PONTO 36 – ANESTESIA PARA OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA 9. Durante a realização de bloqueio peribulbar, o paciente deve ser orientado a manter a direção do olhar: A) para cima B) para baixo C) medial D) lateral E) neutra RESPOSTA: E GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIO: Durante a realização de bloqueios peribulbares, o paciente deve ser orientado a manter o olhar em posição neutra, ou seja, olhando para frente, a fim de evitar lesão do nervo óptico e de estruturas vasculares maiores, que ocorrem mais frequentemente quando o paciente é orientado a fixar o olhar em direção superior ou superonasal durante a inserção da agulha. PONTO 36 – ANESTESIA PARA OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA 10. O músculo orbicular do olho recebe inervação motora do nervo: A) oftálmico B) ciliar longo C) infraorbitário D) facial E) maxilar RESPOSTA: D GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIO: O músculo orbicular do olho recebe inervação motora do nervo facial, que pode ser bloqueado pelas técnicas de van Lindt, Atkinson, O’Brien ou Nadbath-Rehman, para proporcionar acinesia do músculo orbicular, durante cirurgias oftálmicas sob anestesia regional. PONTO 36 – ANESTESIA PARA OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA 11. Característica do hexafluoreto de enxofre (SF6) administrado na cavidade vítrea durante cirurgias para fixação de retina: A) alta solubilidade na água B) alto coeficiente de difusibilidade no humor vítreo C) eliminado em 48 horas D) expansível pelo protóxido de azoto E) aumenta o fluxo sanguíneo retiniano RESPOSTA: D GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIO: O hexafluoreto de enxofre (SF6) e o octafluoropropano (C3F8) são gases inertes, insolúveis na água, pouco difusíveis, utilizados para manter a retina posicionada após sua fixação cirúrgica. O SF6 permanece na cavidade vítrea por até 10 dias, enquanto o C3F8 pode permanecer por até 28 dias. O protóxido de azoto é 117 vezes mais difusível que o SF6 e rapidamente entra na bolha de gás, expandindo-a em até 3 vezes, o que aumenta a pressão intraocular e pode causar isquemia de retina. O protóxido de azoto deve ser evitado em pacientes que necessitem de anestesia geral num período de 3 a 4 semanas após a injeção de gases intravítreos. PONTO 36 - ANESTESIA PARA OFTALMO E OTORRINO 43. A acinesia do globo ocular é obtida com o bloqueio do(s) nervo(s): 1 – oculomotor 2 – troclear 3 – abducente 4 – óptico RESPOSTA: A GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIO: A anestesia para cirurgia oftálmica objetiva analgesia intraocular, perda temporária da visão, bloqueio do reflexo oculocardíaco, diminuição da pressão intraocular, anestesia das pálpebras, acinesia do músculo orbicular das pálpebras e a acinesia dos músculos extrínsecos do olho. Obtém-se acinesia do globo ocular pelo bloqueio dos nervos cranianos responsáveis pela inervação motora desses músculos: III (oculomotor), IV (troclear) e VI (abducente). O nervo óptico não inerva músculos extraoculares e, bloqueado, leva à perda temporária de visão. ANESTESIA AMBULATORIAL PONTO: 43 1 - Anestesia para procedimentos ambulatoriais. Assinale o correto: A) infecção do trato respiratório superior é contra-indicação absoluta ao ato anestésico. B) líquidos sem resíduos podem ser ingeridos até 2 horas antes da anestesia, por pacientes hígidos. C) a ansiedade pré-operatória diminui a acidez do fluido gástrico. D) a anestesia regional é mais segura que a anestesia geral. E) a raquianestesia é contra-indicada. RESPOSTA: B GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIOS: Se um paciente com infecção do trato respiratório superior não apresenta febre, freqüência respiratória elevada, alteração do apetite ou toxemia, é considerado seguro realizar o procedimento planejado. Líquidos sem resíduos podem ser ingeridos até 2 horas