Universidade Estadual de Goiás UnUCET - Anápolis Química Industrial Físico-Química Experimental II Catálise Heterogênea Alunos: Bruno Ramos; Wendel Tiago Mendes. Professor: Ademir João Camargo Anápolis, 2005. 1. Introdução 1.1 Catálise Heterogênea Um catalisador é uma substância que, adicionada ao sistema reacional, altera a velocidade da reação até o atingimento do equilíbrio químico. Ele interage com os reagentes de maneira cíclica, promovendo, talvez, várias reações a nível atômico ou molecular, mas não é consumido. Um catalisador muda a energia de ativação de uma reação, Ea, por promover um caminho alternativo para ela. A velocidade e a constante de velocidade k de uma reação se relacionam à Ea pela equação de Arrhenius: k = A exp (- Ea / R T) Onde A é a constante relacionada à velocidade das colisões. Portanto, uma mudança em Ea altera a velocidade de uma reação. Um catalisador na mesma fase dos reagentes (geralmente líquida ou gasosa) é chamado de catalisador homogêneo. Um catalisador que está numa fase diferente daquela dos reagentes é chamado de catalisador heterogêneo ou de contato. Esse tipo de catalisador consiste de materiais com a capacidade de adsorver moléculas de gases ou líquidos em suas superfícies. Um exemplo de catálise heterogênea é o uso de platina finamente dividida na reação de monóxido de carbono com oxigênio para formar dióxido de carbono. Essa reação é usada em conversores catalíticos instalados em automóveis para eliminar o monóxido de carbono dos gases exauridos. Promotores não são por si catalisadores, mas aumentam a efetividade de um catalisador. Por exemplo, a alumina Al2O3 é adicionada ao ferro finamente dividido para aumentar a habilidade do ferro em catalisar a formação da amônia a partir de uma mistura de hidrogênio e nitrogênio. Um veneno reduz a eficácia de um catalisador. Por exemplo, compostos com chumbo envenenam a habilidade da platina como catalisadora. Por isso a gasolina “chumbada” não deve ser usada em automóveis equipados com conversores catalíticos. 2 Como catalisadores heterogêneos são comumente usados em reações a altas temperaturas, eles geralmente apresentam alto ponto de fusão (materiais refratários), ou então são suportados por materiais refratários, como a alumina. As superfícies sólidas oferecem um potencial de atração às moléculas de gases e líquidos (devido aos defeitos dos sólidos). A adsorção ocorre conforme moléculas são atraídas à superfície, e quando elas penetram através do material, ocorre a absorção. A absorção sem formação de ligações químicas (ou sem quebra delas) é chamada de absorção física ou fisissorção. Quando envolve a formação ou quebra de ligações químicas, diz-se que ocorre uma quimissorção. Os metais mais utilizados são os de transição. As características mais comuns deles são a presença de elétrons d e, em muitos deles, nos seus orbitais d incompletos. Como resultado, os metais de transição formam compostos de estados de oxidação variáveis. Assim, esses metais são bancos de elétrons que “emprestam” elétrons na hora certa, e os reservam para espécies químicas em outros casos. A força da quimissorção varia entre os metais. De forma geral, ela é mais forte para os metais da esquerta, e decresce para os metais de transição em um período conforme aumenta o número atômico: Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg As quimissorções são muito fortes para os grupos do Sc, Ti, V, Cr e Mn; e esses metais não são catalisadores muito efetivos. . 2. Objetivos 1) Determinar experimentalmente a influência do catalisador na velocidade de reação da decomposição da solução de hipoclorito de sódio. 2) Determinar a influência da concentração dos reagentes e da temperatura na velocidade da reação. 3. Metodologia 3 Primeiramente montou-se a aparelhagem utilizada para medir a velocidade de decomposição do hipoclorito de sódio. Parte 1: Velocidade de Decomposição a Temperatura Ambiente Mediu-se cuidadosamente 20,0 mL da solução de hipoclorito de sódio, em uma proveta graduada. E depois determinou-se a sua temperatura transferindo, em seguida, para um erlenmeyer. Transferiu-se 3,0 mL da solução de nitrato de cobalto (Co(NO3)3) para um tubo de ensaio e introduziu-o cuidadosamente no mesmo erlenmeyer, sem que seu conteúdo fosse derramado. Abriu-se a pinça metálica e encheu-se a mangueira que dá para a proveta graduada de 50,0 mL, separando a mangueira que está ligada à conexão de vidro, inserida no segundo erlenmeyer. Assim, logo que a mangueira encheu-se de água, fechou-se a pinça. Em seguida, fez-se todas as ligações e verificou-se se as rolhas estavam bem apertadas nos erlenmeyers. Então, retirou-se a pinça e verteu-se a solução de Co(NO3)3 no tubo de ensaio, e a partir deste momento começou-se a marcar o tempo. Finalmente, registrou-se o tempo gasto para a água atingir a marca de 30,0 mL na proveta. Parte 2: Velocidade de decomposição acima da temperatura ambiente O mesmo experimento foi realizado a cerca de 10 °C acima da temperatura ambiente. Para isso, as soluções foram aquecidas em um banho-maria Parte 3: Velocidade de decomposição abaixo da temperatura ambiente O mesmo experimento foi realizado a cerca de 10°C abaixo da temperatura ambiente. Para isso, as soluções foram resfriadas em um banho de gelo. 4. Resultados e Discussão Os tempos gastos em cada parte para transferência da água do segundo erlenmeyer para a proveta (30,0 mL), foram: Parte 1: 4 min Parte 2: 2 min Parte 3: 6 min 4 A água transferida para a proveta é expulsa do erlenmeyer graças à geração de gás oxigênio (O2) pela reação catalisada: 2 OCl-(aq) -> O2(g) + 2 Cl-(aq) O catalisador, neste caso, é o oxido de cobalto (Co2O3), o qual é formado segundo a seguinte reação que ocorre no erlenmeyer 2: 2 Co3+(aq) + OCl-(aq) + 2H2O(l) -> Co2O3(s) + 4H+(aq) + Cl-(aq) 5. Conclusão Pela interpretação dos resultados, conclui-se que a temperatura é diretamente proporcional à velocidade da reação, e o catalisador desempenha um papel de fundamental importância, aumentando também a velocidade da reação, através da diminuição brusca da energia de ativação. 6. Bibliografia Heterogeneous Catalysts: A Study Guide – Disponível online em: http://catal.snu.ac.kr/. Acessado em 02.10.05 5