Redes de Comunicações Capítulo 4 4 – Equipamentos de interligação de redes Informática de Gestão ESTiG/IPB 1 Redes de Comunicações Equipamentos • Equipamentos passivos: cabos, conectores, distribuidores, … • Equipamentos informáticos: PC’s e servidores • Equipamentos activos: repetidores, hubs, switchs, routers Permitem: – A ligação de sistemas terminais à rede – A interligação de vários troços ou segmentos dentro de uma rede – A interligação de redes distintas Informática de Gestão ESTiG/IPB 2 1 Redes de Comunicações Placa de rede/NIC (Network Interface Card) • Todos os computadores de uma rede necessitam de placa de rede – para se poderem ligar à rede • Cada placa possui um endereço MAC único • Os endereços Ethernet (MAC) são de 48 bits (6 bytes), e são convencionalmente apresentados em hexadecimal: - De 00:00:00:00:00:00 a FF:FF:FF:FF:FF:FF - Os 3 bytes mais significativos representam o código do fabricante e os 3 restantes o número de série Informática de Gestão ESTiG/IPB 3 Redes de Comunicações Repetidores • Todo o sinal eléctrico recebido numa das interfaces é regenerado e transmitido na outra • Aumento do comprimento máximo entre terminais • Baratos, fáceis de instalar • Limitado o número de repetidores entre terminais • Funcionam ao nível da camada física • Não interpretam as tramas (não têm funcionalidade de armazenamento) • Não isolam tráfego • Erros são propagados (colisões também são enviadas) • Introduz atrasos Informática de Gestão Repetidor Segmento A Segmento B ESTiG/IPB 4 2 Redes de Comunicações Concentradores/hubs • • • • • Repetidor para múltiplas portas O sinal numa entrada é regenerado e transmitido para todas as outras portas As estações ligadas ao hub recebem todo o tráfego que passa através dele aumentado assim a probabilidade de ocorrerem colisões Impossíveis transmissões simultâneas A capacidade do meio é partilhada por todas as estações (tal como num barramento) Tipos de hubs: • Activo: regenera o sinal • Passivo: usado como ponto de ligação • Inteligente: pode fazer diagnósticos por exemplo detectar erros Símbolo lógico: Informática de Gestão ESTiG/IPB 5 Redes de Comunicações Concentradores/hubs (2) • Hubs são encontrados com 5, 8, 24 e 36 portas • Podem ter tipos de portas diferentes – par entrançado, coaxial, fibra óptica • Podem-se empilhar: hubs “stackable” – aumentando o número de portas à medida das necessidades – possui uma porta de alto débito que permite o empilhamento • Podem apresentar gestão remota Informática de Gestão ESTiG/IPB 6 3 Redes de Comunicações Ligação estação final/Concentrador • Cabo UTP ou STP directo • Extremos do cabo – Interface da estação de trabalho (porta MDI) – Porta normal do hub (porta MDI-X) Informática de Gestão ESTiG/IPB 7 Redes de Comunicações Concentradores em Cascata • Opção quando número de portas não é suficiente para ligar todas as estações • Introduz atrasos • Máximo de 4 hubs entre estações finais (Ethernet) • Como interligar: – duas portas quaisquer dos concentradores com cabo cruzado (crossover) – cabo directo entre porta normal do primeiro hub e porta MDI do segundo Informática de Gestão ESTiG/IPB 8 4 Redes de Comunicações Concentradores em Uplink • Interligação mais eficiente dos barramentos internos dos concentradores • Permite estender a gestão de um concentrador através das portas de uplink • Ligação com cabo directo entre porta IN de um hub com porta OUT do outro hub Informática de Gestão ESTiG/IPB 9 Redes de Comunicações Repetidores/Hubs – Vantagens e Desvantagens • Vantagens: – interligar diferentes tipos de meios físico, tais como cabos coaxiais, de fibra óptica e par entrançado • Exemplo: ligação inter-edifícios – estender o alcance geográfico da rede até o máximo permitido pelo protocolo de controle de acesso aos meios físicos • Exemplo: padrão Ethernet especifica que um sinal pode percorrer um cabo com uma distância máxima de 500 metros (10Base5) – usando quatro repetidores para interligar 5 segmentos de cabo, pode-se cobrir uma distância de 2500 metros • Desvantagens: – pode-se acabar por obter uma rede local muito sobrecarregada • comportando um número muito grande de nós • aumento do atraso de propagação → imposição de um número máximo de repetidores – Não filtram tráfego • Uma colisão num segmento da rede local é propagado aos segmentos restantes – repetidores não podem ser usados para interligar diferentes tecnologias de rede Informática