antes da anestesia. Em indivíduos sem história de úlcera duodenal, a ansiedade pré- operatória não tem efeito sobre a acidez do fluido gástrico. Exceto para pacientes obstétricas nas quais a anestesia regional é mais segura que a geral, os três tipos de anestesia (geral, regional e local) são igualmente seguras. A incidência de eventos adversos com raquianestesia é alta na cirurgia ambulatorial. As complicações envolvem efeitos residuais de bloqueio motor, sensitivo e autonômico e possibilidade de cefaléia pós-raquicentese. ANESTESIA AMBULATORIAL PONTO: 43 2 - Assinale a afirmativa correta: A) sonolência, náuseas e vômitos e dor retardam a alta da sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). B) obesos mórbidos têm menor probabilidade de apresentar dor no pós-operatório. C) a incidência de náuseas e vômitos no pós-operatório imediato é semelhante em anestesia inalatória e venosa. D) idade avançada é fator preditivo de menor permanência na unidade de cirurgia ambulatorial. E) a presença de um acompanhante dispensa o retorno à cognição basal para alta da unidade ambulatorial. RESPOSTA: A GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIOS: As causas mais comuns de retardo da alta da sala de recuperação pós-anestésica são: sonolência, náuseas e vômitos e dor. Todas são decorrentes do manuseio intra-operatório, mas náuseas, vômitos e dor podem ser tratados na SRPA. Fatores correlacionados à maior dor pós-operatória são: pacientes jovens, doença de menor gravidade, maior índice de massa corporal, sítio cirúrgico e duração da operação. Agentes inalatórios estão associados a maior risco de náuseas e vômitos pós-operatórios, especialmente nos estágios iniciais da recuperação. Os fatores preditivos de permanência prolongada na unidade de cirurgia ambulatorial são: sexo feminino, idade avançada, operações longas, perdas sangüíneas elevadas, uso de opióides e relaxantes musculares, dor e vômitos pós-operatórios e raquianestesia. A alta da unidade de cirurgia ambulatorial deve incluir sinais vitais estáveis, retorno à cognição basal, deambulação estável e dor, vômitos e sangramento mínimos.É obrigatória a presença de um acompanhante na ocasião da alta. ANESTESIA AMBULATORIAL PONTO: 43 3 - Assinale a opção CORRETA: A) estado físico ASA III e IV, constituem critérios de exclusão para anestesia sob regime ambulatorial. B) pacientes suscetíveis a hipertermia maligna não devem ser submetidos a procedimentos sob regime ambulatorial. C) cirurgias que envolvem grandes trocas de fluidos não devem ser realizadas sob regime ambulatorial. D) ex-prematuros, com idade pós-conceptual inferior a 46 semanas, têm menor risco de apnéia após anestesia geral. E) pacientes com mais de 70 anos não devem ser operados em regime ambulatorial. RESPOSTA: C GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIOS: A classificação de estado físico pela ASA não deve ser considerada isoladamente como critério de exclusão para anestesia sob regime ambulatorial, uma vez que novas técnicas anestésicas e cuidados cirúrgicos mais avançados permitem que pacientes de estado físico III e IV sejam cada vez mais submetidos a procedimentos ambulatoriais. Anestesia em pacientes susceptíveis a hipertermia maligna pode ser realizada com agentes não desencadeantes e, se transcorrer sem eventos, pode-se liberar os pacientes após cerca de 4 horas. Pacientes submetidos a operações que envolvem grandes trocas de fluidos têm maior chance de complicações pós-operatórias e devem ser admitidos para pernoite no hospital. A literatura científica sugere que crianças ex-prematuras, com idade pós-conceptual inferior a 46 semanas, têm maior risco de apnéia após anestesia geral. A idade, por si apenas, não deve ser considerada um impedimento à seleção de pacientes para procedimentos ambulatoriais. TEMA: ANESTESIA PARA OFTALMO E OTORRINO PONTO: 36 39 - Em relação ao reflexo