INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA Maria das Graças Bina Omena Farias ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ACOMETIDO COM HEMORRAGIA DIGESTIVA MACEIÓ/AL. 2015 MARIA DAS GRAÇAS BINA OMENA FARIAS ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ACOMETIDO COM HEMORRAGIA DIGESTIVA Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do curso de Mestrado em Terapia Intensiva, em cumprimento as exigências para a obtenção do título de mestre. Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferrari Maceió/AL. 2015 “A individualidade mais importante do hospital não é o seu diretor, nem o seu contribuinte, nem o médico, nem a enfermeira, nem o secretário; a individualidade mais importante do hospital é, sem dúvida, o enfermo”. GOLDWATER Dados internacionais de catalogação na publicação biblioteca Sobrati ________ Farias, Maria das Graças Bina Omena Assistência de Enfermagem ao paciente acometido com hemorragia digestiva/Maria das Graças Bina Omena Farias. Maceió-AL, 2015. Originalmente apresentado como trabalho de conclusão de curso de Mestrado em Terapia Intensiva do autor (Mestranda – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva). Referências: 1- Hemorragia digestiva. 2 – Assistência de Enfermagem. Título. CDU-_____ RESUMO A hemorragia digestiva é a principal causa de mortalidade em pacientes cirróticos e dentre os sinais e sintomas relacionados à hemorragia digestiva identificamos a hematêmese e a melena. A taxa de mortalidade em hemorragia digestiva alta está entre 8% e 14%. E sua recidiva de sangramento é de cerca de 20%. O sangramento cessa dentro de 48H em 80% a 85% dos pacientes. Nos 15% a 20%, no qual a hemorragia não foi controlada, cerca da metade evolui para óbito. A taxa de mortalidade em hemorragia digestiva baixa é de 10% a 15% em hemorragias maciças. É um problema comum constituindo-se em causa frequente de hospitalização e procura aos Serviços de Urgência e Emergência. Palavras-chave: Hemorragia digestiva, Assistência de enfermagem. ABSTRACT the gastrointestinal bleeding is the main cause of mortality in patients with cirrhosis and among the signs and symptoms related to the gastrointestinal bleeding hematemesis and melena reported. The mortality rate in upper gastrointestinal bleeding is between 8% and 14%. And their recurrence of bleeding is about 20%. The bleeding stops within 48 h at 80% to 85% of patients. In 15% to 20%, in which the bleeding was not controlled, about half to death. The mortality rate in lower gastrointestinal bleeding is of 10% to 15% in massive bleeding. Is a common problem and frequent hospitalization is called into question and demand urgent and emergency services. Keywords: gastrointestinal bleeding, nursing care. SUMÁRIO PÁG. 01-INTRODUÇÃO..............................................................................08 02-OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS.......................................09 03-METODOLOGIA............................................................................10 04-DISCUSSÃO..................................................................................11 05-ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO......................................................15 06-CONCLUSÃO................................................................................18 07-REFERÊNCIAS..............................................................................19 8 1-INTRODUÇÃO: A hemorragia digestiva aguda, evidenciada clinicamente pela exteriorização de hematêmese, melena ou enterorragia, é uma causa frequente de hospitalização de urgência. As hemorragias que descerrem de lesões proximais ao ligamento de treitiz são considerados hemorragia digestiva alta (HDA) e, distais a ele hemorragia digestiva baixa(HDB). Habitualmente, a HDA se expressa por hematêmese e/ou melena, enquanto a enterorragia é a principal manifestação da HDB. No entanto, HDA de grande vulto pode produzir enterorragia, da mesma forma que lesões baixas, de cólon direito ou delgado terminal podem manifestar-se com melena e pode persistir por até três a cinco dias após cessar o sangramento. Geralmente a HDA é causada por úlceras gástricas ou gastrite, ou ainda por varizes esofagianas, carcinomas do esôfago e estômago, úlceras duodenais, colite ulcerativa e síndrome de Mallory-Weiss. A HDB é causada por hemorroidas, fissura anal, traumatismo anorretal, doença inflamatória intestinal, doença