literatura de açafrão

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LITERATURA DE AÇAFRÃO
Nome Científico: Curcuma longa L.
Sinônimos Científicos: Amomum cúrcuma Jacq., Curcuma domestica Valeton,
Stissera cúrcuma Raeusch
Nomes Populares: Açafrão, açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, açafroa,
açafroeira, açafroeiro-da-índia, batata-amarela, cúrcuma, gengibre-amarelo,
gengibre-dourada, mangarataia, turmeric (inglês)
Família Botânica: Zingiberaceae
Parte Utilizada: Rizoma e Raiz
Descrição:
Planta herbácea, perene, caducifólia, aromática, de folhas grandes, longamente
pecioladas, invaginantes e oblongo-lanceoladas. Flores amareladas, pequenas,
dispostas em espigas compridas. As raízes terminam em um rizoma elíptico, de
onde partem vários rizomas menores, todos marcados em anéis de brácteas secas.
Cada rizoma mede até 10cm comprimento e quando cortados mostram uma
superfície de cor vermelha alaranjada. Tem cheiro forte agradável e sabor
aromático e picante. Originária da Índia é cultivada em todo o mundo tropical.
Do rizoma saem folhas grandes e flores amareladas. Reproduz-se por pedaços do
rizoma que apresentam gemas (olhos), devendo ser cultivada em solo argiloso,
fértil e de fácil drenagem. Tem cheiro forte agradável, sabor aromático e picante
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Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição
CEP: 09991 000 - Diadema – SP
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Constituintes Químicos Principais: óleo essencial, cetonas sesquiterpênicas
monocíclicas
(tumeronas
e
zingibereno),
curcuminóides,
curcumina,
diferuloilmetano
(curcumina
I),
desmetoxicurcumina
(curcumina
II),
bidesmetoxicurcumina (curcumina III), ciclocurcumina (curcumina IV), peptídeo
turmerina e polissacarídeos.
Indicação e Usos:
Seu uso é milenar na medicina tradicional da Índia e da China. No Brasil estes
rizomas vêm sendo utilizados como tempero de alimentos. Tanto na medicina
popular como na fitoterapia científica, é usada por suas propriedades antihepatotóxica, anti-hiperlipidêmica e anti-inflamatória, todas reconhecidas
internacionalmente. Os rizomas podem ser usados em estado fresco, na dose de 5
a 15 gramas por dia, como parte da salada de verduras, ou sopa de legumes. Em
sua composição química está registrada a presença de até 3,5% de óleo essencial
rico em sesquiterpenos oxigenados e, entre seus componentes fixos, de uma
substância corante avermelhada, a curcumina, que é seu principal constituinte
ativo. Ensaios farmacológicos revelaram uma ação colerética, isto é, estimulante da
secreção da bílis, o que justifica seu uso como medicamento para os casos de
prisão de ventre habitual e para auxiliar a digestão e melhorar o apetite; é usada
também no tratamento de cálculo biliar, da icterícia e outras disfunções hepáticas.
Os extratos analisados apresentaram, ainda, atividade anti-PAF, ação
hipoglicemiante e atividade anti-inflamatória análoga a da fenil-butazona. Os
mesmos efeitos podem ser obtidos com o uso da tintura, preparada deixando-se os
rizomas triturados em maceração no álcool diluído com três partes de água,
durante três ou mais dias; depois de filtrado o líquido extrativo é reutilizado para
novas extrações, até que se tenha alcançado a concentração de 1 para 1, isto é,
quando 1mL da tintura for equivalente a 1g do rizoma seco, que pode ser tomada
na dose de 2-5 mL em um pouco de água adoçada, até três vezes ao dia, nos casos
de colesterol e triglicérides em teor elevado no sangue e de inflamações em geral.
Embora sem justificativa científica, é comum no Nordeste do Brasil a prática caseira
de usar pedaços de açafrão para pintar um círculo ao redor dos olhos, ou na
garganta, na crença de prevenir a conjuntivite e dor de garganta que podem
ocorrer nas crianças acometidas de sarampo.
