O século de ouro da cultura grega

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O MUNDO GREGO – SÍNTESES DAS AULAS 7 E 8
Você já imaginou, alguma vez, um corintiano que não fosse um torcedor do time de futebol
de São Paulo?
Se entrarmos na nossa máquina do tempo e viajarmos até a Grécia antiga, veremos que os
corintianos eram habitantes de uma cidade chamada Corinto.
Além disso, conheceremos os habitantes das cidades gregas, que criaram muitas coisas que,
com certeza, fazem parte do nosso dia-a-dia.
Os gregos inventaram os Jogos Olímpicos, realizados a cada quatro anos.
Os gregos também classificaram as notas que formam a escala musical; criaram muitas
lendas, heróis e mitos que são conhecidos até hoje; adotaram uma forma de governo que chamaram
de democracia. A democracia da Grécia antiga era muito diferente da que conhecemos atualmente.
Nela, somente os cidadãos votavam. As mulheres, os trabalhadores, os escravos e os estrangeiros não
participavam das decisões políticas: não eram considerados cidadãos. Os cidadãos gregos eram os
homens proprietários que haviam prestado o serviço militar.
Enquanto as civilizações do Oriente Médio se desenvolviam às margens dos rios Nilo, Tigre e
Eufrates, num canto do Mediterrâneo oriental, entre a Ásia e a Europa, um povo de navegantes
prosperava e criava uma cultura própria: eram os pelasgos, ou homens do mar, que moravam na ilha
de Creta. Os cretenses criaram uma civilização centrada no comércio marítimo. Posteriormente os
cretenses foram conquistados pelos aqueus.
Os primeiros helenos: eólios, jônios, aqueus e dórios.
Os helenos eram um povo que eles estavam divididos em quatro grupos e se estabeleceram
em regiões diferentes:
→Os eólios se fixaram na Etólia, no norte da Hélade;
→Os jônios se fixaram no centro, na península de Ática;
→Os aqueus se fixaram no Peloponeso;
→Os dórios se fixaram no norte da Grécia, na Macedônia e, mais tarde, no Peloponeso.
Atraídos pela prosperidade dos cretenses, os helenos foram se infiltrando em todo o território
até dominá-los completamente, conquistando o mar Egeu. Os aqueus logo se impuseram aos demais
grupos. Por volta de 1400 a.C., as cidades de Micenas e Tirinto tornaram-se os focos irradiadores da
nova cultura cretomicênica, uma combinação da velha cultura dos cretenses com a cultura dos
helenos.
A Guerra de Tróia
O rei de Micenas liderava os demais reis helenos nas campanhas de conquista. Mas tiveram
de enfrentar um inimigo poderoso: a cidade de Tróia.
Por volta de 1100 a.C., Agamenon, rei de Micenas, liderou uma coalizão de helenos contra
Tróia.. Os gregos penetraram na cidade escondidos dentro de um enorme cavalo de madeira pelo qual
presentearam os troianos. Daí vem a expressão presente de grego. No final, Tróia foi totalmente
destruída.
Os reis de Micenas teriam continuado a expandir o seu território se não tivesse acontecido
algo inesperado.
A invasão dórica
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Enquanto os aqueus lutavam contra os troianos, os dórios começaram a se infiltrar. Os dórios
tinham uma coisa que os outros não tinham: armas de ferro.
Por volta de 900 a.C., começaram a avançar em direção ao Peloponeso. As tribos helenas
estavam divididas e debilitadas por causa da longa guerra contra Tróia e não conseguiram resistir. As
que tentaram como Micenas e Tirinto, foram arrasadas. Os aqueus foram reduzidos a escravos dos
dórios.
A Grécia heroica
Com a chegada dos dórios, começou uma etapa muito importante na vida dos gregos. Esse
momento é chamado de heroico ou homérico. Foi nessa época que surgiram os mitos, as lendas, os
deuses e os heróis helenos.
Com a invasão dos dórios, muitas famílias helenas fugiram e se refugiaram nas ilhas do mar
Egeu. A partir desse momento, o mar Egeu ficou totalmente rodeado de colônias gregas.
Os gregos também fundaram colônias no Egito, no norte da África, no sul da Itália e nas
costas da Espanha e da Gália, que é hoje a França.
