INSTITUTO DE PSIQUIATRIA-IPUB/UFRJ PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL 19 de novembro de 2012 SELEÇÃO 2013 LEIA COM ATENÇÃO AS SEGUINTES INSTRUÇÕES: O caderno contém 50 questões e 9 páginas (frente e verso). O candidato deverá utilizar no cartão de respostas caneta esferográfica de tinta indelével preta ou azul. Será eliminado do Processo Seletivo o candidato que: a) For surpreendido durante o período de realização de sua prova comunicando-se com outro candidato ou pessoa não autorizada ou utilizando aparelhos eletrônicos (telefone celular, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, etc.). b) Não devolver o cartão de respostas da Prova Objetiva. c) Deixar de assinar a lista de presença. Será atribuída NOTA ZERO à questão da Prova Objetiva que não corresponder ao gabarito oficial ou que contiver emenda, rasura, nenhuma ou mais de uma resposta assinalada. Por motivo de segurança, os procedimentos a seguir serão adotados: a) Após ser identificado, nenhum candidato poderá retirar-se da sala de prova sem autorização e acompanhamento da fiscalização. a) Não será permitido ao candidato retirar-se da sala antes de decorrida uma hora do inicio da prova. b) Os três últimos candidatos só poderão deixar o local de prova juntos. c) Ao terminar a prova o candidato entregará, obrigatoriamente, ao fiscal de sala, o cartão de respostas da Prova, solicitando a devolução do seu documento de identidade. As provas serão divulgadas em até 48 horas no site www.ipub.ufrj.br e permanecerão no site até o último dia da validade do concurso. BOA PROVA! 1 QUESTÃO Nº 01 Os processos produtivos em saúde se realizam em ato e nas intercessões do trabalhador e do usuário. Nesse encontro se dá, em última instância, um dos momentos mais singulares do processo de trabalho em saúde enquanto produtor de cuidado. Segundo Emerson Elias Merhy esse encontro pode ser olhado sob a noção de valises que o profissional de saúde utiliza para agir nesse processo. Entre as três valises que o trabalhador de saúde lança mão para atuar encontra-se aquela que está presente no espaço relacional trabalhador–usuário, implicada com a produção das relações entre dois sujeitos, que só tem existência em ato, chamada de: a) tecnologia leve-dura b) tecnologia leve c) agenciamento d) vínculo QUESTÃO Nº 02 A respeito dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é correto afirmar: a) diferem dos ambulatórios porque não levam em conta o diagnóstico dos transtornos mentais b) só devem atender a pacientes com transtornos mentais severos. c) devem atender apenas pacientes encaminhados pela atenção primária quando não estão em crise d) devem atender a situações de maior gravidade e complexidade existentes no território QUESTÃO Nº 03 Assinale as estratégicas que auxiliam no processo de desinstitucionalização de pacientes mentais de longa permanência: a) programa De Volta para Casa e determinação judicial b) transferência para abrigos da assistência social e inserção em CAPS c) serviços residenciais terapêuticos e auxílio reabilitação psicossocial d) iniciativas de geração de renda e interdição civil QUESTÃO Nº 04 Uma equipe de Saúde deve compor-se de profissionais de formações diferentes, assegurando assim a diversidade de suas feições e a troca de suas experiências. Naturalmente, as especificidades das diferentes profissões devem ser respeitadas. Contudo, o que caracteriza realmente o trabalho em equipe é a capacidade de: a) sustentar um projeto terapêutico singular baseado no trabalho de cada especialidade b) conhecer o trabalho de cada um da equipe e identificar as especificidades dos saberes e técnicas c) estabelecer critérios e escolhas para a organização do serviço e construção do caso clínico por meio das especificidades profissionais d) participar coletivamente da construção de um projeto comum de trabalho, num processo de comunicação que propicie as trocas QUESTÃO Nº 05 É impossível tratar um sujeito como tal, se não o consideramos como um cidadão; igualmente, o reconhecimento de sua cidadania não pode ser feito quando desconhecemos as questões subjetivas que lhe são próprias. Assim, a clínica, tal como deve ser concebida, não se desvincula da política, nem tem com ela uma relação apenas