O óleo essencial apresentou atividade anti-histamínica e, antimicrobiana contra
bactérias gram-positivas e gram-negativas e, alguns fungos patogênicos e germes
envolvidos em colecistes. O extrato aquoso inibiu a neurotoxina do veneno da naja
Naja siamensis em ensaios com animais de laboratório diminuindo o efeito
hemorrágico do veneno da jararaca (Bothrops jararaca), e o efeito letal do veneno
de cascavel (Crotalus durissus terificus). Em outras experiências pode ser
demonstrada a atividade citotóxica para células de linfomas, reduzindo o
crescimento de tumores.
O açafrão apresenta várias atividades biológicas, que são principalmente atribuídas
aos curcuminoides que ela contém. É bastante utilizada como anti-inflamatório e
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agente hepatoprotetor e os seus efeitos quimiopreventivos para o câncer (inibição
da formação, promoção, progressão e disseminação do tumor em vários modelos
animais) foram relatados em vários estudos. O açafrão é também utilizado para
distúrbios relacionados aos processos da idade. A curcumina apresenta atividade
antioxidante e anti-inflamatória e tem sido proposta como tratamento para várias
doenças degenerativas de caráter inflamatório e oxidante, como doenças
cardiovasculares, diabetes tipo 2, artrose e artrite e outras doenças.
O açafrão é uma fonte natural de curcumina. A curcumina ajuda a estabilizar a
microbiota do corpo, inibindo o desenvolvimento excessivo de bactérias. Melhora os
locais de recepção de cortisol no corpo e suas propriedades anti-inflamatórias são
consideradas tão efetivas quanto às cortisonas (o cortisol é um hormônio
corticosteroide produzido pela glândula supra-renal que está envolvido na resposta
ao estresse; ele aumenta a pressão arterial e o açúcar do sangue, além de suprimir
o sistema imune. A forma sintética, chamada de hidrocortisona é uma medicação
principalmente usada para o combate a alergias e inflamações).
O açafrão previne a agregação de plaquetas pelos vasos sanguíneos, o que pode
conduzir a formação de coágulos perigosos para a saúde. Além disso, o açafrão
ajuda a proteger o fígado e é excelente para desintoxicar o mesmo de substâncias
químicas tóxicas. Ajuda a proteger o corpo dos efeitos da fumaça e outros
poluentes. Estudos recentes tentam provar a eficácia da Curcuma longa contra a
formação e progressão do câncer. Na medicina popular, é usada em forma de
cataplasma para tratar pé-de-atleta, contusões, psoríase, inchaços e feridas. O
açafrão é acrescentado em cosméticos, principalmente na Ásia.
Farmacocinética:
Em estudo in vitro sugeriu que extratos contendo curcumina da Curcuma longa
podem inibir a CYP3A4 intestinal; esse resultado é sustentado por um estudo com
ratos. Um estudo realizado com ratos alimentados com curcumina observou que até
mesmo grandes quantidades desta não alteram a atividade hepática das isoenzimas
do citocromo P450.
Vários estudos in vitro sugeriram que a curcumina inibe ou altera os efeitos da
glicoproteína-P. Estudos posteriores utilizando os constituintes da curcumina
extraída do pó do açafrão observaram que a curcumina I apresentou uma maior
ação inibitória sobre a glicoproteína-P do que a curcumina II ou a curcumina III,
embora tenha sido demonstrado que a curcumina III apresenta uma maior
influência sobre o gene de resistência a multifármacos, do qual a glicoproteína-P é
um produto.
Estocagem e validade:
Deve ser estocado hermeticamente fechado, ao abrigo da luz solar direta e do
calor. Prazo de validade: 36 meses a partir da data de fabricação.
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Poderá ocorrer formação de precipitado e/ou turbidez durante a estocagem,
sem alterar as propriedades.
Alteração da cor são esperadas por modificações dos compostos coloridos
das plantas.
Efeitos Colaterais: Algumas pessoas podem ter erupções cutâneas de pele ou
fotossensibilidade ao usarem açafrão.
Contraindicações: Em doses altas pode acarretar em embriaguez, sono e delírio.
Revisão de Interação:
O açafrão e seu constituinte curcumina afetam a absorção do midazolam, mas não
afetam a absorção do ferro. A piperina dos pimentas negras e longas aumenta a
biodisponibilidade da curcumina.
a) Açafrão + Betabloqueadores
Em um estudo clínico, a curcumina, o componente majoritário do açafrão,
reduziu a absorção do talinolol, um substrato da glicoproteína-P. A
curcumina aumentou a absroção do celiprolol, outro substrato da
glicoproteína-P em ratos.
