Workshop Plantas Medicinais e Práticas Fitoterapêuticas nos Trópicos Os Portugueses no Mundo e as Andanças dos Açafrões IICT, Ana Pintão 2008 “...Mas fico em casa e ponho sumo de açafrão e sândalo no braço. Depois, ponho o pó de açafrão e sândalo no braço... Em dez dias o meu braço está bom. Tudo curado...” Comer, orar, amar Elizabeh Gilbert, 2008 ? ? ? e u Q ? o ã r f aça “Açafrão” N.º 1: Curcuma longa L. Na Índia, Moçambique e África Oriental Para muitos Portugueses “O Açafrão” é o Açafrão-da-Índia ou Curcuma Confere o amarelo vivo e o sabor picante aos apreciados pratos de caril. “Açafrão”n.º1: Curcuma longa L. É nativo da Índia e Ásia Meridional Foi trazido da Índia para o resto do mundo através dos percursos dos mercadores árabes ou das caravelas quinhentistas dos Portugueses É actualmente cultivado principalmente na Índia e na China O Açafrão-da-Índia Cap XXXIX “Nasce no Malabar, em Calecute...também se dá aqui em Goa mas em pequena quantidade...Avicena parece fazer menção dele..” Vulgarmente utilizam-se desta raiz para tingir e adubar os alimentos, tanto aqui como entre os Árabes e Persas, pelo motivo de ser comprado mais barato que o nosso açafrão, que também se dá na terra deles; também se aplica em medicina, principalmente em medicamentos de olhos e para a sarna... Versão Portuguesa de Carlos Clúsio dos Colóquios dos Simples de Garcia de Orta (1567) Médico do Vice-rei da Índia • Curcuma longa L. (sin. C. domestica) • Família: Zingiberaceae. • Partes utilizadas: Rizomas • radix curcuma – raíz tuberculosa (longa ou rotonda), aromática, cerosa e amarelada por fora e alararanjada por dentro • Port: Açafrão-da-Índia, Açafrão da terra, Açafroa, Gengibre amarelo, Curcuma, Turmérico • Engl.: Common Turmeric, Turmeric, Curcuma, French saffron, Indian saffron, Long Turmeric, Yellow ginger. • Fran.: Curcuma, Safran des Indes. • 5 variedades comerciais de Curcuma: China, Bengala, Madras, Malabar ou Bombaim A palavra Curcuma é derivada de «kurkum», designação Persa para Açafrão. Usos Culinários: • Em termos gastronómicos a Curcuma é, entre nós, frequentemente confundida com o Açafrão por ter igualmente a propriedade de corar de amarelo. • No entanto o açafrão dá origem a uma coloração mais alaranjada e um aroma mais intenso, pelo que para certos pratos não é considerado um substituto aceitável. • É um dos principais componentes do Caril que se popularizou em todo oocidente nos últimos 30 anos. Chama-se em geral pó de caril a uma mistura de: cominhos, sementes de coentros, de mostarda e de funcho, feno-grego, cravinho, alho, curcuma, louro, canela e malaguetas. As raízes do Açafrão das Índias são colhidas aos 10 meses, lavadas e colocadas em ebulição em água. São depois secas, lentamente ao sol, e moídas até se obter um pó fino. Composição Óleo essencial (3 a 5%), de cor laranja, rico em sesquiterpenos. A Curcumina (3-4%) é um composto polifenólico responsável pela cor amarela característica dos rizomas da C. longa. Possui ainda outros Curcuminóides, as Curcuminas II e III. A estrutura química da curcumina foi estabelecida em 1910. Forma soluções amarelas com fluorescência verde no UV. Fitoterapia e medicina tradicional O seu valor medicinal não é tão conhecido no Ocidente como na Ásia. Planta Eupéptico, estimulante de secreções digestivas e carminativo Nas perturbações hepatobiliares Planta Fluidificante do sangue. Anticoagulante. Distúrbios circulatórios Redução dos níveis de colesterol Na prevenção de lipidemias, ateroesclerose e tromboembolias Planta Anti-inflamatório, artrites, asma e alergias Pomadas Infecções e eczemas externamente. Icterícia. Psoríase. Micoses Curcumina Considerada responsável pela baixa incidência de Alzheimer na Índia como componente principal do Caril utilizado na alimentação Indiana 12 Ensaios clínicos fase I e II (EUA, Japão, Israel) 11 Estudos Etnobotânicos 77 