Miolo Memento14X21_2006_4.PMD - Farmanguinhos

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DAPSONA
Nome Genérico: Dapsona
Classe Química: Sulfona
Classe Terapêutica: Hansenostático
Forma Farmacêutica e Apresentação: Dapsona 100 mg, em envelope
com 10 comprimidos
•
Hanseníase
Outras indicações:
• Dermatite herpertiforme bolhosa
• Pneumonia por Pneumocystis carinii
• Toxoplasmose
• Hanseníase
Dapsona é usada para tratamento
de todas as formas de hanseníase,
multibacilar ou paucibacilar, no
esquema de poliquimioterapia (PQT),
em associação com outras drogas.
Embora tenha sido usada isoladamente no passado para tratamento
da hanseníase, o esquema recomendado pela Organização Mundial
de Saúde associa rifampicina e
outras drogas à dapsona em todos
os tratamentos. A poliquimioterapia
cura a doença, reduz o contágio,
previne ou retarda o aparecimento
de microorganismos resistentes e
evita as incapacidades físicas.
permite reduzir a dose de manutenção da dapsona em aproximadamente 60% dos pacientes.
• Pneumonia por Pneumocystis
carinii
Dapsona tem sido usada no tratamento desta forma de pneumonia, na fase inicial, em pacientes
com AIDS, em associação com
trimetoprima, como alternativa ao
tratamento com cotrimoxazol
(sulfametoxazol+trimetoprima) É
usada também na profilaxia primária
e para se evitar a recorrência da
pneumonia por P. carinii
• Toxoplasmose
Dapsona está indicada na prevenção da encefalite por Toxoplasma
gondi em pacientes com AIDS,
soropositivos para Toxoplasma, com
contagem de células CD4 menor que
100/mm³.
• Dermatite herpetiforme
Dapsona é atualmente a droga de
escolha no tratamento da dermatite
herpertiforme, com redução imediata do prurido e controle das lesões
da pele. O uso de sulfapiridina está
indicado somente quando não se
puder usar a dapsona.
No entanto, a dapsona não é
eficaz na deposição cutânea de IgA
e complemento.
A suspensão do tratamento com
dapsona provoca rápida exacerbação
das lesões e agravamento do prurido.
A adoção de uma dieta livre de
glúten melhora os sintomas clínicos e
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• Outros usos:
Dapsona tem sido eficaz no tratamento de uma série de outras
doenças, como: erupções bolhosas
e lesões mucocutâneas em pacientes
com lúpus eritematoso sistêmico e
discóide, resistentes ao tratamento
convencional com antimaláricos e
corticosteróides; outras doenças
bolhosas, como pênfigo bolhoso,
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DAPSONA • HANSENOSTÁTICO
INDICAÇÕES
DAPSONA
HANSENOSTÁTICO • DAPSONA
pênfigo vulgar, doença de HaileyHailey; dermatoses inflamatórias
graves, como pioderma gangrenoso,
eritema elevatum diutinum, doença
de Weber-Christian, síndrome de
Sweet, poliarterite nodosa, granuloma facial; dermatoses pustulares,
como herpes gestationis, impetigo
herpertiforme, psoríase pustular;
outras doenças, como artrite
reumatóide, policondrite recidivante e vasculite alérgica.
Dapsona também tem sido usada
no tratamento de malária por
falciparum resistente a cloroquina.
CONTRA-INDICAÇÕES
• Hipersensibilidade a dapsona
• Anemia grave
POSOLOGIA
• Hanseníase paucibacilar (pacientes com até cinco lesões de pele):
Esta é a classificação operacional vigente na rede básica.
— Adultos: dapsona 100 mg (1 comprimido) diariamente auto-administrada,
e dose mensal supervisionada de rifampicina 600 mg e dapsona 100 mg
— Crianças 0-5 anos: dapsona 25 mg diariamente auto-administrada, e
dose mensal supervisionada de rifampicina 150-300 mg e dapsona 25 mg
— Crianças 6-14 anos: dapsona 50-100 mg diariamente auto-administrada, e
dose mensal supervisionada de rifampicina 300-450 mg e dapsona 50-100 mg
— Duração do tratamento: hanseníase paucibacilar — 6 doses mensais
supervisionadas de rifampicina.
