ATIVIDADES LÚDICAS COMO ESTRATÉGIA DURANTE AS SESSÕES DE HEMODIÁLISE PLAY ACTIVITIES AS A STRATEGY DURING HEMODIALYSIS SESSIONS Rejane Alves Ferreira* RESUMO Esta pesquisa, do tipo revisão bibliográfica com abordagem exploratória, descritiva, explicativa teve como objetivo descrever qual o impacto da aplicabilidade de atividades lúdicas durante as sessões de hemodiálise. O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de bases de dados tendo como critérios de inclusão estudos publicados nos anos de 2000 a 2012, na íntegra, em português. Diante dos resultados obtidos confirmou-se que a aplicabilidade de atividades lúdicas durante a sessão de hemodiálise tem impacto positivo frente ao paciente renal crônico. O lúdico é um recurso terapêutico capaz de minimizar o tempo ocioso das sessões, possibilitando que a rotina e a morosidade do tratamento sejam amenizadas e que contribue também para favorecer os aspectos biopsicossociais do indivíduo, uma vez que proporciona sensação de bem-estar, favorece a participação e integração entre o grupo. Palavras-Chave: Insuficiência renal crônica. Hemodiálise. Atividades lúdicas. Lúdico. Enfermagem. Qualidade de vida. ABSTRACT This research, the literature review type with exploratory, descriptive, explanatory approach aimed to describe the impact of the applicability of recreational activities during hemodialysis sessions. The bibliographic research was conducted through databases as having published studies inclusion criteria in the years 2000-2012, in full, in Portuguese. Based on these results it was confirmed that the applicability of recreational activities during hemodialysis session has a positive impact across the chronic renal disease patient. The playful is a therapeutic option able to minimize downtime of the sessions, enabling the routine and the length of treatment are ameliorated and that contributes also to promote the biopsychosocial aspects of the individual, it offers wellness sensation, favors participation and integration among the group. Keywords: Chronic renal failure. Hemodialysis. Recreational activities. Playful. Nursing. Quality of life. ________________________________________ * Bacharel em Enfermagem. E-mail: [email protected] Artigo apresentado a Atualiza Cursos, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Enfermagem em Nefrologia, sob a orientação da professora Maria de Lourdes. Salvador, 2015. 2 1 INTRODUÇÃO A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome metabólica decorrente da perda lenta, progressiva e irreversível da função renal. O método terapêutico mais utilizado entre os renais crônicos é a hemodiálise. Conforme censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2010 havia, no Brasil, 92.091 pacientes em terapia renal substitutiva, sendo a hemodiálise a modalidade dialítica realizada por 90,6% por esses pacientes. Uma sessão de hemodiálise dura em média quatro horas, sendo geralmente realizada três vezes por semana, o que pode ser modificado a depender da necessidade individual de cada doente. Segundo Teixeira e Resck (2011), o diagnóstico de uma doença crônica como a IRC gera impactos na vida do indivíduo, levando a situações de adaptação no cotidiano. A doença renal fomenta tratamento com duração e consequências incertas, terapia rigorosa para manutenção da vida, o que provoca mudanças significativas na vida do portador da patologia e de sua família (LIMA E GUALDA, 2000). Tais mudanças vão repercutir tanto na qualidade de vida quanto no convívio social dessa pessoa. De acordo com Queiroz et. al. (2008), as alterações na vida dos pacientes são incomodas e contínuas, o que pode originar sensações de exclusão devido ao fato de ter que se submeter ao tratamento dialítico e suas proibições. O cliente quando diante do diagnóstico de uma doença incurável, de um tratamento longo e incerto, de limitações físicas, de uma vida social diminuída, sofre sérios abalos (MARISCO, 2002). Tais abalos afetam tanto o estado físico quanto o psicossocial do indivíduo. Garcia e Bittencourt (2004), referem que corpo e mente estão em simbiose, sendo influenciados mutuamente, não é possível