diverticular, tumores de cólon e reto. A presença de hematêmese e enterorragia traduz certamente a presença de hemorragia que é um evento frequente na prática clínica, apesar da evolução da Endoscopia terapêutica, o índice de mortalidade mantém-se em nível alto. A hemorragia digestiva alta é uma situação relativamente comum no serviço de urgência, potencialmente associada a risco de vida, exigindo uma abordagem rápida do paciente, triagem adequada e rápida instituição de manobras de ressuscitação. Embora a incidência da hemorragia digestiva alta tenha diminuído, reduções semelhantes da mortalidade e taxa de recidiva da hemorragia não têm sido verificadas na última década. Várias patologias gastrointestinais podem ocasionar hemorragia digestiva alta não hipertensiva, sendo a doença ulcerosa péptica a mais comum, apesar da diminuição da sua incidência. A esofagogastroduodenoscopia é o principal método de diagnóstico, terapêutica e prognóstico para hemorragia digestiva alta não hipertensiva. A terapêutica endoscópica reduz a taxa de recidiva de hemorragia, necessidade de transfusões hemáticas e cirurgia. A administração de inibidores da bomba de protões tem-se revelado importante no alcance de melhores resultados. A cirurgia deve ser reservada para casos refratários à terapêutica endoscópica, complicações ou neoplasias. 9 2- OBJETIVOS 2.1- OBJETIVO GERAL Padronizar as ações de enfermagem após a identificação das necessidades de cada cliente, proporcionando atuação correta diante das possíveis complicações apresentadas. 2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICO - Apresentar os principais aspectos do Enfermeiro na assistência de pacientes com HDA. - Estabelecer uma orientação prática para o Enfermeiro frequentemente envolvido com casos de hemorragia digestiva nas unidades de internamento hospitalar e serviço de urgência e emergência. 10 3- METODOLOGIA O estudo aqui proposto constitui-se em uma pesquisa de caráter descritivo considerando como objeto principal a revisão bibliográfica em publicações que abordam os casos de hemorragia digestiva e como o enfermeiro pode atuar na assistência de enfermagem em pacientes com hemorragia digestiva atendidas em emergência. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura por meio de um levantamento retrospectivo das pesquisas publicadas no período de 2000 a 2015 nas revistas indexadas nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe de Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronnic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (Medline). Os artigos foram selecionados a partir da leitura dos resumos, títulos e descritores. Foram estudados artigos e livros de autores, acerca do tema supracitado. 11 4- DISCUSSÃO A apresentação dos pacientes com HDA aguda no serviço de urgência tem um espectro variado entre uma perda hemática sem impacto clínico e o choque hipovolêmico. Desta forma, a abordagem terapêutica de um paciente com HDA em alguns casos terá de ser impreterivelmente imediata enquanto outros poderão ser tratados em ambulatório já que a sua perda hemática terá resolução espontânea com baixo risco de complicações clínicas ou de recidiva. Assim sendo, uma gestão otimizada destes pacientes requer uma abordagem coordenada com aplicação de protocolos específicos, e multidisciplinares envolvendo equipes de cirurgiões, gastrenterologistas, radiologistas de intervenção, intensivistas e enfermeiros especializados. A HDA não hipertensiva é uma causa frequente de admissão hospitalar. Apesar da diminuição da incidência da DUP e dos avanços da terapia endoscópica e farmacológica, a mortalidade por HDA permanece constante. Vários fatores de risco têm sido propostos como possíveis causas para a persistência de uma mortalidade elevada por HDA, sendo a idade e a presença de comorbilidades os fatores de maior peso. A abordagem do paciente com HDA deve por isso ser precoce, multidisciplinar e executada numa perspectiva mais ampla, de modo a poder valorizar as várias patologias do doente. A estabilização hemodinâmica e aplicação de medidas de suporte, a correta estratificação de risco do doente, a realização de esofagogastroduodenoscopia precoce, nas primeiras 24h e a associação de IBP, em bólus ou perfusão, revelam-se etapas essenciais na abordagem do doente com HDA, apresentando reduções significativas do número de recidivas hemorrágicas e do tempo de internamento hospitalar. A intervenção endoscópica terapêutica precoce