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TRABALHO DE RECUPERAÇÃO DE FILOSOFIA PARA A 3ª SÉRIE
1)(UNESP) E a verdade, o que será? A filosofia busca a verdade, mas não possui o significado e
substância da verdade única. Para nós, a verdade não é estática e definitiva, mas movimento
incessante, que penetra no infinito. No mundo, a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia
leva esse conflito ao extremo, porém o despe de violência. Em suas relações com tudo quanto
existe, o filósofo vê a verdade revelar-se a seus olhos, graças ao intercâmbio com outros
pensadores e ao processo que o torna transparente a si mesmo. Eis porque a filosofia não se
transforma em credo. Está em contínuo combate consigo mesma.
(Karl Jaspers, 1971.)
Com base no texto, responda se a verdade filosófica pretende ser absoluta, justificando sua
resposta com uma passagem do texto citado. Ainda de acordo com o fragmento, explique
como podemos compreender os conflitos entre filosofia e religião e cite o principal
movimento filosófico ocidental do período moderno que se caracterizou pelos conflitos com
a religião.
Leia o texto para responder ás questões 2 & 3
(UFU) Já na Antiguidade, Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático, era chamado de “o Obscuro”.
A isto se deve o fato de o pensador ter transmitido a sua doutrina por meio de diversos
fragmentos (ou aforismos) de difícil interpretação. Não obstante as dificuldades que impõem
aos estudiosos, vários desses textos se tornaram célebres e exerceram grande influência em
diversos períodos da História da Filosofia.
Eis aqui dois deles:
I - “A mesma coisa: o vivo e o morto, o desperto e o adormecido, o jovem e o velho, porque
estas coisas, transformandose, são aquelas e aquelas, transformando-se, são estas”. (DIELS, H;
KRANZ, W. Os Pré-socráticos, Fragmento 88).
II - “Descemos e não descemos no mesmo rio, nós mesmos somos e não somos”. (DIELS, H;
KRANZ, W. Os Pré- socráticos, Fragmento 49a).
Com base nos fragmentos supracitados e em seus conhecimentos sobre a filosofia de Heráclito,
responda:
2)Qual é, para Heráclito, a causa do devir (do movimento) verificado no cosmos?
3)Segundo Heráclito, que elemento da natureza melhor simboliza o movimento, a
transformação de todas as coisas?
Justifique sua resposta.
4)(UNESP-2013) Do lado oposto da caverna, Platão situa uma fogueira – fonte da luz de onde se
projetam as sombras – e alguns homens que carregam objetos por cima de um muro, como
num teatro de fantoches, e são desses objetos as sombras que se projetam no fundo da caverna
e as vozes desses homens que os prisioneiros atribuem às sombras. Temos um efeito como num
cinema em que olhamos para a tela e não prestamos atenção ao projetor nem às caixas de som,
mas percebemos o som como proveniente das figuras na tela.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001.)
Explique o significado filosófico da Alegoria da Caverna de Platão, comentando sua
importância para a distinção entre aparência e essência.
5)(UFMG-2013) Em um trecho do diálogo Eutidemo, Sócrates conta a Críton como discutiu com
Clínias a possibilidade de haver uma arte ou ciência que leve os homens à felicidade. Após
descartar diversas artes, eles dedicaram-se a considerar a “arte política”, identificada por eles
com a “arte real”, ou seja, com a arte do governo do rei. Todavia, o desdobramento do diálogo
mostra que também essa “arte política” ou “real” não pode exercer a função de levar os homens
à felicidade, porque sua ação não torna os homens melhores eticamente. Eles constatam, assim,
que chegaram a um impasse na argumentação, isto é, uma aporia. A esse respeito, leia o
fragmento:
[Sócrates] Mas que ciência então? De que maneira a usaremos? Pois é preciso que ela não seja
artífice de nenhuma das obras que não são nem boas nem más, mas sim
que transmita nenhuma outra ciência a não ser ela própria. Devemos dizer então que <ciência>
é esta afinal, e de que maneira a usaremos? Queres que digamos, Críton: é aquela com a qual
faremos bons os outros homens?
[Críton] Perfeitamente.
