Capítulo 1 INTRODUÇÃO Denotemos por N o conjunto dos números naturais, por Z o conjunto dos números inteiros e por R o conjunto dos números reais. 1.1 Desigualdades A representação geométrica dos números reais sugere que estes podem ser ordenados. Usando os símbolos usuais para maior (>), maior ou igual (≥), menor (<), menor ou igual (≤), podemos ver, por exemplo, que se a, b ∈ R e a < b, então b − a > 0; no eixo coordenado temos que a está à esquerda de b. Para todo a, b ∈ R temos: ou a > b, ou a < b, ou a = b. É conhecido que a ordenação dos números reais é compatível com as operações de adição e multiplicação, definidas em R. De fato: Proposição 1.1. Para todo x, y, z, w ∈ R, temos: 1. Se x > y, então x + z > y + z. 2. Se x > y e z > w, então x + z > y + w. 3. Se x > y e z > 0, então x · z > y · z. 4. Se x > y e z < 0, então x · z < y · z. Outras propriedades elementares são: 1. Se x > y =⇒ −x < −y. 2. x · y > 0 =⇒ x > 0 e y > 0 ou x < 0 e y < 0. 3. x · y < 0 =⇒ x > 0 e y < 0 ou x < 0 e y > 0. 9 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 10 1.2 Intervalos Muitos subconjuntos de R são definidos através de desigualdades. Os mais importantes são os intervalos. Sejam a, b ∈ R tais que a < b. Intervalos Abertos Os intervalos abertos de extremidades a e b, são denotado por (a, b) é definido por: (a, b) = {x ∈ R/a < x < b}. ( a ) b Figura 1.1: Intervalo aberto. Intervalos Fechado Os intervalos fechados de extremidades a e b, denotado por [a, b] é definido por: [a, b] = {x ∈ R/a ≤ x ≤ b}. [ a ] b Figura 1.2: Intervalo fechado. Intervalos Semi-aberto e Intervalo Semi-fechado Os intervalos semi-abertos e semi-fechados, são denotados e definidos, respectivamente, por: [a, b) = {x ∈ R/a ≤ x < b} e [ a ( a (a, b] = {x ∈ R/a < x ≤ b}. ) b ] b Figura 1.3: Intervalos semi-abertos e semi-fechados. Os quatro intervalos assim definidos são ditos limitados. Introduzindo os símbolos −∞ e +∞, os quais não são números reais, podemos definir os intervalos ilimitados: (a, +∞) = {x ∈ R/a < x} e (−∞, a] = {x ∈ R/x ≤ a}, 1.3. EQUAÇÕES 11 (−∞, a) = {x ∈ R/x < a} e [a, +∞) = {x ∈ R/x ≥ a}. ( a ] a Figura 1.4: Intervalos ilimitados. Note que: R = (−∞, +∞). Os intervalos aparecem de forma natural na resolução de inequações, pois, a solução é, em geral, dada por um intervalo ou uma reunião de intervalos. 1.3 Equações As equações são igualdades entre duas expressões matemáticas que apresentam alguns valores desconhecidos, chamados incógnitas e que só se verificam para determinados valores das incógnitas. As equações aparecem de forma natural em diversas aplicações. Por exemplo: [1] Um pintor experiente pinta uma casa em 10 horas e seu aprendiz pinta, a mesma casa, em 15 horas. Em quanto tempo pintam a casa se trabalham juntos? [2] Uma corretora tem dois terrenos A e B, ambos de forma retangular. O comprimento do terreno A mede 7 metros a mais que sua largura. O comprimento do terreno B mede 2 metros a mais que o comprimento do terreno A e sua largura mede 3 metros a menos do que a largura do terreno A. Se a área de B é de 37 m2 a menos do que a área do terreno A, determine as medidas dos terrenos. Observações 1.1. 1. Estudaremos as equações em R que apresentam uma incógnita. Resolver uma equação em R significa determinar todos os valores possíveis, em R, da incógnita e que tornam a igualdade verdadeira. A solução de uma equação é também dita raiz da equação. Para determinar as raízes de uma equação utilizamos as propriedades elementares dos números reais. 2. Como a definição de equação é muito ampla, nestas notas nós consideraremos as equções ditas elementares, isto é, as mais utilizadas e que não requerem quase nenhum prérequisito. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 12 Exemplo 1.1. [1] Um pintor experiente pinta uma casa em 10 horas e seu aprendiz pinta, a mesma casa, em 15 horas. Em quanto tempo pintam a casa juntos? Seja x o número de horas do pintor e de seu aprendiz quando trabalham juntos. Se representa1 mos com a unidade (1), o trabalho total a ser realizado; então: é o trabalho realizado quando x trabalham juntos em uma hora, logo: 1 1 + 10 15 é a quantidade de trabalho realizado pelo pintor e seu aprendiz em uma hora, e: 1 1 1 1 1 + = =⇒ = , 10 15 x 6 x donde temos x = 6, isto é, trabalhando juntos gastam 6 horas para pintar a casa. [2] Uma corretora tem dois terrenos A e B, ambos de forma retangular. O comprimento do terreno A mede 7 metros a mais que sua largura. O comprimento do terreno B mede 2 metros a mais que o comprimento do terreno A e sua largura mede 3 metros a menos do que a largura do terreno A. Se a área de B é de 37 m2 a menos do que a área do terreno A, determine as medidas dos terrenos. Seja x a largura do terreno A, então x + 7 é o comprimento do terreno A, (x + 7) + 2 é o comprimento do terreno B, x − 3 é a largura do terreno B, x (x + 7) é a área do terreno A e ((x + 7) + 2)(x − 3) a área do terreno B; logo: ((x + 7) + 2)(x − 3) + 37 = x (x + 7), donde obtemos −x+10 = 0 e x = 10. O terreno A mede 10 m de largura e 17 m de comprimento e o terreno B mede 7 m de largura e 19 m de comprimento. 1.4 Equações Polinomiais Um equação polinomial de grau n em R, é definida como: a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 + . . . . . . + an−1 xn−1 + an xn = 0, onde ai ∈ R e an 6= 0. Os números reais ai são ditos coeficientes da equação polinomial. Agora enunciaremos o Teorema Fundamental da Álgebra: Teorema 1.1. Toda equação polinomial, de grau n ≥ 1 com coeficientes sendo números complexos, admite n soluções complexas. Ou equivalentemente: Toda equação polinomial, de grau n ≥ 1 possui n raízes reais e/ou complexas. Este teorema nos garante que podemos achar soluções das equações polinomiais. 1.4. EQUAÇÕES POLINOMIAIS 13 1.4.1 Equações Polinomiais de Primeiro Grau Seja a ∈ R, a 6= 0, então b x=− . a a x + b = 0 tem a única solução Exemplo 1.2. [1] A soma de dois números pares consecutivos é 102 . Ache os números Seja x um dos números, o seguinte número par será x + 2; logo: x + x + 2 = 102 =⇒ 2 x + 2 = 102 =⇒ x = 50. Os números são 50 e 52. [2] Um pai tem 42 anos de idade e seu filho 10 anos. Daqui a quantos anos a idade do pai será o triplo da idade do filho? Seja x os anos que devem passar; logo, devemos ter: x + 42 = 3 (x + 10) =⇒ 2 x = 12 =⇒ x = 6. Em 6 anos o pai terá o triplo da idade do filho. 1.4.2 Equações Polinomiais de Segundo Grau Seja a, b, c ∈ R, a 6= 0, então a x2 + b x + c = 0 tem soluções: x = √ −b + b2 − 4 a c 2a √ b2 − 4 a c −b − . 2a Para outras equações polinomiais, ver os parágrafos seguintes. Exemplo 1.3. [1] Determine os números reais que são iguais ao seu quadrado. Seja x o número procurado; logo devemos ter x2 = x, isto é: x (x − 1) = 0 =⇒ x = 0 e [2] Determine a solução de (x − 3)2 + 5 = x + 4. x = 1. Desenvolvendo (x − 3)2 + 5 = x + 4, temos x2 − 7 x + 10 = 0 que tem soluções: x=2 e x = 5. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 14 [3] A diferença entre as medidas da base e da altura de um retângulo é 4 m. Determine as dimensões do retângulo se a área é 60 m2 . Sabemos que a área de um retângulo é base × altura. Se x é a altura, temos: x (x + 4) = 60 =⇒ x2 + 4 x − 60 = 0 =⇒ x = 6. A altura mede 6 m e a base mede 10 m. Note que consideramos somente a raiz positiva da equação. 1.5 Equações Redutíveis a Quadráticas A seguir apresentaremos alguns tipos equações não quadráticas, porém solúveis pelos métodos utilizados para equações quadráticas. 1.5.1 A Equação Biquadrada A equação biquadrada é do tipo:, a x4 + b x2 + c = 0, onde a, b, c ∈ R, a 6= 0. Fazendo u = x2 , a equação fica: a u2 + b u + c = 0, qu e é uma equação quadrática. Exemplo 1.4. [1] Determine a solução de x4 − 3 x2 + 2 = 0. Fazendo u = x2 , a equação fica: u2 − 3 u + 2 = 0, √ que tem soluções u = 1 e u = 2. Como x = ± u, as soluções da equação são: x = 1, x = −1, x = √ √ 2 e x = − 2. [2] Determine a solução de 3 x4 + 2 x2 − 1 = 0. Fazendo u = x2 , a equação fica: 3 u2 + 2 u − 1 = 0, √ 1 que tem soluções u = −1 e u = . Como x = ± u, as soluções da equação são: 3 1 1 x = i, x = −i, x = √ e x = − √ , 3 3 √ onde i = −1 é a unidade imaginária. 