também o adequado fornecimento de informações ao cliente, aumentam a credibilidade do material. A logística também auxilia na fidelização de clientes que procuram essa instituição, pois saberão que o produto solicitado estará à disposição na quantidade e no momento em que desejarem. De acordo com Novaes: A relação de confiança e parceria entre o consumidor e o varejista, embora se apoiando na atenção pessoal, no profissionalismo e na honestidade do comerciante, vai depender em muito do desempenho logístico da cadeia de suprimento no seu todo. Qualquer deslize nas operações seja um desentendimento entre dois elementos da cadeia, um atraso não justificável, uma falta de cortesia por parte do motorista que faz a entrega, ou por parte do instalador, tudo isso vai se somando negativamente, e depondo contra os esforços de venda e de marketing das empresas participantes (NOVAES, 2004, p. 14). Contudo, é necessário ainda mais atenção por parte das empresas ao que tange um bom planejamento. Através da busca do aperfeiçoamento contínuo dos processos e diante de tantas variações de mercado, faz- se necessário envolver todos os colaboradores e avaliar as necessidades que cada componente do processo necessita. Considerando o grande número de pessoas envolvidas no desempenho logístico, através de uma padronização dos processos um considerável número de falhas pode deixar de ser cometido no dia-a-dia e ainda reduzir os custos dos processos que teriam que ser refeitos pelo mau desempenho. Desta forma, evita-se o retrabalho e conseguinte mente a perda de tempo e dinheiro. Por fim, a logística está sendo aprimorada a cada dia nesta empresa, à medida que as vendas crescem e o território de atuação se amplia a gestão logística tem feito a diferença, ainda que usada timidamente. É importante destacar que no caso da editora do estudo de caso, a gestão tem trazido resultados positivos, mas ainda se faz necessário planejar e utilizar os recursos da melhor forma para que se alcance o sucesso. 5 Conclusão A logística é um tema utilizado amplamente há muito tempo, porém somente recentemente seu estudo vem sendo aperfeiçoado. Com o passar dos anos percebeu-se que a logística, se eficiente, pode se tornar uma importante estratégia competitiva. Seu intuito é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível de serviço oferecido. O maior desafio encontrado é que cada vez mais os clientes optam por melhores níveis de serviço, e ao mesmo tempo, não estão dispostos a pagar excessivamente por isso. Nos últimos anos, o preço passou a ser um qualificador, e o nível de serviço um diferenciador perante o mercado. Desta forma, a logística ganha a passa ser responsável por agregar valor ao produto através do serviço por ela prestado. No trabalho de revisão bibliográfica aqui apresentado, a logística é vista como ferramenta de destaque no acirrado mercado atual. Ela não apenas representa um 12 diferencial estratégico, mas também uma forma de gestão eficiente que permite que as empresas possam diminuir seus custos, eliminar processos que não agreguem valor ao mesmo tempo em que encanta e retém seus clientes pelo atendimento prestado dentro do prazo aguardado. Dentro da logística, optou-se por enfatizar a importância do estoque. A principal condição à garantia de manutenção da sobrevivência de uma empresa reside na necessidade de comprar cada vez melhor e na ação de estocar em níveis adequados. Em empresas que mantém um grande número de variedade de materiais em seus estoques, por exemplo, é possível verificar a importância da adoção de um sistema logístico sincronizado desde o momento da compra até sua movimentação e venda. Conforme observado durante o desenvolvimento deste artigo, controlar o estoque não é uma tarefa fácil. O planejamento e o controle são essenciais mas além disso, é preciso muita disciplina para que não ocorram perdas de vendas por falta de materiais. O cliente não atendido em tempo fica insatisfeito e busca por outras fontes para suprir suas necessidades. Este fato pode significar a perda de um cliente para sempre e a longo termo, ocorrendo o mesmo com outros potenciais consumidores, a empresa perde espaço no mercado e em casos mais extremos deixa até de existir. Isso mostra que a gestão de estoques é fundamental para toda e qualquer organização que produza itens ou serviços. Sendo o lucro o principal objetivo das organizações, obviamente a empresa deve ter a preocupação de manter uma carteira de clientes ativa. Os esforços de vendas e marketing podem vir abaixo em segundo caso o controle logístico seja inexistente ou ineficiente diante de dificuldades encontradas. Mesmo que a primeira vista a gestão da cadeia de suprimentos com ênfase no controle de estoques pareça a garantia de sobrevivência da organização no mercado, nem todas as empresas conseguem alcançar os resultados esperados. É preciso haver muita dedicação além do comprometimento para o dimensionamento adequado dos seus estoques além de tranqüilidade para aguardar os resultados. Para que o serviço logístico seja eficiente as empresas e mais especificamente neste caso a editora de livros didáticos devem buscar proporcionar treinamentos para seus colaboradores, com o intuito de prepará-los e focá-los no alcance de objetivos. O atual consumidor não perde tempo com a empresa passiva que não busca melhorias. Ele corre para o mercado na primeira oportunidade e abre espaço para o concorrente. Se um produto solicitado chegar com atrasos e/ou com defeito a imagem da empresa estará manchada para este cliente e, diante desta situação, ele poderá não indicar a empresa para outros possíveis compradores. O que torna a logística contemporânea tão interessante é o desafio que a mesma propõe em tornar os resultados combinados da integração interna e externa em das competências centrais da empresa. 6 Referências AYERS, J. B. - Introduction to the supply chain- Introdução a cadeia de suprimento. Boca Raton, FL: St. Lucie Press, 2001 BALOOU, R. H. Logística empresarial. Tradução de Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 2010. CARVALHO, J. M. C. Logística. 3. ed. Lisboa: Silabo, 2002. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos Tradução de Claudia Freire. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 13 DORNIER, P. P. et al.. Logística e Operações Globais. 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