óculo-cardíaco (ROC): 1- os impulsos aferentes originam-se nos nervos ciliares 2- pode provocar bloqueio atrioventricular 3- os impulsos aferentes terminam no assoalho do quarto ventrículo 4- é um reflexo vago-vagal RESPOSTA: A GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL COMENTÁRIO: O ROC é um reflexo trigêmino-vagal. Os impulsos aferentes originam-se nos nervos ciliares, seguem pela divisão oftálmica do nervo trigêmeo, gânglio trigêmeo e terminam no assoalho do quarto ventrículo. Os impulsos aferentes são conduzidos ao coração pelo vago. A manifestação mais comum do ROC é a bradicardia, sendo descritos também: bloqueio atrioventricular, ritmo juncional, bigeminismo, ritmo idioventricular e parada cardíaca. TEMA: Anestesia para oftalmologia e otorrino PONTO: 36 40 - Complicação (ões) possível (eis) após bloqueio retrobulbar: 1- atrofia do nervo óptico 2- amaurose contralateral transitória 3- isquemia retiniana 4- perfuração do globo ocular RESPOSTA: E GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL COMENTÁRIO: As complicações são raras quando o bloqueio retrobulbar é corretamente realizado. Entre as complicações possíveis estão: atrofia do nervo óptico produzida por lesão direta pela agulha; amaurose contralateral transitória causada pela injeção do anestésico local sob a bainha do nervo óptico, permitindo a sua progressão através do quiasma óptico, indo até o nervo óptico contralateral produzindo amaurose transitória nesse olho; isquemia retiniana por lesão da artéria e/ou veia centrais da retina produzindo hematoma intraneural que compromete a circulação intra-ocular; perfuração do globo ocular é complicação rara. É descrita com mais freqüência em pacientes com elevado grau de miopia nos quais o diâmetro anteroposterior do globo ocular está aumentado e a esclera é mais delgada, possibilitando a sua perfuração quando a agulha avança para cima. Injeções múltiplas, pacientes não cooperativos, enoftalmia e falha técnica são fatores que também aumentam o risco de perfuração do globo ocular. TEMA: ANESTESIA EM OFTALMOLOGIA E OTORRINO PONTO: 36 41 - Para fornecer condições cirúrgicas adequadas a anestesia regional do olho deve produzir: 1- bloqueio do III, IV e VI nervos cranianos 2- bloqueio dos nervos ciliares curtos e longos 3- perda temporária da visão 4- manutenção do reflexo óculo-cardíaco RESPOSTA: A GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL COMENTÁRIO: Para obtenção de acinesia dos músculos extrínsecos do olho é necessário o bloqueio dos nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI). Isto impede o movimento do olho durante a cirurgia. O bloqueio dos nervos ciliares curtos e longos na face posterior do globo ocular é que irá produzir analgesia intra-ocular. A anestesia do nervo ótico que ocorre nos bloqueios regionais provoca perda temporária da visão o que permite ao paciente tolerar os focos de luz utilizados durante a cirurgia. O reflexo óculo-cardíaco é bloqueado como conseqüência do bloqueio dos nervos ciliares, que constituem a via aferente desse reflexo. PONTO 36 ANESTESIA PARA OFTALMO E OTORRINO 01- Na síndrome da apnéia obstrutiva do sono, é correto afirmar que: A) os pacientes devem ser submetidos à ventilação controlada sincronizada intermitente (SIMV) durante o sono B) nas crianças, os sintomas mantêm-se inalterados após tonsilectomia C) a tonsilectomia é contra-indicada D) pode ocorrer cor pulmonale conseqüente à obstrução respiratória, hipoxemia e hipercarbia crônicas E) o aumento do tônus muscular da faringe é uma das causas principais Resposta: D Grau de Dificuldade: Médio Comentário: A síndrome da apnéia obstrutiva do sono em crianças pode ser causada por uma obstrução respiratória geralmente devida à hipertrofia das amígdalas. Os níveis mais freqüentes de obstrução são o palato mole e a base da língua. Nas crianças, essa obstrução crônica da vias aéreas pode levar à