Estudos de actividade em animais 19 Ensaios clínicos de eficácia em humanos 10 Estudos de segurança sobre toxicidade e efeitos adversos 1400 Artigos sobre a Curcumina PubMed - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ Farmacologia e Actividade Medicinal Curcuma Curcuma Curcumina Curcumina Curcumina Curcumina Acção antidispéptica, colerética, espasmolítica e hepatoprotectora Curcumina Actividade hipolipidémica Diminui o colesterol e permite a sua mobilizacão para o fígado, aumentando assim a sua excreção biliar Propriedades antiagregante plaquetária Extractos curcuma Prevenção da ateroesclerose em coelhos Actividade Antioxidante sobre certos ácidos gordos poliinsaturados Raíz Curcumina (mais activa) Anti-diabético Reduz o açúcar no sangue de ratos albinos diabéticos Actividade antimutagénica inibindo as mutações induzidas por UV Curcumina Actividade anti-inflamatória Modelos de inflamação aguda, subaguda e crónica em animais Curcumina Actividade antiviral HIV Curcumina Actividade anti- parasitária Protozoário Leishmania amazonensis. Actividade imunomoduladora Aumenta a resposta dos linfócitos e a actividade fagocítica dos macrófagos em ratos Actividade antibiótica Farmacologia e Actividade Anticancerígena A pesquisa intensiva de quem tem sido alvo nos últimos 50 anos indica que a curcumina pode ser um agente importante quer na prevenção como no tratamento do cancro. Curcumina Antiproliferativa, antitumoral e anticancerígena In vitro, modelos animais e ensaios clínicos Aggarwal, B.B. et al. (2003) Cancro, cólon, pulmão, próstata Aggarwal, B.B. (2008) Curcumina Indução da apoptose de células cancerígenas e como quimioprotector na inibição da formação de metastases Carcinoma da mama Bachmeier,B.E. et al. (2008) Curcumina Actividade Antiproliferativa e proapoptótica Melanoma maligno Pisano,M. (2007) Curcumina Protecção contra os efeitos das nitrosaminas sobre as células hepáticas Rato Shukla, 2003 Modo de Acção da Curcumina • Supressão da iniciação tumoral e da metástase • Capacidade de suprimir a proliferação de uma variedade de células tumorais • Potente agente antioxidante • Inibidor de activação de factores de transcrição que regulam a expressão de genes relacionados com a tumorogénese • Regulação da expressão de várias moléculas associadas a cancros: • COX2, LOX, NOS, MMP-9, uPA, TNF, citoquinas, moléculas de adesão superficial e a ciclina D1 • Regulação de receptores de factores de crescimento: • EGFR e HER2 • Inibição da actividade de várias enzimas que contribuem para o desenvovimento de tumores e metastização : • Proteínas tirosina quinases e proteínas quinases serina/treonina Aggarwal, B.B. et al. Anticancer potential of curcumin: preclinical and clinical studies. Anticancer Res. 2003 JanFeb;23(1A):363-98. Toxicidade • A Curcumina apresenta baixa toxicidade. Os ensaios clínicos em humanos indicam que não existe toxicidade em doses até 10 g/dia. • Nos USA, o consumo de Curcumina é considerado seguro quando se emprega como aditivo alimentar. • Contudo, a Curcuma terá induziu alguns efeitos teratogénicos. A dose diária admissível (OMS), quando utilizada como corante, é de 0,1 mg.kg-1. • A utilização de Curcumina aumenta as contracções biliares em pacientes sãos pelo que para pessoas com doenças neste órgão a utilização de Curcumina deve ser restringida. • Foram observadas hepatotoxicidade (induzida em ratos com 0,2 a 1% de extracto etanólico de curcuma, durante 14 dias) e dermatites de contacto causadas pela curcumina. INTERACCÕES FARMACOLÓGICAS • Entre outras, a Curcumina inibe a agregação das plaquetas, pelo que a administração do composto, aumenta o risco de hemorragias em pessoas medicadas com anticoagulantes ou antiplaquetários. Utilização Medicinal da Curcumina Existe um interesse crescente na exploração comercial da Curcumina para a Indústria relacionada com a obtenção de fármacos a partir de recursos naturais: • Estável tanto no estômago como no intestino delgado. • Absorvida rapidamente pelo tracto gastrointestinal devido à sua elevada afinidade para os lípidos. • Apresenta baixa toxicidade e poucas interacções farmacológicas. • A Curcuma Ionga, a sua principal fonte de obtenção, é muito cultivada, sobretudo nos países orientais. “Açafrão”n.