separá-los ou fazer uma distinção entre um e outro. Leão (2003), afirma que a atividade lúdica tem o poder de alterar o estado de ânimo do cliente, alegando que essas atividades permitem a expressão não-verbal de sentimentos, favorecendo a fantasia, promovendo a oportunidade de participação em grupo, entretenimento e diversão. O uso do lúdico junto aos clientes renais transforma o tempo despendido durante a sessão de hemodiálise, que se mostra negativo, em produtivo e criativo, ocasionando momentos de alegrias (ERDMANN apud TEIXEIRA E RESCK, 2011). O interesse na abordagem desta temática surgiu durante o estágio em uma unidade de hemodiálise, onde foi observada a monotonia e a apatia de alguns clientes durante as horas da terapia. “Com o tempo ocioso, os dialíticos começam a pensar nos problemas que estão enfrentando, gerando preocupações e angústias, o que interfere em seu bem-estar psicobiológico” (CAVALCANTE et. al., 2011). Diante do exposto, surge o questionamento 3 sobre qual o impacto das atividades lúdicas como estratégia para minimizar a monotonia durante as sessões de hemodiálise? Frente ao questionamento esta pesquisa teve como objetivo descrever qual o impacto da aplicabilidade de atividades lúdicas durante as sessões de hemodiálise. Espera-se que a pesquisa possa contribuir com informações a respeito da aplicabilidade de atividades lúdicas durante as sessões de hemodiálise visando proporcionar ao doente renal crônico um ambiente agradável, ameno a monotonia enfrentada durante as sessões de hemodiálise. 2 METODOLOGIA A presente pesquisa é uma revisão bibliográfica com abordagem exploratória, descritiva, explicativa que objetivou descrever qual o impacto da aplicabilidade de atividades lúdicas como estratégia para minimizar a monotonia durante as sessões de hemodiálise. O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de busca eletrônica, em bases de dados como LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), tendo como critérios de inclusão os estudos publicados nos anos de 2000 a 2012, na íntegra, em português, contendo os seguintes descritores: insuficiência renal crônica, hemodiálise, atividades lúdicas, lúdico, enfermagem, qualidade de vida. Seguindo os passos propostos por Gil (2010), foi realizada inicialmente a leitura exploratória do material bibliográfico para obter uma visão global da obra e verificar se as fontes eram de interesse para a pesquisa. Em seguida, através da leitura seletiva, delimitou-se o material, determinando-se quais referências eram pertinentes, contribuiriam e agregariam valor à pesquisa. Selecionado o material, procedeu-se a leitura analítica dos textos, que teve por finalidade ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes de forma que possibilitasse resposta à questão norteadora da pesquisa. Nessa fase, foi feita a leitura integral dos textos selecionados, a identificação das palavras-chaves, a hierarquização das ideias, organizando-as seguindo a ordem de importância e a sintetização das ideias fixando-se nos dados essenciais. Após analisar a visão de cada autor sobre a temática, procedeu-se a leitura interpretativa, nessa etapa foram adicionados novos textos e suprimidas algumas fontes selecionadas anteriormente. Os artigos selecionados foram subdivididos em duas categorias, na primeira categoria os artigos que fundamentaram a elaboração da pesquisa como um todo e 4 na segunda categoria, para sistematizar os resultados e discussões, apenas estudos com abordagem qualitativa, com o objetivo de responder o problema da pesquisa. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 O cliente e a sessão de hemodiálise A hemodiálise é uma das terapias utilizada para substituir o papel dos rins. Segundo Fortes et a.l (2010), a rotina contínua das sessões impõe ao paciente a interrupção das suas atividades diárias. Permanecer durante quatro horas, três vezes por semana, ligado a uma máquina, observando seu sangue circular por um sistema extracorpóreo, é no mínimo uma rotina cansativa, repetitiva, dolorosa e muito provavelmente angustiante. Procede-se transformações no cotidiano, o medo do desconhecido gera angústia, a hemodiálise é a alternativa de vida (ROSA E LOURES, 2013). Freitas, apud Garcia e Bittencourt (2004) evidencia que a própria cronicidade da doença é fonte de estresse, uma vez que há controle médico sistemático, modificação na rotina diária, no trabalho, lazer e convívio familiar. Além das alterações socioeconômicas, ocorrem as alterações nos aspectos físicos e psicológicos do indivíduo. A certeza de que sua vida depende de uma máquina e dos cuidados que o tratamento exige, pode ser percebida segundo Garcia e Bittencourt (2004), “como um constante contato com a morte, no sentido que, ao mesmo tempo em a máquina lhe dá a vida, pode tirá-la a qualquer momento”. As restrições com as quais o doente renal se confronta não só pela patologia, mas também devido ao tratamento hemodialítico não é um processo simples. A doença e a terapia geram uma sucessão de conflitos, impondo aos pacientes renais adaptações e mudanças no estilo de vida (QUEIROZ et al, 2008). Uma das principais mudanças é a limitação de tempo que o paciente tem para desempenhar suas atividades de vida diária e continuar no trabalho, uma vez que grande parte do seu dia vai ser dedicado aos cuidados que a terapia exige, tais como permanecer quatro horas dialisando, deslocamento de sua residência até o local onde dialisa, realização de exames periódicos, sem mencionar o mal-estar que podem ocorrer antes e após as sessões. Depender do tratamento e não ter perspectiva de um futuro melhor faz com que o doente experimente momentos de angústia e depressão, principalmente por não poder realizar suas atividades diárias e laborais como antes, e em alguns casos depender de outros membros da família. Inchoste et al. (2007) reforça que depender das sessões de diálise pode alimentar 5 nos pacientes sentimentos negativos no que se refere a sua condição de vida, que durante o período em que se está ligado à máquina tais sentimentos podem aflorar devido a monotonia das horas despendidas. 3.2 As atividades lúdicas durante as sessões de hemodiálise Na prática a prioridade é das ações terapêuticas medicamentosas e administrativas, porém as ações educativas são imprescindíveis no processo terapêutico (QUEIROZ et al, 2008). Segundo Teixeira e Resck (2011), Florence Nightingale, em 1859, já mencionava o uso da música como um cuidado à saúde. Há uma infinidade de recursos lúdicos que podem ser utilizados pela equipe multidisciplinar, seja antes, durante ou após a sessão de hemodiálise. Garcia e Bittencourt (2004), destacam que existe uma imensidade de opções de técnicas a serem utilizadas no trabalho lúdico/artístico tais como artes plásticas, expressão corporal, expressão vocal, música, alguns jogos, escrita, imagens/fotografias. Conforme Marisco (2002, p.36), As atividades lúdico-educativas são desenvolvidas com a finalidade de proporcionar segurança e lazer, reduzindo a ansiedade, o medo, a angústia inerente ao tratamento e a doença. Essas atividades podem ser: música, jogos, leituras, pinturas, dramatizações, conquanto que estas atividades sejam acompanhadas com diálogo, em que se tenham espaço para exprimir e elaborar sentimentos. Reis, Guirardello e Campus (2008), menciona que é importante a realização de atividades que proporcionem prazer para o paciente, no sentido que o mesmo esqueça, ainda que por alguns momentos, as dificuldades e preocupações. A ludicidade promove alegria e entretenimento, contribuindo no resultado do tratamento. Complementando Rosa e Loures (2013), referem que utilizar terapias alternativas, além de elevar a autoestima dos pacientes torna o cotidiano das sessões de hemodiálise menos rotineiro e mais produtivo, fazendo com que os pacientes sintam-se mais úteis. De acordo com Marisco (2002), o lúdico durante as sessões de hemodiálise funciona como antídoto para o clima de tensão, tendo como finalidade transformar o tempo ocioso em algo produtivo, para que o paciente possa animar-se. Corroborando com essa informação Rosa e Loures (2013) referem que o uso da atividade lúdica proporciona entretenimento, o que possibilita que o tempo passe mais rápido, que a tristeza diminua e haja estímulo do raciocínio. 