RELATÓRIO E CONTAS 2013 O presente Relatório Anual do Grupo Jerónimo Martins abrange o período de 1 de Janeiro de 2013 até 31 de Dezembro de 2013 e inclui as áreas de Distribuição e Serviços em Portugal, na Polónia e Colômbia, referindo os resultados das entidades detidas directamente pelo Grupo. 1. Perfil e Estrutura 1.1. Identidade e Competências Carteira de Activos Jerónimo Martins é um Grupo de Distribuição Alimentar, com posições de liderança de mercado na Polónia e em Portugal. Em Março de 2013, o Grupo Jerónimo Martins inaugurou as primeiras lojas na Colômbia, terceira geografia onde actualmente opera. Alcançou em 2013 vendas de 11,8 mil milhões de euros (65% na Polónia e 35% em Portugal), um EBITDA de 777 milhões de euros (77% na Polónia e 23% em Portugal). No total, o Grupo emprega 76.810 colaboradores, tendo terminado o ano com 8,945 mil milhões de euros de capitalização bolsista na NYSE Euronext Lisbon. Na Polónia, a Biedronka, cadeia de lojas alimentares com um posicionamento que alia a qualidade do sortido e ambiente de loja com a prática constante de preços baixos, é líder de vendas no Retalho Alimentar com 2.393 lojas dispersas por todo o país. No final de 2013, a Companhia atingiu 7,7 mil milhões de euros de vendas, com cerca de 1,2 mil milhões de actos de compra registados. Ainda na Polónia, o Grupo tem, desde Maio de 2011, uma cadeia no sector das drugstores sob a insígnia Hebe, que conta com 104 lojas, incluindo 36 farmácias Apteka Na Zdrowie. Na base deste novo conceito de negócio está a oferta de produtos e serviços de qualidade a preços muito competitivos. Esta qualidade assenta na combinação entre um ambiente de loja agradável, com os melhores produtos de marcas de referência, e um aconselhamento especializado em várias áreas. 2. Posicionamento Estratégico 2.1. Missão Jerónimo Martins é um Grupo internacional com sede em Portugal, que actua no ramo alimentar, nos sectores da Distribuição e da Indústria, visando satisfazer as necessidades e expectativas dos seus stakeholders e os legítimos interesses dos seus accionistas a curto, médio e longo prazo, ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento sustentável das regiões onde opera. Jerónimo Martins assume como pilares centrais da sua missão o crescimento e a criação de valor, de uma forma contínua e sustentável, no âmbito da sua abordagem à Responsabilidade Corporativa. A Responsabilidade Corporativa de Jerónimo Martins é pautada pela contribuição para a melhoria da qualidade de vida das comunidades onde o Grupo desenvolve as suas actividades, através da disponibilização de produtos e soluções alimentares saudáveis, do exercício activo da responsabilidade na compra e na venda, da defesa dos Direitos Humanos e das condições de trabalho, e do estímulo ao reforço de um tecido social mais justo e equilibrado, bem como pelo respeito pela preservação do ambiente e dos recursos naturais. 2.2. Visão Estratégica Crescimento e Criação de Valor As orientações estratégicas do Grupo para a criação de valor assentam em quatro vertentes: 1. Promoção contínua do crescimento sustentável; 2. Gestão cuidada do risco na preservação de valor dos activos e no reforço da solidez do balanço; 3. Maximização do efeito de escala e das sinergias; 4. Fomento da inovação e pioneirismo como factores de desenvolvimento de vantagens competitivas. Estes quatro vectores visam atingir os seguintes objectivos estratégicos: Atingir e consolidar uma posição de liderança nos mercados onde actua; Construir e desenvolver insígnias e marcas fortes e responsáveis; Assegurar o crescimento equilibrado das suas unidades de negócio em vendas e rentabilidade. Na prossecução destes objectivos, as Companhias do Grupo desenvolvem a sua actividade orientadas pelas seguintes linhas de actuação: Reforço da competitividade do preço e da proposta de valor; Melhoria da eficiência operacional; Incorporação da actualização tecnológica; Identificação de oportunidades de crescimento rentável. 