Licenciatura em física - MCF/MEP Z2 Alexis Nobre Massari - 1661272 Deborah Laryssa Arruda Proença - 1662961 Diego Vinicius - 1663402 Sandy Torres Tavares - 1664212 Projeto catapulta x estrutura Histórico do projeto: Nos encontramos uma vez por semana neste último mês para discutir os detalhes do projeto. Na primeira semana decidimos focar apenas na elaboração de uma catapulta, pois acreditamos que ela é a peça mais fundamental de nosso projeto. Então decidimos que cada integrante pesquisaria modelos de catapulta e apresentaria na semana seguinte. Nos encontramos na semana seguinte para avaliar os modelos encontrados. Foram apresentados três modelos dos quais foi selecionado aquele que apresentou maior praticidade na construção e maior possibilidade de modificação – o mangonel (catapulta tradicional). Na terceira semana realizamos a primeira tentativa de construção da catapulta. Dividimos as tarefas entre os membros e terminamos de construí-la no final da tarde. Na última semana anterior à apresentação, discutimos os detalhes referentes à metodologia aplicada para a coleta de dados, e a apresentação. Esquema da montagem: Um esquema do aparato desenvolvido até agora foi enviado juntamente com este projeto. Dados quantitativos/metodologia de obtenção de dados: Foi feita apenas uma série de testes, referentes ao alcance e precisão da catapulta. Foram 10 lançamentos realizados e medidos, todos com aproximadamente a mesma deformação no elástico, correspondente a 5,8 cm. As medidas e uma foto das marcações estão dispostas a seguir: Lança mento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Medida (cm) 112 119 122,5 135,5 159 175 176 180 186,5 227 É possível ver que os lançamentos apresentaram alcances dispostos em um intervalo de aproximadamente 115 cm e também foi medido o intervalo de medidas lateral, que mostrou o projétil caindo ao longo de um intervalo lateral de aproximadamente 42 cm. Porém, estes testes foram feitos sob condições esdrúxulas e sem muito rigor experimental, apenas para nos dar uma ideia de como nosso experimento se comporta na pior das hipóteses. Futuramente serão feitos testes de precisão mais rigorosos e uma comparação dos dados experimentais com os dados teóricos. Os testes nos servirão para analisarmos e julgarmos o que precisa ser melhorado a fim de conseguir uma ótima precisão, que é necessária ao projeto. Ainda não foram feitos testes relativos ao funcionamento da estrutura. Quanto à metodologia que pretendemos adotar para a obtenção de dados, decidimos que faríamos um teste preliminar, sem muito rigor(dados coletados acima), para em seguida trabalhar em cima deles e verificar quais são os empecilhos no aparato que causam falta de precisão ou discrepância muito grande da teoria. Ao mesmo tempo, iremos adaptando a montagem para vencer as dificuldades e realizando novos testes com o mesmo propósito até atingirmos resultados satisfatórios. Uma vez pronta a parte do projeto que envolve a catapulta, repetiremos o processo com a parte da estrutura, verificando, também se e como as duas partes dialogam entre si. Funcionamento científico do aparato: Os principais conceitos físicos envolvidos no funcionamento da catapulta são: lançamento oblíquo, resistência do ar, três leis de Newton, força elástica, energia mecânica. Ao esticar o elástico, realizamos um trabalho sobre ele que é convertido em energia potencial elástica. Ao soltá-lo, essa energia é convertida em energia cinética fazendo o braço da catapulta se mover. Como uma de suas extremidades está presa a um eixo livre para rodar, o braço realiza um movimento rotacional em torno deste ponto. Eventualmente, o movimento é abruptamente interrompido, pois o braço colide com um anteparo. O objeto que estava dentro da concha da catapulta, porém, pela lei da Inércia, vai manter o mesmo movimento, e, portanto, vai descrever uma trajetória parabólica, sendo esta última a sobreposição de dois movimentos - um Movimento Retilíneo Uniforme, no eixo X horizontal, e um Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado, no eixo Y vertical, com aceleração da gravidade g=9,8 m/s². Aplicação tecnológica do aparato: A catapulta já é, por si só, uma aplicação tecnológica visto que é um aparato que foi imitado da vida real. A catapulta é uma arma de guerra que surgiu por volta de 300 a. C. na Grécia. Seu propósito, então, era servir como uma arma de cerco que fosse capaz de atirar projéteis (pedras, corpos de animais, corpos de infectados com doenças contagiosas, etc) por cima de muros e fossos, ou destruir muralhas e formações militares de inimigos. O aparato catapulta, em si, não é uma coisa aplicável nos dias de hoje. Porém, sua ideia de lançar objetos através de forças externas a ele e se valendo de transformações de energia ainda persiste.