caracterização geoambiental da bacia hidrográfica do rio

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GEOGRAFIA FÍSICA
CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAUÍPECAUCAIA-CEARÁ
Jorge Eduardo de Abreu Paula1 [email protected] , Jáder Onofre de Morais2 (Orientador)
1 - Mestrado Acadêmico da Universidade Estadual do Ceará; 2 - Depto. de Geociências e Mestrado Acadêmico da
Universidade Estadual do Ceará.
(INTRODUÇÃO) Este trabalho visa delimitar e caracterizar as diversas Unidades Geoambientais da região da
bacia hidrográfica do Rio Cauípe, que corta o município de Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza-Ceará) na
direção sudoeste/norte. As transformações ocorridas nesta área são decorrentes de ações desenvolvimentistas
tais como a instalação de eletrificação urbana, rural e industrial, interligação de bacias, construção de açudes e a
construção de rodovias como a Estruturante que faz dá acesso ao litoral oeste. Assim, um estudo que aborda a
caracterização das principais unidades ambientais existentes e as principais modificações ocorridas nessa área
são de extrema relevância para a manutenção desse ambiente. Logo, a análise atual da dinâmica desse sistema
do ponto de vista geossistêmico é instrumento essencial no monitoramento do uso e ocupação adequados da
área.
(METODOLOGIA) A teoria geossistêmica e a geomorfologia, associadas ao sensoriamento remoto e a
fotointerpretação, vieram a funcionar como técnicas bastante úteis e práticas, que permitiram obter, em curto
prazo, uma grande quantidade de informações acerca dos registros de uso da terra. Foram utilizadas fotografias
aéreas, imagens digitais multi-temporais e a base cartográfica da SUDENE com escala de 1:100.000. Com base
nas dados e informações obtidas foi realizado o arranjamento espacial das principais feições morfológicas, o
delineamento da hidrografia e a identificação das principais formas de uso e ocupação do solo na área estuda,
onde a partir da base cartográfica confeccionada foram realizadas aferições de campo para a verificação da
verdade terrestre. A estudo da dinâmica na foz do rio tem como base a análise do regime dos ventos e avaliação
da dinâmica praial, para avaliar a migração do campo de dunas e cordões litorâneos, que foram os principais
causadores do assoreamento do leito do rio, fazendo surgir o lagamar.
(RESULTADOS) A área da bacia hidrográfica do Rio Cauípe está inserida em três geossistemas distintos: a
Planície Litorânea, os “Glacis” Pré-Litorâneos, a Depressão Sertaneja. A planície costeira tem fundamentalmente
três ambientes ou geofácies: a faixa praial, o campo de dunas e a planície flúvio-lacustre representada pelo
lagamar do Rio Cauípe, causado pelo barramento parcial feito pelo cordão de dunas. Os Glacis estão
representados pelos tabuleiros pré-litorâneos que são relevos dissecados pelo vale do Rio Cauípe, com cotas
altimétricas baixas (aproximadamente 36 metros) e suave inclinação em direção ao mar. A Depressão Sertaneja
apresenta, setores ligeiramente dissecados pelo entalhe da drenagem superficial, e é marcada pelas Serras e
Serrotes de Caucaia (Juá, Conceição, Camará, Bico Fino). Os ventos atuantes na área são, principalmente, de ESE e o transporte das areias concentra-se numa faixa até 50cm do solo, com médias de ventos em torno de 5m/s.
A vegetação desta área está dividida em quatro tipos distintos: a caatinga, que ocupa maior parte da área
estudada, associada aos terrenos cristalinos da Depressão Sertaneja; a vegetação de dunas representada pelas
gramíneas e espécies rasteiras, que funcionam como agentes fixadores das dunas; a vegetação de tabuleiros que
apresentam espécies de porte arbóreo como o Juá (Caesalpina ferrea), o Juazeiro (Zizyphus joazeiro) e Cajueiro
(Anacardium occidentale); e a Mata Ciliar caracterizada pela Carnaúba (Copernicia cerifera).
(CONCLUSÕES) Com base na análise realizada, conclui-se que a região é um ambiente altamente dinâmico, que
necessita de um monitoramento sistemático. Essa área possui também um potencial ao nível do ecoturismo,
patrimônio paisagístico, atividades agrícolas, pecuária etc. As limitações mais expressivas se devem a baixa
fertilidade do solo, vulnerabilidade à erosão, irregularidade climática e as limitações de uso e ocupação do solo.
Essa região possui quatro níveis de vulnerabilidade (baixa, média, alta e muito alta) oscilando de ambientes
estáveis à fortemente instáveis.
54ª Reunião Anual da SBPC – Goiânia, GO – Julho/2002
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