2.3. Perfil Operacional O nosso posicionamento operacional reflecte uma abordagem clara de value food retail, em que o foco no valor e a estratégia mass-market definem a nossa presença no mercado. O Grupo oferece, de forma conveniente e próxima, soluções alimentares para todos os consumidores, a preços muito competitivos, o que exige máxima eficiência das estruturas de custo. Todas as nossas propostas de valor são marcadas por forte diferenciação em três vectores fundamentais: i. variedade e qualidade de produtos alimentares frescos; ii. marcas fortes; e iii. qualidade do ambiente de loja. O sucesso dos nossos formatos é alavancado na liderança de mercado. A liderança numa abordagem mass-market é associada a uma dimensão relevante, fundamental para criar economias de escala que nos permite liderar custos e oferecer os melhores preços. É também a liderança que permite criar a notoriedade e a confiança essenciais à construção da relação duradoura com os nossos consumidores. 2.2.2. Polónia Conjuntura Macroeconómica De acordo com as previsões económicas mais recentes publicadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em 2013 a economia polaca continuou a abrandar, tendo o crescimento do PIB desacelerado para 1,4%. Apesar de uma melhoria contínua, o PIB per capita polaco continua a ser um dos mais baixos da região, sendo 35% menor que a média dos países da União Europeia. A taxa de desemprego tem registado um aumento constante desde 2008, tendo atingido 12,8% em 2012 e, de acordo com as estimativas mais recentes, 13,5% em 2013. Como resultado da desaceleração económica, a receita fiscal diminuiu em 2013 face a 2012. Por forma a não quebrar um dos limites constitucionais de dívida pública, o Governo viu-se forçado a propor uma alteração à Lei do Orçamento. No que diz respeito às contas públicas, o rácio Dívida/PIB aumentou para um nível próximo a 55%, isto é, mais 2 p.p. do que no ano anterior. No mercado cambial, o zloty registou, em 2013, uma taxa de conversão média face ao euro de 4,1971, e que compara com 4,1847 em 2012. A inflação na economia polaca atingiu níveis historicamente baixos em 2013. O aumento dos preços na economia foi de 0,9% em comparação com 3,7% em 2012 e a inflação nos produtos alimentares foi de 2,0% em comparação com 4,3% em 2012. O abrandamento da inflação combinado com a redução do crescimento económico levou o Conselho Monetário Polaco a reduzir a taxa de referência de 4,25% para o nível mais baixo de sempre de 2,5%, através de vários cortes verificados entre Janeiro e Julho de 2013. Retalho Alimentar Moderno De acordo com a PMR Research, o Mercado de Retalho Alimentar Moderno terá crescido 1,5% em 2013. Após o abrandamento registado nos primeiros meses do ano, apresentou alguma recuperação na recta final do ano, em linha com a recuperação global da economia. Os consumidores tornaram-se ainda mais sensíveis ao preço e racionalizaram as suas compras, especialmente nos bens não alimentares. A substancial desaceleração do crescimento económico, que ocorreu entre o segundo semestre de 2012 e o primeiro semestre de 2013, teve um impacto negativo sobre o mercado de Retalho Alimentar, com muitos operadores (especialmente no segmento de hipermercados) a registarem diminuições nas suas receitas. O sentimento negativo persistiu ao longo do segundo semestre de 2013, com os consumidores mais cautelosos a intensificarem a procura de preços mais baixos, mantendo os seus produtos favoritos, mas evitando as compras por impulso. A diminuição das receitas de alguns dos principais operadores de retalho originou uma forte dinâmica de actividade promocional, com início em Maio de 2013. A maioria dos operadores optou por participar nesta actividade e muito poucos adoptaram uma postura expectante. O aumento do custo de vida incentivou os clientes a poupar em deslocações, tornando o factor localização ainda mais relevante. O consumo de Marca Própria aumentou 17% face ao ano anterior, impulsionado pela situação económica e pela racionalização dos gastos das famílias. Os consumidores valorizam a relação custo/benefício como o principal factor na decisão de compra. No mercado de Retalho Alimentar, o número de lojas da Distribuição Moderna continuou a aumentar, particularmente no formato Discount. O número dos estabelecimentos em regime de franchising também cresceu, perspectivando-se um incremento global de 4.000 lojas. Por outro lado, verificou-se uma redução do número total de estabelecimentos a operar no Mercado Alimentar polaco, sendo a maioria dos encerramentos relativos a lojas independentes. Consequentemente, continuou a observar-se o aumento da quota da Distribuição Moderna no total do mercado de Distribuição Alimentar, com o Grupo Jerónimo Martins a consolidar a sua posição de liderança.