[Sócrates] Os quais serão bons em quê? E, em quê, úteis? Ou diremos que farão bons ainda
outros, e esses outros <farão bons> outros? Mas em quê, afinal, são bons, não nos é claro de
maneira nenhuma, já que precisamente desprezamos as obras que se diz serem da política [...];
e, é exatamente o que eu dizia, estamos igualmente carentes, ou ainda mais, no que se refere
ao saber qual é afinal aquela ciência que nos fará felizes.
[CRÍTON] Por Zeus, Sócrates! Chegastes a uma grande aporia, segundo parece. (PLaTÃO,
Eutidemo, 292d-e)
EXPLIQUE por que, segundo Sócrates e Críton, a mesma arte não pode ser responsável por
governar os homens e, simultaneamente, torná-los bons.
( UEL – 2013) Observe a charge a seguir e responda ás questões 6 &7.
Após descrever a alegoria da caverna, na obra A República, Platão faz a seguinte afirmação:
Com efeito, uma vez habituados, sereis mil vezes melhores do que os que lá estão e
reconhecereis cada imagem, o que ela é e o que representa, devido a terdes contemplado a
verdade relativa ao belo, ao justo e ao bom. E assim teremos uma cidade para nós e para vós,
que é uma realidade, e não um sonho, como atualmente sucede na maioria delas, onde
combatem por sombras uns com os outros e disputam o poder, como se ele fosse um grande
bem.
(PLATÃO. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994. p.326.)
6) Segundo a alegoria da caverna de Platão e com base nessa afirmação, explique o modelo
político que configura a organização da cidade ideal.
7) Compare a alegoria da caverna e a charge, e explicite o que representa, do ponto de vista
político, a saída do homem da caverna e a contemplação do bem.
8) (UFMG-2012) Leia este trecho:
Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem
que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não costumam preservar a
noção que têm dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim
quem atribui aos deuses os falsos juízos dessa maioria. Com efeito, os juízos do povo a respeito
dos deuses não se baseiam em noções inatas, mas em opiniões falsas. Daí a crença de que eles
causam os maiores malefícios aos maus e os maiores benefícios aos bons. Irmanados pelas suas
próprias virtudes, eles só aceitam a convivência com os seus semelhantes e consideram
estranho tudo que seja diferente deles.
EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Trad. de A. Lorencini e E. del Carratore. São
Paulo: Editora da UNESP, 2002. p. 25-27.
Com base na leitura desse trecho e considerando outros elementos contidos na obra, Explique
em que medida a representação que se faz dos deuses influencia na busca pela felicidade.)
(UFU-2010) Leia com atenção o texto a seguir .para responder às questões 9 e 10 .
Tomás de Aquino (1225-1274) fez intenso uso das obras de Aristóteles e outros autores, recém
introduzidas na universidade. Essas obras, originalmente escritas em grego ou árabe,
representavam, em praticamente todos os domínios do saber, um enorme avanço científico.
Aplicando esses novos conhecimentos em suas reflexões teológicas, ele conclui que devemos
utilizar a filosofia em auxílio da ciência divina, seja na compreensão de certas passagens
obscuras da Bíblia e dos autores cristãos, seja fornecendo uma explicação racional de certas
teses da teologia como, por exemplo, sobre a existência de Deus. Um exemplo famoso desse
método é o uso que Tomás de Aquino faz do argumento do Primeiro Motor imóvel, encontrado
na Física de Aristóteles.
Responda:
09)Que fato, segundo o texto, resultou em um avanço científico para a universidade medieval?
10)Segundo Tomás de Aquino, como a filosofia se situa em relação à teologia (ciência divina)?
11)(UFF-2010) Coube ao cientista italiano Galileu Galilei, que viveu no final do Renascimento,
definir os princípios que até hoje orientam a pesquisa científica. Ele defendia a plena liberdade
de pesquisa e afirmava que os conhecimentos científicos devem ser avaliados exclusivamente à
luz da observação, da razão e da experimentação.
Comente essas ideias e discorra sobre a influência da atividade científica para a formação da
consciência dos seres humanos.
12)(Uel) Leia o texto a seguir.
