SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO – FUNDAP PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL Autores: Jessica Sanitá; Alessandra Kerli Silva Manfredi. Programa de Triagem Auditiva Neonatal: a criança Síndrome de Down. Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborada na (Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo) Área: Fonoaudiologia Ribeirão Preto 2011 Sumário: Resumo 03 Introdução 04 Objetivo 19 Metodologia 19 Resultados 24 Discussão 26 Conclusão 27 Anexos 28 Referência Bibliográfica 31 RESUMO Introdução: A Síndrome de Down (SD) é a forma genética mais comumente identificada de retardo mental e uma das principais causas de defeitos específicos e de condições médicas associadas no nascimento. Uma das comorbidades do bebê SD é a perda auditiva condutiva. A audição é fundamental para a aquisição e desenvolvimento normal da linguagem oral. A detecção das perdas auditivas e intervenção precoce podem garantir o desenvolvimento da linguagem oral da criança e a única estratégia capaz de detectar precocemente alterações auditivas é a Triagem Auditiva Neonatal. Objetivo: Relatar a experiência do Programa de Triagem Auditiva Neonatal no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto na identificação da surdez em portadores de Síndrome de Down. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo por meio de análise de prontuários. Foram analisados os prontuários de todos os recém nascidos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto que compareceram para a Triagem Auditiva Neonatal, diagnosticados portadores de Síndrome de Down no período de fevereiro de 2009 a fevereiro de 2011. Para a análise estatística foi utilizado o teste de igualdade de proporções entre duas amostras. Resultados: Das 16 crianças SD, quatro passaram no teste de EOAT; 12 crianças falharam no teste e reteste. Não houve diagnóstico de perda auditiva sensorioneural. Conclusão: O bebê portador da Síndrome de Down tem uma grande prevalência de alteração na condução do som, e por isso a Triagem Auditiva Neonatal utilizando como método o teste das Emissões Otoacústicas por Transientes não é o ideal para essa população, sendo sugerido o uso do Potencial Evocado de Tronco Encefálico portátil automático como método de primeira escolha. Descritores: audição, linguagem, perda auditiva, emissões otoacústicas, emissões otoacústicas por transientes. 1. INTRODUÇÃO 1.1 Audição Na primeira infância, a criança depende primordialmente dos seus sentidos para que, por meio do contato com o mundo exterior, promova experiências que atuarão de forma decisiva no seu desenvolvimento psíquicosocial (DURANTE, ET AL, 2003). Na vigésima semana de gestação, o feto tem seu sistema auditivo periférico totalmente formado, iniciando assim suas primeiras experiências auditivas, como a voz da mãe e seus batimentos cardíacos (NORTHERN; DOWNS, 1989). No que diz respeito à sensibilidade auditiva, é fundamental para a aquisição e desenvolvimento normal da linguagem oral, a integridade anátomofisiológica do sistema auditivo (DURANTE, ET AL, 2003). A orelha interna, também denominada labirinto, é composta por um esqueleto ósseo, que está contido no rochedo e possui no seu interior o labirinto membranoso. Divide-se em dois segmentos, um anterior constituído pela cóclea e destinado à função auditiva periférica e outro posterior ou órgão periférico do aparelho vestibular que participa da função do equilíbrio (HUNGRIA, 1991). A porção periférica da audição é formada pelas orelhas externa (OE), média (OM) e interna (OI) e a porção das estruturas centrais são as vias auditivas que se estendem do tronco encefálico até o córtex auditivo situado no lobo temporal, estando ambas as porções – periférica e central – ligadas pelo nervo coclear ou VIII par craniano (OLIVEIRA, 1994) (Figura 1). Cada uma dessas estruturas é responsável por um tipo de atividade, onde o componente condutivo (OE) tem a função de captar e enviar o estímulo sonoro que se propaga por condução aérea ao longo do canal auditivo externo até incidir na membrana timpânica, e, já na OM sofrer transformações possibilitando a transmissão adequada das vibrações aéreas aos líquidos labirínticos da OI (OLIVEIRA, 1994; MUNHOZ et al., 2000). A orelha interna é o segmento do aparelho auditivo que transforma a vibração sonora em estímulo nervoso específico ao nível do Órgão de Corti e o conduz aos centros corticais da audição, onde ocorre o fenômeno consciente da sensação sonora (HUNGRIA, 1991; MAGISTRIS, 1994). Fonte: NETTER, F. Atlas interativo de anatomia humana CD-ROM-2000 Figura 1: Sistema Auditivo. Para Northern e Downs (1989), a audição é considerada a pedra angular sobre a qual se constrói o intrincado sistema da comunicação humana. A habilidade de comunicação é um traço distintivo da existência humana, sendo um dos maiores contribuintes para o bem estar de qualquer indivíduo. Neste sentido, de acordo com vários autores, a privação sensorial auditiva na criança comprometeria não só a sua comunicação, mas seu potencial de linguagem receptiva e expressiva, sua alfabetização (leitura e escrita), seu desempenho acadêmico, seu desenvolvimento emocional e social, sua qualidade de vida (YOSHINAGA-ITANO et al., 1998; YOSHINAGA-ITANO; SEDEY, 2000; WEBER; DIEFENDORF, 2001; SASSADA et al., 2005; BORGES et al., 2006). A audição é o principal sistema responsável pela comunicação humana. Ela constitui-se em um pré-requisito para a aquisição e o desenvolvimento da linguagem sendo estas funções correlacionadas e interdependentes (GATTO e TOCHETTO, 2007). Através da linguagem, uma das funções superiores mais nobres do homem, é possível a organização do universo, a compreensão do outro e do mundo que