exterior. Nesse sentido é correto afirmar que são aspectos estreitamente ligados: a) cidadania e loucura b) política e subjetividade c) singularidade e sociabilidade d) clínica e cuidado QUESTÃO Nº 06 O processo de superação do modelo asilar e de efetivação da reforma psiquiátrica requer a promoção de relações entre trabalhadores, usuários e familiares pautadas no acolhimento e no vínculo, no sentido de evitar que se reproduza, dentro dos serviços substitutivos: a) o atendimento profissional-centrado b) a lógica do manicômio c) a racionalidade biológica d) o elogio a loucura 2 QUESTÃO Nº 07 Em relação à interdição civil de pessoas com transtornos mentais, é correto afirmar: a) a lei 10.216/2001 impede que a justiça estabeleça a curatela de pessoas em função de transtornos mentais b) a curatela é o mecanismo jurídico que estabelece que pacientes mentais não são responsáveis por delitos cometidos c) a incapacidade para o trabalho não deve ser considerada motivo para a interdição civil do paciente mental d) todas as pessoas que são portadoras de transtornos mentais severos devem ser interditadas. QUESTÃO Nº 08 O aprofundamento do processo de reforma psiquiátrica implica fomentar o aporte financeiro, com metas definidas, nas três esferas de governo, para o aprimoramento da rede de saúde mental, em especial nas práticas clínicas no território. Dessa forma, é imprescindível fortalecer as ações de promoção, proteção e cuidado em saúde mental na atenção primária, por meio de dispositivos intersetoriais que reforcem a territorialização dos equipamentos sociais, culturais, e de práticas populares de saúde e cuidado. Trata- se, ainda, de: a) ampliar o apoio na atenção hospitalar e potencializar a missão dos CAPS no território b) fortalecer as ações e o cuidado no território por meio de espaços centrados nos equipamentos da assistência social c) valorizar as potencialidades dos usuários considerando apenas a cultura e a rede assistencial local d) promover e estimular o trabalho em rede com equipes multiprofissionais e atuação transdisciplinar QUESTÃO Nº 09 Tendo como base o artigo Saúde Mental e Direitos Humanos: 10 anos da Lei 10.216/2001 (DELGADO, 2011), sobre a internação psiquiátrica involuntária pode-se afirmar que: a) deve ser submetida a uma instância de revisão, por meio da comunicação ao Ministério Público b) só pode ser determinada por um juiz c) só deve ser indicada quando o transtorno mental estiver associado ao abuso de substâncias psicoativas d) é incompatível com a premissa dos direitos humanos da pessoa com transtornos mentais QUESTÃO Nº 10 A consolidação da reforma psiquiátrica exige a priorização, por parte dos gestores dos níveis federal, estadual e municipal, da atenção à crise no âmbito da rede substitutiva em saúde mental, considerando sua importância fundamental na implementação de um processo efetivo que possibilite a extinção dos hospitais psiquiátricos e de quaisquer outros estabelecimentos em regime fechado. Para isso é imprescindível garantir e ampliar a atenção 24 horas às situações de crise em saúde mental, assegurando o atendimento às emergências psiquiátricas em: a) unidades de internação noite e CAPS II b) prontos socorros geral e em CAPS III c) pronto socorros especializados e CAPS III d) atenção domiciliar e rede de urgência e emergência QUESTÃO Nº 11 LIMA, E. M. F. A. (2004) discute formas de se fazer análise de atividade em Terapia Ocupacional. O argumento que apresenta a reflexão da autora sobre o tema é: a) deve-se fragmentar as atividades, os agentes e os terapeutas para melhor conhecer e ampliar o olhar sobre a atividade em análise b) verifica-se analogia estreita do pensamento discutido por LIMA com a Terapia Ocupacional Psicodinâmica de orientação psicanalítica c) este procedimento inclui um olhar para si próprio, para os colegas e para a experiência coletivizada d) a afirmação de uma perspectiva que deve ser neutra e apoiada sobre conceitos e valorações QUESTÃO Nº 12 A proposta de construção do olhar do terapeuta ocupacional que se aproxima da perspectiva debatida pela autora em A análise da atividade e a construção do olhar do terapeuta ocupacional (2004) é a seguinte: a) o olhar crítico deve se exercitar para ver o visível b) o olhar