Para os gregos o ser humano era a obra mais importante da criação. Seus deuses eram pessoas
perfeitas, belas e jovens, mas tinham todas as qualidades e os defeitos dos seres humanos.
Os deuses gregos formavam uma comunidade privilegiada que morava no monte Olimpo, um
lugar sagrado. Eles eram presididos por Zeus, pai de todos os deuses, e sua mulher, Hera. Os deuses
da Terra também moravam no Olimpo, como Poseidon, o deus dos mares, e Dioniso, o deus da
alegria e do vinho.
Cada cidade grega tinha o seu deus predileto. Apesar disso, os gregos adoravam todos os
outros deuses também. Cada casa tinha um fogo sagrado que ardia em memória dos antepassados.
Os deuses gregos comunicavam seus desejos aos homens por meio de presságios. Os
oráculos, os templos onde os deuses gostavam de revelar suas mensagens, foram muito populares na
Grécia.
Os gregos também contavam histórias sobre personagens lendários, os semideuses. Os mais
famosos foram:
→ Hércules, o herói nacional grego por causa de sua força física e bondade;
→ Teseu, que conseguiu acabar com o poder dos cretenses quando matou o Minotauro;
→ Perseu, que matou a Medusa, um monstro cujos cabelos eram serpentes e que convertia os
homens em pedra com o olhar;
→ Édipo, o anti-herói que assassinou o pai, Laio, rei de Tebas, e casou com a mãe, Jocasta.
Uma vez revelado o crime, Édipo fugiu e foi engolido pela terra.
As cidades-estados gregas
Os gregos moravam em cidades independentes que chamavam de pólis.
Vejamos, agora, como é que as cidades-estados se desenvolveram, e que tipo de governo elas
adotaram.
Esparta
Esparta foi fundada pelos dórios. Como eram pouco numerosos, eles estabeleceram uma
disciplina militar muito rígida para manter os privilégios que tinham conquistado. Era uma
verdadeira cidade-quartel. Tudo era submetido ao Estado, cuja principal função era fazer com que os
cidadãos espartanos fossem bons soldados.
A terra, propriedade dos cidadãos, era cultivada por escravos que pertenciam ao Estado. Ao
nascer, uma criança que tivesse algum defeito físico era jogada de uma colina. Se fosse perfeita,
ficava com a mãe até os 7 anos de idade.
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Depois, permanecia sob o cuidado do Estado até chegar aos 60 anos.
Até os 18 anos, os meninos espartanos aprendiam a ler e a escrever. Eles tinham de fazer
muitos exercícios físicos, além de sofrer muitos castigos, para se tornarem bons soldados. Dos 18 aos
30 anos, dedicavam-se exclusivamente ao exército.
As meninas eram educadas em casa, quase da mesma forma que os meninos.
Aprendiam a ler e a escrever e faziam muitos exercícios físicos para se tornarem mães de
soldados perfeitos. A mulher espartana gozava de muito prestígio e de liberdade nas suas relações
sociais, o que não acontecia nas demais cidades gregas.
O exército espartano conseguiu se impor aos demais povos do Peloponeso.
Depois de dominar esses povos, os espartanos formaram a Liga do Peloponeso e tornou-se a
cidade-estado mais forte da Grécia.
Atenas
Atenas foi fundada em homenagem à deusa da sabedoria.
Os atenienses experimentaram várias formas de governo até chegar a uma forma que eles
chamaram de democracia.
No início, os atenienses foram governados por um rei, cujo poder era limitado pelos
eupátridas, os “bem-nascidos”.
Revoltas dos habitantes que não podiam participar do governo forçaram os governantes a
escrever leis, tais como para repartir as terras e incentivar a educação para todos os cidadãos.
Os cidadãos eram aqueles que nasciam na cidade e cujos pais eram atenienses.
As mulheres, as crianças, os estrangeiros e os escravos, que formavam a maioria da população
de Atenas, não participavam da democracia ateniense.
Ao contrário do que ocorria em Esparta, as escolas atenienses eram particulares: as escolas
públicas não existiam.
Por volta do século V a.C., tanto Atenas como Esparta tinham se tornado muito poderosas.