º2: Carthamus tinctorius L. • Em Portugal sobretudo no Alentejo e Açores “O Açafrão” é o Açafrão-Bastardo ou Açafroa - Carthamus tinctorius. • É muitas vezes vendido como Açafrão (especiaria muito mais cara) • Família :Asteraceae • Partes utilizadas: flores e óleo das sementes • Port: Açafrão-Bastardo, Açafroa, Açafrol, Falso Açafrão, Cártamo, Saflor • Ing: Safflower, Safflor, Bastard Saffron • French: Carthame, Safran bâtard A palavra Carthamus deriva do hebraico «Kartami», que significa tingir “Açafrão”nº2: Carthamus tinctorius Nativa do Irão, noroeste da Índia e África Foi trazido originalmente da Índia, provavelmente de Goa, no Séc. XVI, para o Alentejo por missionários ou descendentes dos marinheiros das Descobertas, juntamente com outras especiarias muito usadas na culinária como o cravinho Em Alter do Chão, atribui-se a sua introdução, ao Alterense Arcebispo D. Francisco Garcia Mendes, Missionário e Professor em Cochim e em Goa Cultiva-se hoje raramente no Alentejo e aparece como sub-expontâneo, mas quase em extinção, no Alentejo e Algarve. É uma cultura oleaginosa importante na Índia, Hungria, Etiópia, EUA, Canadá, e América Latina “Açafrão”nº2: Carthamus tinctorius Usos Culinários: • Para os Alentejanos (Distrito de Portalegre) “o Açafrão” utilizado para a confecção do famoso arroz amarelo é o Açafrão-Bastardo ou Açafroa, o Carthamus tinctorius. • Tradicionalmente é tostado ao lume e pulverizado. • É também usada na culinária Açoreana. O arroz: seque o açafrão em forno pouco quente (já apagado), depois pise-o, dissolva-o na água quente e passe depois por um passador. Num tacho, leve ao lume o arroz com o caldo do ensopado e a água do açafrão e deixe cozer. O borrego leva cravinho. Usos Diversos • Óleo de cártamo – Óleo alimentar de elevado valor dietético. – Suplemento alimentar. – Secante em tintas e vernizes, pintura. – Em cosmética devido a propriedades emolientes e regeneradoras do tecido cutâneo. • Bagaço – Suplemento proteico na alimentação animal. • Flores – Extraem-se dois corantes um amarelo, solúvel na água, utilizado em culinária e um vermelho, insolúvel na água, utilizado tradicionalmente em tinturaria, pintura e cosmética. – Cosmética como amaciador e cicatrizante da pele. – As flores ou o pó são muitas vezes vendidos como “açafrão”. • Sementes – Alimentação de pássaros. Composição • As sementes são ricas num óleo onde predominam os ésteres glicéridos de ácidos gordos insaturados (90%), ác. oleico (20-30%) e/ou ác. linoleico (5588%). Considerado o óleo com maior teor de gorduras poli-insaturadas e a razão PUFA/SFA mais favorável (Ekin, 2005). •As sementes são ricas em vitamina E. • Nas flores encontram-se os pigmentos amarelo, cartamidina, e vermelhoalaranjado cartamina e saponinas. •As folhas e sementes possuem uma enzima que provoca a coagulação do leite. Fitoterapia e Medicina Tradicional Óleo Hipercolesterolemias e prevenção ateroesclerose Obstipação, reumatismo e dores Purgante Antifúngico Topicamente em micoses Sementes Tumores Especialmente do fígado Flores Como emenagogo, laxante, sedativo, cicatrização feridas Medicina Chinesa Pigmentos mucilagens e flavonóides Acção cicatrizante e suavizante da pele Infusão Recomendada para pessoas de meia idade e idosos Muito popular no Japão, Coreia e recentemente no Ocidente Farmacologia e Aplicações Medicinais Óleo de cártamo, rico em ácido linoleico conjugado (CLA) Reduzir a gordura corporal e aumentar a tonicidade muscular In vivo Pigmentos