6 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O quadro I traz os artigos utilizados para análise, os quais correlacionam o uso do lúdico e a hemodiálise. N TÍTULO AUTORES º TIPO DE FONTE ANO PESQUISA Os sentimentos da clientela assistida 1 com atividades lúdicas durante a sessão de Renata Brites Teixeira; Zélia Marilda Rodrigues Resck. Pesquisa qualitativa fenomenológica Revista Rene 2011 hemodiálise O uso do lúdico em hemodiálise: buscando novas 2 perspectivas na qualidade de atendimento ao paciente no centro Francielly Almeida Cavalcante; Greice Quelle Saar; Liliam Sampaio Ramos; Angela Antunes de Morais Lima. Pesquisa de campo de caráter Revista exploratório com Eletrônica da abordagem Facimed 2011 qualitativa de diálise Atividades lúdicas 3 durante a sessão de diálise Atividades lúdicas 4 em unidades de hemodiálise Vera Lucia Fortunato Fortes; Sheila Assoni; Mônica Durante Menezes; Dalva Maria Pomatti. Maria de Lourdes Silveira Brasil; Eda Schwartz. Estudo qualitativo Revista de exploratório- Psicologia da descritivo IMED Pesquisa qualitativa exploratória e descritiva 2010 Acta Scientiarum. Health 2008 Science. Para Fortes et al. (2010), permanecer quatro horas em um mesmo lugar, na perspectiva de que irá repetir essa situação durante muito tempo e de forma ininterrupta pode gerar uma 7 sensação entediante. Diante dessa informação é importante que haja uma preocupação por parte da equipe multiprofissional a respeito das alterações biopsicossociais que envolvem o doente renal. É fundamental que seja lançado um olhar holístico sobre essa pessoa e que a assistência à saúde não seja somente construída em bases técnico-cientificas, mas também na humanização, devido ao impacto que, tanto a doença quanto a modalidade terapêutica causa ao indivíduo. Uma das formas de humanizar o tratamento, amenizando a monotonia e a rotina das sessões de hemodiálise é a utilização do lúdico. Em seu estudo Fortes et al. realizaram primeiramente a aplicação de oficinas lúdicas através da realização de atividades com jogos, pintura e música durante as sessões e no final do ciclo de atividades os sujeitos do estudo foram entrevistados. Os resultados foram apontados como benéficos pelos participantes, que descreveram que as horas da sessão passaram desapercebidas, assim como a morosidade das horas de tratamento, que esses momentos proporcionaram oportunidade de lazer e entretenimento e que contribuiu também para promoção da saúde mental/cognitiva dos pacientes. Algumas das declarações dos entrevistados desse estudo foram: “...o tempo passa melhor” “...porque se a gente tá parado, pensa em coisa ruim, e tendo uma atividade desvia o pensamento...não pensa em coisa ruim.” Diante desses resultados, as autoras referem que o uso da ludicidade permite que pacientes deprimidos se reestabeleçam mais facilmente quando em contato com o outro, melhorando sua autoexpressão, autopercepção e autocuidado. E concluíram que propor inovações no cuidado aos renais é possível, mas exige empenho e criatividade. Teixeira e Resck (2011), referem que adotar o lúdico durante a sessão de hemodiálise pode gerar novas perspectivas de vida, com alegria e encantamento. Nesse estudo foram realizadas entrevistas com pacientes que já participavam de atividades lúdicas - em especial a música, durante as sessões de hemodiálise há mais ou menos um ano. O resultado positivo do uso da ludicidade foi evidenciado pelos sentimentos revelado pelos clientes, como por exemplo, felicidade/alegria, entretenimento/diversão, amizade/gratidão. Tais sentimentos foram expressos nos discursos dos entrevistados: “...eu sinto alegria e umas horas mais alegres, não vejo o tempo passar…” e acrescentam: “...sentimos que está incentivando a gente…” As autoras descrevem que com a inserção do lúdico criou-se uma forma de diversão para quebrar a rotina, proporcionando um ambiente acolhedor e momentos descontraídos. 