1.5. EQUAÇÕES REDUTÍVEIS A QUADRÁTICAS 15 1.5.2 Outras Equações Redutíveis a Quadráticas As equações do tipo: a (x − p)2 + b (x − p) + c = 0, onde a, b, c, p ∈ R, a 6= 0. Fazendo u = x − p, a equação fica: a u2 + b u + c = 0. As equações do tipo: a (xr − p)2 + b (xr − p) + c = 0, onde a, b, c, p ∈ R, a 6= 0 e r ∈ Q. Fazendo u = xr − p, a equação fica: a u2 + b u + c = 0. Em geral, as equações do tipo: a (xr − p)2n + b (xr − p) + c = 0, onde a, b, c, p ∈ R, a 6= 0 e r ∈ Q. Fazendo u = (xr − p)n , a equação fica: a u2 + b u + c = 0. Exemplo 1.5. [1] Resolva (x + 2)2 + 11 (x + 2) − 12. Fazendo u = x + 2, a equação fica: Logo, x = −14 e x = −1. u2 + 11 u − 12 = 0 =⇒ u = −12 e u = 1. [2] Resolva (x2 − 1)2 + (x2 − 1) − 12 = 0. Fazendo u = x2 − 1, a equação fica: u2 + u − 12 = 0 =⇒ u = −4 e u = 3. √ Logo, x2 = −3 e x = ± 3 i, x = ±2. [3] Resolva x2/3 + 4 x1/3 − 5 = 0. Fazendo u = x1/3 , temos: CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 16 u2 + 4 u − 5 = 0 =⇒ u = −5 e u = 1. Logo, x1/3 = −5 e x = −125, x1/3 = 1 e x = 1. [4] Resolva (x2 − 8)2 − 5 (x2 − 8) + 6 = 0 Fazendo u = x2 − 8, temos: u2 − 5 u + 6 = 0 =⇒ u = 2 e √ √ Logo, x2 − 8 = 2 e x = ± 10, x2 − 8 = 3 e x = ± 11. u = 3. 1.6 Equações Algébricas não Polinomiais Equações algébricas são equações em que para determinar suas soluções somente podemos utilizar as operações de adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação inteira e radiciação. As equações polinomiais são um caso particular das quações algébricas. Exemplo 1.6. [1] Determine a solução de x + 5 √ x = 6. Primeiramente observemos que x > 0. Façamos t = que tem solução: √ x, (t > 0); então, a equação fica t2 +5 t = 6 t = −6 e t = 1. A única solução da equação original é x = 1. [2] Determine a solução de √ 3x + 1 − √ x + 4 = 1. 1 Primeiramente observemos que x ≥ − ; escrevamos a equação: 3 √ √ 3x + 1 = x + 4 + 1 e elevemos ao quadrado ambos os lados da equação. Temos: √ √ 3 x + 1 = ( x + 4 + 1)2 =⇒ x + 4 = x − 2 =⇒ x2 − 5 x = 0 que tem solução x = 0 e x = 5. Note que x = 0 não é solução da equação original (por que?); logo, a única solução é x = 5. [3] Determine a solução de p 3 1+ √ x=2 Primeiramente observemos que x > 0. Elevando ao cubo ambos os lados da equação, temos: 1+ √ x = 8 =⇒ √ x = 7 =⇒ x = 49. 1.7. INEQUAÇÕES 17 1.7 Inequações As inequações em R, são desigualdades que apresentam uma incógnita. Resolver uma inequação em R significa determinar todos os valores possíveis, em R, da incógnita e que tornam a desigualdade verdadeira. Para determinar as raízes de uma inequação utilizamos as propriedades elementares dos números reais. Exemplo 1.7. O preço para pintar um apartamento é apresentado de duas formas: (a) 2500 reais mais 30 reais por hora. (b) 100 reais por hora. Quando a forma (a) é mais vantajosa? Seja x o número de horas; então devemos resolver 100 x > 2500 + 30 x =⇒ x > 250 ∼ = 35.714. 7 Logo, a proposta (a) é mais conveniente se a pintura for realizada em menos de 35 horas. 1.7.1 Inequações Lineares Determinemos o conjunto-solução de: a x + b ≥ 0. Note: a x + b ≥ 0 ⇐⇒ a x ≥ −b; logo: b Se a > 0, x ≥ − ; o conjunto-solução é a b [− , +∞). a b Se a < 0, x ≤ − ; o conjunto-solução é a (−∞, − b . a CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 18 1.7.2 Inequações Quadráticas Seja a x2 + b x + c = 0 a equação do segundo grau. Denotemos por ∆ = b2 − 4 a c o discriminante da equação e α, β as raízes reais da equação (α ≤ β). O conjunto-solução S de uma desigualdade quadrática depende dos sinais de a e de ∆, respectivamente. 1. Para ∆ > 0. (a) Se a > 0, a desigualdade a x2 + b x + c ≥ 0 tem conjunto-solução: S = (−∞, α] ∪ [β, +∞) e a x2 + b x + c ≤ 0 tem conjunto-solução S = [α, β] (b) Se a < 0, a desigualdade a x2 + b x + c ≥ 0 tem conjunto-solução: S = [α, β] e a x2 + b x + c ≤ 0 tem conjunto-solução S = (−∞, α] ∪ [β, +∞). 