• Hanseníase multibacilar (pacientes com mais de cinco lesões de pele):
Esta é a classificação operacional vigente na rede básica.
— Adultos: dapsona 100 mg (1 comprimido) e clofazimina 50 mg diariamente
auto-administradas, e dose mensal supervisionada de rifampicina 600 mg,
clofazimina 300 mg e dapsona 100 mg .
— Crianças 0-5 anos: dapsona 25 mg diariamente e clofazimina 100 mg 1 vez
por semana auto-administradas, e dose mensal supervisionada de rifampicina
150-300 mg e dapsona 25 mg e clofazimina 100 mg.
— Crianças 6-14 anos: dapsona 50-100 mg diariamente e clofazimina 150 mg
1 vez por semana auto-administradas, e dose mensal supervisionada de
rifampicina 300-450 mg, clofazimina 150-200 mg e dapsona 50-100 mg.
Duração do tratamento: hanseníase multibacilar — 12 doses mensais
supervisionadas de rifampicina.
Consulte o Guia para o controle da hanseníase, Caderno de Atenção Básica nº
10 e Dermatologia em Atenção Básica — Caderno de Atenção Básica nº 9.
• Dermatite herpetiforme
— Iniciar o tratamento com 50 mg/dia
— Titular a dosagem conforme a resposta, variando de 50 a 300 mg/dia
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DAPSONA
— Manutenção com menor dose possível. Nos pacientes em dieta livre de
glúten, a dose de manutenção geralmente é menor.
• Pneumonia por Pneumocystis carinii
Tratamento: dapsona 100 mg/dia associando-se trimetoprima 5mg/kg 3
vezes ao dia durante 21 dias.
• Toxoplasmose
A profilaxia primária em pacientes HIV positivos está indicada se CD4 <
100-200. Os seguintes esquemas são alternativos: pirimetamina 50 mg uma
vez na semana + leucovorin 25 mg uma vez na semana + dapsona 200mg uma
vez por semana, ou pirimetamina 50 mg uma vez na semana + leucovorin 25
mg uma vez na semana + dapsona 50mg/dia. A suspensão está indicada
quando CD4 > 200 por pelo menos 3 meses.
Dapsona pode ser ingerida com alimentos para diminuir o desconforto
gástrico.
PRECAUÇÕES
Deve ser usada com cuidado em pacientes portadores de deficiência de glicose6-fosfatodesidrogenase, metahemoglobina-redutase e hemoglobina M.
Deve ser usada com cuidado em pacientes que apresentem anemia por
outras drogas.
Verificação do quadro hematológico deve ser feita com freqüência nos
pacientes com anemia.
Os pacientes devem ser alertados para não alterar a dose recomendada
pelo médico e comunicar o aparecimento de alterações do estado de saúde
Os comprimidos de dapsona devem ser protegidos da luz
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: “categoria C” do FDA (vide pág. 10)
Dapsona é carcinogênica em animais.
Dapsona tem sido usada em mulheres grávidas, sem evidência de dano fetal.
É distribuída no leite e não é aconselhável a amamentação durante o seu
uso, podendo ocorrer hemólise no lactente.
EFEITOS ADVERSOS/REAÇÕES COLATERAIS
O efeito adverso mais freqüente da dapsona é a anemia hemolítica (mais
grave nos pacientes com deficiência de glicose-6-fosfatodesidrogenase G-6-PD) e a metahemoglobinemia. Estes efeitos são dose-dependente. A não
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DAPSONA • HANSENOSTÁTICO
Profilaxia, esquema alternativo, em pacientes HIV positivos com CD4 < 200
células/mm3: Dapsona 50 mg/dia associando-se pirimetamina 50 mg/semana
+ leucovorin 25 mg/semana, ou dapsona 100 mg/dia, ou dapsona 200 mg/
semana associando-se pirimetamina 75mg/semana + leucovorin 25 mg/
semana. Diversos outros esquemas têm sido utilizados.
