Febre de Mayaro pode ser transmitida por mosquitos urbanos

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INSTITUTO EVANDRO CHAGAS
Clipping
VEÍCULO: GAZETA DO POVO ONLINE
DATA: 13/11/2016
ASSUNTO: FEBRE DO MAYARO
PÁG. A14
TIPO: NOTÍCIA
ENDEREÇO WEB:
http://saude.empauta.com/e2/standard/noticia/mostra_noticia_e2.php?&cod_noticia=1611131479085931005
ACESSADO EM: 13/11/2016
Febre de Mayaro pode ser transmitida por mosquitos urbanos
Preocupação de pesquisadores é que doença mais conhecida na região amazônica tenha como
vetor o Aedes Aegypti e se espalhe pelo continente.
Cientistas temem que Aedes Aegypti espalhe a febre do Mayaro nas cidades. CDC Organization/James Gathany
Um vírus antes transmitido apenas por mosquitos silvestres, em áreas rurais, acendeu
recentemente um alerta entre pesquisadores norte-americanos para a possibilidade de se
espalhar pelo continente. Trata-se do vírus Mayaro, causador da chamada febre do Mayaro, e que
contaminou nas últimas semanas uma criança na área urbana do Haiti. A preocupação dos
cientistas é que o vetor em um caso como esse possa abranger mosquitos como o Aedes
Albopictus e o Aedes Aegypti, já bastante numeroso no Brasil.
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O Mayaro, apesar disso, não é um vírus novo. Foi descoberto na década de 1950, em Trinidad e
Tobago, mas até então só havia provocado surtos isolados na selva amazônica e em outras partes
da América do Sul, como Brasil e Venezuela. No país, o Mayaro foi descrito em 1955, às margens
do Rio Guamá, perto de Belém, no Pará.
De acordo com o médico Daniel Wagner de Castro Lima Santos, da Sociedade Paulista de
Infectologia (SPI), ainda não há comprovação de que o Aedes Aegypti, responsável pela
transmissão da dengue, zika vírus e chikungunya no Brasil, seja um dos vetores do Mayaro. No
entanto, a possibilidade não está descartada. "Uma vez sabendo que temos mosquitos de área
urbana que transmitem doenças da área rural, é possível que o Aedes possa a vir a transmitir isso
também. A própria febre amarela é um exemplo disso, apesar de ter sido erradicada na área
urbana", comenta.
Santos reforça que o maior cuidado no momento deve ser com a prevenção ao possível vetor do
Mayaro. O ideal é que não existam condições de reprodução para o mosquito na área urbana. "Os
vírus se adaptam a diferentes vetores para sobreviver. Esse é o problema daqueles que atuam em
vetores silvestres e atingem a área urbana depois", assinala.
A febre do Mayaro, conforme Santos apresenta sintomas semelhantes ao da chikungunya e
dengue, como febre, dor no corpo, lesões vermelhas na pele e dores abdominais e nas
articulações. O médico acredita que essa semelhança com as duas doenças mais conhecidas
contribua para um diagnóstico equivocado. "É possível que tenhamos casos de febre do Mayaro
na região Norte do país e que são tratados como dengue", diz.
Até o momento, não há registro de complicações envolvendo a doença. Os pacientes devem
permanecer em repouso, acompanhado de tratamento sintomático, com analgésicos ou drogas
anti-inflamatórias, que podem proporcionar alívio da dor e febre. "Mas cabe lembrar que quando
o zika apareceu, também não apresentava complicações. O que sabemos do zika não vem da
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década de 1960, quando tínhamos microsurtos. É um aprendizado contínuo", pontua o
infectologista.
Registros
Segundo o Ministério da Saúde, na América do Sul, a febre do Mayaro tem sido associada ao ciclo
do vírus da febre amarela, tendo o Haemagogus janthinomys como vetor primário. Ainda não há
no país casos da doença por transmissão do Aedes. As situações detectadas pelos serviços de
saúde no país, conforme o órgão é esporádico e ocorrem em áreas de mata, rurais ou silvestres.
Entre dezembro de 2014 e janeiro de 2016, foram confirmados 70 casos da doença no Brasil.
Deste total, 60 (85,7%), estão no estado de Goiás, seguido do Tocantins, com nove (12,8%) casos,
e o Pará, com um único caso (1,4%).
Ainda não existe terapia ou vacina específica para a febre do Mayaro. Os casos confirmados no
país são monitorados pelo Ministério da Saúde, com apoio do Centro de Proteção dos Primatas
Brasileiros, Instituto Evandro Chagas e Centro Nacional de Primatas.
Prevenção
Para a infectologista da Secretaria de Estado de Saúde (SESA), Marion Burger, este cenário reforça
a necessidade de permanecer em alerta contra a reprodução do Aedes Aegypti. "Não podemos
baixar a guarda com a prevenção. Quem vai para as regiões endêmicas também precisa ter
cuidado para não ser infectado", afirma. Ela recomenda, nestes casos, o uso de roupas compridas
e repelente.
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