2. Para ∆ = 0. (a) Se a > 0, a desigualdade a x2 + b x + c ≥ 0 tem conjunto-solução: S=R e a x2 + b x + c ≤ 0 tem conjunto-solução S = {α}. (b) Se a < 0, a desigualdade a x2 + b x + c ≥ 0 tem conjunto-solução: S = {α} e a x2 + b x + c ≤ 0 tem conjunto-solução S = R. 3. Para ∆ < 0. (a) Se a > 0, a desigualdade a x2 + b x + c > 0 tem conjunto-solução: S=R e a x2 + b x + c ≤ 0 tem conjunto-solução S = ∅. (b) Se a < 0, a desigualdade a x2 + b x + c ≥ 0 tem conjunto-solução: S=∅ e a x2 + b x + c < 0 tem conjunto-solução S = R. 1.7. INEQUAÇÕES 19 Para outras inequações polinomiais, ver os parágrafos seguintes. Exemplo 1.8. [1] Ache a solução de: 2 x2 − 3 x − 3 ≥ −1. Note que 2 x2 − 3 x − 3 ≥ −1 é equivalente a 2 x2 − 3 x − 2 ≥ 0, ∆ > 0, a > 0 e as raízes de 1 2 x2 − 3 x − 2 = 0 são x = − e x = 2; logo: 2 1 S = − ∞, − ] ∪ [2, +∞). 2 [2] Ache a solução de: 3 (2 x − 5)(x − 1) ≤ (5 − 2 x)2 . 0 ≤ (5 − 2 x)2 − 3 (2 x − 5)(x − 1) =⇒ 0 ≤ −(2 + x) (−5 + 2x) =⇒ 0 ≥ (2 + x) (−5 + 2x). 5 ; logo: 2 5 S = − 2, . 2 As raízes de (2 + x) (−5 + 2x) = 0 são x = −2 e x = [3] Determine o conjunto solução de x2 + 1 < 2 x2 − 3 < −5 x. Estudemos separadamente x2 + 1 < 2 x2 − 3 e 2 x2 − 3 < −5 x: (a) x2 + 1 < 2 x2 − 3: x2 + 1 < 2 x2 − 3 ⇐⇒ x2 − 4 > 0 =⇒ x < −2, ou x > 2. Logo: S1 = (−∞, −2) ∪ (2, +∞). (b) 2 x2 − 3 < −5 x 1 2 x2 − 3 < −5 x ⇐⇒ 0 > (3 + x) (2 x − 1) =⇒ x > −3 e x < . 2 Logo: 1 S2 = (−3, ). 2 Logo: S = S1 ∩ S2 = (−3, −2). [4] Determine os valores de a tais que: CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 20 x2 y 2 + a x y 2 + y 2 + x y + a y + 1 > 0, ∀x, y ∈ R. Fatorando, podemos reescrever a inequação: p y 2 + q y + 1 > 0, onde p = x2 + a x + 1 e q = x + a. Logo, temos uma equação quadrática em y; para que seja positiva para todo y, devemos ter: ( ( x2 + a x + 1 > 0 p>0 ⇐⇒ 3 x2 + 2 a x + 4 − a2 > 0. ∆<0 Ambas as equações são quadráticas em x; logo devemos exigir que os discriminantes de ambas as equações sejam negativos (por que?): ( √ a2 − 4 < 0 ⇐⇒ |a| < 2 e |a| < 3. 2 2 4 a − 12 (4 − a ) < 0 Logo: √ √ S = (− 3, 3). 1.8 Outros Tipos de Inequações [1] Ache a solução de: x3 < x. Fatorando x3 − x = x (x + 1) (x − 1); então, x3 − x < 0 é equivalente a x (x + 1) (x − 1) < 0, da qual obtemos x < −1 ou 0 < x < 1. O conjunto-solução é: [2] Ache a solução de: S = (−∞, −1) ∪ (0, 1). 6x − 2 ≥ 9. 3x + 6 Note que a desigualdade não é equivalente a 6 x − 2 ≥ 9 (3 x + 6). Se 3 x + 6 > 0, isto é x > −2; 8 então, 6 x − 2 ≥ 9 (3 x + 6), donde obtemos x ≤ − . Se 3 x + 6 < 0, isto é x < −2; então, 3 8 6 x − 2 ≤ 9 (3 x + 6), donde obtemos − ≤ x. Logo, o conjunto-solução é: 3 8 S = [− , −2). 3 [3] Ache a solução de: x+2 x ≤ . x−1 x+4 1.9. VALOR ABSOLUTO Resolvemos 21 x+2 x 7x + 8 − ≤ 0, que é equivalente a ≤ 0, da qual obtemos x−1 x+4 (x − 1) (x + 4) 8 − ≤ x < 1 ou x < −4. Logo, o conjunto-solução é: 7 [4] Ache a solução de: 8 S = − ∞, −4 ∪ − , 1 . 7 x x+1 < . 2−x 3+x Resolvemos x+1 x 3 + 2 x + 2 x2 − < 0, que é equivalente a > 0, logo: 2−x x+3 (x − 2) (x + 3) Devemos resolver: 3 + 2 x + 2 x2 > 0, (x − 2) > 0 e (3 + x) > 0, donde x > 2 Devemos resolver: 3 + 2 x + 2 x2 > 0, x − 2 < 0 e 3 + x < 0, donde x < −3. Então: S = (−∞, −3) ∪ (2 + ∞). 1.9 Valor Absoluto O valor absoluto ou módulo de um número real a, denotado por |a| é definido como o maior número do conjunto {a, −a}, ou equivalentemente: ( a se a ≥ 0 |a| = −a se a < 0. Observe que o valor absoluto de um número real é sempre não negativo e possui as seguintes propriedades imediatas. Sejam a, b ∈ R; então: 1. √ a2 = |a|, para todo a ∈ R 2. |b| < a se e somente se b ∈ (−a, a), a > 0 3. |a · b| = |a| · |b| 4. |b| ≥ a se e somente se b ≥ a ou b ≤ −a, a > 0 a |a| 5. = , se b 6= 0 b |b| 6. |a + b| ≤ |a| + |b|. 7. |a − b| ≤ |a| + |b| CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 22 8. |a| − |b| ≤ |a − b|. Exemplo 1.9. [1] Ache a solução de: |x2 − x + 1| > 1. Pelas propriedades anteriores, |x2 − x+ 1| > 1 é equivalente a: x2 − x+ 1 > 1 ou x2 − x+ 1 < −1. 1 2 7 + < 0, Se x2 − x+ 1 > 1, então x (x− 1) > 0 e x < 0 ou x > 1; se x2 − x+ 1 < −1, então x− 2 4 o que é impossível. O conjunto-solução é: S = (−∞, 0) ∪ (1, +∞). [2] Ache a solução de: |9 − 2 x| ≥ |4 x|. Pela propriedades anteriores, |9 − 2 x| ≥ |4 x| é equivalente a: 9 − 2 x ≥ |4 x| ou 9 − 2 x ≤ −|4 x|; Se 9 − 2 x ≥ |4 x|, então 2 x − 9 ≤ 4 x ≤ 9 − 2 x; logo, 9 3 ≤x≤ . 2 2 Se 9 − 2 x ≤ −|4 x|, então 9 − 2 x ≤ 4 x ≤ 2 x − 9, que não possui solução. O conjunto-solução é: − 9 3 S= − , . 