de Gestão ESTiG/IPB 10 5 Redes de Comunicações Pontes/bridges • Para além de funções semelhante aos repetidores: – Interpretam as tramas de rede – Operam nos níveis 1 e 2 – Tramas podem ser filtradas, sendo enviadas apenas para o segmento onde está o endereço de destino – Isolam tráfego entre segmentos, diminuindo a probabilidade de colisão – Não propagam erros detectados nas tramas – Existência de buffers para tramas (permite suportar picos de pedidos, p. ex.) – Possibilidade de interligar redes de nível 2 diferentes (ethernet e token ring) Símbolo lógico: Informática de Gestão ESTiG/IPB 11 Redes de Comunicações Pontes - funcionamento • A ponte mantém uma tabela (cache) dinâmica com os endereços MAC e as portas a eles associadas 1. Se o endereço de destino da trama pertence está associado à porta de chegada da trama, a ponte não faz nada 2. Se o endereço de destino da trama está associado à outra porta da ponte, a ponte reencaminha a trama 3. Se o endereço de destino da trama não está associado a nenhuma porta da ponte é feito um broadcast 4. Se o endereço de destino é FF:FF:FF:FF:FF:FF é feito um broadcast para todas as portas • • A ponte encaminha ou rejeita os quadros, baseado nas entradas da tabela Os endereços são aprendidos a partir do endereço de origem Informática de Gestão ESTiG/IPB 12 6 Redes de Comunicações Pontes – segmentação • Segmentação é o processo de substituir concentradores (hubs) por pontes (bridges) ou comutadores (switches) para aumentar o número de domínios de colisão – Muitas estações numa LAN => redução da largura de banda – À medida que distância entre estações aumenta a rede perde eficiência (aumento do round trip delay) – limite de 2,5 Km para redes 802.3 – Solução segmentação da rede criando várias LAN’s interligadas por uma ponte • • Segurança – Segmentando LAN’s o tráfego não circula fora dos segmentos a que se destina reduzindo o risco de ser capturado por utilizadores maliciosos Aumentar a fiabilidade – Numa única rede local, um nó defeituoso que continua transmitindo um fluxo contínuo de lixo irá danificar a rede local – As pontes podem ser inseridas em posições críticas, para evitar que um único nó com problemas possa fazer cair todo o sistema Informática de Gestão ESTiG/IPB 13 Redes de Comunicações Comutadores/switches • • • • • • • • • Operam nos níveis 1 e 2 São semelhantes a bridges multi-porta Micro segmentação é maior - aumentam o nº de domínios de colisão Maior circunscrição de erros e colisões A rede torna-se mais segura e muito mais rápida Melhor utilização da largura de banda Mais utilizadores podem comunicar ao mesmo tempo Mais caros Encaminha quadros baseado no endereço MAC do destino e na tabela de encaminhamento • Aprende a localização de uma estação examinando o endereço de origem dos quadros Símbolo lógico: Informática de Gestão ESTiG/IPB 14 7 Redes de Comunicações Switch – Comutação cut-through • Lê o endereço MAC (destino) assim que o quadro chega – Após descobrir a porta destino, envia o quadro para essa porta, antes mesmo de o receber completamente na porta de origem • Poucos switches são totalmente cut-through, pois este modo de comutação não permite nenhum tipo de correcção de erros • Comutação simétrica (porta de origem e de destino operam à mesma taxa) • Permite a menor latência através do switch Informática de Gestão ESTiG/IPB 15 Redes de Comunicações Switch – Comutação store-and-forward • Neste método, o switch lê todo o quadro para o buffer, e verifica se existem erros de CRC – Se existir algum problema, o quadro será descartado – Se estiver OK, verifica qual é a porta associada ao endereço MAC de destino e encaminha o quadro • Muitos switches usam cut-through até que um certo nível de erros seja alcançado – A partir desse momento, passam a operar em store-and-forward • Permite diferentes taxas de transmissão para a transmissão e recepção Informática de Gestão ESTiG/IPB 16 8 Redes de Comunicações Switch – Comutação fragment-free • É uma solução intermediária entre os modos cut-through e store-andforward • Inicia a transmissão depois de receber os primeiros 64 bytes, mas antes de receber a totalidade do quadro – permite verificar que não é um fragmento de colisão • a maior parte dos erros ocorre nos primeiros 64 bytes de um quadro – verifica a confiabilidade das informações do endereçamento e do protocolo LLC, garantindo que o destino e o tratamento dos dados