envolve, apalpa, cria atmosferas c) embora a percepção visual não seja somente uma ação fisiológica, sua construção se processa no isolamento d) o olhar do terapeuta ocupacional sobre a atividade deve se afinar com sua visão singular de mundo 3 QUESTÃO Nº 13 Em Mângia (2002), são discutidas as contribuições acerca da abordagem canadense “Prática de Terapia Ocupacional Centrada no Cliente” nas ações em saúde mental. Tal abordagem, dentre outras proposições, reconhece o cliente como sujeito na construção dos projetos terapêuticos. A partir do diálogo com a saúde mental e dos eixos que a autora destaca enquanto orientadores para a prática da terapia ocupacional, a nova concepção de projeto terapêutico no qual as ações são descentradas da instituição para o território deve: a) possibilitar a reapropriação contínua, por parte da pessoa, de sua existência cotidiana e não a manutenção da tutela b) evitar a construção de processos que tendam a institucionalizar as necessidades ou a respondê-las a partir das ofertas institucionais, potencializando recursos presentes no contexto dos sujeitos c) restabelecer o poder contratual dos sujeitos enquanto cidadãos e produtores de sentido para sua própria vida e em seu contexto sócio-familiar d) considerar o contexto especial onde ocorre o encontro entre a demanda colocada pelos usuários e a capacidade de resposta e articulação dos recursos dos técnicos e do conjunto do aparato institucional QUESTÃO Nº 14 Marius Romme, psiquiatra holandês-citado por Muñoz et all (2011)-desenvolveu uma tecnologia inovadora de cuidado em saúde mental, dirigida a pessoas que: a) apresentam risco de suicídio b) não possuem apoio familiar c) estiveram internadas por longos períodos de tempo d) ouvem vozes QUESTÃO Nº 15 Desviat (citado por Pande e Amarante, 2011) afirma que, a despeito da mudança na atenção à saúde mental, onde a cura foi substituída pelo cuidado, “é preciso aceitar a cronicidade e a limitação da eficácia reabilitadora”. Dentro dessa perspectiva, o autor classifica em 4 categorias a nova cronicidade. Uma delas, nomeada “crônicos externalizados” abarcaria o seguinte grupo, usuários: a) adultos que são capazes de viver fora da do hospital psiquiátrico b) com longas internações em hospitais psiquiátricos que receberam alta devido à política de “redução de leitos” c) idosos que são capazes de viver fora do hospital psiquiátrico d) com longas internações em hospitais psiquiátricos que receberam alta devido à melhora do quadro psicopatológico QUESTÃO Nº 16 De acordo com o texto “A palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde mental” o emprego geral do termo ‘clínica’ comporta, além do diagnóstico: a) tratamento e prevenção terciária b) tratamento médico e reabilitação psicossocial c) tratamento, reabilitação e prevenção secundária d) tratamento e reabilitação QUESTÃO Nº 17 No texto de Campos, R.O. “A palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde mental” a questão de desinstitucionalização é problematizada em função das situações de crise. Seu argumento sustenta que: a) as internações rápidas quebram o vínculo do paciente com o serviço de origem fazendo-o perder suas referências resultando em maior fragilidade e risco de reinternação b) a partir da desinstitucionalização não faz sentido haver mais internações mesmo em casos de crise c) em situações de crise o melhor para o paciente é ter internações curtas para protegê-lo de maiores riscos d) se houver internação o serviço de origem não deve interferir para não criar dupla vinculação do paciente durante a crise 4 QUESTÃO Nº 18 Campos, R.O. em seu texto “A palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde mental” propõe uma abordagem das famílias no tratamento dos pacientes psicóticos enfatizando as seguintes diretrizes: a) abordagem das famílias em grupos para que possam se conhecer e trocar experiências sobre os pacientes de modo a se espelharem nesse processo b) abordagem da complexa relação com os pacientes, trabalhar com cada família a carga de gerações que o psicótico carrega e preparar a própria equipe nesse processo c) preparar a equipe para informar aos familiares sobre o adoecimento psíquico dos pacientes de modo a aparelhá-los a lidar melhor com o paciente d) preparar