2 2 [3] Ache a solução de: 2 − |x − 3| ≤ 3 x + 1. Pela propriedades anteriores, se x − 3 ≥ 0, temos: 2 − (x − 3) ≤ 3 x + 1 que é equivalente a x ≥ 1. Por outro lado, se x − 3 < 0, temos: 2 + (x − 3) ≤ 3 x + 1 que é equivalente a x ≥ −1. O conjunto-solução é: 3 − 2 x ≤ 4. [4] Ache a solução de: x+2 Resolvamos −4 ≤ S = [−1 + ∞]. 3 − 2x ≤ 4. x+2 Se x > −2 , −4 (x + 2) ≤ 3 − 2 x ≤ 4 (x + 2): (a) −4 (x + 2) ≤ 3 − 2 x, é equivalente a x ≥ − 11 . 2 5 (b) 3 − 2 x ≤ 4 (x + 2), é equivalente a x ≥ − , e: 6 5 S1 = − , +∞). 6 Se x < −2 , −4 (x + 2) ≥ 3 − 2 x ≥ 4 (x + 2): (a) −4 (x + 2) ≥ 3 − 2 x, é equivalente a x ≤ − 11 . 2 1.9. VALOR ABSOLUTO 23 5 (b) 3 − 2 x ≥ 4 (x + 2), é equivalente a x ≤ − , e: 6 S2 = (−∞, − Finalmente: [5] Resolva √ S = S1 ∪ S2 = (−∞, − x + 1 > |x + 1|. 11 . 2 11 5 ∪ − , +∞). 2 6 Primeiramente observamos que x + 1 ≥ 0, isto é −1 ≤ x; por outro lado, se x = −1 a inequação não é válida. Se x + 1 ≥ 0, então |x + 1| = x + 1 e: √ Logo: x + 1 > x + 1 ⇐⇒ x + 1 > (x + 1)2 ⇐⇒ x2 + x < 0. S = (−1, 0). |x| . x Temos dois casos: x > 0 e x < 0. |x| Se x > 0, temos que = 1 e: x [6] Resolva |x − 1| < |x − 1| < 1 ⇐⇒ 0 < x < 2. Logo: S1 = (0, 2). Se x < 0, temos que |x| = −1 e S2 = ∅. Então: x S = S1 = (0, 2). [7] Ache a solução de: p |x| − 1 ≥ a, a 6= 0. Primeiramente, devemos ter |x| − 1 ≥ 0, isto é |x| ≥ 1. Logo: e: x ∈ S1 = (−∞, −1] ∪ [1, +∞); |x| − 1 ≥ a2 . Por outro lado, 1 + a2 > 1 e −(1 + a2 ) < −1, então: Se a > 0: CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 24 x ∈ S2 = (−∞, −1 − a2 )] ∪ [1 + a2 , +∞); e S = S1 ∩ S2 = (−∞, −1 − a2 )] ∪ [1 + a2 , +∞). Se a < 0, temos: S = (−∞, −1] ∪ [1, +∞). Por que? [8] Ache a solução de: x + 3 x x − 2 ≥ |x| . Note que: x = |x| ( 1 −1 se x > 0 se x < 0. Se x > 0, resolvemos: x + 3 x+3 x − 2 ≥ 1 ⇐⇒ x − 2 ≥ 1 ou Logo: x+3 ≥ 1 ou x−2 x+3 ≤ −1. x−2 x+3 5 ≤ −1 ⇐⇒ ≥ 0 ou x−2 x−2 ⇐⇒ x > 2 ou − 2x + 1 ≤0 x−2 1 ≤ x < 2. 2 Isto é: S1 = (0, 2) ∪ (2, +∞), pois, x ∈ (0, +∞). Se x < 0, como o valor absoluto de qualquer número é positivo, temos: S2 = R − {2} ∩ (−∞, 0) = (−∞, 0). logo, a solução é: S = S1 ∪ S2 = R − {0, 2}. [9] Se x ∈ N, ache a solução de: 1.10. DISTÂNCIA 25 (x − 3)2 p 1 − |x − 3| − x2 + x + 1 p 4 − |x| ≤ 0. Analisando a inequação podemos obsevar que (x−3)2 é sempre não negativo e o denominador é quadrático e sempre positivo pois seu coeficiente principal é 1 e seu discriminante ∆ = −3. Logo, para resolver a inequação basta resolver: p 1 − |x − 3| − p 4 − |x| ≤ 0 ⇐⇒ p 1 − |x − 3| ≤ p 4 − |x|. Primeiramente: 1 − |x − 3| ≥ 0 e 4 − |x| ≥ 0 ⇐⇒ x ∈ [2, 4]. Agora: p 1 − |x − 3| ≤ p 4 − |x| =⇒ |x| ≤ 3 + |x − 3|. Como x ∈ N, verificamos a inequação para x = 2, 3, 4; logo, não é difícil ver que: S = {2, 3, 4}. 1.10 Distância Usando o valor absoluto podemos definir a distância entre dois números reais. A distância entre os números reais a e b é |a − b|. Então |a| é a distância de a à origem. Exemplo 1.10. [1] A distância entre os números π e −π é |π − (−π)| = 2 π. [2] A distância entre os números −2 e −12 é | − 12 − (−2)| = | − 10| = 10 e a distância entre os números −2 e 23 é |23 − (−2)| = 25. 1 3 [3] A distância entre os números − e é: 6 2 1 3 − − =− 6 2 5 5 = . 3 3 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 26 1.11 Sequências: P.A. e P.G. Denotemos por N o conjunto dos números naturais e por R o conjunto dos números reais. Definição 1.1. Uma sequência de números reais é uma função: f : N −→ R. f (n) = an é chamado o termo geral da sequência. A sequência é denotada por: an Não confundir a sequência an função que define a seqüência . n∈N n∈N = a 1 , a 2 , . . . . . . , an , . . . . com {a1 , a2 , . . . . . . , an , . . . } que é o conjunto-imagem da Exemplo 1.11. 1 1 1 1 1 /n∈N . = 1, , , . . . , , . . . ; o conjunto-imagem é [1] Se n n∈N 2 3 n n 1 1 2 3 4 5 6 7 1 . n √ √ √ = 1, 2, . . . , n, . . . ; o conjunto-imagem é { n / n ∈ N}. Figura 1.5: Gráfico da sequências [2] Se √ n n∈N 3 2 1 1 2 3 4 5 6 Figura 1.6: Gráfico da sequência [3] Se (−1)n n∈N 7 √ n . = − 1, 1, −1, . . . , (−1)n , . . . ; o conjunto-imagem é {−1, 1}. 