Caso Clínico – 09 Estrongiloidíase Disseminada

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CASO CLÍNICO
João Victor Notini Arcanjo
Rodrigo Borges
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Identificação
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JJ, masculino, 36 anos
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Q.P.
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Vômito e diarreia
H.M.A.
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História de vômitos e diarreia aquosa esverdeada, sem muco, pus ou sangue
com 20 dias de evolução.
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Inapetência, cólicas abdominais difusas de forte intensidade
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Febre intermitente não aferida
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Tosse produtiva com expectoração esbranquiçada
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Astenia e emagrecimento de cerca de 5kg no período.
H.P.
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Portador de miastenia gravis diagnosticada há cinco anos.
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Realizou timectomia há três anos
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Faz uso de piridostigmina e prednisona (60mg/dia).
Exame físico
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REG, apático, hipocorado, desidratado, emagrecido, eupnéico, anictérico,
afebril
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MV+ bilateral sem RA
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Abd plano, flácido, doloroso difusamente, sem sinais de irritação peritoneal,
com RHA +
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Membros sem demais particularidades
Exames Laboratorias
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Anemia normocítica normocrômica (Hb 11,2 g/dl)
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Leucócitos: 8200 (4.000 a 11.000 /mm³)
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Ausência de bastonetose e eosinofilia
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Plaquetas 216.000/mm³ (150.000 a 450.000/mm³)
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Hiponatremia: 114 mEq/L (135mEq/L)
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Hematúria importante
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Raio-X de Tórax normal
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Anticorpo anti-HIV negativo
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Queda da hemoglobina para 7,2 mg/dl
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Queda da contagem de plaquetas para 174.000/mm³
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Baixa atividade de protrombina, hipofibrinogenemia
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Hiperbilirrubinemia indireta (1,36 mg/dl)
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Níveis de LDH de 808 u/dl
Conduta
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Coleta de culturas
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Alta suspeição de infecção
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Início de antibioticoterapia de amplo espectro
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Cefalosporina de 4ª geração+ Imidazólico
Histopatológico das lesões de pele
D2 internamento
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Paciente apresentou febre baixa (38ºC), dispnéia e hemoptise
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Aparecimento de lesões cutâneas pápulo-eritematosas e purpúricas em
abdome
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Evoluiu com sinais de irritação peritoneal e surgimento de infiltrado pulmonar
retículo-nodular difuso bilateral ao raio-X
• Qual o Diagnóstico?
ESTRONGILOIDÍASE DISSEMINADA
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Introdução
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Parasitose geralmente crônica e assintomática
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Forma disseminada: invasiva e frequentemente fatal
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Aumento da população imuno comprometida fez aumentar incidência de
doenças oportunistas
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Estrongiloidíase disseminada
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Envolve múltiplos sistemas além do pulmonar e GI
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Clínica
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Forma aguda
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Forma crônica
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Assintomática. Pode haver sintomas GI e pulmonares
Hiper-infecção
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Causada pela grande multiplicação e migração de larvas infectantes,
principalmente em imunossuprimidos
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Caracterizada apenas pelo envolvimento GI e pulmonar
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Pode haver sangramento GI e pulmonar
Clínica da estrongiloidíase disseminada
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GI
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Cefaléia, alteração do nível de consciência, convulsão, coma
Cutâneas
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Tosse, hemoptise, dispnéia, SARA
SNC
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Dor abdominal, diarréia, náusea, vômitos
Respiratório
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Lesões púrpuras peri-umbilicais
Outras
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Eritema serpinginoso, tosse mimetizando asma, dor abdominal ou
diarréia
Meningite, peritonite, endocardite
Diagnóstico
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Alta suspeição clínica
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Quando pensar em estrogiloidíase?
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Sinais e sintomas são inespecíficos
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Sintomas GI ou pulmonares em pacientes susceptíveis: sinais de alerta
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Dor e distensão abdominal, desconforto respiratório agudo, tosse,
hemoptise e choque são manifestações frequentes
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+ comuns: febre, infiltrado pulmonar, dor abdominal, diarréia
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Sepse por gram –
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Envolvimento cutâneo: associado à formas graves e fatais da doença
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Diagnóstico laboratorial
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Pouca utilidade no diagnóstico
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Eosinofilia no sangue periférico: contagem N ou ↓
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Diagnóstico definitivo
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Larva nas fezes, secreção traqueal, lavado brônquico, aspirado gástrico
ou biópsia gástrica, jejunal, cutânea ou pulmonar
Profilaxia
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Identificar e tratar alto risco antes de imunossupressores
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Profilaxia ainda é controversa
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Baixa eficácia do Albendazol
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Não houve superioridade do Tiabendazol em relação ao placebo na
profilaxia para pacientes imunocomprometidos
Baixa toxicidade da Ivermectina+ alta mortalidade das formas graves+ falta de consenso=
reavaliar benefício
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Tratamento
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Ivermectina
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Melhor tolerado
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Maior erradicação de larvas do parasita comparado ao Albendazol
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Menos efeitos colaterais que o Tiabendazol
Problema: biodisponibilidade na doença disseminada
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Lesão dos linfáticos intestinais e na mucosa intestinal
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Choque reduz perfusão intestinal e ainda mais a absorção
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Não existem anti-helmínticos de uso parenteral licenciados para uso
em humanos
Tratamento
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Ivermectina
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200 mcg por Kg
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Peso DOSE ORAL ÚNICA
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15 a 24 kg: 1/2 comprimido
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25 a 35 kg: 1 comprimido
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36 a 50 kg: 1 1/2 comprimidos
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51 a 65 kg: 2 comprimidos
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66 a 79 kg: 2 1/2 comprimidos
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>= 80 kg: 200 mcg/Kg
Tratamento
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Ivermectina SC
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Níveis plasmáticos maiores na forma SC do que apresentação VO
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Forma de tratamento não licenciada para uso em humanos
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Casos extremos sem resposta à tratamentos convencionais em
pacientes imunossuprimidos com sepse grave
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Opção promissora
REFERÊNCIAS
•
Estrongiloidíase disseminada: diagnóstico e tratamento, 2007. Jorge I. F. Salluh.
Revista Brasileira de terapia intensiva vol. 19 nº 4, Out/Dez. 2007
•
Púrpura em paciente com estrongiloidíase disseminada,
Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.38 nº3 May/June 2005
•
Hiperinfecção por Strongyloides stercoralis: relato de caso autopsiado, Rev. Soc. Bras.
Med. Trop. vol 41 nº4 Jul/Ago 2008
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