nas lesões de alto risco é o tratamento padrão da HDA não hipertensiva, resultando numa diminuição da necessidade de cirurgia e transfusões hemáticas, do tempo médio de internamento e dos custos associados, apesar de revelar uma taxa de recidiva hemorrágica de 5 a 15%, superior à alcançada com procedimentos cirúrgicos. A prevenção da recidiva hemorrágica após hemóstase endoscópica bem sucedida revela-se crítica, com os IBP a terem um papel preponderante. A cirurgia urgente e outros procedimentos como a embolização percutânea devem ser considerados nos casos de hemorragia persistente, as últimas evidências, tais estratégias geralmente não são praticadas. Quadro 1: Causas de HDA Diagnóstico Úlcera péptica Erosões gastroduodenais Esofagites/úlceras Varizes Mallory Weiss Câncer Malformações vasculares Fonte: Gut 2 (D) Incidência(%) 35-50 6-15 5-15 5-10 15 1 5 12 Para Wee E. Management(2011) refere que O sucesso da supressão ácida farmacológica na cicatrização de úlceras pépticas e na abordagem do doente com HDA tem-se refletido na extinção virtual da cirurgia eletiva para DUP, diminuição das taxas de recidiva hemorrágica (cerca de 10%), diminuição da necessidade de transfusões e do tempo de internamento e da mortalidade. Os IBP devem ser iniciados em qualquer paciente com suspeita de HDA. A terapêutica com IBP é dada inicialmente em bólus seguida de infusão intravenosa. A sua aplicação deve anteceder a realização da endoscopia pois permite a diminuição do nível de risco da lesão. No entanto a utilização dos IBP não deve de forma alguma resultar no atraso da aplicação do procedimento endoscópico. Doses elevadas de IBP promovem a estabilidade de coágulos. As lesões facilitando também a hemóstase por elevação do pH gástrico classificadas como Forrest IIb ou superiores devem continuar a infusão intravenosa de IBP enquanto as lesões de menor grau podem ser tratadas com IBP de formulação oral. A infusão deve ser prolongada pelo menos até 72h antes da sua alteração para formulação oral, já que na maioria dos casos este é o período necessário à transição de lesões de alto risco para baixo risco. No entanto se ocorrer nova hemorragia nesse período a infusão intravenosa de IBP deve ser continuada para além das 72h. Os antagonistas dos recetores da histamina 2 podem ser utilizados como substitutos dos IBP quando estes se encontram contraindicados, embora globalmente demonstrem menor eficácia na prevenção da recidiva hemorrágica quando comparados com os IBP. Estudos recentes relacionam os IBP a infeções por Clostridium difficile, pneumonia e fraturas osteoporóticas. Estes achados mantêm-se no entanto controversos e os benefícios da administração de IBP ultrapassam estes potenciais riscos do tratamento agudo. O tratamento a longo prazo deve ser alvo de vigilância. 4.1- RESSUSCITAÇÃO E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Os primeiros cuidados a ter com o paciente com HDA são a avaliação clínica e a estabilização hemodinâmica, revelando-se essenciais e influenciando Transfusões hemáticas que pode ser inevitavelmente necessárias e os pacientes frequentemente requerem monitorização em unidades de cuidados intensivos. A colocação de sonda nasogástrica para aspiração e lavagem gástricas foi tradicionalmente considerada um procedimento padrão na abordagem da HDA. Concluiu-se, porém, que a lavagem gástrica não demonstra qualquer eficácia hemostática não se encontrando, atualmente, recomendada. Por sua vez, a aspiração nasogástrica pode auferir valor prognóstico, já que um aspirado límpido se associa a uma taxa de mortalidade de 6% enquanto um aspirado hemático “vermelho vivo” corresponde a 18% de risco. Desta ordem de ideias se infere o interesse em delimitar um subgrupo de pacientes, em geral rotulados de alto risco que pode requerer cuidados médicos ou cirúrgicos urgentes e especiais. Neles, a persistência ou a recidiva da hemorragia constituem fatores determinantes da 13 mortalidade, a qual, neste caso pode atingir valores até 30-40%. A identificação precoce dos pacientes de alto risco permite uma intervenção mais adequada com o objetivo de minimizar a morbimortalidade deste grupo. A escala de Rockall, de eficácia globalmente validada, inclui parâmetros clínicos e endoscópicos na triagem dos pacientes, tendo sido desenhada com o objetivo de prever a mortalidade por HDA. Quadro 2: Escore de Rockall Fatores de risco Escores 0 Idade Situação da volemia Co-morbidades < 60 anos 60 – 79 anos 2 