A família é a associação estabelecida por natureza para suprir as necessidades diárias dos
homens. Mas, quando várias familias estão unidas em certo número de casas, e essa associação
aspira a algo mais do que suprir as necessidades cotidianas, constitui-se a primeira sociedade, a
aldeia. Quando várias aldeias se unem em uma única comunidade, grande o bastante para ser
autossuficiente (ou para estar perto disso), configura-se a cidade, ou Estado – que nasce para
assegurar o viver e que, depois de formada, é capaz de assegurar o viver bem. A cidade-Estado
é a associação resultante daquelas outras, e sua natureza é, por si, uma finalidade: porque
chamamos natureza de um objeto o produto final do processo de aperfeiçoamento desse
objeto, seja ele homem, cavalo, família ou qualquer outra que tenha existência. Por conseguinte,
é evidente que o Estado é uma criação da natureza e que o homem é, por natureza, um animal
político.
(Adaptado de: ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Nova Cultural, 2000. p.145-146.)
Tendo como referência o pensamento político de Aristóteles na obra A Política, disserte sobre a
relação entre o cidadão e a Cidade (pólis).
13) “Se, como dissemos, as atividades de uma pessoa são um fator determinante na vida,
nenhuma pessoa supinamente feliz poderá jamais tornar-se desgraçada; ela nunca praticará
ações odiosas ou ignóbeis, pois sustentamos que as pessoas realmente boas e sábias suportarão
dignamente todos os tipos de vicissitudes, e sempre agirão da maneira mais nobilitante possível
diante das circunstâncias; da mesma forma que um bom general usa do modo mais eficiente
possível os contingentes disponíveis, um bom sapateiro faz o sapato mais requintado possível
do couro que lhe dão, e o mesmo acontece com todos os artesãos. Sendo assim, o homem feliz
nunca poderá tornar-se desgraçado, embora nunca possa vir a ser feliz o homem que enfrentar
os infortúnios de um Príamo.” (Aristóteles, Ética a Nicômaco, I, 9)
De que modo a analogia acima com o sapateiro pode servir para esclarecer a tese aristotélica
de que “a felicidade é uma atividade da alma”?
14)“Sendo a felicidade, então, uma certa atividade da alma conforme à excelência perfeita, é
necessário examinar a natureza da excelência. Isto provavelmente nos ajudará em nossa
investigação a respeito da felicidade. (...) É evidente que a excelência a examinar é a excelência
humana, pois o bem e a felicidade que estamos procurando são o bem humano e a felicidade
humana. A excelência humana significa, dizemos nós, a excelência não do corpo, mas da alma,
e também dizemos que a felicidade é uma atividade da alma.” (Aristóteles, Ética a Nicômaco, I,
Na passagem acima, Aristóteles fala da relação entre felicidade e excelência (ou virtude). Ele
reafirma que a relação entre ambas é uma relação de conformidade. Mas essa conformidade
não deve ser compreendida como uma relação de subordinação, pois, sendo a felicidade o bem
supremo, ela não deve estar subordinada a nenhum outro bem ou finalidade. De que modo,
então, deve-se compreender a relação de conformidade entre a felicidade e a excelência
proposta por Aristóteles?
Responda a questão a seguir também com base no seguinte texto:
15)Segundo Inara Zanuzzi, professora de história da filosofia antiga na UFRGS, Aristóteles analisa
no capítulo 6 da Ética a Nicômaco, I, “a opinião de Platão, um filósofo com quem Aristóteles
havia estudado como discípulo. Platão acreditava que o bem supremo fosse uma Ideia, uma
noção abstrata de bem que seria a mesma para todos os seres existentes no mundo. De fato,
poderíamos saber que aquele era o verdadeiro bem porque ele era o mesmo para todos os
seres. Aristóteles, no entanto, não acredita que essa seja uma boa resposta. Com efeito, uma
tal noção abstrata e universal não é algo que podemos obter, que podemos concretizar na nossa
vida (visto que é algo que deve ser concretizado pelo universo todo). Portanto, uma tal noção
de bem não pode ser um fim para o homem. O fim humano deve ser algo que ele pode realizar,
algo que é factível para ele.” (“Obra: Ética a Nicômaco – Livro I”, in SESC-Fecomércio-PR, Banho
de Lama Filosofia. Curitiba: Sesc Paço da Liberdade, 2012, p. 47 (Cadernos do Paço, 5).)
Levando em consideração esses comentários da professora Inara Zanuzzi, como deveríamos
compreender o uso das expressões “excelência perfeita” e “excelência humana” na passagem
da Ética a Nicômaco citada acima?
(Unioeste) Leia o texto e o quadrinho a seguir e responda ás questões 16 & 17.