Antifúngicas Antivirais Anti-inflamatórias In vitro Ekin, 2005 Saponinas Anti-inflamatórias In vitro Yadava& Chakravarti,, 2008 Pigmentos Reduzir a doença coronária 220 mg/ml inibe totalmente a agregação plaquetária e previne a trombose Coelhos Ratos Zhengliang et al. 1984, 1987 Cartamidina Diminuir o colesterol Guimiao, 1985 In vitro Pigmentos Ekin, 2005 Estimular o sistema imunitário Extractos cártamo Carthamus tinctorius geneticamente modificado Vários estudos Combater a esterilidade masculina e feminina Produção de insulina humana em larga escala Ratos Ensaios campo Índia Dajue & Mundel Nykiforuk C.L. et al. , 2006 “Açafrão”n.º3: Crocus sativus L. • Para a Indústria e fitoterapia dos países ocidentais “O Açafrão” é o Crocus sativus L. (Iridaceae). • Flor lilás, cujos estigmas e parte dos estiletes, muito finos e de cor vermelha, dão a especiaria mais cara do mundo, de perfume e sabor intensos. • É cultivado, desde tempos remotos, e utilizada como remédio e pigmento. Especiaria • São vendidos os pistilos desidratados de Crocus sativus ou o seu pó. • A colheita assim como a separação dos estigmas da flor são inteiramente feitas à mão, pelo que pelo que o açafrão verdadeiro é uma planta muito cara e seus preços comparados aos do ouro. • 100 mil estigmas - 1 kg de açafrão – 11.000 US$ - 1 kg ouro Pigmento • O pigmento é muito valorizado em culinária e na indústria alimentar e atinge preços elevados no mercado, mas o seu rendimento é muito baixo. • Possui um aroma intenso e agradável, com sabor levemente amargo. • Ao ser imerso em água quente obtém-se uma solução de cor amarelada. • Existem referências ao açafrão desde 2300 A. C. • Os Assírios utilizavam-no com fins medicinais. • Foi a especiaria mais valorizada pelos Gregos, Egípcios e Romanos devido ao seu aroma, cor e propriedades afrodisíacas. • Hipócrates e Dióscorides utilizavam o Crocus sativus como planta terapêutica. • São variadas e diversas as referências sobre o seu uso em ritos e cerimónias religiosas, em medicina, em gastronomia, etc. O açafrão aparece em frescos nas escavações de Knossos, Creta “Açafrão”nº3: Crocus sativus L. É nativo da Índia, Balcãs e Mediterrâneo Oriental. A cultura desta especiaria foi introduzida em Portugal e Espanha no séc. IX pelos Árabes e daí passou a ser divulgada em toda a Europa É hoje cultivado em Espanha, França, Itália, Irão e Índia. “Açafrão”nº3: Crocus sativus L. Usos Culinários: • Na Europa, na paella Valenciana, na bouillabaisse Francesa e no risoto alla Milanesa. • E em pratos à base de arroz na Índia, pode ser ainda combinado a folhas de louro, canela, cravo, cardamomo, anis estrelado ou noz moscada. • No Irão em conjunto com hortelã. • No golfo árabe associado a especiarias picantes. • Alguns doces indianos são preparados com açafrão, bem como manteiga. O tempero em pó não deve ser utilizado directamente, necessitando ser refogado ou diluído e deve ser usado em pequena quantidade. O nome vulgar vem da palavra árabe «az-za'afran - ser amarelo » - em latim medieval evoluiu para «safranum». O nome científico da planta deve-se à aldeia de Krokos, na Grécia, origem de um dos maiores volumes de produção no Ocidente. •Família: Iridaceae •Partes utilizadas: Os três estigmas e as partes finais dos estiletes •Stigmata Croci •Port:Açafrão, Açafroeira, Açaflor (no Brasil açafrão-oriental, açafrãoverdadeiro, flor-de-Hércules) •Eng:Safron •French: Safran Usos Diversos • O açafrão foi o primeiro corante a ser usado em Histologia, em 1714, por Van Leeuwenhoek. • Condimento alimentar. • Agente corante de queijos, pastas, arroz, massas, tecidos, manteiga, vernizes, etc. • Em confeitaria e confecção de licores. • Na industria de especialidades medicinais pela sua acção sedativa e em xaropes para a dentição infantil. Composição • A coloração vermelho-escura dos estigmas é devida à existência de heterósidos do