nos rodeia, a transmissão e abstração de pensamentos e sentimentos, a interação com o meio e a aquisição de conhecimentos (ROSLYNG-JENSEN, 1997; PINTO e LEWIS, 2007). É através da comunicação oral que nos tornamos tão unicamente “humanos” (NORTHEN e DOWNS, 2005). A privação de experiências auditivas impede a elaboração e simbolização do pensamento bem como a comunicação efetiva com o outro, pois interferem na capacidade de percepção da fala e também no desenvolvimento social, emocional e educacional da criança (NORTHEN e DOWNS, 2005; SILVA, QUEIROS e LIMA, 2006). De acordo com a Organização Mundial da saúde (OMS), a deficiência auditiva é a forma mais comum de desordem sensorial no homem, afetando cerca de 588 milhões de pessoas com perda leve ou maior, 248 milhões com perda moderada ou maior e 53 milhões com perda severa e profunda no mundo todo (GLOBAL BURDEN OF DISEASE, 2000). Segundo o COMITÊ BRASILEIRO DE PERDAS AUDITIVAS NA INFÂNCIA (2000), a incidência de perda auditiva bilateral significante em neonatos saudáveis é estimada entre 1 a 3 neonatos em cada 1000 nascimentos e em cerca de 2 a 4 em 1000 nos provenientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ainda de acordo com o referido Comitê, dentre as doenças passíveis de triagem ao nascimento, a deficiência auditiva apresenta alta prevalência (fenilcetonúria 1:10.000; hipotireoidismo 2,5:10.000; anemia falciforme 2:10.000 e deficiência auditiva 30:10.000). Sabe-se que cerca de 50% das perdas auditivas poderiam ser evitadas ou suas sequelas diminuídas se medidas de identificação, diagnóstico e reabilitação fossem implementadas o mais precocemente possível (COSTA FILHO e LEWIS, 2003), a fim de aproveitar o período de maturação e plasticidade funcional do sistema nervoso central já que os primeiros anos de vida são considerados cruciais para o desenvolvimento global da criança (YOSHINAGA-ITANO ET AL, 1998; OLIVEIRA, CASTRO e RIBEIRO, 2002; FAÇANHA, SILVA-CÂMARA, 2005; PINTO e LEWIS, 2007; PUPO, BALIEIRO e FIGUEIREDO, 2008). O futuro de uma criança nascida com deficiência auditiva significativa depende em alto grau da identificação precoce, isto é, diagnóstico audiológico antes dos 12 meses de idade, seguida pela intervenção imediata e adequada. Se as crianças deficientes auditivas não são identificadas precocemente, é difícil, se não impossível, para muitas delas adquirirem habilidades fundamentais de linguagem, sociais e cognitivas que fornecem o fundamento para posterior escolarização e sucesso na sociedade. Quando a identificação e a intervenção precoces ocorrem, crianças com deficiência auditiva obtêm grande progresso, são melhor sucedidas na escola e tornam-se membros mais produtivos na sociedade. Quanto mais cedo à intervenção e a habilitação inicia, mais significativos/efetivos são os benefícios (YOSHINAGA-ITANO ET AL, 1998; WEBER e DIEFENDORF, 2001). Estudos realizados nos EUA comprovaram que a detecção de alterações auditivas e a intervenção iniciada até os seis meses de idade garantiam à criança deficiente auditiva, o desenvolvimento da compreensão e da expressão da linguagem, bem como o seu desenvolvimento social, comparáveis aos das crianças ouvintes da mesma faixa etária (YOSHINAGA-ITANO ET AL, 1998). 1.2 Recém-nascido de risco para audição De acordo com Hernandez (1996), os recém-nascidos (RN) são classificados em alto e médio risco, podendo ser assistidos em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI), nas Unidades de Cuidados Especiais ou ainda em Unidades de Cuidados Intermediários. Eles apresentam riscos para distúrbios neurológicos, infecções, manifestações pulmonares, danos oftalmológicos, alterações no desenvolvimento neuro-psico-motor e transtornos de audição. O termo RN de alto risco relaciona-se àqueles que, por condições patológicas maternas ou da própria criança, apresentam risco de morte ou sobrevivência com sequela, devendo permanecer em constante observação por profissionais da saúde especializados, em um local equipado de forma adequada com todos os cuidados necessários (HERNANDEZ, 1996). De uma maneira geral, RN de alto risco são aqueles que compreendem as seguintes condições clínicas: prematuridade (com menos de 37 semanas de gestação) e pós-maturidade (acima de 42 semanas); anóxia moderada ou grave; infecções; pequeno para a idade gestacional ou grande para a idade gestacional; nascimento de gravidez múltipla; hiperbilirrubinemia e uso de drogas pela gestante (SOBOLEWSKI ET AL., 1984; DIAMENT, 1996; HERNANDEZ,1996). Vários autores consideram ainda o baixo peso ao nascer como condição de risco para o desenvolvimento da criança (NORTHERN; DOWNS, 1989; BEE, 1989; HANEL, 1995; LEWIS, 1996; AZEVEDO, 1997; JCIH, 2000; MANFREDI; BARBEIRA, 2002; GUIMARÃES; TUDELA, 2003; SASSADA, ET AL, 2005; ISAAC; MANFREDI, 2005). Essas crianças, devido às intercorrências pré, peri e pós-natais a que estão sujeitas e a uma maior exposição a fatores iatrogênicos, ficam propensas a apresentar vários desvios do desenvolvimento global, inclusive do desenvolvimento da audição (LICHTIG, 1994; AZEVEDO; VIEIRA; VILANOVA, 1995). São considerados fatores de risco para deficiência auditiva os indicadores sugeridos pelo Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) de 2004 (Quadro 1). Quadro 1: Indicadores de Risco para Audição (JCIH, 2004) • Antecedentes familiares de disacusia sensorioneural hereditária. • Infecções congênitas (citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes e toxoplasmose). • Anomalias craniofaciais, incluindo as de pavilhão auricular e meato acústico externo. • Peso de nascimento inferior a 1500 gramas • Hiperbilirrubinemia a níveis de exsanguineotransfusâo. • Uso de medicamentos ototóxicos • Meningite bacteriana. • Apgar 0 a 4 no primeiro minuto e 0 a 6 no quinto minuto. • Ventilação mecânica por mais de cinco dias. • Síndromes. 