Era inevitável que seus interesses se chocassem. Antes disso, porém, um acontecimento muito
importante fez com que toda a Grécia se unisse: foi a ameaça dos persas, que tentavam expandir seu
império.
A guerra entre gregos e persas foi, na realidade, o primeiro enfrentamento de dois modos de
vida e duas culturas totalmente diferentes. De um lado, estavam as cidades gregas e suas formas
democráticas. Do outro, o império persa, com seus imperadores absolutistas.
Depois das guerras, a cultura grega, em especial a de Atenas, viveu seu melhor momento. É
por isso que os historiadores chamam esse período da história da Grécia de clássico.
A Guerra do Peloponeso (431 a.C.-404 a.C.)
Como já vimos, bastou um pequeno pretexto para que a luta entre Atenas e Esparta
começasse. E Esparta saiu vencedora.
O século de ouro da cultura grega
Os gregos foram o primeiro povo a se preocupar com a História. Eles deram ao mundo, por
assim dizer, o primeiro historiador. Heródoto foi chamado de “pai da História”. Graças a ele, temos
relatos de como era a vida grega durante o século V a.C.
Os gregos também se dedicaram ao estudo das causas da saúde e das doenças. Eles
desenvolveram a medicina. Hipócrates foi considerado o “pai da medicina”.
Podemos dizer que a filosofia nasceu na Grécia. Foi lá que surgiram os pensadores que se
preocupavam em saber a origem e o destino da existência humana. Os maiores filósofos gregos
foram Sócrates, Platão e Aristóteles, criador da lógica, e professor de Alexandre Magno.
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A Grécia helenística
Depois das guerras civis, as cidades gregas entraram em um período de decadência. O luxo
excessivo e a desunião entre as cidades agravou a situação.
Nesse momento, apareceu um homem cujo ideal transformou a Grécia clássica: Filipe da
Macedônia. Esse homem unificou as cidades gregas e atacou o império persa. Seu filho, Alexandre
Magno, realizou a conquista da Pérsia e difundiu a cultura grega no Oriente.
Alexandre Magno foi um personagem histórico que deu origem a muitas lendas e mitos. Ele
foi chamado de “o grande” pelas incríveis façanhas que realizou. Na primavera de 334 a.C.,
Alexandre Magno desembarcou perto de Tróia com um exército de 35 mil homens. Ele teria de
enfrentar o exército persa, que contava com um milhão de soldados. Alexandre venceu. Ele também
invadiu a Palestina, o Egito, onde foi consagrado faraó, a Mesopotâmia e a Índia.
Após uma festa, Alexandre caiu vítima de uma febre violenta. Ele morreu aos 33 anos.
Exercícios
01. (FUVEST) Leia o texto:
“[...] A partir dos 7 anos, as crianças de sexo masculino eram entregues ao Estado para sua
educação, só aprendiam o necessário para suas necessidades do cotidiano, todo o resto da
instrução era para que fossem obedientes, resistentes à fadiga, vencedores nos combates [...]”
O texto refere-se ao sistema educacional de:
a) Atenas
b) Tebas
c) Esparta
d) Micenas
02. (UFMG) Sobre a democracia ateniense, é correto afirmar que:
a) Havia uma ampla participação popular, inclusive de mulheres.
b) Era marcada pela restrição na participação, já que o critério de exclusão era a
alfabetização.
c) Foi erroneamente denominada de democracia, já que mulheres, estrangeiros e escravos
não podiam votar.
d) Até mesmo as crianças a partir dos 7 anos tinham direto de participar da política.
03. (TELECURSO) Alexandre Magno, conhecido historicamente por Alexandre “O Grande”,
conquistou a Macedônia, a Índia, etc. Era hábil nas guerras, astuto e estrategista. Sua
astúcia deve-se a priori, por ter sido aluno de o maior filósofo de todos os tempos.
O filósofo a que trata o texto é:
a) Platão
b) Sócrates
c) Aristóteles
d) Jorge Boole
04. Na formação dos povos que constituiria a Grécia, destaca um povo que foi fantástico na
arte da navegação, logo, sobressaiu no comércio marítimo. Estamos falando dos:
a) Atenienses
b) Espartanos
c) Cretenses
d) Micênicos
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