Papel do CO₂ no comportamento de Drosophila melanogaster Laboratório de Sinais Químicos e Comportamento Inato Amália Santana1, 2Catarina Soeiro, 3Maria Vicente, 3Tânia Chen, 3Pedro Ferreira 1Escola Secundária da Portela, 2Colégio Valsassina, 3Programa de Neurociências Fundação Champalimaud Será o CO₂ o principal responsável pela atracção de moscas a fruta madura? Assim, na tentaPva de perceber qual o papel do CO₂ nestes comportamentos aparentemente divergentes da mosca da fruta, foi necessário recorrer a experiências. Estas experiências consisPram em estudar o comportamento de decisão de moscas não mutantes (wild-­‐type) e de moscas mutantes (que não conseguiam detetar o CO₂) na presença de fontes atraPvas de CO₂ -­‐ banana. Para tal foi especialmente montado um setup para analisar o comportamento das moscas em relação a fontes do gás referido anteriormente. Neste setup as moscas eram obrigadas a optar ou pelo lado que conPnha a banana ou pelo lado sem a mesma. Hipótese: Se o CO₂ for o componente principal responsável pela atração das moscas pela banana, as moscas wild-­‐type, como sentem o CO₂, deveriam ser atraídas pelo gás libertado pela fruta e as moscas mutantes, não senPndo o gás anteriormente referido, ficar-­‐lhe-­‐iam indiferentes. Procedimentos experimentais Resultados Análise de preferência de moscas wild-­‐type em relação a banana madura (média) 1 0.9 0.8 Proporção de moscas A molécula de CO₂ é muito importante a nível biológico, pois é usado pelos mais variados insetos como sinal olfaPvo. As moscas Drosophila melanogaster demonstram comportamentos opostos relaPvamente ao CO₂. Quando stressadas, as moscas libertam um odor de stress que as repele e cujo componente principal é o CO₂. Contrariamente à aversão, estas moscas revelam atração pela fruta que, ao fermentar, também liberta o gás referido anteriormente. 0.7 0.6 0.5 c/ banana 0.4 s/ banana 0.3 0.2 0.1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo (min) Análise da preferência de moscas mutantes em relação a banana madura (média) 1 Proporção de moscas 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 c/ banana 0.4 s/ banana 0.3 Optámos por um setup com dois braços para podermos medir a preferência das moscas relaPvamente ao braço com banana e o braço sem banana. Procedimento: Realizámos primeiramente 4 controlos (com moscas wild-­‐type) e, posteriormente, 3 testes (com moscas mutantes) A banana permaneceu 20 minutos para libertar CO2 Introduzimos as moscas e estudámos a sua preferência a cada minuto durante 10 minutos. O mesmo procedimento foi efetuado tanto com as wild-­‐type como com as moscas mutantes. 0.2 0.1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo (min) Ao contrário do que esperávamos, as moscas wild-­‐type não mostraram preferência em relação à banana e as moscas mutantes foram atraídas pela mesma. Hipóteses: -­‐ As experiências com as moscas mutantes foram feitas depois das experiências com as moscas wild-­‐type, e por isso estavam mais maduras. Isto poderá ter sido mais atracPvo para as moscas, ou poderá mesmo ter havido contacto dsico entre as moscas mutantes e a banana. Da próxima vez, as experiências controlo e teste devem ser feitas de forma intercalada. -­‐ O CO₂ não é o único componente que inibe ou atrai as moscas. -­‐ O CO2 pode estar um inibir um componente atraPvo. O SciencecalifragilisPc – uma viagem ao Método Cienkfico é um projeto Escolher Ciência -­‐ Ciência Viva e contou com o apoio da Fundação Champalimaud !"#$%&'() *+,-#+. Será que a idade e a exposição ao ruido no passado afectam a nossa audição? I. Fagulha e R. Neves 1º Experiência O ouvido humano consegue detectar frequências que variam entre os 20 e os 20000 Hz na infância. Porém, a capacidade auditiva varia de sujeito para sujeito, o que fez surgir várias perguntas relacionadas com o tema. Foi a partir destas perguntas que surgiu a motivação inicial para o nosso projeto – “O que afeta a nossa audição” Conclusões • Não foi possível concluir que a exposição prévia a ruído afecta a audição; Conclusões • A idade afecta a audição; 2º Experiência Intensidade 3 4 Intensidade 1 2 1 2 3 4 0 0 8000 8000 FrequenciaFrequencia (Hz) (Hz) 15000 15000 20000 20000 Conclusões • ouveA intensidade do som Não ouve Não Ouve Ouve pode influenciar a audição; 3.5 Demoramos mais a responder quando? 