retenção de CO2, cor pulmonale e distúrbios da deglutição e da fala. Na grande maioria das crianças, os sintomas são eliminados após a tonsilectomia. Alguns pacientes necessitam do uso de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) durante o sono. PONTO 36 ANESTESIA PARA OFTALMO E OTORRINO 03- No manuseio do paciente com estômago cheio e lesão penetrante do olho, recomenda-se: A) manter a pressão intra-ocular entre 40 e 60 mmHg B) aumentar a pressão venosa C) evitar hipercapnia D) manter anestesia em plano superficial E) evitar o uso de metoclopramida Resposta: C Grau de Dificuldade: Médio Comentário: A lesão penetrante do olho pode levar a extrusão do conteúdo intra-ocular, portanto, um importante aspecto do manuseio anestésico em pacientes portadores desse quadro é a prevenção de aumentos da pressão intra-ocular (PIO). A PIO normal varia de 10 a 21 mmHg. Elevações da pressão venosa central e hipercapnia podem elevar a PIO, bem como plano superficial de anestesia, sujeito a bucking e tosse. O uso prévio de metoclopramida é recomendável, assim como, de antagonistas de receptor H2.para profilaxia da regurgitação do conteúdo gástrico e possível aspiração pulmonar. PONTO 36 ANESTESIA PARA OFTALMO E OTORRINO 04- Nervo craniano que possui trajeto extra-orbitário: A) óculo-motor (III) B) troclear (IV) C) trigêmio (V) D) abducente (VI) E) facial (VII) Resposta: E Grau de Dificuldade: Fácil Comentário: Os nervos óculo-motor, troclear, abducente e ramos lacrimal, frontal e nasociliar do nervo trigêmio têm trajeto intraorbitário. O nervo facial deve ser anestesiado separadamente, pois seu trajeto é extra-orbitário. PONTO 36 ANESTESIA PARA OFTALMO E OTORRINO 05- Fator importante para o escoamento do humor aquoso: A) área da malha trabecular B) viscosidade do humor aquoso C) taxa de secreção do humor aquoso D) pressão arterial E) pressão intra-ocular Resposta: A Grau de Dificuldade: Difícil Comentário: Cerca de 90% do humor aquoso deixa o olho pela malha trabecular da câmara anterior em direção ao sistema venoso episcleral. Aumentos da pressão venosa ou redução da área de secção transversal dos espaços da malha trabecular (espaços de Fontana) causam elevação da resistência ao escoamento do humor aquoso e conseqüente aumento da pressão intra-ocular. PONTO 43 ANESTESIA AMBULATORIAL 20- Agente venoso utilizado em cirurgia ambulatorial que pode causar diminuição significativa da pressão arterial por vasodilatação e depressão direta do miocárdio, tendo seu emprego limitado em portadores de doença cardiovascular grave: A) cetamina B) etomidato C) propofol D) fentanil E) alfentanil Resposta: C Grau de Dificuldade:Fácil Comentário: As limitações da cetamina em cirurgia ambulatorial decorrem de seus efeitos colaterais: hipertensão arterial, taquicardia, delírios, hipertonia e sialorréia. O etomidato apresenta como complicações dor à injeção e mioclonias. O propofol pode produzir diminuição significativa da pressão arterial por vasodilatação e depressão direta do miocárdio, sendo esse efeito dose dependente e limitante do seu uso em portadores de doenças cardiovasculares. O fentanil e alfentanil, como os demais opióides, apresentam como inconvenientes em anestesia ambulatorial a incidência maior de náuseas e vômitos e possibilidade de depressão respiratória. PONTO 43 ANESTESIA AMBULATORIAL 44- Uma unidade de cirurgia ambulatorial: 1- pode ser autônoma 2- pode ser anexa do hospital 3- pode ser integrada à atividade interna do hospital 4- deve obedecer todas as resoluções do Conselho Federal de Medicina Resposta: E Grau de Dificuldade: Fácil Comentário: A unidade ambulatorial pode ser autônoma, anexa do hospital ou integrada à atividade do hospital. Em qualquer dos casos deve obedecer todas as normas de segurança e as resoluções do Conselho Federal de Medicina que regulamentam a matéria. PONTO 43 ANESTESIA AMBULATORIAL 45- Contra-indicação(ões) de