a família para receber seu doente em casa e frequentar o serviço regularmente QUESTÃO Nº 19 No texto: “O atendimento à crise em saúde mental: ampliando conceitos”, os autores Ferigato, Campos e Ballarin (2007) constatam que dentro do próprio campo da saúde mental não há uma perspectiva uniforme sobre o conceito de crise, havendo uma variedade de subgrupos e saberes que usam diferentes critérios para determinar se uma experiência pode ser considerada como crise. Ao proporem uma ampliação do conceito de crise, os autores afirmam outra posição na qual devemos: a) avaliar os sinais de agudização da sintomatologia psiquiátrica b) buscar a homeostase de forma a livrar o sujeito da experiência destrutiva c) buscar uma significação temporal e singular para o sujeito d) entender que se trata de uma reação do sujeito frente aos estímulos externos QUESTÃO Nº 20 De acordo com Figueiredo, A.C. no texto sobre a construção do caso clínico, a autora define a construção do caso como um trabalho que recolhe: a) os elementos dados pelo sujeito em sua fala e ações no coletivo da equipe, decanta das narrativas a estrutura do caso e segue o estilo do sujeito b) a estrutura do caso a partir das anotações da equipe em prontuário, segue o estilo do sujeito e o diagnóstico psicopatológico geral c) os dados da equipe junto ao sujeito seguem seu estilo e constrói a narrativa d) o estilo do sujeito por meio das falas e ações da equipe e seus elementos QUESTÃO Nº 21 Sobre os modos de cuidado em saúde os autores Merhry, Feuerwerker e Cerqueira (2010) destacam as práticas baseadas na repetição e práticas capazes de produzir diferença. Sobre esse texto podemos afirmar que: a) a produção de um cuidado em saúde mais ampliado e completo está diretamente relacionado aos avanços em pesquisas e construção de novos saberes científicos nesse campo b) a produção de ações de cuidado deve ser construída de forma singular, respeitando os sentidos e as escolhas dos sujeitos responsáveis pelo seu processo de saúde doença c) o cuidado em saúde deve ser centrado na objetivação do doente e em ações sobre o corpo biológico, excluindo informações desnecessárias que possam desviar o foco das intervenções d) a dimensão cuidadora depende de procedimentos especializados, baseados em protocolos prescritivos que orientam quanto as melhores condutas a serem seguidas em cada doença QUESTÃO Nº 22 No texto “Desinstitucionalizando a Formação em saúde mental: uma história em dois tempos”, os autores apresentam o processo de desinstitucionalização do Hospital Estadual Teixeira Brandão e, nos primeiros contatos com a instituição, se deparam com a apatia dos profissionais, com a rotinização dos procedimentos e a padronização nos modos de se operar o cuidado que, segundo os autores, favoreciam a banalização do horror e a impossibilidade de se produzir estranhamentos frente ao vivido. Desta forma, a perda da dimensão cuidadora da assistência pode ser explicada pela: a) degradação dos pavilhões e enfermarias sem qualquer condição de higiene, afetando diretamente a evolução dos quadros clínicos dos pacientes internado b) crença de que o paciente é objeto das ações de tratamento, o diagnóstico é determinado por um conjunto de sinais e sintomas e o tratamento é generalizável c) presença maciça de profissionais em formação, ainda não devidamente capacitados para a atuação nos serviços públicos de saúde mental. d) multiplicidade de atores atuando no cenário do hospital, excessivamente afetados pelo encontro com a instituição, trabalhando de forma transdisciplinar e em múltiplas dimensões 5 QUESTÃO Nº 23 A IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial (IV CNSM-I), realizada no ano de 2010, foi a primeira Conferência do campo da saúde mental a incluir em todas as suas etapas os diferentes setores envolvidos com as políticas públicas de saúde mental (70% dos delegados e observadores representavam o campo da saúde, enquanto 30% representavam outros setores). Sobre a questão do trabalho intersetorial, é correto afirmar, a partir da IV CNSM-I, que: a) as ações intersetoriais precisam ser incentivadas, devendo cada setor difundir os resultados das ações realizadas em parceria apenas em suas próprias instituições ou serviços b) alianças