1.12. PROGESSÕES ARITMÉTICAS (P.A.) 27 1.12 Progessões Aritméticas (P.A.) Uma progressão aritmética (P.A.) é uma sequência em que cada termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior com uma constante r, chamada razão da P.A.., isto é, an n∈N é uma P.A. ⇐⇒ an − an−1 = r, ∀n ≥ 1 Não é difícil ver que o termo geral e a soma dos n primeiros termos de uma P.A. são, respectivamente: an = a1 + (n − 1) r e Sn = (an + a1 ) n 2 Logo, as P.A. são sequências do tipo: a, a + r, a + 2 r, a + 3 r, . . . . . . , a + (n − 1) r . . . 1.12.1 Interpolação Aritmética Interpolar aritmeticamente n números entre outros dois conhecidos a e b, consiste em construir uma P.A. a, a1 , a2 , ..., an , b. Como a P.A. tem n + 2 termos e a1 = a e an+2 = b, podemos determinar r; de fato: b = a + [(n + 2) − 1] r =⇒ r = b−a n+1 Uma vez conhecido o valor de r, obtemos todos os termos da P.A. Os termos da P.A. são chamados meios aritméticos. 1.13 Progessões Geométricas (P.G.) Uma progressão geométrica (P.G.) é uma sequência em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante q 6= 0, chamada razão da P.G.. Isto é, an n∈N é uma P.G. ⇐⇒ an = q, ∀n > 1 an−1 O termo geral e a soma dos n primeiros termos de uma P.G. são, respectivamente: an = a1 · q n−1 e Sn = n a1 a1 (1 − q n ) 1−q se q = 1 se q > 1 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 28 se a P.G. é finita. No caso em que a P.G. tem infinitos termos, temos: S= Logo, as P.G. são sequências do tipo: a1 1−q −1 < q < 1 a, a q, a q 2 , a q 3 , . . . . . . , a q n−1 . . . 1.13.1 Interpolação Geométrica Interpolar geometricamente n números entre outros dois conhecidos a e b; consiste en construir uma P.G. a, a1 , a2 , ..., an , b. Com a P.A. tem n + 2 termos e a1 = a e an+2 = b, podemos determinar q; de fato: b = aq n+1 =⇒ q = r n+1 b a Uma vez conhecido o valor de q, obtemos todos os termos da P.G. Os termos da P.G. são chamados meios geométricos. Exemplo 1.12. [1] Determine cinco meios aritméticos entre -18 e 25. A P.A. é: −18, a2 , a3 , a4 , a5 , a6 , 25. Então aplicando a fórmula para n = 5, a1 = a = −18 e a7 = b = 25, temos: r= e: a2 = − 43 , 6 65 11 7 32 , a3 = − , a4 = , a5 = 6 3 2 3 [2] Determine quatro meios geométricos entre 25 e Temos que a1 = 25 e a6 = a6 = 107 . 6 1 . 125 1 , logo: 125 q= e: e r 5 1 1 = , 3125 5 1 a2 = 5, a3 = 1, a4 = , 5 e a5 = 1 . 25 [3] Se num edifício o primeiro andar se encontra a 7.4 m de altura e a distância entre dois andares consecutivos é de 3.8 m, determine a altura do décimo nono andar. 1.13. PROGESSÕES GEOMÉTRICAS (P.G.) 29 Temos uma P.A. tal que r = 3.8; como an = a1 + (n − 1) r, temos que: a19 = 7.4 + 18 × 3.8 = 75.8 m. 7π [4] Se os ângulos de um triângulo formam uma P.A. e se o maior ângulo é , determine a 12 medida dos outros ângulos. Seja a3 o maior ângulo: 7π a1 = a3 − 2 r = − 2r 12 7π −r a2 = a3 − r = 12 a3 = 7 π 12 Logo: a1 = =⇒ a1 + a2 + a3 = π =⇒ r = π . 4 π π e a2 = . 12 3 [5] (Puc-SP) As medidas dos lados de um triângulo formam a P.A. (x + 1, 2 x, x + 5). Determine o perímetro do triângulo. Como an − an−1 = r para todo n temos a2 − a1 = a3 − a2 , donde x = 3 e o perímetro do triângulo é 18. [6] Numa empresa de serviços de informação telefônica do tipo 0300., o número de pessoas que ligaram, por dia, variou de acordo com uma P.A. de razão 4. Sabendo-se que cada ligação foi correspondente a 0.4 dólares, e que no primeiro dia duas pessoas ligaram, determine o número mínimo de dias a fim de que o total arrecadado atinja o valor de 81.920 dólares: Sabemos que: an = a1 + (n − 1) r e Sn = (2 a1 + (n − 1) r) n (an + a1 ) n = . 2 2 Como a1 = 0.8 e no segundo dia ligam 6 pessoas que corresponde a 6 × 0.4 = 2.4, temos r = 1.6 e: 81.920 = (2 × 0.8 + (n − 1) × 1.6) n = 0.8 × n2 =⇒ n = 320. 2 Logo, são 320 dias. [7] (Mack-SP) Seja a P.G. de termos positivos (x − 2, Sabemos que: an = q; an−1 logo, temos que a3 a2 = e: a2 a1 √ x2 + 11, 2 x + 2, . . .). Determine a7 . CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 30 a3 a1 = a22 =⇒ (2 x + 2) (x − 2) = x2 + 11 =⇒ x = 5. Logo, a1 = 3 e a2 = 6 donde q = 2 e a7 = 192. [8] Determine 3 números em P.G. tal que a soma seja 26 e o produto seja 216. Temos: 2 a + a q + a q = 26 =⇒ q = a3 q 3 = 216 6 =⇒ a2 − 20 a + 36 = (a − 2) (a − 18) = 0. a Se a = 2, q = 3 e os números são 2, 6 e 18. 