anestesia em regime ambulatorial: 1- pacientes com estado físico ASA II 2- idosos com mais de 65 anos 3- diabéticos compensados em uso de hipoglicemiantes orais 4- lactentes pré-termo com idade pós-conceptual < 46 semanas Resposta: D Grau de Dificuldade: Fácil Comentário: Existe consenso de que pacientes com estado físico ASA I ou II podem ser atendidos, no esquema de cirurgia ambulatorial, ficando a discussão em torno dos pacientes com estado físico ASA III e IV. A idade avançada como critério único não é mais considerada critério de exclusão para cirurgia ambulatorial, assim como o diabete tipo II tratado com hipoglicemiante oral. Com relação às crianças, alguns fatores limitam sua seleção para cirurgia ambulatorial. Dentre eles destacam-se: crianças prematuras com idade pósconceptual até 45 semanas; lactentes com menos de seis meses de idade, que tenham irmãos com história de morte súbita na infância; lactentes que tiveram síndrome da angústia respiratória, cujos sintomas tenham desaparecido há menos de seis meses da data da cirurgia; cardiopatia congênita; disritmias cardíacas e doenças neuromusculares. Ponto 36 – Anestesia para oftalmo e otorrino 1. Agente anestésico que dificulta o diagnóstico etiológico perioperatório do estrabismo: A) pancurônio B) succinilcolina C) vecurônio D) atracúrio E) rocurônio Resposta: B Grau de Dificuldade: Média Comentário: A succinilcolina altera, por até vinte minutos, a tonicidade da musculatura ocular extrínseca, dificultando o diagnóstico diferencial entre estrabismo por fraqueza muscular e por causa mecânica. Os bloqueadores neuromusculares não despolarizantes podem ser usados durante a indução da anestesia porque promovem alteração mínima sobre o tônus muscular, portanto, não interferem no teste do movimento forçado do olho (forced duction test, FDT). Ponto 43 – Anestesia ambulatorial 26. O “fast tracking” em anestesia ambulatorial refere-se à alta do paciente da Sala de Operação (SO) para a(o): A) Recuperação Pós-Anestésica (RPA) nível I B) RPA nível I, ainda com intubação traqueal C) RPA nível II D) casa, após aguardar trinta minutos na SO E) quarto de curta permanência, onde aguardará seis horas até a alta domiciliar Resposta: C Grau de Dificuldade: Média Comentário: Os novos anestésicos e técnicas permitem despertar mais rápido, contribuindo para que a recuperação fase I ocorra na SO. Os pacientes são transferidos diretamente da SO para a RPA Fase II, onde a monitorização é menos intensa. O custo de manutenção do pessoal representa a principal despesa de uma RPA Fase I. O fast-tracking reduz a atividade na sala de RPA Fase I, permitindo a redução do pessoal e, portanto, diminuindo despesas. Ponto 36 – Anestesia para oftalmo e otorrino 41. Criança de 5 anos submetida à intubação orotraqueal para realização de adenoamigdalectomia apresenta redução da saturação de oxigênio ao oxímetro de pulso e sibilos, em algum momento do ato anestésico. É(são) causa(s) possível(is): 1- broncoespamo 2- atelectasia 3- intubação seletiva 4- edema agudo de pulmão Resposta: E Grau de Dificuldade: Difícil Comentário: Broncoespamo pode ocorrer secundariamente à intubação em plano superficial, asma ou reação alérgica (anafilática ou anafilactóide). Atelectasia pode ocorrer por obstrução por corpo estranho (adenóide). A intubação seletiva pode acontecer em qualquer momento da anestesia por mobilização do tubo traqueal. Edema agudo pulmonar pode manifestar-se com hipóxia, secreção rósea, broncoespasmo e redução da complacência, por resolução abrupta da obstrução respiratória. Ponto 36 – Anestesia para oftalmo e otorrino 42. Mistura(s) gasosa(s) de manutenção adequada(s) à cirurgia de laringe com utilização de laser: 1- ar e oxigênio 2- óxido nitroso e oxigênio 3- hélio e oxigênio 4- ar e hélio Resposta: B Grau de Dificuldade: Fácil Comentário: Oxigênio e óxido nitroso são comburentes, aumentando