1.3 Síndrome de Down Esta síndrome é caracterizada como uma condição genética, onde há um erro no desenvolvimento das células do embrião, que provoca atraso no desenvolvimento do corpo, nas funções motoras e mentais das crianças. Consequentemente seus portadores terão um ritmo de desenvolvimento mais lento que o normal, ou seja, as aquisições das habilidades físicas e mentais vão surgir em um tempo superior ao de uma criança com desenvolvimento normal (PUESCHEL,1993). Os estudos sobre essa alteração genética começaram no século passado pelo médico inglês John Langdon Down. Ele descreveu alguns sinais físicos semelhantes em um grupo distinto de pessoas e denominou o distúrbio de mongolismo, pelo fato dos portadores apresentarem os olhos amendoados, tais quais os da raça mongólica. Apenas em 1959, o diagnóstico da síndrome foi estabelecido, quando o cientista francês Jerome Lejeun, ao estudar os cromossomos de nove pessoas com a síndrome, verificou que, ao invés de terem 46 cromossosmos por célula, agrupados em 23 pares, tinham 47 cromossomos, um a mais no par de número 21. Por esse motivo, o que antes era chamado de mongolismo, passou a receber a denominação de Síndrome de Down, ou Trissomia do 21 (Ser Down, s/d). A Síndrome de Down é uma alteração hereditária, não progressiva, pode ocorrer durante ou imediatamente após a concepção, alterando todo o desenvolvimento e maturação do feto. Possui etiologia ainda desconhecida, mas sabe-se que está relacionada com a idade materna, sendo marcado por características físicas e mentais típicas e constantes a todos os seus portadores (BORGES, 2003). Segundo Nussbaum (2002) várias anormalidades genéticas são reconhecidas nesta síndrome. A trissomia simples do 21, é a mais frequente, ocorrendo em média em 95% dos casos, caracterizando-se pela presença de 47 cromossomos, sendo resultante da não-disjunção meiótica do par de cromossomos 21. O erro meiótico responsável por essa trissomia ocorre durante a meiose materna em 90% das vezes, e em apenas 10% dos casos, o erro ocorre na meiose paterna. (Em mulheres com até 30 anos de idade, a probabilidade de ter um filho com essa Síndrome é de 1 (um) em 1000 (mil) nascidos vivos, aumentando para aproximadamente 1 (um) em 400 (quatrocentos) aos 35 anos e aproximadamente 1 (um) em 30 (trinta) após os 45 anos de idade) (GIACHETI, 2009). A trissomia por translocação, que corresponde à presença de 46 cromossomos, pois o terceiro cromossomo 21 não é um cromossomo livre, ou seja, o autossomo extra está ligado a outro autossomo, geralmente o 14, 21 ou 22. Ao contrário da trissomia simples do par 21, a SD por translocação não apresenta relação com a idade materna, mas há um aumento da probabilidade se houver na família dos genitores algum portador de translocação, especialmente se for a mãe. Mosaicismo cromossômico é o tipo mais raro, pois corresponde a apenas 2% dos afetados. Neste caso, o portador terá dois tipos de células, algumas terão cariótipo normal, ou seja, com 46 cromossomos, e outras com a trissomia, com 47 cromossomos. Nestes casos esta anormalidade está relacionada principalmente com a não disjunção do cromossomo 21 durante o processo de mitose no embrião. Quando isto ocorre em uma célula, as células derivadas serão trissômicas. Naquelas crianças portadoras do mosaicismo, o fenótipo é o que mais se assemelha ao de uma criança com desenvolvimento normal (NUSSBAUM, 2002). A síndrome de Down é a doença genética mais freqüente, incide em aproximadamente 1:600-700 nascidos e é responsável por 10% de todos os casos de retardo mental (MIRANDA ET AL, 2008). A apresentação clínica do acometido pela trissomia 21 é complexa; algumas características ocorrem em graus diferenciados de um indivíduo para outro, incluindo o retardo mental e o dismorfismo facial característico. Em geral, entre os achados clínicos reconhecíveis estão a braquicefalia, face achatada, olhos com fendas palpebrais oblíquas e voltadas para cima, lobo auricular anormal, com implantação baixa das orelhas, pescoço curto, boca significativamente pequena, língua protrusa, e mãos com dedos relativamente curtos, hipotonia muscular e baixa estatura (On Line Mendelian Inheritance in Man). As malformações cardíacas (40% dos casos) constituem a principal causa responsável pela mortalidade precoce; 44% dos pacientes com malformações cardíacas chegam a falecer durante o primeiro ano de vida. As infecções das vias respiratórias baixas constituem por vezes sério problema, entretanto, a taxa de mortalidade não se situa muito acima do normal, do primeiro ano até os 40 anos de idade. Problemas menos graves, porém frequentes, são a rinite crônica, a conjuntivite e a paradentose; sendo o tratamento de difícil prognóstico (SMITH, 1989). Entre 38 a 78% dos pacientes com Síndrome de Down têm algum tipo de perda auditiva. As alterações otológicas mais encontradas são a otite média aguda recorrente e otite média crônica, estreitamento dos canais auditivos, perda auditiva condutiva por otite secretora e presbiacusia. Em pacientes portadores de Down a perda auditiva tem impacto ainda maior, pois eles já apresentam dificuldades de aprendizagem e de aquisição de habilidades em geral. Embora alguns casos apresentem perda sensorioneural, na maioria dos casos, a perda auditiva é condutiva, o que torna o acompanhamento sistemático e obrigatório (MIRANDA ET AL, 2008). Em relação à linguagem/aprendizagem o SD pode apresentar com alterações nas habilidades sintáticas, semânticas, fonológicas e pragmáticas, dificuldades na aquisição da linguagem escrita, no desempenho acadêmico geral e disgrafia. A