AS FRATURAS POR ESTRESSE NA CORRIDA A primeira

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AS FRATURAS POR ESTRESSE NA CORRIDA
A primeira descrição das fraturas por estresse nos atletas foi feita por Devas em 1958,
embora apenas com o surgimento dos modernos exames de diagnóstico por imagem,
que pudemos diagnosticar precocemente estas lesões, assim como entender melhor o
comportamento frente às formas de tratamento que foram surgindo.
As fraturas por estresse são descritas na maioria dos esportes e nos corredores, 5% a
16% de todas as lesões são descritas como fraturas de estresse.
O que são as “REAÇÕES DE ESTRESSE”?
O termo “REAÇÕES DE ESTRESSE” foi criado para descrever as contínuas modificações
que ocorrem no metabolismo ósseo em resposta às cargas aplicadas sobre eles durante o
esforço físico. O osso é uma estrutura viva e se modifica para adaptar-se às cargas do
treinamento, mas tais adaptações nem sempre são suficientemente rápidas e eficientes.
Estas reações de estresse incluem todas as modificações ósseas, desde a formação de
osso novo (osteogênese) até a absorção (osteoclasia). A “FRATURA POR ESTRESSE”
significa uma quebra no equilíbrio entre as taxas de formação e absorção ósseas.
Quais são os fatores de risco?
Os músculos envolvem os ossos e também funcionam como fatores de proteção, na
medida em que dissipam a energia, diminuem a concentração de estresse, geram tensão
e finalmente promovem a execução dos movimentos. A fadiga muscular observada nas
situações de sobrecarga física contribui para o desencadeamento das fraturas por
estresse.
A chamada “Tríade da Mulher Atleta” é caracterizada por mudanças dos hábitos
alimentares, interrupção dos ciclos menstruais (amenorréia) e osteoporose. Estas
condições estão relacionadas aos esportes de longa duração onde a restrição alimentar
combinada com os a8ltos níveis de treinamento podem promover um enfraquecimento
ósseo localizado.
As condições e características do treinamento também podem ser consideradas fatores
de risco. Os estudos em corredores de longa distância apontam para alguns fatores de
risco como o aumento súbito na velocidade e distância percorridas, as condições de
superfície inadequadas (piso e tênis), intervalo entre treinos e condicionamento físico
insuficientes.
Nos corredores de longa distância, as fraturas por estresse da tíbia são as mais
freqüentes (50%) seguidas pela fíbula, ossos metatarsais (2o e 3o), calcâneo e outros.
Quais as queixas mais freqüentes?
A história do paciente com fraturas por estresse é marcada pelo início da dor de pequena
intensidade, sem estar associada a qualquer traumatismo ou acidente. A dor faz com que
o atleta modifique as condições de treinamento, aumentando os intervalos entre as
séries de exercícios e diminuindo a velocidade ou a duração da corrida.
Como podemos diagnosticar as FRATURAS POR ESTRESSE?
O diagnóstico da lesão se baseia na análise de um especialista nos dados da história do
paciente, exame físico, exames laboratoriais e métodos de diagnóstico por imagem. Os
métodos de imagem úteis para o diagnóstico são: a cintilografia óssea, a ressonância
magnética e a radiografia simples.
Como as fraturas são tratadas?
O tratamento das fraturas por estresse varia em função de algumas características da
fratura tais como a localização, o tipo de osso afetado e o tempo de evolução. Pode-se
estabelecer um planejamento geral para o tratamento, dividindo-se em duas fases:
A FASE I ou de repouso modificado baseia-se no controle da dor através do uso de
medicamentos antiinflamatórios sob prescrição, fisioterapia e manutenção das atividades
de vida diária sem provocar sobrecarga sobre o osso afetado.
A FASE II se inicia a partir do momento em que o atleta não apresenta mais queixas de
dor. Esta fase baseia-se nos objetivos da fase I somados à correção de fatores
predisponentes. Neste processo, o atleta inicia progressivamente o retorno às atividades
de caminhada, trote e corrida até a normalização das condições de treinamento.
Algumas situações exigem a utilização de órteses (palmilhas, imobilizadores da
articulação) e noutros casos mais raros, o tratamento cirúrgico das fraturas. Outras
modalidades de tratamento têm sido também empregadas como coadjuvantes na
aceleração do processo de consolidação óssea nas fraturas de estresse, como a terapia
com ondas de ultra-som pulsado de baixa intensidade.
Um treinamento bem elaborado aliado às boas condições de saúde é a chave para a
prevenção das fraturas por estresse. Bons treinos!
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