o risco de incêndio na via aérea ou sua manutenção. O óxido nitroso deve ser evitado e o oxigênio diluído com ar ou hélio. A mistura ar e hélio é hipóxica, não podendo ser empregada. PONTO 43 – ANESTESIA AMBULATORIAL 50. São candidatos à anestesia ambulatorial: 1- Paciente obeso mórbido 2- Paciente com 70 anos de idade 3- Pré-escolar com antecedente familiar de hipertermia maligna 4- Ex-prematuro, atualmente com 7 meses de idade e exames laboratoriais normais Resposta: C Grau de Dificuldade: Fácil Comentário: Pacientes obesos mórbidos, especialmente aqueles com história de apnéia do sono, são mantidos em observação no hospital por 24 horas na maioria dos serviços, pelo risco de descompensação cardíaca, pulmonar ou ambas. Embora os extremos etários inspirem cuidados especiais, a idade não é mais considerada um fator limitante para a realização de anestesias ambulatoriais, desde que compensadas eventuais co-morbidades. São contra-indicações à anestesia ambulatorial em pediatria: lactentes com história familiar de morte súbita na infância (em irmãos); lactentes com história de síndrome do desconforto respiratório, com menos de 1 ano do desaparecimento dos sintomas; cardiopatias congênitas, disritmias cardíacas, doenças neuromusculares, antecedentes pessoais ou familiares de hipertermia maligna e exprematuros com idade pós-conceptual menor que 50 semanas. TEMA: ANESTESIA PARA OFTALMO / OTORRINO. PONTO: 36 9) Paciente submetido a bloqueio retrobulbar evolui com queda progressiva do nível de consciência e apnéia. A etiologia mais provável é: A) hemorragia retrobulbar B) injeção intravascular C) reflexo oculocardíaco D) injeção intra-ocular E) anestesia subaracnoídea RESPOSTA: E MÉDIA COMENTÁRIO: O acesso acidental ao líquido céfalo-raquidiano ocorre pela perfuração das meninges que envolvem o nervo óptico, resultando em anestesia do tronco cerebral e apnéia, podendo evoluir também com agitação e parada cardíaca. A complicação mais comum do bloqueio retrobulbar é a hemorragia retrobulbar, que se caracteriza por bloqueio motor, fechamento da pálpebra superior, proptose e elevação da pressão intraocular TEMA: ANESTESIA AMBULATORIAL PONTO 43 14) Com relação aos estágios de recuperação pós-anestésica em pacientes ambulatoriais: A) O paciente deve ser transferido para a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) do centro cirúrgico logo após a extubação B) O estágio I é caracterizado pela capacidade do paciente em deambular C) O estágio de recuperação precoce ou imediata, atingido na sala de cirurgia, habilita o paciente a ser transferido diretamente para a SRPA D) Quando o paciente está apto a caminhar sozinho o estágio de recuperação é denominado de recuperação completa e pode receber alta hospitalar E) No estágio III, ou também denominado de recuperação completa, ocorre quando o paciente retorna as suas atividades habituais. RESPOSTA: C DIFÍCIL COMENTÁRIO: Quatro estágios de recuperação são considerados após a realização de anestesia geral em pacientes ambulatoriais: Estágio I, ocorre na sala de cirurgia é caracterizado pelo despertar do paciente da anestesia. Ele deve ser capaz de responder a estímulos verbais simples (abrir os olhos, levantar a cabeça, falar o próprio nome) antes de ser liberado para sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) do centro cirúrgico Estágio II, recuperação precoce ou imediata. Ocorre quando o paciente está acordado e alerta, suas funções vitais estão próximas as do período pré-operatório, as vias aéreas estão pérvias e os reflexos da tosse presentes. Não deve existir dessaturação ao ar ambiente e mínimos efeitos colaterais. É o estágio adequado para transferir o paciente para a SRPA ambulatorial. Estágio III recuperação intermediária, paciente está a apto a caminhar sozinho e pode receber alta hospitalar Estágio IV recuperação completa, quando paciente já se encontra no seu