qualidade vocal rouca é uma manifestação comum na fala desses indivíduos e alterações relacionadas às funções orofaciais também estão sempre presentes. Indivíduos com SD apresentam também dificuldades significativas em tarefas que envolvem a memória sequencial auditiva, sugerindo comprometimento no processamento de estímulos auditivos (GIACHETI, 2009). No que se refere ao desenvolvimento de habilidades motoras, as evidências revelam que estas crianças apresentam atraso nas aquisições de marcos motores básicos, indicando que estes marcos emergem em tempo diferenciado (superior) ao de crianças com desenvolvimento normal (GARCIAS ET AL, 1995; DURANTE ET AL, 2003; THOMPSON E THOMPSON, 2008; GIACHETI, 2009). A literatura também apresenta informações sobre o desempenho cognitivo de crianças portadoras de SD, indicando que estas crianças apresentam atraso ou retardo mental, que na verdade, é a manifestação de um sintoma desta condição genética (GARCIAS ET AL, 1995; SILVA ET AL, 2008; SMITH, 2009; GIACHETI, 2009). Do ponto de vista cognitivo, observa-se um maior comprometimento destas crianças na área da linguagem (DURANTE ET AL, 2003). As limitações motoras e cognitivas estão bem descritas na literatura, sendo que se observa uma predominância dos déficits motores no período referente à primeira infância e uma predominância dos déficits cognitivos na idade escolar (MOREIRA, LIMA ET AL, 2000). 1.4 Programas de Triagem Auditiva Neonatal Universal Northern e Downs (1989), e a ASHA – American Speech-LanguageHearing Association (1994), recomendam a implantação da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), ou seja, avaliar as condições audiológicas de todas as crianças ao nascimento ou, no máximo, até os três meses de idade, sendo que, no caso de deficiência auditiva confirmada, iniciar intervenção educacional até os seis meses. De acordo com o Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal (GATANU), a realização da triagem auditiva neonatal universal (TANU) consiste no rastreamento auditivo de todos os recém-nascidos (RN) antes da alta hospitalar, sua realização rotineira é a única estratégia capaz de detectar precocemente alterações auditivas que poderão interferir na qualidade de vida do indivíduo. O processo de detecção de alterações auditivas deve começar com a triagem auditiva neonatal, acompanhada do diagnóstico, protetização e intervenção precoces. Os primeiros programas de TAN (Triagem Auditiva Neonatal) no Brasil utilizavam-se da observação de respostas comportamentais (1987) e a partir de 1988, iniciou a utilização de medida eletrofisiológica. Orientações internacionais e nacionais como o GATANU e o COMUSA, sugerem que a TAN seja realizada com métodos objetivos de avaliação, garantindo a eficácia do programa. Portanto, aconselham que a triagem seja realizada pelas Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE) e/ou Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). A vantagem está no fato dos procedimentos de triagem objetivos apresentarem menor número de falsos-positivos para surdez e falsos-negativos para surdez, comparados às técnicas utilizadas na triagem COMPORTAMENTAL (LEWIS, 1996; RIBEIRO, 2001). As EOAE registram a energia sonora gerada pelas células ciliadas da cóclea, em resposta aos sons apresentados e gravados por microfone miniaturizado colocado no conduto auditivo externo. Nas EOAE, tanto o estímulo evocador quanto a resposta são influenciados pela condição da orelha externa e média, visto que o estímulo se transmite da orelha externa para a interna e a resposta da orelha interna para a externa (AZEVEDO, 2010). As EOAE refletem as propriedades micromecânicas e ativas do órgão de Corti (KEMP, 2002), sendo que as células ciliadas externas (CCE) parecem estar particularmente envolvidas na sua geração (DALLOS E HE, 2000). A captação das emissões otoacústicas por transientes (EOAET), uma das formas de obter as EOAE, ocorre quando a orelha é estimulada por estímulo breve de banda larga (clique). O exame da EOAET é um teste não invasivo, objetivo e rápido que indica a integridade funcional da cóclea (SPERI E PRATESI, 2004). É realizado através do registro da energia sonora gerada pelas células ciliadas externas da cóclea em resposta a um estímulo de banda larga (cliques) que serão captadas por um microfone miniaturizado posicionado no conduto auditivo externo. É importante salientar que a captação das EOAET sofre influência de alterações da orelha média e de fatores ambientais, como o ruído excessivo e de ruídos oriundos do organismo do bebê (BASSETTO, CHIARI, AZEVEDO, 2003; DURANTE ET AL., 2005). A presença das EOAET indica que o mecanismo receptor coclear préneural (e necessariamente o mecanismo da orelha média) é capaz de responder ao som de um modo normal, sendo este, até então, o seu maior valor clínico (KEMP ET AL, 1990). A descoberta das EOAE e de técnica apropriada para registrá-las vem de encontro à necessidade de testar um grande número de neonatos. De acordo com as organizações nacionais e internacionais sobre a audição infantil (JCIH, 2000; COMITÊ BRASILEIRO DE PERDAS AUDITIVAS NA INFÂNCIA, 2001) de 30 a 50% das crianças com deficiência auditiva significativa não possuem indicadores de risco, assim a triagem auditiva é recomendada para todos os neonatos e as EOAT são consideradas como o principal procedimento de triagem auditiva a ser utilizado na população neonatal. Em dois de agosto de 2010, foi aprovada Lei Federal de número 12.303, que dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências. Em relação ao PEATE, ele traduz a atividade do nervo auditivo até ao tronco cerebral em resposta a estímulos auditivos, que em situações de triagem são habitualmente clicks, e