estejam correctos • Utiliza comutação assimétrica Informática de Gestão ESTiG/IPB 17 Redes de Comunicações Estados de um switch • Switches usam o mesmo mecanismo que as pontes para criar as suas tabelas de endereços físicos • Diferentes estados: – Learning • Acontece quando um switch lê o endereço MAC origem de um quadro e o armazena na sua tabela de endereços – Flooding • Se um switch não sabe para onde enviar um quadro, ele envia-o para todas as portas, menos para a porta de origem – Forwarding • ocorre quando um switch envia um quadro de uma porta para outra – Filtering • os quadros destinados a um mesmo segmento não são propagados para os restantes segmentos – Aging • de tempos em tempos, as entradas na tabela de endereços são removidas Informática de Gestão ESTiG/IPB 18 9 Redes de Comunicações VLAN – Virtual Local Area Network • VLAN = agrupamento lógico de dispositivos e utilizadores – Por departamento, função, aplicação • Implementada por software • Um switch físico pode dar origem a vários switchs lógicos • Segurança – Utilizadores ficam limitados aos recursos da sua VLAN Informática de Gestão ESTiG/IPB 19 Redes de Comunicações VLAN - características • Independente da localização física do utilizador • Cada VLAN é um domínio de difusão (broadcast) fechado • Comunicação entre VLANS diferentes apenas possível com um router Informática de Gestão ESTiG/IPB 20 10 Redes de Comunicações VLANs atravessando mais do que um switch Protocolo 802.1Q Informática de Gestão ESTiG/IPB 21 Redes de Comunicações Spanning Tree Protocol – 802.1d • Se os switches A e B tiverem as suas MAC Address Table vazias, e o PC1 quiser enviar dados para o PC3 originar-se-á um bridging loop • E se for enviado uma trama de broadcast? • Redes utilizam redundância de switches para em caso de avaria haver um caminho alternativo • Para evitar broadcast storms e outros problemas associados ao loop de topologia, foi criado o STP - Spanning Tree Protocol, que foi padronizado pelo IEEE como 802.1d • O resultado da resolução e eliminação de loops com a utilização de STP é a criação de uma árvore hierárquica lógica sem loops. No entanto, os caminhos alternativos ainda estarão disponíveis caso sejam necessários Informática de Gestão ESTiG/IPB 22 11 Redes de Comunicações STP - Estados das portas • Cada switch inicia um procedimento de descobrimento para determinar quais são os portas que devem ser activadas para alcançar um determinado segmento de rede • Quadros especiais chamados Bridge Protocol Data Units (BPDU) são trocados entre os switches • Cada porta do comutador (a usar STP) está num estado: – Blocking: as portas estão bloqueadas (apenas recebem BPDUs) – Listening: o switch está à escuta (aprende a topologia) enviando e recebendo BPDUs podendo participar na eleição do Root Bridge – Learning: Envia e recebe BDPUs e constrói a tabela de endereços MAC – Forwarding: Envia e recebe dados, envia e recebe BPDUs e mantém o funcionamento da tabela de endereços MAC – Desactivado (desligado administrativamente) Informática de Gestão ESTiG/IPB 23 Redes de Comunicações STP – Como funciona • Faz-se a eleição de um switch de root (Root Bridge) • É construído um caminho para cada switch, com início no Root Bridge • O caminho escolhido é sempre o de menor custo (DC) • O custo é calculado com base na velocidade de cada porta • Os links reduntantes que não fazem parte do caminho mais curto são bloqueados • Tramas recebidas nos links bloqueados não são encaminhadas Informática de Gestão ESTiG/IPB 24 12 Redes de Comunicações STP – Eleição do Root Bridge • Cada switch possui uma identificação conhecida como Bridge ID (BID) - 8 bytes (2 bytes para prioridade (Bridge Priority) e 6 bytes para o MAC do switch) • A eleição do Root Bridge é feita com base no menor BID encontrado na rede – Bridge Priority: A faixa de números que poderão compor o Bridge Priority é de 0 a 65.535, sendo o valor por defeito é 32.768. • E se todos possuírem o mesmo Bridge Priority? – Outro critério deverá ser adoptado para a eleição do Root Bridge: o MAC address – MAC address: A porção MAC address possui 6 bytes. O switch que possuir o menor valor numérico para o MAC address, será escolhido para ser o Root Bridge • Inicialmente, ao ser ligado, um switch assume que é o Root Bridge • Envia uma BPDU em que ele próprio se considera Root e com prioridade por defeito de 32768 • Os outros switches da rede recebem