domicilio e retorna as suas atividades habituais. TEMA: ANESTESIA PARA OFTALMO/OTORRINO PONTO: 36 39) Com relação ao reflexo oculocardíaco: 1- tem maior incidência em crianças 2- a via eferente é o V par craniano 3- a eletrocardiografia contínua é monitorização é de grande importância 4- o bloqueio retrobulbar não protege da ocorrência do reflexo oculocardíaco RESPOSTA: B MÉDIA COMENTÁRIO: O reflexo oculocardíaco ocorre principalmente em crianças. A via aferente é o V par craniano (nervo trigêmio) e a eferente o X par craniano (nervo vago). O risco da ocorrência de vários padrões de arritmias torna consensual a utilização de eletrocardiografia contínua durante o transoperatório em toda cirurgia ocular. A fibrilação ventricular, taquicardia ventricular e bloqueio de ramo esquerdo são complicações do uso profilático IV da atropina. O bloqueio retrobulbar fornece proteção contra o reflexo óculo-cardíaco por inibir sua aferência. TEMA: ANESTESIA AMBULATORIAL PONTO 43 42) Com relação à prevenção de náuseas e vômitos no pós-operatório de cirurgias ambulatoriais: 1- o droperidol, na dose de 10 μg.kg-1 , é efetivo, sem promover aumento da sedação. 2- a metoclopramida é contra-indicada 3- o ondasetron é efetivo no tratamento de náuseas e vômitos pós-operatórios 4- a difenidramina não é mais utilizada devido a alta incidência de efeitos colaterais. RESPOSTA: B MÉDIA COMENTÁRIO: O uso profilático de antieméticos em cirurgias ambulatoriais deve ser considerado em pacientes de alto risco de náuseas e vômitos pós-operatórios. O droperidol, butirofenona, na dose de 10 μg.kg-1 é efetivo, sem promover aumento da sedação. A metoclopramida, fármaco gastrocinético, que facilita o esvaziamento gástrico e aumento o tônus do esfíncter esofágico inferior, devido a sua curta meia vida deve ser administrada no final da cirurgia.. O ondasetron, antagonista da serotonina (5HT3), bloqueia de forma seletiva a serotonina periférica e central, é efetivo na profilaxia e no tratamento de náuseas e vômitos pósoperatórios. A difenidramina, anti-histamínicos que age no centro do vomito e nas vias vestibulares é indicado para evitar PONV pós-cirurgias de estrabismo. TEMA: ANESTESIA PARA OTORRINOLARINGOLOGIA PONTO: 36 50) Nas cirurgias que utilizam LAZER, é recomendado: 1- usar óculos apropriados de proteção para toda a equipe 2- manter as luzes da sala de cirurgia acesas 3- preencher o balonete do tubo traqueal com soro fisiológico contendo azul de metileno 4- manter FiO2 (fração inspirada de oxigênio) >0,4 RESPOSTA: A FÁCIL COMENTÁRIO: Para proteção ocular, nas cirurgias a LAZER, recomenda-se o uso de óculos apropriados. Com as luzes da sala acesas reduz-se o diâmetro da pupila e o risco de lesão retiniana. O preenchimento do tubo traqueal com soro fisiológico contendo azul de metileno facilita o diagnóstico precoce de ruptura do balonete. A FiO2 deve ser reduzida (<0,4) para prevenir a ocorrência de combustão. 2) A complicação mais grave imediatamente após amigdalectomia é: A) dor pós-operatória B) vômitos C) desidratação D) hemorragia pós-operatória E) abscesso periamigdaliano RESPOSTA: D FÁCIL COMENTÁRIO: A emese após amigdalectomia varia de 30% a 65%, sendo controversa sua etiologia, se por edema do local cirúrgico, presença de sangue no estômago ou interferência com o reflexo de ânsia por inflamação. Desidratação secundária à restrição da ingestão oral, que é comum na presença de náusea, vômito ou dor, pode ocorrer após amigdalectomia numa freqüência de 1,1%. A dor após amigdalectomia é grave e isso contribui para a pouca ingestão de líquido e desconforto geral dos pacientes. Abscesso peritonsilar é uma condição que pode exigir intervenção cirúrgica imediata para aliviar obstrução potencial ou existente da via aérea. No entanto, a complicação mais grave da amigdalectomia é a hemorragia pós-operatória, pois pode levar a um choque hipovolêmico, que ocorre numa freqüência de 0,1 a 8,1%. Aproximadamente 75% das hemorragias tonsilares pós -operatórias ocorrem dentro de 6h da cirurgia. 