cuja resposta reflete a ativação neuronal síncrona da via auditiva. A resposta surge habitualmente ao fim de 5 a 6 mili segundos, manifestando-se sob a forma de uma série de ondas. A onda V, a mais importante, permite a definição do limiar eletrofisiológico, que consiste na intensidade mínima capaz de desencadeá-la (OLIVEIRA, CASTRO E RIBEIRO, 2002). Ainda segundo os mesmos autores, o Potencial Evocado de Tronco Encefálico (PEATE) avalia a integridade neural das vias auditivas até o tronco encefálico, através do registro das ondas eletrofisiológicas, geradas em resposta a um som apresentado e captado por eletrodos de superfície colocados na cabeça. O PEATE apresenta algumas vantagens em relação aos outros métodos de triagem, pois é independente da resposta voluntária, não é invasivo, é altamente reprodutível e confiável, apresentam alta sensibilidade e possui uma especificidade superior às emissões otoacústicas, o que lhe permite ter menor taxa de referências (3 a 5%) e poucos falsos-positivos. No que diz respeito às suas desvantagens, são de enumerar os altos custos e gastos de tempo, a necessidade de pessoal qualificado e a capacidade de avaliação da resposta limitada a frequencias entre 1 a 4 kHz, com défict nas frequencias agudas e graves. Trata-se assim de um método pouco adequado como primeira linha no Rastreio Universal, sendo preferencialmente utilizado em crianças de risco, ou nas situações em que o rastreio por outros métodos seja positivo (CASTRO E RIBEIRO, 2002). Conforme relatado anteriormente, no Brasil, de acordo com a Lei que regulamenta a triagem auditiva nas maternidades, não prevê, como método de triagem auditiva, o uso do potencial evocado auditivo de tronco encefálico. 2. OBJETIVO Relatar a experiência do Programa de Triagem Auditiva Neonatal no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto na identificação da surdez em portadores de Síndrome de Down. 3. METODOLOGIA 3.1 Considerações Éticas O presente trabalho foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (HCRP-USP), de acordo com o processo HCRP n° 5435/2011 (Anexo 1). 3.2 Tipo do Estudo Tratou-se de um estudo retrospectivo, descritivo, onde foram analisados, por meio de protocolo próprio (Anexo 2) os prontuários de todos os recém nascidos do HCRP que compareceram para a TAN. 3.3 Casuística A casuística estudada foi composta dos RN nascidos e assistidos na maternidade do referido Hospital, no período de fevereiro de 2009 a fevereiro de 2011, que foram encaminhados para Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), e que preencheram as condições de inclusão: • diagnóstico de Síndrome de Down. • nascer na maternidade do HCRP Foram considerados critérios de exclusão: • não ser portador da Síndrome de Down • diagnóstico de Síndrome de Down inconclusivo • não comparecer a alguma etapa do programa de triagem 3.4 Avaliação da função auditiva do RN A avaliação auditiva do RN foi realizada por meio do equipamento de Emissões Otoacústicas Evocadas por Transiente do modelo Accuscreen, da marca Madsen. O procedimento realizado consiste na oclusão do meato acústico externo com a colocação de uma sonda de vedação de borracha, designada oliva, em uma das orelhas do RN, em seguida tal manobra foi realizada na orelha contralateral. O teste foi realizado nos RN nascidos e assistidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em estado de sono natural. Aqueles que falharam nas EOAET foram submetidos ao reteste de acordo com protocolo pré estabelecido pelo Setor de Fonoaudiologia (Anexo 3). Apenas os lactentes que falharam nas EOAET foram submetidos à consulta do médico otorrinolaringologista para avaliação das condições da orelha e reteste em aproximadamente 15 dias, conforme protocolo do setor de audiologia Definiu-se como protocolo a realização dos seguintes procedimentos: 1. O estímulo utilizado foi o click não linear, na intensidade de 70 dBNPS, oferecido individual e separadamente em cada orelha. Foram testadas as frequencias de 1,4 a 4KHz. 2. A estabilidade da sonda bem como o nível de ruído do exame foi observada através do visor do equipamento, onde “A” valor da rejeição de artefato e “S” valor da estabilidade do estímulo deveriam indicar, menos que 20% e mais que 80% respectivamente. 3. PASS era o resultado esperado (função coclear íntegra) e indicava que os limites de “A” e ”S” não foram excedidos. 4. Para a avaliação comportamental do reflexo cócleo palpebral foi utilizado o instrumento musical agogô com o estímulo da campânula grande eliciado em aproximadamente 100 dBNPS. A TAN ocorreu em cabine com tratamento acústico do Setor de Fonoaudiologia do HCRP. Todos os recém-nascidos foram avaliados deitados no colo da mãe ou responsável, preferencialmente em posição pós prandial. Foi considerada a falha na TAN quando houve ausência de OEAT em uma ou em ambas as orelhas, sendo o neonato encaminhado ao reteste em aproximadamente 15 dias. Quando ao reteste a falha persistiu o neonato foi encaminhado para diagnóstico audiológico. Após a realização das EOAET e estando o RN em estado de alerta, foi realizado a pesquisa do reflexo cócleo-palpebral, com a percussão única e forte do agogô (instrumento musical utilizado em avaliação auditiva) com a campânula grande, que emite som aproximadamente de 100 dBNPS. Esperase como resposta presente, que o RN apresente contração do músculo orbicular do olho podendo estar associado uma reação de sobressalto, “susto” (Figura 2). Fonte: Manfredi, AKS. Estudo longitudinal das funções neurovestibular e auditiva em crianças com indicadores de risco para deficiência auditiva, Ribeirão Preto, 2008. 