1 Se a = 18, q = e os números são 18, 6 e 2. 3 [9] A soma dos 3 primeiros termos de uma P.G. é 38. Sabendo que se subtraimos 2 do terceiro termo, êles passam a formar uma P.A., calcule o quinto termo da P.G. Sabemos que a1 + a1 q + a1 q 2 = 38 e que {a1 , a1 q, a1 q 2 − 2} é uma P.A, logo: a1 (q − 1) = a1 q 2 − 2 − a1 q ⇐⇒ a1 [2 q − q 2 − 1] = −2. Temos o seguinte sistema: 2 a1 + a1 q + a1 q = 38 =⇒ q = a1 [2 q − q 2 − 1] = −2 3 2 ou q= 2 3 e a1 = 8 ou a1 = 18, respectivamente, e a5 = 81 2 ou a1 = 32 . 9 [10] Um fundo de investimentos contava com 760 clientes e, no mês passado, admitiu 60 novos investidores. Espera-se que, daqui por diante, o número de clientes novos, por mês, seja sempre o dobro do número de clientes atraidos no mês anterior. Em quanto tempo o número total de investidores nesse fundo ultrapassará 10000? Note que temos: 760 + 60 + [120 + 240 + . . . . . . + 120 × 2n−1 ] > 10000 ⇐⇒ 820 + 120 [1 + 2 + . . . . . . + 2n−1 > 10000 Este último é equivalente a: 120 [2n − 1] > 9180 ⇐⇒ 2n > 155 ⇐⇒ 2n+1 > 155. 2 O menor n que satisfaz a desigualdade é n = 7; logo, 7 meses é o prazo mínimo. 1.13. PROGESSÕES GEOMÉTRICAS (P.G.) 31 [11] Ache 4 números naturais entre 2 e 486 tais que formem uma P. G. Note que a1 = 2 e a6 = 486, logo a6 = a1 q 5 =⇒ q 5 = 243 =⇒ q = 3. Os 4 números são: {, 6, 18, 54, 162}. [12] Seja uma P.G. tal que an+1 < an para todo n ∈ N. Se a soma dos tres primeiros termos é 39 e o seu produto é 729, e se denotamos por a, b e c os tres primeiros termos da P.G, determine o valor de a2 + b2 + c2 . Seja q a razão da P.G, poderemos escrever os tres termos por: x { , x, x q}. q Por outro lado: x × x × x q = 729 =⇒ x3 = 729 =⇒ x = 9. q 9 Logo, temos: { , 9, 9 q}. Por outro lado: q 9 1 + 9 + 9 q = 39 =⇒ 3 − 10 q + 3 q 2 = 0 =⇒ q = q 3 ou q = 3. Como os termos da P.G. satisfazem an+1 < an para todo n ∈ N, devemos ter que: q= 1 3 (por que?). Os termos são 27, 9 e 3: 272 + 92 + 32 = 819. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 32 1.14 Exercícios 1. Determine os valores de x tais que: (a) √ x2 = x p (x − 1)2 = x − 1 (b) √ (c) x2 − 2 x + 1 = 1 − x √ (d) x4 = x2 (e) |x + 1| = |x − 1| (f) |x − 1|2 = |2 x − 1| 2. Determine a solução de : (g) |x| = |x + 7| (h) |x − 1|2 = |2 x + 1| 4 − x =3 (i) 3x 2 x =4 (j) x − 1 (a) (x + 5)2 − 2 (x + 5) − 5 = 0 (i) (x2 − 2)2 − 3 (x2 − 2) + 1 = 0 (b) x2/5 − 7 x1/5 − 8 = 0 (j) (x3 + 1)2 + 5 (x3 + 1) − 1 = 0 (c) 2 (x3 − 1)2 − 6 (x3 − 1) − 2 = 0 (d) x4/3 − 2 x2/3 − 2 = 0 √ √ (k) ( x − 3)2 + x − 4 = 0 (l) (x + 1)4 − 3 (x + 1)2 + 2 = 0 (e) 4 (x + 3)1/3 + 3 (x + 3)2/3 − 4 = 0 √ √ (f) x + 2 − 6 4 x + 2 − 16 = 0 √ √ (m) (( 5 x−1)4 −1)4 −2 ( 5 x−1)4 −1)+1 = 0 (g) (x − 3)2 − 5 (x − 3) + 6 = 0 (n) (x3 + 1)2 − (x3 + 1) − 2 = 0 (h) (x + 4)2 − (x + 4) − 4 = 0 (o) (x2 − 2 x + 1)2 − 5 (x2 − 2 x + 1) − 6 = 0 3. Ache a solução das seguintes desigualdades e represente no eixo coordenado o conjunto solução: (a) x4 − x2 < 0 (i) |x2 − 1||x + 1| > 0 (c) x2 + x > 2 (k) |x − 1| + |x − 2| > |10 x − 1| (b) x2 − 2 ≥ x (d) (x − 5)4 (x + 10) ≤ 0 (e) |x + 2| < 1 (f) |x − 5| < |x + 1| (g) 4 x2 + 10 x − 6 < 0 (h) |x − 1|2 < |2 x + 1| (j) 2 x2 − 2 ≤ x2 − x (l) x2 − 7 x + 8 > (x − 6)2 (m) |x2 − x − 1| < 2 (n) |x + 1| + |x + 2| > |10 x − 1| (o) |x2 − 1| < |x − 1| 1.14. EXERCÍCIOS 33 4. Resolva as seguintes inequações: x ≥0 x−1 x −2≥0 (b) x−5 (g) x2 ≥x+1 x+3 (h) x2 − 4 ≥0 x+6 x−1 ≥0 (d) x+1 x x ≤ (e) x−3 x+1 (i) (x + 1) (x − 7) >0 (x − 1) (x − 6) (x + 3) (f) (k) 3 ( (a) (c) x−1 >2 x+5 x2 + 2 >x x+3 (j) 3 (x + 3) ≥ 2 (1 − 1 ) x 1 − 3) > 5 (x + 1) x 5. Se 3 x + 15 = 0, determine o valor de (a) |x + 5| |x − 5| (b) |x| − |x − 8| |x + 6| |1 − 2 x| 6. Verifique se é verdadeiro ou falso, dando um exemplo no caso de a resposta ser falso: (a) Para todo x, y e z: |x + y + z| = |x| + |y| + |z| e (b) Para todo x e y: |x − y| ≤ |x| − |y|. (c) Para todo x e y: ||x| − |y|| ≤ |x + y|. 