DAPSONA
HANSENOSTÁTICO • DAPSONA
ser nos casos graves, a hemólise e metahemoglobinemia não requerem
suspensão do tratamento.
Estados reacionais: o tratamento da hanseníase com dapsona e outros
agentes provoca alterações abruptas no estado clínico do paciente,
denominados estados reacionais e caracterizados como reação do tipo I,
ou reação reversa, e reação do tipo II, ou eritema nodoso hansênico. Estas
reações são intercorrências agudas por manifestações do sistema
imunológico e não devidas aos medicamentos utilizados e não devem ser
confundidos com recidiva da doença. Estas reações devem ser tratadas
adequadamente, sem suspensão dos hansenostáticos.
+
Mais freqüentes
0
Raros, ou muito raros
SNC: cefaléia, insônia, alterações do humor, confusão mental, alucinações,
nervosismo neurite periférica
AD: perda de apetite, irritação gástrica, náusea, vômitos, icterícia, dano
hepatocelular
AGU: síndrome nefrótica, necrose papilar renal, proteinuria,
HEMAT: anemia hemolítica, metahemoglobinemia, agranulocitose,
leucopenia, discrasias sanguíneas, linfadenopatia
DERM: dermatite alérgica, reações alérgicas, urticária, exantema,
dermatite esfoliativa, fototoxicidade, lúpus eritematoso, síndrome de
Stevens-Johnson, prurido
SENT: visão turva, zumbidos
Outros: febre
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• 4-Didanosina: diminui o efeito da dapsona, com repercussão no tratamento
da pneumonia por P. carinii
• 2-Pirimetamina: é um antagonista do ácido fólico e a associação de
dapsona com pirimetamina pode aumentar os riscos de efeitos adversos
hematológicos
• 4-Probenecida: os efeitos farmacológicos e tóxicos da dapsona podem
ser aumentados
• 2-Trimetoprima: pode aumentar as concentrações séricas da dapsona e
pode também aumentar as concentrações do trimetoprima
SUPERDOSAGEM
• Toxicidade aguda
A superdosagem de dapsona geralmente resulta em náusea, vômitos e
hiperexcitabilidade, em alguns minutos ou até 24 horas após a ingestão
da droga, além de convulsão e cianose. Hemólise pode ocorrer em 7 a 14
dias depois.
Em pacientes sem deficiência de G-6-PD, a hemólise induzida pela dapsona
deve ser tratada com azul de metileno IV, na dose de 1 a 2 mg/kg, podendo
ser repetido, se necessário. O azul de metileno via oral pode ser usado para
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os casos menos graves, na dosagem de 3 a 5 mg/kg a cada 4 a 6 horas.
Carvão ativado, (20 g 4 vezes ao dia) aumenta substancialmente a eliminação
da dapsona. Hemodiálise pode ser necessária.
FARMACOLOGIA CLÍNICA
• Química:
• Mecanismo de ação:
Tem ação bacteriostática. Sua ação antibacteriana é inibida pelo ácido
para-aminobenzóico (PABA) e por isso o mecanismo de ação parece ser
similar às sulfonamidas que inibem a síntese do ácido fólico em organismos
suscetíveis.
Resistência do M. leprae pode se desenvolver durante o tratamento com
dapsona, estimando-se que ocorra em 2 a 10% dos pacientes com lepra
lepromatosa tratados com dapsona isoladamente durante muitos anos.
• Farmacocinética:
— Absorção completa após administração oral, com pico de concentração
sérica em 2 a 8 horas. Distribuída na maioria dos tecidos e retida na pele,
músculos, rins e fígado. Atravessa a placenta e é detectável no leite.
— Meia-vida plasmática variável em 10 a 83 horas, com média em 20 a 30
horas. Metabolizada no fígado, excretada na urina e bile.
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DAPSONA • HANSENOSTÁTICO
Dapsona é uma sulfona sintética, ativa contra o Mycobacterium leprae, M.
tuberculosis e diversas outras espécies de micobactérias e contra o
Pneumocystis carinii e Plasmodium sp. Pode mudar de cor com exposição à
luz, sem alterações químicas.
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