77p. Figura 2: Reflexo cócleo-palpebral O Potencial Evocado Auditivo de Tronco encefálico foi realizado em ambiente eletricamente protegido, pouca luminosidade e acusticamente isolado. O estímulo acústico utilizado foi o "click", com polaridade rarefeita e velocidade de apresentação de 11,1 estímulos por segundo, num total de 2000 estímulos. Foi utilizado o equipamento Smart - Interacoustics. Foram utilizados fones de inserção, com estimulação monoaural. Foi utilizada a intensidade de 80 dBNA para avaliação da integridade da via auditiva e para comparação das latências absolutas das ondas I, III e V e interpicos I-III, III-V e I-V entre os grupos. Posteriormente o estímulo foi apresentado de maneira decrescente nas intensidades de 60, 40 e 20 dBNA. A orelha contralateral foi mascarada com ruído branco de 40 dBNA a menos que a intensidade do estímulo apresentado na orelha testada, quando necessário. O exame foi realizado em sono natural, geralmente após alimentação. A criança permaneceu deitada no colo da mãe, de maneira confortável. Após limpeza da pele com álcool e pasta abrasiva e aplicação do gel condutor, foram colocados eletrodos de superfície, sendo os eletrodos ativo (Fz) e o terra (Fpz) na fronte, e os eletrodos de referência nas mastoides direita (M2) e esquerda (M1). A impedância entre os eletrodos foi considerada menor que 3 KOhms, de acordo com recomendação do manual de instruções do equipamento. Os parâmetros utilizados no registro do PEATE foram: cliques de polaridade rarefeita, filtro passa-baixo 3000 Hz e passa-alto 50 Hz, total de 2000 estímulos, taxa de apresentação de 19 estímulos/segundo e janela de análise de 15 ms. Foi realizada a duplicação de cada registro para assegurar a reprodutibilidade dos resultados obtidos. Para a análise estatística foi utilizado o teste de igualdade de proporções entre duas amostras. Como este teste realiza comparações entre dois grupos de cada vez, e há a presença de três grupos, o nível de significância foi reduzido baseado na fórmula “α/nº de testes”, que neste estudo ficou sendo como nível de significância de 0,017 ou α = 1,7% (α = 0,05; nº de grupos = 3 – nível de significância = 0,05/3 = 0,017) para este teste. 4. RESULTADOS De fevereiro de 2009 a fevereiro de 2011 nasceram no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (HCRP-USP), 3975 crianças, destas, 2761 compareceram ao Programa de Triagem Auditiva Neonatal (PTAN). Dentre as crianças triadas, 15 foram diagnosticadas portadoras de Síndrome de Down (SD) 9 do gênero masculino e 6 do gênero feminino. A média de idade para a realização da triagem auditiva foi de 28,5 dias e média de idade para a realização do diagnóstico foi de 4 meses. Na triagem auditiva quatro RN passaram e 11 falharam nas EOAT. Daqueles que falharam, dez foram em ambas as orelhas e uma falhou apenas em uma orelha. Foi realizado o reteste em 11 crianças, com resultados negativos novamente. Todas as crianças foram encaminhadas para o diagnóstico com o Potencial Evocado de Tronco Encefálico (PEATE). Em quatro crianças não foram encontradas alterações, com resultados dentro da normalidade para a idade. Em sete crianças encontramos alteração na condução do som, sendo três em apenas uma orelha e quatro em ambas as orelhas. Em nenhuma das crianças avaliadas confirmou surdez sensorioneural. De acordo com a análise estatística, a porcentagem de falha na Triagem Auditiva Neonatal, com EOAT em crianças com Síndrome de Down, foi estatisticamente significante em comparação com crianças sem risco e crianças de risco para perda auditiva (Tabela 1). Nessas crianças, foi necessária a utilização de outro método para diagnóstico audiológico, já que houve falha no teste e reteste com EOAT (Tabela 2). Tabela 1. Porcentagem de falha na Triagem Auditiva Neonatal, nas Emissões Otoacústicas em crianças com Síndrome de Down, Crianças sem risco e crianças com risco para perda auditiva. Tabela 2. Bebês que necessitaram de outro método para diagnóstico audiológico. 5. DISCUSSÃO No presente estudo foi encontrado maior número de falha na Triagem Auditiva Neonatal em crianças com Síndrome de Down, em comparação com crianças sem risco e com risco para perda auditiva. Tal dado vai de encontro com os achados de Miranda et AL, em 2008 encontrou que 38% a 78% das crianças com SD, têm perda auditiva, sendo que as principais causas são otite média aguda recorrente e crônica, otite média secretora, estreitamento dos canais auditivos e presbiacusia, o que vem de encontro com os nossos achados, em que a perda auditiva condutiva foi o único tipo de perda auditiva presente nas crianças. Outros estudos com crianças portadoras da síndrome mostraram prevalência de perda auditiva condutiva, como o de Kattan, Jarrar e Mahasin, em 2010, que fizeram um levantamento e encontraram 35% dessas crianças com audição normal, 4% com perda auditiva sensorioneual e 50% com perda auditiva condutiva. Hess, et AL, em 2006 mostrou que metade das crianças com SD possuíam algum tipo de perda auditiva, sendo que 82% com perda auditiva condutiva, 6,9% com perda auditiva mista e 8,6% com perda auditiva sensorioneural. Kaf, em 2011 também encontrou anormalidade de orelha média nas crianças portadoras de SD. Estudos indicam que as causas desse tipo de alteração nas crianças com a síndrome podem ser as Otite Média Aguda e Otite Média com Efusão, estas, são patologias muito frequentes em pacientes portadores de síndrome de Down devido à obstrução funcional das vias aéreas superiores (MORALESÂNGULO E COLS., 2006). A nasofaringe tende a ser menor e o ângulo entre a base do crânio e o palato duro se mostra muito menos agudo nesses pacientes, o que resulta em uma redução da passagem aérea (Brown e cols., 1989). Da mesma forma, a hipotonia muscular apresentada por este grupo de pacientes parece colaborar para a disfunção tubária com consequente impacto na homeostase do ambiente gasoso da orelha média (COSTA ET AL, 2011). 