3 ≥ 80 anos “Ausência de choque” PA sistólica > 100 Pulso < 100 / min Ausentes Diagnóstico endoscópico Mallory-Weiss Estigmas endoscópicos 1 Ausentes ou Coágulo plano “Taquicardia” “Hipotensão” PA sistólica > 100 PA sistólica < 100 Pulso > 100 / min ICC, insuficiência insuficiência renal, Coronária, outras falência hepática, doenças graves doença maligna disseminada Todos os outros diagnós- doenças malignas ticos benignos do TGI Sangue no TGI superior; coágulo aderente; vaso visível; ou vaso com sangramento ativo Fonte: ROCKALL et al., 1996. A escala de Glasgow-Blatchford, desenvolvida em 2000, serve-se apenas de dados clínicos e laboratoriais para identificação dos pacientes que necessitem ou não de intervenção hospitalar. Inúmeros fatores têm sido associados o maior risco de recidiva da hemorragia e mortalidade por HDA incluindo idade superior a 65 anos, mau estado geral, comorbidades graves, níveis de hemoglobina baixos, necessidade de transfusão hemática, hemorragia ativa, presença de melena ou sepsis, internamento hospitalar por outra patologia, níveis elevados de creatinina e ureia. Outros fatores incluem o alcoolismo crónico, neoplasias malignas ativas e condições sociofamiliares desfavoráveis. A utilização do índice de Rockall implica a realização de endoscopia a todos os doentes com HDA o que origina a permanência dos doentes no hospital até que este procedimento seja executado e acarretando maiores custos. Vários estudos demonstraram que a escala de Blatchford permite que pacientes com escore máximo de 2 tenham alta em segurança, sem intervenção endoscópica, reduzindo desta forma as admissões hospitalares por HDA, colocando os recursos disponíveis à disposição dos pacientes mais graves. O escore de 14 Blatchford composto apenas por parâmetros clínicos e laboratoriais, é proposto para predizer a necessidade de tratamento (hemotransfusão, hemostasia endoscópica ou intervenção cirúrgica) em pacientes com HDA antes mesmo da realização da EDA. Este escore também possibilita fazer a triagem daqueles pacientes que necessitam de endoscopia digestiva alta de urgência (nas primeiras 24h), Para Robustelli (2008) na presença de instabilidade hemodinâmica persistente, complicações como perfuração, impossibilidade de controle endoscópico da lesão ou recorrência da hemorragia após 2 ou mais tentativas de hemóstase transitoriamente bem sucedidas, a cirurgia urgente é mandatória. Um estudo retrospectivo na Itália identificou a DUP complicada (70,5%) e as neoplasias do trato gastrointestinal (29,5%) como as principais lesões que acarretam abordagem cirúrgica nos pacientes com HDA. Entre os procedimentos cirúrgicos mais utilizados encontram-se a gastrectomia subtotal, a rafia da úlcera, a hemóstase direta da úlcera e a gastrectomia total. De fato a gastrectomia total ou subtotal é o procedimento de escolha já que abordagens cirúrgicas menos agressivas apresentam globalmente uma incidência elevada de recidiva da hemorragia associada a taxas de mortalidade superiores aos doentes tratados com ressecção gástrica. É necessário, no entanto, valorizar o estado geral do doente e as suas comorbidades já que em certos casos pode ser preferível a adoção de uma abordagem cirúrgica menos invasiva. A realização de endoscopia pré- procedimento cirúrgico permite recolher informação acerca da causa e do local de hemorragia, auxiliando a decisão do cirurgião quanto ao tipo de incisão e abordagem (torácica, abdominal superior ou inferior), qual o órgão alvo e qual o tipo de cirurgia a efetuar. 15 5- ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO • Observar continuamente o cliente para poder detectar sinais de gravidade que possam fazer modificar a atuação do profissional para o atendimento de necessidades mais prementes. • Verificação dos parâmetros hemodinâmicos 100 mmHg 120 bpm • Investigação do tipo de sangramento (hematêmese, hematoquesia, melena, enterorragia, etc.) • Introdução de sonda nasogástrica, se a hemorragia for do trato digestivo alto, para o esvaziamento do conteúdo gástrico, para aspiração de sangue e coágulos, controle de novos sangramentos, administração de medicamento e para introdução e drenagem de líquidos empregados na lavagem gástrica. • O jejum deve ser mantido não somente até o exame endoscópio, mas até certificar-se de ter cessado o sangramento. • Oxigênio umidificado, em volumes prescritos pelo médico • Sonda vesical de demora, em cliente com hemorragia mais grave é obrigatório, a passagem de sonda de foley para medida exata do débito urinário, que se constitui parâmetro importante na avaliação da perfusão capilar e da volemia. 