7. Resolva as seguintes inequações com valor absoluto: (a) |2 x − 1| > 3 (b) |2 x + 5| ≥ |x + 4| x 1 (c) − ≥ 5 5 2 2 x − 1 ≤1 (d) x+3 x + 1 >2 (e) x − 2 3 x − 1 <3 (f) x+7 2 x − 1 >3 (g) 2x + 1 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 34 8. As temperaturas nas escalas de Fahrenheit (F) e Celsius (C) estão relacionadas pela fórmula: C= 5 (F − 32) . 9 A que temperatura na escala de Fahrenheit corresponde na escala de Celsius um objeto que está entre 40 e 50 graus Celsius. 9. Uma resistência tem 7 Ohms e uma resistência variável é instalada em paralelo. A resistência resultante é dada por: RT = 7R . R+7 Determine o valor de R tal que RT seja maior que 3 Ohms. 10. O quíntuplo de um número x subtraído de 12 é sempre maior do que 13. Escreva e resolva essa inequação. 11. A soma de 5 com a metade de um número é sempre maior do que a diferença entre 10 e o dobro desse número. Resolva essa inequação. 12. (Parte Inteira) Para todo x ∈ R, denotamos e definimos a parte inteira de x por: [[x]] = n ⇐⇒ n ≤ x < n + 1, onde n ∈ Z. Verifique se é verdadeiro ou falso, dando um exemplo no caso de a resposta ser falso: (a) [[x]] = x se, e somente se x ∈ Z. (b) Para todo x e y: [[x]] + [[y]] < [[x + y]] x [[x]] = (c) Para todo x e n ∈ N: n n Determine a solução de: (a) [[x]]2 − 2 [[x]] − 2 ≤ 0. (b) [[4 x2 − 5 x − 4]] ≤ 1. p (c) [[x]]2 − 12 + [[x]]2 − [[x]] − 6 ≥ 0. 13. Determine quatro meios aritméticos entre 1 e 19. 1.14. EXERCÍCIOS 35 1 14. Determine cinco meios geométricos entre 8 e . 8 15. Determine seis meios geométricos entre 1 e 2187. 16. Numa P. A. a soma do segundo e quinto termos é 45 e a razão é a metade do primeiro termo. Calcule a soma dos 20 primeiros termos. 17. Numa P. A. a razão, o número de termos e o último termo são números inteiros consecutivos. Sabendo que o primeiro termo é -10, calcule a soma dos 10 primeiros termos. 18. Numa P. A. de 36 termos, o primeiro termo é 25 e o último 305. Calcule a razão. 19. Numa P. A. de 9 termos e razão 2, a soma de seus termos é igual a zero. Calcule o sexto termo da P.A. 20. Numa P. A. o primeiro termo é 12 e a razão é 3. Calcule o número de termos para que a soma seja 882. 21. Calcular a soma dos 80 primeiros termos da PA : 6, 9, 12, 15, 18 ... 22. Determine x para que x + 2, 18 + x e x + 66 estejam em P.G. 23. Numa P.G. de 6 termos, a soma dos 3 primeiros termos é 65 e a soma dos 3 últimos é 1755. Calcule o primeiro termo. 24. Em 2005 o preço de um certo produto era x − 3 reais, em 2008 era de x + 1 reais e em 2011 era de 2 x + 8 reais. Sabendo que o aumento foi dado em P.G.,de 3 em 3 anos, determine a razão da P.G. 25. Uma empresa de prospecção de água contratou a abertura de um poço sob as seguintes condições: recebe 100 reais pelo primeiro metro perfurado, 200 pelo segundo, 400 pelo terceiro e assim sucessivamente, duplicando sempre até o último metro perfurado. Se a estimativa é de que o poço deverá ter 10 metros, quanto será o custo total da perfuração? 26. Três números a, b e c estão em P.A. Se a + b, b e b + c estão em P.G. e a2 + c2 = 8, calcule a razão das duas progressões. 27. Determine n, se: 32 + 33 + . . . . . . 3n = 1089. 28. (UFSC 1989) Numa PG de 6 termos positivos a razão é 5. O produto do décimo termo com o último é 12500. Determine o valor do terceiro termo. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 36 29. Os termos do primeiro membro da equação: 3 + 6 + ... + x = 381 formam uma P.G. Determine o conjunto solução da equação. 30. (UFRRJ 2004) Em uma P.A. não constante de 7 termos, com termo médio igual a 6, os termos 2a , 4a e 7a , nesta ordem, formam uma P.G. Determine esta P.A. 31. Quantos inteiros consecutivos, começando com 10, devem ser considerados para que sua soma seja igual a 2035? 8 32. Determine a soma dos termos da P. G. infinita: 10, 4, . 5 33. Calcule a soma de todos os inteiros entre 100 e 800 que são divisíveis por 3. 34. (FUVEST/01) Uma P. A. e uma P. G. tem̂, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus terceiros termos são estritamente positivos e coincidem. Sabe-se ainda que o segundo termo da P. A. excede o segundo termo da P. G. em 2. Determine o terceiro termo das progressões.