Física Computacional 9 a Eq. de Schrödinger como caso de estudo de EDO e EDDP 1. A equação de Schrödinger como caso de estudo de EDO e de EDDP a. b. c. d. e. f. g. O nascimento da Mecânica Quântica há um século Derivando a Eq. de Schrödinger O nosso caso de estudo: unidimensional, estacionário, oscilador harmónico Solução analítica para o estado fundamental Estados excitados Origem da instabilidade numérica com o método de Euler A Eq. de Schrödinger como Eq. matricial [email protected] 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 1 A equação de Schrödinger como caso de estudo de EDO e de EDP c++ ◦ O nascimento da Mecânica quântica (MQ) há um século. Em 1899, a MQ nasce com a soma discreta da radiação de Planck, utilizada em Física Estatística. A Física Estatística estuda sistemas com um grande número de partículas e calcula médias considerando os possíveis micro-estados. Planck conseguiu entender a radiação do corpo negro, que inclui todos os tipos de ondas eletromagnéticas, visíveis e invisíveis. Um exemplo de corpo negro é uma simples caixa contendo radiação, com uma pequena janela aberta para a passagem da radiação. Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 2 Plank conseguiu a reproduzir os dados experimentais, limitando as energias possíveis da radiação a valores múltiplos de um valor muito pequeno, o quantum de radiação, onde surgiu a constante de Planck h. E n h , h 6.02 10 -34 Js E Anteriormente os físicos tinham considerado simplesmente que todas as energias eram possíveis, tinham assumido um continuum de energia. E Para os matemáticos, isto equivale a substituir a integral por uma soma, um conceito matemático bem mais simples de definir, Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP Pedro Bicudo, IST 3 O efeito fotoeléctrico de Einstein (1905) Einstein levou mais longe o conceito de quantum de luz, ao qual chamou de fotão . Notemos que Einstein realizou a sua Tese em física estatística, e que desde o liceu, ele estava interessado no problema da velocidade da luz na relatividade. Einstein propôs, em 1905, para resolver o problema do efeito foto-eléctrico, que a luz seja composta de Equanta h de energia, eV h eV0 e Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP Pedro Bicudo, IST 4 A MQ tornou-se verdadeiramente eficaz quando o momento linear p=mv dos fotões e dos electrões foram quantificados. Já em 1913 Bohr havia quantificado o momento angular dos electrões no átomo, e em 1916, Einstein havia quantificado o momento linear do fotão. Mas Louis de Broglie foi mais longe na ligação entre a onda de partículas ao longo da dualidade onda-partícula enfatizada por Einstein em 1909. De Broglie descobriu uma relação, p h que complementa a famosa relação da energia de PlanckEinstein, E hv Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 5 ◦ Derivando a eq. de Schrödinger. Na época os físicos eram especialistas em ondas, pois no anterior século XIX tinham havido grandes progressos nos estudos das ondas não lineares, e das respectivas equações diferenciais. Para começar podemos verificar que, numa onda plana, Nei ( kx wt ) existem operadores diferenciais que equivalem tanto ao momento de de Broglie como à energia de Plank, 2 h , ik i px i 2 x x h iw i 2 v E i , 2 t t Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 6 Schrödinger tentou partir de várias equações clássicas, mas teve sucesso quando aplicou a susa substiuição na equação da conservação da energia mecância clássica, p2 V( r ) E 2m Chegando à Equação (de Schrödinger), p2 ( r , t) V( r ) ( r , t) E ( r , t) 2m (h / 2 ) 2 h ( r , t) ( r , t) V( r ) ( r , t) i 2m 2 t Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 7 ◦ O nosso caso de estudo: unidimensional, estacionário, oscilador harmónico No entanto esta equação é uma equaçaõ diferencial às derivadas parciais (EDDP), e começa-se por estudar normalmente um caso simplificado. Podemos estudar um caso unidimensional afim de simplificarmos o Laplaceano. E ainda podemos considerar apenas as soluções estacionárias, entendidas por Bohr, afim de ficarmos sem a derivada no tempo Finalmente considerarmos uma exemplo de potencial, e consideramos o potencial do oscilador harmónico. Assim ficamos com uma equação diferencial ordinária (EDO). A eq. é linear na funçãod e onda e nas suas derivadas, mas os coeficientes não são lineares, (h / 2 ) 2 d 2 k 2 ( x ) x ( x) E ( x) 2 2m dx 2 Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 8 ◦ Solução analítica para o caso fundamental Para obter uma primeira solução, consideremos sem perda de gereralidade um sistema de unidades tal que h/2=m=k=1, ficando a eq. na forma, d2 2 ( x ) (x 2 E ) ( x) 2 dx No limite de x grande podemos desprezar a energia. Podemos ainda supor que uma solução para x grande deverá verificar, d ( x) x 2 ( x) x ( x) dx ( x) Ne x2 2 ( x) Ne x2 2 Obtemos assim duas soluções, uma que diverge e outra uma gausseana que tende para 0 para grandes x. Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 9 A solução que tem alguma semelhança com a solução clássica é a solução convergente com a forma de uma gausseana. Verifiquemos então se esta solução, para além de ser válida para x grande, é válida para todo o x, d d φ(x) 2 Ne 2 dx dx x2 d xNe 2 dx 2 2 (x 2 1 )Ne x2 2 x2 2 E realmente esta solução é boa, sendo a sua energia, E0 1 2 Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 10 ◦ Estados excitados Que outras soluções podemos ter para o memso comportamento a grande x? Como a exponencial domina sobre os polinómios, podemos ter soluções do tipo, ( x) polinómio( x) Ne d ex : 2 Nxe dx 2 x2 2 x2 2 , ( x 2 3) Nxe x2 2 E1 3 2 Onde o estudo destes polinómios (neste caso de Hermite) http://en.wikipedia.org/wiki/Hermite_polynomials será dado nas cadeiras de mecânica quântica. Os polinómios pares têm as mesma condições fronteira que o estado fundamental (0) cste, ' (0) 0, mas os ímpares tem uma condição fronteira diferente (0) 0, ' (0) cste, Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 11 ◦ Origem da instabilidade numérica A origem da instabilidade numérica está na existência de uma solução explosiva. Assim que tenhamos x2>E, a solução é uma combinação linear entrea solução explosiva e a solução que tende para 0. O erro numérico faz com que as soluções que tendam para 0 já não tenham energias exactamente iguais a, En= n+1/2, n=0,1,2... mas sim tenham um pequeno desvio desses valores. Se usarmos os valores de obtidos analíticamente existirá uma mistura da componete explosiva, que, mesmo que seja pequena, irá acabar por explodir. No entanto, numéricamente, mesmo assim podemos obter uma solução excelente, muitíssimo próxima da solução analítica. Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 12 ◦ A Eq. de Schrödinger como Eq. matricial Podemos tratar a Eq. de Schödinger como uma Eq. matricial onde a energia E é um valor próprio, (h / 2 ) 2 d 2 k 2 x ( x) E ( x) 2 2m dx 2 pois a partir do momento que discretizamos a função de onda, que fica na forma matemática de um vector, ( x) i O operador hamiltoniano também fica discretizado na forma matemática de uma matriz (nota: deixamos os detalhes da discretização como exercício) (h / 2 ) 2 d 2 k 2 x H i j 2 2m dx 2 Eq. de Schrödinger ex. EDO, EDDP 20-10-2011 Física Computacional - MEFT 2009/10 – P. Bicudo & P. Martins 13