intersetoriais devem ser cuidadas permanentemente para o estabelecimento de diretrizes, pactuações, planejamento, acompanhamento e avaliação de políticas, como as de saúde mental, com participação de gestores e lideranças c) os setores públicos envolvidos na atenção à saúde mental não necessitam de informações aprofundadas sobre os avanços obtidos no tratamento das pessoas com transtornos mentais severos e persistentes nas últimas décadas d) cada setor público envolvido na atenção à saúde mental deve esgotar todos os seus recursos antes de encaminhar um usuário para outro setor, momento em que perde a responsabilidade sobre o caso QUESTÃO Nº 24 Segundo Ribeiro (2009) a idéia de referência é enfatizada na clínica do CAPS tomando como paradigma o modo de funcionamento do acompanhamento terapêutico. Para a autora, por esta lógica, o serviço de saúde mental torna-se a referência do indivíduo que aí se encontra em tratamento, e aqueles que ali trabalham devem: a) aguardar por condições e acontecimentos específicos no cotidiano institucional que circunscrevam sua prática clínica b) guardar condições para abarcar, em suas funções, bem menos do que o circunscrito pelas habilidades especificas de sua formação profissional c) guardar condições para abarcar, em suas funções, muito mais do que o que está circunscrito por suas formações específicas d) aguardar as decisões institucionais para, somente a partir destas orientações, acompanhar a terapêutica idealizada por todos os integrantes do serviço QUESTÃO Nº 25 Ribeiro (2009) afirma que, a partir dos avanços da Reforma Psiquiátrica, o dispositivo do CAPS se apresenta como um lugar de referência, no qual a idéia de um cuidado personalizado coloca o paciente, em relação ao seu tratamento, em uma posição: a) circular b) independente c) reflexiva d) ativa QUESTÃO Nº 26 Segundo o reconhecimento de Sampaio e Freitas (2010), muito embora se identifiquem nítidas relações entre os princípios da Reforma Sanitária e as concepções da Política de Redução de Danos - RD, a execução de ações de RD no campo prático, junto aos usuários de drogas, só obtiveram êxito ao incorporarem: a) sanitaristas b) redutores de danos c) estratégias de controle d) recursos medicamentosos QUESTÃO Nº 27 Segundo Andrade (2011) a prevalência de comorbidades com transtornos mentais, entre o contingente populacional em situação de uso abusivo de álcool, crack e outras drogas é: a) pouco significativa b) elevada c) quase desconhecida d) baixa 6 QUESTÃO Nº 28 Propondo uma ampliação da discussão acerca da acessibilidade ao tratamento para pessoas que usam álcool e drogas de forma abusiva, e problematizando relações entre a qualidade da assistência a estas pessoas e sua possibilidade de inserção social, Andrade (2011) afirma que as condições de vida das pessoas socialmente excluídas, e entre elas, aquelas que usam drogas, são pouco conhecidas: a) pela sociologia urbana b) pela pesquisa médica c) pelos equipamentos sociais d) pelos profissionais de saúde QUESTÃO Nº 29 Em considerações acerca do manejo clinico nas toxicomanias, Rego (2009) discorre sobre as perspectivas que se abrem a partir de novos posicionamentos e sentidos para o sujeito que se coloca em tratamento, em função da inclusão de novos elementos, interrogações, fazeres. A autora propõe dois indicadores clínicos que podem definir critérios de inclusão desses novos elementos; estes indicadores são: a) o tempo e o espaço b) o subjetivo e o social c) o analista e o vínculo d) o físico e o psíquico QUESTÃO Nº 30 Sabemos que as práticas de saúde, em qualquer nível de ocorrência, devem considerar a diversidade da experiência humana. Em relação aos problemas decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas, a variabilidade de apresentações sintomáticas a partir daí geradas, tanto quanto a resistência dos pacientes, convocam considerações acerca do manejo clínico com esta clientela. Dessa forma, recomenda-se (Brasil, 2003) que o acolhimento, enquanto importante estratégia facilitadora de abordagem às propostas de cuidados dirigidos a este público: a) deve estar disponível no momento em que sua necessidade se impõe b) deverá necessariamente incluir exames clínicos de identificação dos níveis de intoxicação c) deve