8 Concluíram que as atividades lúdicas durante as sessões foram positivas e que os profissionais de saúde podem e devem considerar o lúdico como estratégia terapêutica humanizadora. Segundo Miranda, apud Brasil e Schwartz (2005), "o lúdico produz uma excitação mental agradável”, uma vez que a felicidade obtida com tais atividades acelera a circulação sanguínea além de ser um dos melhores tônicos, acelera a circulação sanguínea, o que facilita o cumprimento das funções corporais. No estudo de Cavalcante et al. (2011), foi proposto empregar a ludicidade para quebrar o ócio causado pelo tratamento. A aplicação do lúdico deu-se através de encontros onde foram utilizados a musicoterapia, a pintura e os jogos. Utilizou-se também uma ficha de avaliação do humor através do instrumento chamado emocionometro, usado para avaliar o humor dos pacientes. Foi contatado que mesmo que por alguns instantes, a ludicidade oportunizou que os pacientes esquecessem as preocupações. O que é evidenciado na fala de um dos participantes da pesquisa: “Não gostaria que vocês parassem as atividades, porque me faz esquecer, pelo menos no momento, os problemas, a dor no braço e a chatice da pressão”. Além de causar a impressão de redução do tempo da sessão, a atividade lúdica possibilita sentimentos de bem-estar físico e psicológico. As autoras referem que apesar do lúdico não curar o paciente, sua aplicabilidade proporcionou grandes melhoras, proporcionando momentos de descontração e alegria, reduzindo as intercorrências, ajudando-os no enfrentamento da doença. Brasil e Schwartz (2005), referem que uso do lúdico além de aliviar o estresse, ensina a usar o humor como fortalecedor da resistência/imunidade, favorecendo ainda o desenvolvimento de vínculos afetivos e sociais. E acrescenta que “especialistas se mostram convencidos de que o riso influencia de maneira positiva na saúde, acelerando, em muitos casos o processo de cura”. Em seu estudo as autoras realizaram entrevista semiestruturada com os sujeitos da pesquisa após a aplicação prática das atividades, através da arte da representação, da música e da dança. Os resultados indicam que houve influencia positiva, grande parte dos pacientes manifestou sensação de bem estar, conforme evidenciado nos relatos: “... a gente tava triste e ficou alegre, se tinha dor acho que aquele dia nem senti, não tinha ninguém triste...”. Afirmam ainda que pessoas perdem a noção do tempo em função da alegria que provem da ludicidade, desligando-se do tempo que estavam ligados à máquina. As autoras descrevem que o tempo foi o fator de mais destaque entre os sujeitos da pesquisa, com base no que os pacientes relataram ficou evidenciado que devido ao entretenimento as horas passaram despercebidas, os transtornos fisiológicos comuns ao período dialítico passaram despercebidos assim como a ansiedade de estar ligado à máquina. 9 Concluíram que “todo ser humano pode favorecer-se com o uso de entretenimento, tanto no aspecto de diversão e prazer quanto psicossocial”. 5 CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos, confirmou-se nessa pesquisa que a aplicabilidade de atividades lúdicas durante a sessão de hemodiálise tem impacto positivo frente ao paciente renal crônico. Nesse contexto, torna-se necessário a criação de um ambiente ameno ao infortúnio da rotina do tratamento hemodialítico. É notório através dos depoimentos dos sujeitos dos estudos e das fontes analisadas, que o lúdico é um recurso terapêutico capaz de minimizar o tempo ocioso das sessões, possibilitando que a rotina e a morosidade do tratamento sejam amenizadas. A ludicidade contribue também para favorecer os aspectos biopsicossociais do indivíduo, uma vez que proporciona sensação de bem-estar, favorece a participação e integração entre o grupo. Uma terapia continuada como a hemodiálise necessita de intervenções que não seja somente às inerentes aos cuidados técnico-científicos, tornando-se necessário a aplicabilidade de condutas e estratégias que amenizem o sofrido cotidiano oriundo da patologia e do tratamento dialítico, assegurando mudanças benéficas à saúde. 10 REFERÊNCIAS BRASIL, Maria de Lourdes Silveira; SCHWARTZ, Eda. As atividades lúdicas em unidade de hemodiálise. Acta Sci. Health Science, Maringá, v. 27, n. 2, p. 103-112, 2005. CAVALCANTE, Francielly Almeida et al. 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