Evidências clínicas: Em um estudo randomizado, 12 indivíduos saudáveis
foram tratados com uma dose única de talinolol após a ingestão da
curcumina, um constituinte majoritário do açafrão. A curcumina reduziu a
ASC e a concentração plasmática máxima do talinolol em 33% e 28%,
respectivamente, mas não ocorreu qualquer alteração clinicamente
significativa na frequência cardíaca ou na pressão arterial.
Evidências experimentais: Em um estudo, ratos foram tratados com certa
dose se curcumina diarimente por 5 dias. Trinta minutos após a última dose
da curcumina, foi administrada uma dose única de celiprolol. A curcumina
aumentou a ASC e a concentração máxima de celiprolol em 30 e 90%,
respectivamente. Em um estudo paralelo realizado com ratos, a dose única
de curcumina, ingerida 30 minutos antes de uma dose do celiprolol, não
apresentou efeitos sobre a farmacocinética deste.
Mecanismo: Sugere-se que a curcumina inibe a glicoproteína-P e, portanto,
aumenta a absorção dos seus substratos, como o talinolol. Isso parece ter
acontecido no caso do estudo com ratos, no qual a curcumina apresentou
efeitos similares a outros efeitos conhecidos, porém mais fracos, pois foi
observada uma inibição clinicamente relevante da glicoproteína-P, ou seja,
aumentou a absorção do celiprolol, outro substrato da glicoproteína-P.
Entretanto, em um estudo clínico, a absorção do talinolol foi
inexpressivamente reduzida pela curcumina, embora, clinicamente, o
conhecido inibidor da glicoproteína-P, verapamil, também tenha reduzido a
absorção do talinolol. Esse efeito sugere que pode existir outro mecanismo
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envolvido na absorção do talinolol. Efeitos diferentes sobre as
glicoproteínas-P hepáticas e intestinais também podem ser relevantes.
Importância e conduta: São escassas as evidências indicando uma interação
entre a curcumina, constituinte majoritária do açafrão, e betabloqueadores,
mas as evidências disponíveis sugerem que a curcumina pode modificar a
absorção dos betabloqueadores, que são substrattos da glicoproteína-P. Os
resultados com talinolol são similares aos efeitos observados clinicamente
com outros inibidores da glicoproteína-P. Entretanto, os efeitos sobre a
absorção foram moderados, e os betabloqueadores geralmente apresentam
uma ampla margem terapêutica, então não se espera que esses resultados
sejam clinicamente relevantes. Não se sabe se os efeitos da curcumina
sobre o celiprolol em ratos são reproduzíveis em humanos. Entretanto, como
os efeitos do talinolol foram moderados, é improvável que sejam
clinicamente relevantes.
b) Açafrão + Compostos de ferro
O açafrão não parece afetar a biodisponibilidade do ferro da dieta.
Evidências clínicas: Em um estudo randomizado e transversal, 30 mulheres
saudáveis ingeriram uma refeição tailandesa padrão com arroz, no qual
foram adicionados açafrão. O açafrão não apresentou efeitos sobre a
absorção do ferro.
Mecanismo: Sugere-se que os polifenóis do açafrão podem inibir a absorção
do ferro.
Importância e conduta: O estudo citado sugeriu que o açafrão não inibe a
absorção do ferro da dieta. Entretanto, os autores observaram que a
quantidade de açafrão utilizada foi relativamente baixa, quando comparada
à ingestão em algumas dietas asiáticas. Além disso, os efeitos do açafrão
sobre a suplementação do ferro não parecem ter sido estudados, então é
difícil predizer o efeito do uso do açafrão sobre a terapia de reposição do
ferro. Entretanto, as informações disponíveis sugerem que não é esperada
uma interação.
c) Açafrão + Medicamentos fitoterápicos; Pimentas negras e longas
A piperina, principal constituinte das pimentas negras e longas, aumentou a
biodisponibilidade da curcumina, o constituinte majoritário do açafrão.