É possível mencionar como a catapulta de vapor é utilizada em porta-aviões. Como as embarcações não possuem espaço suficiente para os caças decolarem sozinhos, elas possuem um sistema de pistões acoplados geralmente ao trem de pouso dos caças, que é impulsionado por um vapor de altíssima pressão, auxiliando no levantamento de vôo da aeronave. Semelhante ao caso nos porta-aviões, pesquisa-se um sistema de “catapulteamento” de cápsulas ao espaço, como o projeto Railgun, que consiste em trilhos eletromagnéticos de quilômetros de extensão que impulsionam conjuntos avião-nave sem a necessidade de gastar combustível da própria nave, a fim de economizar combustível e dinheiro. Os mesmos princípios de uma catapulta clássica funcionam em aparatos muito semelhantes que fazem uso da força potencial elástica, que são os arcos e flechas e os estilingues. Proposta de aplicação didática: A proposta inicial para este projeto seria montar uma catapulta e uma estrutura (ambas de baixo custo) com os alunos do ensino médio, visando estimular a discussão das propriedades físicas que estão envolvidas antes, durante e depois da confecção das mesmas, e também abrir margem à uma discussão da ciência como uma construção humana interligada com a sociedade, a partir de um enfoque histórico da criação e aplicação da primeira parte do projeto que é a catapulta. Por ser um projeto um tanto trabalhoso e com um conteúdo bastante abrangente, seu tempo de duração seria basicamente de dois bimestres, dependendo do avanço dos alunos e da interação nas salas de aula. Neste processo, os estudantes conseguirão aplicar conceitos essenciais para o estudo físico, onde a catapulta desenvolve os seguintes aspectos: ● Energia potencial elástica: define-se a energia potencial de uma corda ou mola que possui elasticidade. O elástico contido na catapulta, ao ser tensionado, adquire energia potencial, passando parte dessa energia para o projétil, que com isso, adquire quantidade de movimento. Como parte do processo didático, poderia abrir uma discussão sobre o que seria essa energia potencial, e se essa energia se conservaria até o final de todo o experimento. ● Energia cinética: a energia cinética é a energia que está relacionada com o estado de movimento de um corpo. Este tipo de energia é uma grandeza escalar que depende da massa e do módulo da velocidade do corpo em questão. Quanto maior o módulo da velocidade do corpo, maior é a energia cinética. Quando o corpo está em repouso, ou seja, o módulo da velocidade é nulo, a energia cinética é nula. Na catapulta, a energia potencial no projétil se transforma em energia cinética e com isto, podemos fazer com que os alunos estabeleçam essa diferenciação e percebam a conservação da energia. ● Força elástica: a força que a mola ou elástico exerce sobre o corpo obedece uma relação que conhecemos como Lei de Hooke, onde existe uma proporcionalidade entre a força aplicada e a elasticidade de um material. Durante a confecção da catapulta, poderíamos mencionar a importância da escolha de um elástico que não se rompa facilmente e a dificuldade de sempre tensionar de uma mesma forma (aplicar a mesma força em cada movimento) e o quanto de distância podemos ● ● alcançar em um lançamento oblíquo quando variamos a força aplicada e o ângulo de disparo. Primeira e segunda lei de Newton: na primeira lei de Newton, na ausência de forças, um corpo em repouso tende a continuar em repouso ou em movimento retilíneo uniforme. Na segunda lei, um corpo em repouso necessita de uma aplicação de força para que possa alterar seu movimento, adquirindo velocidade no mesmo sentido e direção da aplicação da força, e também com intensidade proporcional à aplicação desta força. Ou seja, quanto maior a força, maior será a aceleração adquirida pelo corpo. É exatamente isso que acontece para que o projétil consiga sair de seu estado inercial e alcançar a velocidade necessária para acertar a estrutura e destruí-la. Com isto, poderíamos fazer com que os alunos discutam quais são as forças que atuam no projétil, mostrando que algumas destas forças interferem no lançamento e modificam a trajetória natural do corpo. Lançamento oblíquo: o lançamento bidimensional oblíquo demonstra o que acontece com o corpo que sofre a força gravitacional, mudando sua trajetória retilínea para curvilínea, onde poderíamos discutir com os alunos o quanto a gravidade pode interferir quando calculamos o caminho para acertar um certo alvo. Já na estrutura, poderíamos abordar as seguintes discussões: ● Centro de massa: o que mantém a estrutura em equilíbrio estático? ● Resistência de materiais: qual material poderia deixar a estrutura mais resistente possível? ● Arranjo estrutural: existe algum ponto mais frágil que possa destruir a estrutura de uma só vez? Claro que todo esse desenvolvimento dependeria do tempo que teríamos com os alunos, mas o projeto é bastante flexível, onde algumas destas questões poderiam ser colocadas sem tanto aprofundamento e deixadas como reflexão discente. Além do mais, poderiam ser discutidas em grupo, agilizando o processo como um todo.