Aqueles que somente por fortuna se tornam príncipes pouco trabalho têm para isso, é claro,
mas se mantêm muito penosamente. Não têm nenhuma dificuldade em alcançar o posto,
porque por aí voam; surge, porém, toda sorte de dificuldades depois da chegada. Tais príncipes
estão na dependência exclusiva da vontade e boa fortuna de quem lhes concedeu o Estado, isto
é, duas coisas extremamente volúveis e instáveis.
(Adaptado de: MAQUIAVEL, O Princípe. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p.55.)
(Disponível em: <http://filosofandoehistoriando.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html>.
Acesso em: 1 set. 2012.)
16) Desenvolva os conceitos de fortuna e de virtù, em conformidade com Maquiavel.
17) O que diferencia o pensamento político de Maquiavel daquele concebido pela tradição
cristã?
Leia o texto para responder ás questões 18 e 19.
(Ufu) A respeito do poder dos príncipes, considere o argumento de Maquiavel:
Mas, quando não dependem de ninguém, contam apenas consigo mesmos e se podem forçar,
raramente deixam de alcançar êxito. Destarte todos os profetas armados venceram e os
desarmados fracassaram. Porque, além do que já se disse, a natureza dos povos é vária, sendo
fácil persuadi-los de uma coisa, mas sendo difícil firmá-los na persuasão. Convém, pois,
providenciar para que, quando não acreditarem mais, se possa fazê-los crer à força. Moisés,
Ciro, Teseu e Rômulo não teriam conseguido fazer observar por muito tempo suas constituições
se estivessem desarmados.
MAQUIAVEL. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. In: _. Maquiavel. 4.ed. São Paulo: Nova
Cultural, 1987. p. 25.
Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel,
responda as seguintes questões:
18) O príncipe deve se servir apenas do convencimento para governar? Quando já não é possível
controlar os súditos, o que o príncipe deve fazer?
19) Creio que isto [a usurpação de um principado] seja conseqüência de serem as crueldades
mal ou bem praticadas. Bem usadas se podem chamar aquelas (se é que se pode dizer bem do
mal) que são feitas, de uma só vez, pela necessidade de prover alguém à própria segurança, e
depois são postas à margem, transformando-se o mais possível em vantagem para os súditos.
Mal usadas são as que, ainda que a princípio sejam poucas, em vez de extinguirem-se [as
crueldades], crescem com o tempo.”
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 38.
Coleção “Os Pensadores”.
O primeiro texto afirma a falácia do argumento da política bélica norte-americana após 11 de
setembro de 2001. O texto de Maquiavel faz menção aos resultados do emprego da violência
para a conquista de novos principados e, conseqüentemente, a expansão do poder despótico.
Por que o recurso à agressão e à fraude são ineficazes, tal como assevera a autora do primeiro
texto, só fazendo aumentar a violência e a instabilidade política, como concluiu Maquiavel, no
segundo texto citado?
20)Leia os quadrinhos e os textos a seguir.
(Disponível em: <http://www.filosofiahoje.com/2012/05/filosofia-em-quadrinhos-tales-demileto.html>. Acesso em: 7 out. 2013.)
O ponto de partida dos pensadores naturalistas do século VI a.C. era a physis. Nesse conceito
grego, estavam, inseparáveis, o problema da origem – que obriga o pensamento a ultrapassar
os limites do que é dado na experiência sensorial – e a compreensão, por meio da investigação
empírica, do que deriva daquela origem e existe atualmente.
(Adaptado de: JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. 2.ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1989. p.135.)
Os primeiros filósofos passaram a substituir todas as divindades míticas pelo ser impessoal,
chamado princípio ou, em grego, arché. Àquela arché atribuíram tanto a origem de todas as
coisas quanto a capacidade decompô-las e estruturá-las. Assim, ela representa uma
racionalização das forças divinas, da sua causalidade.
(Adaptado de: TÜRCKE, C. O nascimento mítico do logos. In: DE BONI, L. A. (org.) Finitude e
transcendência. Petrópolis: Vozes; Porto Alegre: PUCRS, 1996. p.89.)
Com base na tirinha e nos textos e a partir dos conhecimentos sobre o surgimento e o
desenvolvimento progressivo da Filosofia, explique o significado filosófico da proposição
enunciada por Tales de Mileto de que a água é o princípio de todas as coisas.
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