Evidências clínicas: Em um estudo transversal, oito indivíduos saudáveis
foram tratados com uma dose única de curcumina em pó, o constituinte
majoritário do açafrão, ou com piperina, o principal componente das
pimentas negras e longas, em pó. Quando a curcumina foi administrada
isoladamente, seus níveis séricos foram muito baixos ou não detectáveis. A
adição da piperina aumentou os níveis da curcumina em 30 vezes nos
primeiros 45 minutos, e a biodisponibilidade relativa da curcumina
aumentou 20 vezes. O uso concomitante foi bem tolerado.
Evidências experimentais: Em um estudo experimental, ratos foram tratados
com uma dose única de curcumina isoladamente, ou com dose única de
piperina. Embora a piperina tenha aumentado de forma moderada a
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concentração máxima e a ASC da curcumina, essas alterações não foram
estatisticamente significativas. A curcumina foi razoavelmente bem
absorvida em ratos, ao contrário dos humanos, em que há pouca absorção,
mas isso pode ter ocorrido devido às maiores doses administradas.
Mecanismo: Desconhecido. Sugere-se que a piperina pode inibir o
metabolismo da curcumina.
Importância e conduta: Em geral, as evidências indicam que a piperina,
constituinte das pimentas negras e longas, aumenta a biodisponibilidade da
curcumina, principal constituinte do açafrão. Essa interação pode ser
benéfica, pois os efeitos da curcumina podem ser aumentados; entretanto,
pode também aumentar o potencial da curcumina na interação com vários
fármacos. O efeito da piperina sobre a absorção da curcumina dos extratos
do açafrão não parece ter sido estudado, mas é razoável esperar um
aumento similar na biodisponibilidade.
d) Açafrão + Midazolam
As interações entre curcumina, o principal constituinte do açafrão, e
midazolam são baseadas somente em evidências experimentais.
Evidências experimentais: Em um estudo, ratos foram tratados com
curcumina, o componente majoritário do açafrão, diariamente por 5 dias.
Trinta minutos após a última dose de curcumina foi administrada uma dose
única do midazolam. A curcumina aumentou a ASC do midazolam em 3,8
vezes e portanto, a concentração máxima foi aproximadamente dobrada,
mas esse fato não foi estatisticamente significativo.
Mecanismo: O midazolam é um substrato da subfamília CYP3A do citocromo
P450 (especificamente da isoenzima CYP3A4). Os autores do estudo
sugerem que a curcumina inibiu a CYP3A4 instestinal, resultando no
decréscimo do metabolismo do midazolam por essa via, que levou ao
aumento da sua biodisponibilidade.
Importância e conduta: As evidências parecem ser limitadas a esse estudo
em ratos, que observou um grande aumento na biodisponibilidade do
midazolam. Esses resultados são difíceis de extrapolar com segurança para
humanos, mas como o efeito foi muito grande, parece razoável assumir que
a curcumina pode causar um aumento clinicamente relevante da
biodisponibilidade do midazolam, que pode levar ao aumento dos efeitos
sedativos deste. Não é claro se o açafrão, da qual a curcumina é o
componente majoritário, apresenta efeitos similares, mas, se grandes doses
forem ingeridas, é provável que ocorra um efeito. É prudente alertar os
pacientes que utilizam curcumina e açafrão sobre o possível aumento dos
efeitos sedativos.
O midazolam é utilizado como fármaco modelo para a avaliação da atividade
da CYP3A4, e, portanto, esses resultados também sugerem que é possível
uma interação farmacocinética entre a curcumina (e, portanto,
possivelmente o açafrão) e outros substratos da CYP3A4.
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Referências Bibliográficas:
1. LORENZI, Harri; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais no Brasil
Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, 2ª Edição, Nova Odessa – SP Brasil, 2008.
2. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas
de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos.
Editora Artemed, Porto Alegre – RS, 2012.
3. AÇAFRÃO.
Disponível
em:
<http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/plantas-medicinaiscurcuma.html>
4. CURCUMA
LONGA.
Disponível
em:
<http://www.cnpat.embrapa.br/cnpat/cd/jss/acervo/Ct_142.pdf>
5. AÇAFRÃO.
Disponível
em:
<http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Curcuma_longa.htm
>
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