ser realizado apenas com a presença e participação dos familiares do paciente d) seguirá igual protocolo em todos os serviços disponíveis a este atendimento QUESTÃO Nº 31 Robaina(2010) afirma que a atuação do serviço social na área de saúde mental deve orientar-se pelo: a) serviço social clínico b) movimento higienista c) projeto ético-político d) caso, grupo e comunidade QUESTÃO Nº 32 Uma leitura do Serviço social influenciada pela lógica liberal compreende a prática profissional como “uma relação singular entre o assistente social e o usuário de seus serviços”. De acordo com Iamamoto (2007) esta compreensão é equivocada, visto que desconsidera que a profissão: a) esta inscrita na ordem fenomenológica-existencial dos seres humanos b) volta-se prioritariamente para a intervenção nos indivíduos c) se constitui no âmbito das relações sociais d) dá ênfase à sua prática de assistência social QUESTÃO Nº 33 Para Robaina (2010), os temas desafiantes para o serviço social frente às requisições da reforma psiquiátrica são: a) famílias, território, geração de renda, trabalho e controle social b) serviços social clínico, subjetividade, família e controle social c) psicologização da vida, inconsciente, clínica e família d) caso, grupo, seguridade e território 7 QUESTÃO Nº 34 Uma resposta do movimento da reforma psiquiátrica brasileira para a precária condições dos milhares dos internos moradores dos hospitais psiquiátricos foi formalizada pela portaria 106/200, pelos Serviços de Residenciais Terapêuticos. Tais dispositivos cumprem: a) tratamento 24h com objetivo de ocupação do espaço urbano b) a reinserção dos internos de longa permanência no espaço urbano e na comunidade, com característica de moradia c) assistência 24h, com função de inserção social e desospitalizacção dos pacientes de longa permanência d) a ocupação do espaço urbano com características de residência e moradias protegidas QUESTÃO Nº 35 Segundo Juarez Pereira Furtado, no texto Avaliação da Situação atual dos Serviços Residenciais Terapêuticos no SUS, alguns dos problemas que afetam diretamente a expansão do SRTs no Brasil são: a) dificuldade com transporte a moradia e baixo envolvimento do gestor local nas ações de desinstitucionalização b) baixo envolvimento do gestor local e a lei de responsabilidade fiscal que impede a contratação de recursos humanos para saúde mental c) eventualmente, locatários que se recusam alugar o imóvel para egressos de hospital psiquiátrico e dificuldade com transporte d) dificuldade com transporte e dificuldade para o paciente se adaptar ao novo lugar no espaço urbano QUESTÃO Nº 36 No texto, Desafios para Centros Atenção Psicossocial, Barton, Basaglia e Goffman afirmam que o processo de cronificação: a) está ligado a tutela e hierarquia dos técnicos, e é a natureza da doença que incide como fator disruptivo b) está ligado a institucionalização prolongada, produzindo no afastamento social, pela tutela e hierarquia dos técnicos c) está ligada a natureza da doença e não é possível sua remissão sem que seja produzido um cuidado intensivo d) não é possível sua remissão pela tutela e hierarquia dos técnicos que trabalham com ações centradas no procedimento e diagnóstico QUESTÃO Nº 37 Segundo o texto de Freud de 1912, A Dinâmica da transferência (obras completas, vol.XII), a transferência serve: a) ao processo onírico b) à sugestão c) à resistência d) à prova de realidade QUESTÃO Nº 38 Segundo o texto “A perda da Realidade na Neurose e na Psicose” (Freud, 1924), a diferença entre neurose e psicose é: a) não há nenhuma perda na neurose, enquanto na psicose há perda da realidade, o ego esta a serviço do Id b) na neurose o ego, em sua dependência da realidade, suprime um fragmento do Id, enquanto na psicose, o ego está a serviço do Id e se afasta de um fragmento da realidade c) na psicose a fantasia não existe e o recalque atua como disparador da sintomatologia d) na neurose, diferente da psicose, não há expressão de rebelião por parte do Id contra o mundo externo e o sintoma vem como resistência QUESTÃO Nº 39 Sendo o Projeto Terapêutico Singular (PTS) um dispositivo de produção de cuidado em saúde/saúde mental que contribui para a integralidade das ações, podemos considerar que: a) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, resultante da discussão entre a equipe interdisciplinar e matricial se necessário b) é um processo que se constitui independente da demanda do usuário e que considera a consolidação das propostas das equipes envolvidas c) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas desarticuladas, para um sujeito individual ou coletivo resultante da discussão entre a equipe interdisciplinar e matricial se necessário d) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo resultante da discussão entre a equipe interdisciplinar e matricial se necessário 8 QUESTÃO Nº 40 As atividades terapêuticas devem compreender a equipe, com sua experiência clínica, dispositivos de funcionamento e também a fundamentação teórica que sustente o trabalho dessa equipe, daí a importância de: a) reuniões de equipe verticalizadas, democráticas e efetivamente interdisciplinares b) relações de trabalho e reuniões de equipe horizontalizadas, democráticas e efetivamente interdisciplinares c) construir o trabalho a partir de reuniões de equipe horizontalizadas, autônomas e efetivamente interdisciplinares d) produzir o trabalho a partir de reuniões de equipe horizontalizadas, democráticas e efetivamente disciplinar QUESTÃO Nº 41 Os instrumentos de intervenção utilizados pelas enfermeiras há décadas, como o relacionamento interpessoal e a comunicação terapêutica, com a Reforma Psiquiátrica e o novo paradigma do cuidado, podem ser utilizados com eficácia se inseridos no projeto terapêutico construído: a) coletivamente pela equipe e usuário do serviço afinado com as necessidades deste b) exclusivamente pela equipe e usuário do serviço afinado com as necessidades deste c) coletivamente pela equipe e familiar do usuário afinado com as necessidades deste d) individualmente pela equipe e familiar do usuário afinado com as necessidades deste QUESTÃO Nº 42 Segundo Karl Jaspers são características essenciais do delírio: a) bizarrice e alucinação b) conteúdo impossível e início súbito c) convicção extraordinária e impossibilidade de modificação pela lógica d) estranheza e sistematização QUESTÃO Nº 43 Percepção clara de um objeto sem a presença do objeto estimulante real. A definição se refere ao distúrbio psicopatológico denominado de: a) ilusão b) delírio c) despersonalização d) alucinação QUESTÃO Nº 44 Paciente comparece para atendimento com a seguinte queixa: “Não vejo mais graça em nada, perdi completamente o prazer”. A alteração psicopatológica descrita pelo paciente e a síndrome à qual está frequentemente associada são denominadas, respectivamente: a) apatia / delirium b) anedonia / síndrome depressiva c) hipotimia / síndrome deficitária d) embotamento afetivo / síndrome depressiva QUESTÃO Nº 45 Elação, taquipsiquismo e ideias de grandeza são alterações típicas da seguinte síndrome: a) depressiva b) psicótica c) maníaca d) neurótica QUESTÃO Nº 46 A atual Política de Saúde Mental para Crianças e Adolescentes tem como princípios fundamentais as noções de: a) criança e adolescente como menor a ser protegido, acolhimento universal, encaminhamento referenciado, rede e território, colaboração saúde-escola b) criança e adolescente como sujeitos, demanda universal, referência e contra-referência, território, intersetorialidade c) criança e adolescente como sujeitos de direitos, acesso e demanda universais, encaminhamento sob referência e contra-referência, regionalização, colaboração saúde mental-atenção básica d) criança e adolescente como sujeitos, acolhimento universal, encaminhamento implicado, rede e território, intersetorialidade 9 QUESTÃO Nº 47 A noção de Rede Pública Ampliada de Atenção tem sido utilizada por diferentes autores como noção-síntese para orientar e desenvolver a construção do sistema de cuidados em saúde mental de crianças e adolescentes no marco da atenção psicossocial, que fundamenta a atual política pública de saúde mental. A noção de rede pública ampliada de atenção à saúde mental de crianças e adolescentes se refere a: a) existência de diferentes dispositivos públicos e privados em um território, organizados de acordo com suas especialidades e submetidos à protocolos previamente estabelecidos de referência e contrarreferência b) tomada de responsabilidade