5.1- INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ALTO RISCO DE LESÃO (Mecanismos de coagulação alteradas) Estar alerta para nível de consciência, palidez cutânea/mucosa e sinais vitais e registrar informações; Observar as manifestações hemorrágicas (equimose, epistaxe, petequias e sangramento gengival; Manter o cliente em repouso no leito; Puncionar veia de grande calibre e providenciar coleta de sangue para provável hemotransfusão e exames laboratoriais, como hematócrito e hemoglobina; Controlar parâmetros hemodinâmicos. 16 PERFUSÃO TISSULAR PREJUDICADA (Gastrointestinal) Realizar cateterismo nasogástrico (SNG), se a hemorragia for do trato digestivo alto e proceder o esvaziamento do conteúdo do estômago. Não realizar procedimento se a hemorragia tiver diagnóstico de varizes de esôfago; Lavar o estômago com solução prescrita até retorno limpo Providenciar o material necessário para a realização do procedimento da introdução do balão de Sangestaken Blackmore; Manter o cliente em estado de jejum, se indicado; Monitorar a ingestão e o débito a cada quatro horas, utilizando o balanço hídrico; Detectar sinais de hiperestesia abdominal e sinais precoces de agravamento da isquemia pela volemia. NUTRIÇÃO ALTERADA: Encorajar o cliente na aceitação da dieta enviada pelo Serviço de Nutrição e Dietética (SND); Providenciar higiene oral antes e após as refeições; Administrar as medicações prescritas (antieméticos); Encorajar uma maior ingesta de líquidos frios. RISCO PARA INFECÇÃO Lavar as mãos antes e depois de prestar assistência; Trocar as extensões do soro intravenoso a cada 72horas; Observar continuamente o local de inserção do cateter, A qualquer sinal de hiperemia, dor, edema ou extravasamento de líquidos, providenciar a retirada do cateter e a inserção em novo local; Providenciar medidas de higiene corporal, dando atenção especial aos cuidados higiênicos após ocorrências de sangramento, ou sempre que necessário. DÉFICIT DE VOLUME DE LÍQUIDO Monitorar e registrar os sinais vitais (SSVV) a cada 2 horas ou quando necessário; Observar e registrar alterações relacionadas a fezes, urina, êmese e drenagem gástrica; 17 Administrar líquidos parenterais, hemoderivados ou expansores plasmáticos, com rigoroso controle do gotejamento; Avaliar o volume urinário a cada 2 horas; Avaliar o turgor cutâneo e o estado das mucosas; Permanecer em alerta constante durante episódios de sangramento. RISCOS PARA DOR Observar e registrar queixas de dor, bem como o local e intensidade da mesma; Administrar os analgésicos prescritos com parcimônia. Muitos Narcóticos reduzem a motilidade gástrica; Usar técnicas de distração da dor para proporcionar alívio com métodos não farmacológicos (massagens e mudança de decúbito); COMPROMETIMENTO DA ELIMINAÇÃO VESICAL Realizar cateterismo vesical de demora; Proceder higiene íntima rigorosa três vezes ao dia ou quando necessário; Medir o débito urinário para avaliação da volemia. OXIGENAÇÃO PREJUDICADA Movimentar o cliente lentamente para evitar hipotensão ortostática; Administrar sangue ou hemoderivados e monitorar as reações adversas; Realizar ausculta pulmonar para detectar anormalidades; Monitorar os SSVV e administrar oxigênio úmido, se prescrito; Manter narinas higienizadas e livres de secreção; Preparar material para possível intubação orotraqueal e ventilação mecânica. Outros diagnósticos só serão possíveis após o exame físico de cada cliente, a fim de detectar suas necessidades básicas. 18 6- CONCLUSÃO Pretendo concluir que a Enfermagem atua vinte e quatro horas na assistência, e pode intervir diante de certas complicações minimizando aos prejuízos orgânicos. Este estudo fundamenta a importância do papel do Enfermeiro mediante aspectos da hemorragia digestiva. Dessa forma uma abordagem diagnóstica e terapêutica adequada é desejável na tentativa de reduzir a morbimortalidade. Nos últimos anos, observa-se grande progresso no entendimento de vários aspectos da hemorragia digestiva alta, no entanto, a falta de interesse em investir no paciente para sua melhor recuperação nos serviços públicos deixa muito a desejar. 19 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AG, Arquivos de gastroenterologia, São Paulo, v.44, nº 2, p. 123-127 abril/junho 2007. 2. 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