6. CONCLUSÃO De acordo com os nossos achados e achados de outros estudos da literatura, chega-se a conclusão de que o bebê portador da Síndrome de Down tem uma grande prevalência de alteração na condução do som, e por isso a Triagem Auditiva Neonatal utilizando como método o teste de Emissões Otoacústicas por Transientes não é o ideal para essa população, sendo sugerido o uso do Potencial Evocado de Tronco Encefálico portátil automático como primeira escolha. ANEXO 1: ANEXO 2: Protocolo: Achados do Programa de Triagem Auditiva Neonatal de crianças portadoras de Síndrome de Down. RN de .................................................................................. Data de nascimento:..../..../.... Data TAN:..../..../.... Idade:.......................... Resultados TAN: OD:............... OE:............... Reteste: OD:............... OE:................ Reflexo cócleo-palpebral: ( ) Presente ( ) Ausente Achados otológicos: .......................................................................................................................... ................... ............................................................................................................................................. Imitânciometria: ............................................................................................................................................. Laudo PEATE: ............................................................................................................................... .............. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ANEXO 3: Fluxograma para crianças de Baixo Risco para perda auditiva: Fluxograma para crianças com Alto Risco para perda auditiva: 7. REFERENCIAS 1. Durante A, Carvallo R, Costa M, Cianciarullo MA, Voegels R, Takahashi G, Soares A, Spir E. Triagem Auditiva Neonatal - justificável, possível e necessária. Caderno de Debates. Otorrinolaringologia. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. São Paulo, 2003, 11-18. 2. Northern, J.L., Downs, M.P. - Audição em crianças. São Paulo, 1989, ed. Manole Ltda. 3. HUNGRIA, H. - Otorrinolaringologia. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1991. 4. OLIVEIRA, J. A. A. – Fisiologia clínica da audição. In: COSTA,S. S.; CRUZ, O. L.; OLIVEIRA, J. A. A. – Otorrinolaringologia. Porto Alegre, Artes Médicas,1994. 5. MUNHOZ, M. S. L.; CAOVILLA, H. H.; SILVA, M. L. G.; GANANÇA, M. M. Neuroanatomofisiologia da audição. In: MUNHOZ, M. S. L.; CAOVILLA, H. H.; SILVA, M. L. G.; GANANÇA, M. M. Audiologia clínica. São Paulo: Atheneu, 2000. p. 19-48. 6. MAGISTRIS, A. Fisiologia da audição. In: DOUGLAS, C.R. Tratado de Fisiologia aplicada às ciências da saúde. 1ª ed, cap 11, pp. 207-218, São Paulo, Robe editorial, 1994. 7. Christine Yoshinaga-Itano*, Allison L. Sedey*, Diane K. Coulter*, and Albert L. Mehl. Language of Early- and Later-identified Children With Hearing Loss. PEDIATRICS Vol. 102 No. 5 November 1998, pp. 1161-1171. 8. YOSHINAGA-ITANO, C.; SEDEY, A.L. Language, speech and socialemotional development of children who are deaf or hard of hearing: the early years. The volta Review 2000; 100(5):298. 9. WEBER, B.A.; DIEFENDORF, A. Triagem auditiva neonatal. In: Musiek, F.R. & Rintelmann, W.F. Perspectivas atuais em avaliação auditiva. São Paulo, Manole,2001. 10. SASSADA, M.M.Y.; CECCON, M.E.J.; NAVARRO, J.M.; VAZ, F.A.C. Deficiência auditiva em recém-nascidos internados em unidade de terapia intensiva neonatal. Pediatria(São Paulo) 2005; 27(3):163-171. 11. BORGES, C.A.B.; MOREIRA, L.M.O.; PENA, G.M.; FERNANDES, F.R.; BORGES, B.C.B.; OTANI, B.H. Triagem auditiva neonatal universal. Arq Int Otorrinolaringol 2006; 10(1):1-7 jan/mar. 12. GATTO, C. L.; TOCHETTO, T. M. Deficiência Auditiva Infantil: implicações e soluções. Revista CEFAC, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 110-15, jan.-mar. 2007. 13. ROSLYNG-JENSEN, A. M. A. Importância do diagnóstico precoce na deficiência auditiva. In: LOPES FILHO, O. Tratado de Fonoaudiologia.São Paulo, Roca, 1997. 14. PINTO, V. S.; LEWIS, D. R. Emissões otoacústicas: produto de distorção em lactentes até dois meses de idade. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 195-204, abr.-jun. 2007 15. NORTHERN, J.; DOWNS, M. P. Avaliação Auditiva Comportamental. In: NORTHERN, J.; DOWNS, M. P. Audição na infância. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 129-167. 16. WHO (World Health Organization) www.who.int/en/. Global Burden of Disease 2000. 17. Comitê Brasileiro de Perda Auditiva na Infância.Recomendações n.01/99; 2000 do Comitê Brasileiro de Perda Auditiva na Infância. J Cons Fed Fonoaudiol. 2000; 5:3-7. 18. Lewis DR, Costa Filho O. A. Surdez no Recém-nascido. In: Campos CAH, Costa HOO. Tratado de Otorrinolaringologia. São Paulo:Roca, 2003. p. 36778. 19. Oliveira, P, Castro, F e Ribeiro, A (2001) Surdez Infantil. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo Vol.68 n. 03 maio/ junho. 20. FAÇANHA,RC; SILVA-CÂMARA, MF. Estudo das emissões Otoacústicas Evocadas – Produto de Distorção(EOAPD) em crianças com indicadores de risco para perda auditiva.Revista Brasileira de Promoção da Saúde. Fortaleza, 2005. 21. PUPO,AC; BALIEIRO, CR e FIGUEIREDO,RSL. Defi ciência auditiva: Etiologia e quadro audiológico. Rev CEFAC, São Paulo, v.10, n.1, 84-91, jan-mar, 2008. 22. HERNANDEZ, A.M. Atuação fonoaudiológica em neonatologia: uma proposta de intervenção. In: ANDRADE, C.R.F. Fonoaudiologia em berçário normal e de risco. São Paulo, Lovise, 1996. 23. SOBOLEWSKI, M.; HARO, F.M.B.; COSTA, M.T.Z.; OKAY, Y.; VAZ, F.A.C.;RAMOS, J.L.A. Análise do desenvolvimento neuropsicomotor em recém-nascido baixo peso. Pediatria (São Paulo). 