grupo dos carotenóides, nomeadamente a crocina (2%) que é o diéster da crocetina e da gentobiose. • Óleo essencial (1%) onde predomina o safranal (propriedades espasmolíticas e carminativas). • Possui um glucósido amargo, a picrocrocina (4%) (acção digestiva e eupéptica). Fitoterapia e Medicina Tradicional As utilizações medicinais do Crocus, muito em voga na idade média, caíram em desuso, embora em fitoterapia chinesa continuem a ser usadas Infusão Aliviar dores abdominais e espasmos brônquicos Medicina chinesa Tintura Infecções na boca Acalmar dores nos bébés quando os dentes começam a aparecer Externamente Infusão, Alcoolato Digestivo, aperitivo, carminativo, antiespasmódico e emenagogo. Estimular o apetite, por aumento das secreções Açafrão Extracto Estimula o sistema nervoso central e o útero. Melhora a disposição e acalma a ansiedade. Considerado afrodisíaco na antiguidade. Em doses elevadas Em pequenas doses Extracto Útil no tratamento de doenças neurodegenerativas e perda de memória relacionada Açafrão Tratamento da depressão, 30 mg diárias tão eficazes como os medicamentos convencionais para a depressão Estudos preliminares, efectuados no Irão Akhondzadehet al., 2005, 2006 Farmacologia e Aplicações Medicinais Açafrão Afectar a síntese proteíca e a formação de ácidos nucleicos Extracto de açafrão Inibir o crescimento de células tumorais Crocina, safranal e picrocrocina Modelo animal Abdullaev & Frenkel, 1992 Células Hela in vitro Escribano et al., 1996 Adenocarcinoma do cólon Leucemia Carcinoma Pele Garcia-Olmo, et al , 1999 Tarantilis 1994, Wang et al. ,1995 Extracto de açafrão Proteger contra a toxicidade induzida pela cisplatina Ratos El Daly, 1998 Extracto de açafrão Crocina e crocetina Actividade antioxidante In vitro Rios, 1996 Bors et al., 1982 Ratos Premkumar K et al., 2006 Crocetina Crocina Actividade quimioprotectora contra a genotoxicidade induzida por agentes antitumorais (aflatoxina B1, nitrosaminas e benzopirenos) Hepatócitos de rato Pele Extracto de açafrão Reduzir os níveis de colesterol Modelo animal Xu et al., 2005 Crocina e crocetina Aumentar a actividade cerebral, a aprendizagem e memorização Ratos Abe et al., 2000 Safranal Actividade neuroprotectora e efeito sobre o SNC Ratos Hosseinzadeh, 2005 Extracto de açafrão Wang et al., 1991 Wang et al ., 1995 Toxicidade • Em doses elevadas é considerado abortivo, hemorrágico e pode provocar vertigens. • O seu uso como abortivo tem levado a intoxicações graves. • Dose letal para o adulto – 12 a 20g. • Contudo, em estudos recentes com voluntários não se registaram efeitos negativos até 200 mg.dia-1 de açafrão, durante uma semana, pelo que é considerado um produto seguro (Modaghegh et al., 2008). Falsificações com a designação geral de Açafrão Estames amarelos das flores de Crocus Qualidades inferiores de açafrão Sem sabor próprio Adição de gorduras e óleos ao pó de açafrão Aumento do peso dos estigmas O açafrão deve ser comprado inteiro e não em pó Menos aromáticos e de sabores diferentes Confusão mais crítica em aplicações medicinais. (Verificação da ausência na droga dos grãos de amido típicos da curcumina e dos grãos de pólen característicos do cártamo) Substituído pelos pós e/ou flores de Curcuma longa ou de Carthamus tinctorius. Menos frequente Utilização de espécies afins ou similares Crocus clusii - Açafrão bravo Crocus carpetanus – Açafrão da Primavera Colchicum autumnale – Açafrão de Outono ou Açafrão dos prados Tintureira, pouco aromática, pinhais e matos Continente e Madeira Pouco aromática, prados e zonas pedregosas Centro e Norte Bastante parecido e com colchicina altamente tóxica Bibliografia: -Abdullaev, F.I. & Frenkel, G.D. 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Agradecimentos: Inês Filipa da Silva- Imagem Carla Rozzo - Crocus Sativus da Sardenha Páteo de Alter – Carthamus tinctorius de Alter