pelos serviços de saúde mental do cuidado de crianças e adolescentes c) articulação corresponsável de diferentes setores, a partir de uma direção publicamente afirmada, que se constitua como eixo organizador da intersetorialidade e contribua para qualificar as ações de cuidado para crianças e adolescentes com necessidades em saúde mental d) gestão das três esferas do sistema único de saúde - federal, estadual e municipal -, na oferta de serviços para o atendimento de crianças e adolescentes com transtorno mental QUESTÃO Nº 48 Os problemas de saúde mental em crianças e adolescentes apenas recentemente passaram a ocupar a agenda pública da saúde mental, sob o marco do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o documento do Ministério da Saúde Caminhos para uma Política de Saúde Mental Infanto-Juvenil (2005), ao longo do século XX o discurso hegemônico sobre a importância da criança na sociedade republicana não correspondeu a real tomada de responsabilidade pelo Estado das ações a serem dirigidas a seu cuidado e proteção. A lacuna existente favoreceu a criação de um modelo de assistência, cujos efeitos foram mais segregadores do que inclusivos. O início do século XXI marca, em relação à saúde mental, o esforço do Estado brasileiro na construção de um novo patamar de ações para crianças e adolescentes com transtornos mentais. Entre as principais características do modelo anterior de assistência à infância e adolescência, e que na proposta política atual passaram a constituir os pontos prioritários de superação encontram-se o modelo: a) baseado na internação psiquiátrica, delegação ao campo privado, concepção da criança como deficiente mental b) asilar, delegação à esfera religiosa, concepção da criança como ser em desenvolvimento c) baseado na pedagogia, delegação ao campo do direito, concepção da criança como ser do desamparo d) calcado na lógica higienista, delegação ao campo filantrópico, concepção da criança como deficiente social, moral e mental QUESTÃO Nº 49 No atual processo de transformação da política e assistência em saúde mental no Brasil, um dos temas mais fundamentais para a mudança das práticas psiquiátricas convencionais é o tema dos direitos humanos. Nesse sentido, a IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial (IV CNSM-I) reafirmou em seu Relatório Final a: a) necessidade de um marco legal confirmando o valor da psicocirurgia e eletroconvulsoterapia (ECT) no Sistema Único de Saúde b) necessidade de aprovação de um marco legal para a abolição das práticas de tratamento cruel ou degradante, como lobotomia, psicocirurgia, contenções físicas e químicas permanentes, internações prolongadas e maus tratos físicos contra pessoas em sofrimento psíquico c) necessidade de revisão da legislação que obriga comunicar ao Ministério Público Estadual ou do Distrito Federal e Territórios as Internações Psiquiátricas consideradas Involuntárias d) liberação das equipes dos hospitais da necessidade de esclarecer, com base em critérios clínicos e em acordo com as possibilidades terapêuticas disponíveis, internações prolongadas de pacientes psiquiátricos QUESTÃO Nº 50 A mudança do modelo de atenção às pessoas com transtornos mentais vem exigindo, no campo do direito penal, o exame crítico de conceitos como os de inimputabilidade e de periculosidade. A IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial (IV CNSM-I) colabora com esta discussão: a) exigindo a expansão de instituições que atendam às especificidades desta clientela, os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em todos os estados brasileiros, em acordo com a Lei de Execuções Penais b) sugerindo a exclusão da noção de “presunção de periculosidade”, atrelada às pessoas com transtornos mentais, do Código Penal Brasileiro c) exigindo que as pessoas em privação de liberdade que sejam acometidas de transtornos mentais durante o cumprimento da pena, sejam consideradas inimputáveis e tenham suas penas transformadas em medida de segurança, para que possam receber tratamento adequado d) sugerindo que a aplicação de medida de segurança, no caso de pessoas com transtornos mentais que cometem crimes, implique também em interdição civil imediata, em beneficio dos direitos do paciente 10