1984; 18(4):180-84. 24. DIAMENT, A. Evolução neurológica do lactente normal. São Paulo, Edart, 1976. 25. BEE, H. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre, Artes Médicas, 1989. 26. HANEL, A.A. Intervenção precoce em bebês. In: MARCHESAN, I.Q. Tópicos em Fonoaudiologia. São Paulo, Lovise, 1995. 27. LEWIS, D.R. As habilidades auditivas do recém-nascido e a triagem auditiva neonatal. In: ANDRADE, C.R.F. Fonoaudiologia em berçário normal e de risco.São Paulo, Lovise, 1996. 28. AZEVEDO, M.F. Avaliação audiológica no primeiro ano de vida. In: Lopes Filho O.Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo, Roca, 1997. 29. Joint Committee on infant hearing. Year 2000 position statement. Principles and guidelines for early detection and intervention programs. Am J Audiol 2000; 9(1): 9-29. 30. MANFREDI, A.K.S ; BARBEIRA, C.B. Intervenção fonoaudiológica junto às mães ou responsáveis por recém-nascidos de risco para deficiência auditiva, precocemente detectada. Medicina(Ribeirão Preto) 2002; 35:70-77. 31. GUIMARÃES, E.L.; TUDELLA, E. Reflexos primitivos e reações posturais como sinais indicativos de alterações neurossensoriomotoras em bebês de risco. Pediatria (São Paulo). 2003; 25(1/2):28-35. 32. ISAAC, M.L.; MANFREDI, A.K.S. Diagnóstico precoce da surdez na infância. Rev. Medicina(Ribeirão Preto). 2005; 38(3/4), pp 235-244, jul/dez. 33. LICHTIG, I. Avaliação audiológica do recém-nascido. In: KUDO, A.M. Fisioterapia fonoaudiologia e terapia ocupacional em pediatria. São Paulo, Sarvier, 1994. 34. AZEVEDO, M.F.; VIEIRA, R.M.; VILANOVA, L.C.P. Desenvolvimento auditivo de crianças normais e de alto risco. São Paulo, Plexus, 1995. 35. PUESCHEL, S. M. et al. Síndrome de Down: Guia para pais e educadores. São Paulo: Papirus, 1993. 36. Ser Down. Associação Baiana de Sindrome de Down. S/D. 37. BORGES, E. M.; GONÇALVES, E. A. A Síndrome de Down e os efeitos da estimulação precoce. Goiânia, 2003. 38. NUSSBAUM, R.; MCINNES, R.; WILLARD, H. Thompson e Thompson – Genética Médica, 6 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 39. Giacheti, CM. Fonoaudiologia e genética in: Tratado de Fonoaudiologia org Fernandes, FDM; Mendes, BCA; Navas, ALPGP – 2. ed. São Paulo: Roca 2009. 40. Miranda, PMAD; Ping, CT; Callefo, F; Nóbrega, M; Weckx, LLM; Sartorato, EL. Estudo da mutação mitocondrial A1555G em indivíduos com síndrome de Down. Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008. 41. OnLine Mendelian Inheritance in Man. Johns Hopkins University. MIM ID 190685. DOWN SYNDROME. http://omim.org/entry/190685 42. Smith, DW. Síndromes de Malformações Congênitas.Cap.1. Síndrome de Down. Ed. Manole. 1989. 43. THOMPSON, J.; THOMPSON, M. Genética médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 525p. 44. Garcias G L, Roth M G M, Mesko GE, Boff T A. Aspectos do desenvolvimento neuropsicomotor na síndrome de Down. Rev Bras Neurol 1995; 31:245-248. 45. Silva AFA; Machado, FB; Fernandes. RCSC; Medina-Acosta, E.Implementação da citogenética molecular para o diagnóstico rápido da trissomia 21 e a incidência da Síndrome de Down no município de Campos dos Goytacazes, Brasil, no período 2006-2008 - Revista Científica da FMC. Vol. 3, nº 2, 2008. 46. Lília MA Moreira, Charbel N El-Hani e Fábio AF Gusmão. A síndrome de Down e sua patogênese: considerações sobre o determinismo genético. Rev Bras Psiquiatr 2000;22(2):96-9. 47. ASHA – American Speech-Language-Hearing Association. http://www.asha.org/.1994. 48. GATANU.Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal. www.gatanu.org. 49. Marisa Frasson de Azevedo. Triagem Auditiva Neonatal.Em publicação 2010. 50. RIBEIRO, F.M. Programa de triagem auditiva neonatal. In: HERNANDEZ, A.M. e MARCHESAN, I. Atuação fonoaudiológica no ambiente hospitalar. Rio de Janeiro, Revinter, 2001. 51. Kemp DT. Otoacoustic emissions, their origini in cochlear function, and use. British Medical Bulletin 2002, 63: 223-241. 52. DALLOS, P.; HE, D. Z. Two models of outer hair cells stiffness and motility. Jaro, v. 1, n. 4, p. 283-291, 2000. 53. SPERI, MRB e PRATESI, R. Emissões otoacústicas transientes e espontâneas em recém-nascidos a termo. Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(1): 9-16, abril, 2004. 54. Basseto MCA, Chiari BM, Azevedo MF. Emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAET): amplitude da resposta em recém-nascidos a termo e prétermo.Rev Bras Otorrinolaringol. 2003;69:84-92. 55. Diário Oficial. Nº 147 – DOU de 03/08/10 – p. 1 - Seção 1. LEI No 12.303, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. 56. Oliveira P, Castro FE, Ribeiro A. Surdez infantil. Rev Bras Otorrinolaringol. 2002; 68(3):417-23. 57. Kattan, H.A., Jarrar, R.F., Mahasin, Z.Z. A pilot study of the relationship between Downn’s syndrome and hearing loss. Saudi Med J. 2000 Oct; 21(10): 931-3 58. Hess, C, Rosanowski, F, Eyshouldt, U, Schuster, M. Hearing impairment children and adolescents with Down’s syndrome. HNO. 2006 Mar; 54(3): 227-32 59. Kaf, WA. Wideband energy reflectance findings in presence of normal tympanogram in children with Down’s syndrome. Int J Pedriatr Otorhinolaryngol. 2011 Feb; 76(2) 219-26. 60. Morales-Angulo C, Gallo-Terán J, Azuara N, Rama Quintela J. Otorhinolaryngo logical manifestations in patients with Down syndrome. Acta Otorrinolaringol Esp. 2006 Jun-Jul; 57(6):262-5. 61. Brown PM, Lewis GT, Parker AJ, Maw AR., The skull base and nasopharynx in Down’s syndrome in relation to Hearing impairment; Clin Otolaryngol Allied Sci. 1989; 14(3):24162. Costa,S.S., Selaimen, S.A., Bergamaschi, J.A.P., Costa, L.M. Como diagnosticar e tratar otite média aguda. Revista Brasileira de Medicina. Vol 68, Num 9. Setembro 2011.