São Paulo, 22 de janeiro de 2013

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São Paulo, 25 de fevereiro de 2013.
EXMO. SR. DR.
DIRCEU BRÁS APARECIDO BARBANO
Diretor Presidente da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) – Trecho 5, área especial 57
Brasília – DF – Cep.71205-050
Digníssimo senhor
A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – ASBAI – vem,
por meio desta, solicitar a viabilização no Brasil da medicação epinefrina
em sua forma autoinjetável, para que este medicamento possa ser utilizado
pelos indivíduos, adultos e crianças, que apresentem anafilaxia, situação
de alto risco de morte.
A epinefrina (adrenalina) é, atualmente, medicação essencial no
controle da anafilaxia, grave problema de saúde que acomete parcela
significativa da população brasileira. A adequada utilização da epinefrina
sob forma autoaplicável é, de maneira bastante comprovada na literatura
médica, um dos divisores entre sobreviver ou não a uma crise de
anafilaxia. É importante ressaltar que se trata de uma doença grave, aguda
e
potencialmente
fatal,
desencadeada
por
mecanismos
de
hipersensibilidade, como ferroadas de inseto, alimentos, medicamentos,
exposição a látex, etc,, que atinge pessoas de todas as faixas etárias, de
ambos os sexos. O quadro clínico pode ser dramático, com “urticária
gigante” geralmente acompanhada de angioedema, comprometimento
respiratório (como dispnéia, broncoespasmo, estridor, hipóxia), sintomas
gastrointestinais (cólicas, vômitos e diarréia agudos) e comprometimento
cardiocirculatório, com hipotensão e colapso, sendo que em questão de
minutos o paciente pode evoluir para insuficiência respiratória, choque e
morte.
O tratamento da crise anafilática deve ser imediato. Como citado
acima, a adrenalina (epinefrina) é essencial para reverter o quadro clínico e
deve ser aplicada pelo próprio paciente, um familiar ou por alguém
disponível no local, já aos primeiros sinais da reação anafilática. A demora
em sua aplicação pode significar um prognóstico mais sombrio, com maior
chance de não reversão dos sintomas. Corticóides e anti-histamínicos são
medicações de segunda linha, devido ao maior tempo para o início de
ação.
A adrenalina autoinjetável é disponibilizada na maioria dos países
nesta apresentação. Sua aplicação é bastante simples e mesmo pessoas
não habilitadas conseguem utilizar a medicação de forma segura.
Todo paciente, seja criança ou adulto, após seu primeiro quadro de
anafilaxia, deve ser avaliado por um especialista em Alergia e Imunologia
clínica. As causas devem ser identificadas e afastadas e a prescrição de
adrenalina autoinjetável se impõe devido à impossibilidade de se garantir
que a pessoa não seja mais exposta ao desencadeante, o que pode
ocorrer acidentalmente como no caso de insetos ou alimentos.
Daí a grande importância da epinefrina (adrenalina) autoinjetável
que apesar de extremamente importante, ainda não é autorizada para
comercialização ou importação no Brasil.
Por tudo isto, nossa associação (ASBAI) considera urgente as
medidas específicas para esse fim.
Na certeza da atenção e consideração de Vossa Excelência para a
resolução desse grave problema que aflige milhares de brasileiros,
colocamo-nos à disposição para informações adicionais e/ou para o
agendamento de uma reunião para tratarmos pessoalmente do assunto e
encontrarmos juntos meios de obtermos uma solução ao problema.
Atenciosamente,
Dra. Elaine Gagete
Coordenadora do Grupo de
Assessoria em Anafilaxia da ASBAI
Prof. Dr. Fábio F. Morato Castro.
Presidente da Assoc. Brasileira
de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
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