7) Deve-se recomendar ao paciente submetido à cirurgia ambulatorial que não dirija por: A) 24h B) 12h C) 6h D) 4h E) 1h RESPOSTA: A FÁCIL COMENTÁRIO: Como os critérios de aferição da condição de alta hospitalar não avaliam a capacidade de dirigir ou outros parâmetros psicomotores, é prudente aconselhar ao paciente que não dirija veículos automotores bem como não opere máquinas pesadas nas primeiras 24h após o procedimento. O enxofre (SF6) na cavidade vítrea, pode implicar em: 1. isquemia retiniana no perioperatório 2. difusão mais rápida do SF6 para fora do olho 3. redução da pressão intra-ocular no pós-operatório imediato, com deslocamento da retina de sua posição correta. 4. aumento do tempo para o despertar do paciente RESPOSTA: B MÉDIA COMENTÁRIO: O óxido nitroso é 117 vezes mais difusível que o SF6, portanto, quando o oftalmologista injeta este gás na cavidade vítrea, o óxido nitroso passará para dentro do olho, aumentando a pressão intra-ocular, podendo, inclusive, produzir isquemia retiniana. Se, por outro lado, o cirurgião reajustar a pressão intra-ocular após a entrada do N2O para o olho, ele removerá parte da mistura de gases (N2O + SF6) e, ao término da anestesia, com a remoção do N2O do organismo, ocorrerá uma grande redução do volume da bolha de gás intra-ocular, permitindo o deslocamento da retina de sua posição correta, prejudicando o resultado da cirurgia. O óxido nitroso, em decorrência da sua baixa solubilidade no sangue, promove rápido despertar do paciente ao final da cirurgia. 37) Na anestesia ambulatorial: 1. o midazolam por via oral é útil como medicação pré-anestésica em crianças 2. o óxido nitroso aumenta a incidência de vômito no pós-operatório 3. o propofol não apresenta o fenômeno de ressaca e tem evidente ação antiemética. 4. o etomidato associado aos opióides reduz a incidência de náuseas no período pós-operatório RESPOSTA: A FÁCIL COMENTÁRIO: O midazolam é o fármaco mais comumente utilizado como medicação pré-anestésica em crianças, quando se utiliza na dose de 0,5mg.kg-1, produz sedação efetiva e reduz a ansiedade. O uso do óxido nitroso para cirurgia ambulatorial é um problema porque a incidência de emese aumenta significativamente. O propofol é melhor que outros agentes venosos na indução porque está associado a menor incidência de náuseas. O etomidato além de provocar dor à injeção e mioclonias, tem a grande desvantagem de aumentar a incidência de náuseas e vômitos, sobretudo quando associado a opióides. 39) Tipo(s) de arritmia(s) induzida(s) pelo reflexo oculocardíaco (ROC): 1. contrações ventriculares prematuras 2. taquicardia ventricular 3. ritmo juncional 4. bradicardia sinusal RESPOSTA: E DIFÍCIL COMENTÁRIO: O reflexo oculocardíaco (ROC) é evocado pela pressão sobre o globo ocular e/ou pela tração dos músculos extraoculares, bem como da conjuntiva ou das estruturas orbitárias. A via aferente é o trigêmeo e a via eferente é vagal. Embora a manifestação mais comum do ROC seja a bradicardia sinusal, pode ocorrer um amplo espectro de arritmias cardíacas, incluindo ritmo juncional, ritmo atrial ectópico, bloqueio atrioventricular, bigeminismo ventricular, extrasístoles ventriculares, multifocais, marcapasso errante, ritmo idioventricular, assistolia e taquicardia ventricular. 48) Na sedação leve: 1. as funções cardiovasculares estão comprometidas 2. os reflexos das vias aéreas estão normais 3. a resposta a comando verbal está reduzida 4. a função cognitiva e a coordenação podem estar prejudicadas RESPOSTA: C MÉDIA COMENTÁRIO: A sedação leve é um estado obtido com o uso de medicamentos, em que o paciente responde a comando verbal. A função cognitiva e a coordenação podem estar comprometidas, mas as funções cardiovasculares e respiratórias não apresentam comprometimento.