AVALIAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM UMA CANTINA ESCOLAR EVALUATION OF GOOD MANUFACTURING PRACTICE IN A SCHOOL CANTEEN Gesiane Rodrigues da Silva¹; Claudia Madalena¹; Zenailde Cruz Mangabeira¹; Calila Teixeira Santos²; 1Estudante do curso Técnico em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBAIANO), Campus Senhor do Bonfim. 2Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano- Campus Senhor do Bonfim PALAVRAS-CHAVE: segurança alimentar, controle higiênico-sanitário, manipuladores de alimentos INTRODUÇÃO A qualidade higiênico-sanitária como fator de segurança alimentar tem sido amplamente estudada e discutida, uma vez que as doenças veiculadas por alimentos são um dos principais fatores que contribuem para os índices de morbidade nos países da América Latina e do Caribe (WHO, 2002). O descaso com a segurança alimentar na recepção, armazenamento, preparo e distribuição dos gêneros alimentícios nas escolas pode acarretar contaminações diversas (físicas, químicas ou biológicas) nos alimentos a serem servidos, pois os alimentos podem transmitir agentes patogênicos ao homem servindo como veículo para os microorganismos crescerem e produzirem substâncias que trarão prejuízos quando ingeridas. (LIMA, 2001). A implantação das Boas Práticas de Fabricação (BPFs) em cozinhas de escolas é de suma importância para a manutenção do estado de saúde das crianças assistidas, principalmente quando se considera que a refeição escolar pode representar à única ou a principal alimentação de muitas crianças de baixa renda matriculada em creches e escolas públicas de âmbito tanto municipal quanto de âmbito estadual (LIMA, 2010). Considerando que a qualidade dos alimentos está diretamente relacionada á forma, na qual este é manipulado o objetivo deste estudo foi verificar como as merendeiras aplicam as boas praticas de fabricação no processo de produção de merendas escolares. MATERIAS E MÉTODOS Foi visitada uma escola pública municipal localizada na região do município de Senhor do Bonfim-BA, considerando a inexistência de acompanhamento profissional da área de controle de qualidade dos alimentos. Utilizou-se como ferramenta de avaliação da cozinha um check list de Boas Práticas em Serviços de Alimentação, avaliando tanto a parte estrutural como as condições higiênicas-sanitárias do estabelecimento. Todas as questões são requisitos exigidos pela RDC nº 216/2004 da ANVISA. Seguindo a formatação e os procedimentos da RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 – ANVISA (BRASIL, 2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados deste trabalho evidenciaram que a utilização do check list, instrumento aplicado para avaliar as condições higiênico-sanitárias do local e dos alimentos ofertados, se mostrou eficiente para a análise de conformidade da Unidade de Alimentação visitada. Os resultados apresentados na Tabela 1 demonstraram que dentre os itens em não conformidade, os considerados mais críticos estavam relacionadas ao preparo dos alimentos (100%), onde se observou a necessidade de uma organização e melhor higienização do espaço apropriado para o preparo dos alimentos; visto que as merendeiras não dispunham de utensílios higienicamente adequados para facilitar a produção destes alimentos. O controle integrado de vetores e pragas possuiram a mesma proporção para as não-conformidades (33,7%) e conformidades (33,3%). Em relação aos manipuladores podemos descartar que a falta de higienização (100% de não-conformidades) deles que é um fator preocupante, uma vez que a maioria das doenças transmitidas por alimentos está ligada aos hábitos precários de higiene pessoal do manipulador. Esta situação tambem foi notada por OLIVEIRA et. al.,2008. analisando creches publicas no municipio de São Paulo. Durante avaliação houve esclarecimento sobre a importância da aplicação das BPFs para produção de alimentos seguros com garantia de inocuidade aos consumidores, no caso em questão, os alunos da escola, que em geral são crianças e adolescentes, que estão mais preocupados em se alimentar. Tabela 1. Diagnóstico de conformidades quanto às Boas Práticas de Fabricação na unidade de alimentação de uma escola pública. Observou-se que a maioria das não-conformidades são de responsabilidade da instituição, o que torna a resolução dos problemas muito limitada, uma vez que a escola é municipal e as adequações dependem de verbas que demoram a serem liberadas. CONCLUSÃO: As condições higiênico-sanitárias verificadas indicam que os produtos elaborados pela Unidade de Alimentação visitada podem apresentar perigos significativos à saúde dos alunos, uma vez que todos se encontram em desacordo com as exigências regulamentares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRASIL. Resolução - RDC Nº 275/ 02. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. In: Diário Oficial da União, Brasília, 2002. BRASIL. Resolução – RDC nº 216/04. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. In: Diário Oficial da União, Brasília, 2004. LIMA, G. S. S., GONÇALVES, J. M., SILVA C. N., OLIVEIRA, A. M., PAIVA, E. P.Diagnóstico das boas práticas de fabricação aplicada a unidade de alimentação de escola pública. X Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRPE. Recife, PE, 2010. OLIVEIRA, M.N.; BRASIL, A. L. D.; TADDEI, J. A. A. C. Avaliação das condições higiênicosanitárias das cozinhas de creches públicas e filantrópicas. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, n.3, pp. 1051-1060. ISSN 1413-8123 Autor a ser contactado: Calila Teixeira Santos – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Senhor do Bonfim. Estrada da Igara, Km 4-Zona Rural. Cep: 48970-000 E-mail: ([email protected]).