o BPDU e substituem o Root BID por um Root BID de prioridade de menor ordem • Os switches a receberem os BPDUs determinam qual o switch da rede que deverá ser o Root Switch • O switch que for desempenhar o papel de Root Bridge deverá ser o mais robusto • A alteração do Bridge Priority é uma prática correcta para garantir que se verifique o pressuposto anterior Informática de Gestão ESTiG/IPB 25 Redes de Comunicações STP – Papel das portas • • Baseado na localização da Root Bridge, os outros switches determinam quais das suas portas têm o menor custo para alcançar a Root Bridge – Essas portas são chamadas root ports. Cada switch tem que ter uma e só uma root port Designated ports - aquela cuja função é transmitir os BPDUs para uma Root Port. Só pode haver uma por segmento – O primeiro exemplo de Designated Port está no próprio Root Bridge • Se o custo for o mesmo, o switch com o menor BID será escolhido • Se o custo for o mesmo, a porta com o menor PID será escolhida • Non-designated ports e backup ports- são as portas que estão bloqueadas para um segmento (blocking state). Essas portas podem ser activadas, em caso de falha nas designated ports Informática de Gestão ESTiG/IPB 26 13 Redes de Comunicações STP – Exemplo Root Bridge Informática de Gestão ESTiG/IPB 27 Redes de Comunicações STP – Topologia activa Topologia inicial Topologia activa resultante Root Bridge Informática de Gestão ESTiG/IPB 28 14 Redes de Comunicações Encaminhadores/Routers • Operam na camada 3 • Encaminham pacotes da origem ao destino com base no endereço IP e pelo caminho mais eficiente • Escolha do caminho é feita com base em algoritmos de encaminhamento: – Protocolos de encaminhamento mais utilizados nas redes TCP/IP: • RIP, OSPF, IGRP, BGP • Conduz os pacotes de dados do nó fonte ao nó destino atravessando vários nós intermédios – Um computador pode servir de router instalando uma ou mais placas de rede adicionais e software que implementa o protocolo de encaminhamento – Mais comum é usar routers dedicados Símbolo lógico: • por razões de desempenho Informática de Gestão ESTiG/IPB 29 Redes de Comunicações Routers • • • Ao receber um pacote o router processa-o – Determina o sistema ao qual deve ser enviado • O host destino – Se se encontrar na mesma rede que o router • Ou outro router – No caminho para o host destino O processamento é feito salto a salto e pacote a pacote Interligam redes distintas – interligação de redes de diferentes tecnologias – interligação de redes de diferentes âmbitos – interligação de sub-redes Informática de Gestão ESTiG/IPB 30 15 Redes de Comunicações Segmentação de LANs Informática de Gestão ESTiG/IPB 31 Redes de Comunicações Segmentação de LANs • Porquê? – Isola o tráfego entre segmentos – Atinge-se maior largura de banda por utilizador ao criar domínios de colisão menores – Estende o comprimento efectivo de uma LAN, permitindo a ligação de estações mais distantes • As LANs são segmentados por dispositivos como bridges, switches e routers • Segmentação com pontes: • • – As pontes aumentam a latência (atraso na chegada do quadro ao destino) numa rede em 10 a 30% – Uma ponte é considerado um dispositivo store-and-forward porque tem de receber todo o quadro e calcular o CRC (cyclic redundancy check) antes de efectuar o reencaminhamento – O tempo necessário para desempenhar estas tarefas pode reduzir as transmissões da rede, causando atrasos Segmentação com switches: – Permite a uma LAN trabalhar mais rapidamente e mais eficientemente – A largura de banda disponível pode chegar aos 100% – Um computador ligado directamente a um comutador Ethernet não pertence a nenhum domínio de colisão, dispondo a tempo inteiro de 10/100Mbps Segmentação com routers: – Possibilitam o maior nível de segmentação, pela capacidade de fazer determinações exactas de para onde enviar os dados – Operam com uma maior taxa de latência Informática de Gestão ESTiG/IPB 32 16 Redes de Comunicações Broadcast da camada 2 • Endereço MAC de destino: FF-FF-FF-FF-FF-FF – Todas as máquinas recebem Informática de Gestão ESTiG/IPB 33 Redes de Comunicações Segmentação do domínio de Broadcast • Apenas feito por routers Informática de Gestão ESTiG/IPB 34 17 Redes de Comunicações Referências • Funcionamento do Spanning Tree Protocol – http://www.ciscotrainingbr.com/modules.php?name=News& file=article&sid=56&mode=&order=0&thold=0 Informática de Gestão ESTiG/IPB 35 18