3 Conclusões • A ausência de estímulo aumenta o tempo de reacção Tempo de reacção (s) 2.5 2 Ouve 1.5 Não ouve 1 0.5 0 Variação do tempo de reacção Conclusões gerais: 9 8 Tempo de reacção (s) 7 6 5 15 kHz 4 8 kHz 0 kHz 3 2 1 0 1 2 3 Intensidade do estímulo 4 • Concluímos que a idade, a exposição ao ruido e a intensidade do som podem ser factores que influenciam a nossa audição; • Com o conjunto de experiências realizadas chegamos também à conclusão que a atenção pode ser um factor que influencie a tomada de decisão dos humanos. • Devemos ter sempre um controlo em cada teste que efectuamos pois os sujeitos podem adquirir estratégias de respostas. Direcções futuras : • Se o nosso projecto continuasse poderíamos repetir mais vezes os testes como forma de controlo; • Alterar a ordem em que são dadas as intensidades mais elevadas. *Fizemos uma terceira experiência na qual obtivemos resultados inconclusivos Agradecimentos: gostaríamos de agradecer ao Roberto Medina por toda a ajuda disponibilizada, e a todos os voluntários. O Sciencecalifragilistic: Uma viagem ao método científico é um projecto Escolher Ciência – Ciência Viva e contou com o apoio da Fundação Champalimaud. Será que a existência de estímulos visuais afecta a nossa capacidade de localizar a origem do som? Brito J. 1, Morais M. 1, 1Alunos do secundário do colégio Valsassina e da Secundária da Portela A audição é o sentido que nos permite identificar os sons, porém ainda há muito para saber sobre o sistema auditivo e como interage com outras modalidades sensoriais. De uma maneira geral, e apesar do trabalho com humanos ser limitativo em termos de resultados, foi possível obter algumas conclusões, das quais são de notar, o facto da existência de um estímulo visual em movimento facilitar a localização do som emitido e também o facto de quando os estímulos não são concordantes, causar um aumento do tempo de reacção do sujeito. 1ª Experiência Visual: Nenhum Auditivo: Som de um comboio (lag de -5 a 5 ms; ordem aleatória; x3 cada lag) Será que a Existência de Estímulos Visuais Afeta a Nossa Capacidade de Localizar o Som? Visual: Imagem de 1 comboio à direita Auditivo: Som de um comboio (lag de -5 a 5 ms; ordem aleatória; x3 cada lag) Visual: Vídeo de 1 comboio à direita Auditivo: Som de um comboio (lag de -5 a 5 ms; ordem aleatória; x3 cada lag) Visual: Imagem de 1 comboio à esquerda Auditivo: Som de um comboio (lag de -5 a 5 ms; ordem aleatória; x3 cada lag) Resultados 2ª. Experiência Visual: Vídeo de um leão Auditivo: Rugido de um leão (lag de -2 a 2 ms; ordem aleatória; x4 cada lag) Visual: Vídeo de um leão Auditivo: Rugido de um leão e som do gato em lag 0 Visual: Vídeo de um leão Auditivo: Rugido de um leão e som do gato em lag -2 (lag de -2 a 2 ms; ordem aleatória; x4 cada lag) (lag de -2 a 2 ms; ordem aleatória; x4 cada lag) Estímulos Auditivo e Visual Concordantes Visual: Vídeo de 1 comboio à esquerda Auditivo: Som de um comboio (lag de -5 a 5 ms; ordem aleatória; x3 cada lag) Miau (Gato) Estímulos Auditivo e Visual Discordantes 2ª Experiência 1ª Experiência Conclusões Na primeira experiência, a existência de um estímulo visual estático correspondente ao som emitido não tem grande interferência na facilidade com que o sujeito localiza a origem do ruído. Porém, a presença de um vídeo parece facilitar a detecção da origem do som, o que se reflecte de forma geral, numa diminuição dos tempos de reacção. Na segunda experiência, quando um novo estímulo auditivo discordante com o visual é introduzido, verifica-se que o sujeito se torna mais lento a localizar qual a origem do som durante a apresentação desse estimulo. O som do gato funciona claramente como um elemento de distracção, o que provoca um aumento do tempo de resposta. Com estas observações gerais, pode-se também afirmar que a existência de um estímulo visual afecta a localização do som, podendo funcionar juntamente com este em auxílio ou acabando por prejudicar a sua eficácia, na medida em que pode levar o sujeito a partilhar a sua atenção por vários estímulos, diminuindo, desta forma, a sua eficácia e capacidade de actuação. Agradecimentos: Gostaríamos de agradecer ao investigador Roberto Medina da Fundação Champalimaud, que nos auxiliou na realização deste projeto. O Sciencecalifragilistic: Uma viagem ao método científico é um projecto Escolher Ciência – Ciência Viva e contou com o apoio da Fundação Champalimaud.