automedicação em medicina veterinária estudo

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AUTOMEDICAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA ESTUDO
RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS DA CLÍNICA ESCOLA
VETERINÁRIA CEVET - UNICENTRO NOS ANOS DE 2007 E 2008
Elisângela Barboza da Silva (docente DEVET-UNICENTRO), Alessandra
Sterza (Monitora-DEVET/ UNICENTRO), Felipe Lopes Campos (docente
DEVET-UNICENTRO), e-mail: [email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Agrárias e
Ambientais
Palavras-chave: Automedicação, cães, gatos.
Resumo:
A automedicação em medicina veterinária consiste na administração de
fármacos pelos proprietários a seus animais, sem a prescrição do médico
veterinário. Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento entre os
casos atendidos na área de clínica e cirurgia de pequenos animais na
Clínica Escola Veterinária (CEVET) da Universidade Estadual do CentroOeste - UNICENTRO no biênio 2007-2008 buscando números sobre a
automedicação na população de cães e gatos.
Introdução
Automedicação, procedimento comum em seres humanos, refere-se a
utilização de fármacos sem a prescrição do profissional responsável. Em
medicina veterinária isto também ocorre pela utilização de medicamentos
por parte de proprietários em seus animais, sem a orientação do médico
veterinário. Esta conduta pode gerar problemas de magnitudes diversas
como possíveis intoxicações, reações adversas e a longo prazo, problemas
crônicos, isso pela administração do fármaco inadequado e/ou dosagens
erradas.
Em animais poucos são os relatos desta prática, desta forma, o objetivo
deste trabalho é avaliar a incidência de automedicação em cães e gatos
assistidos pelo pronto atendimento da Clínica Escola Veterinária da
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) no período de 2007
a 2008).
Materiais e Métodos
Os dados apresentados foram levantados a partir das fichas clínicas dos
animais atendidos pelos serviços de Clínica médica e cirúrgica de pequenos
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animais nos anos de 2007 a 2008. Cada ficha foi avaliada individualmente, e
os dados foram anotados, tabulados e classificados segundo a espécie
animal e a classe farmacológica do medicamento administrado pelo
proprietário.
Resultados e Discussão
Tabela 1: Número de cães atendidos na CEVET nos anos de
2007 e 2008 que sofreram automedicação distribuídos de
acordo com a classe farmacológica recebida.
Classes de Medicamentos
Anti-inflamatórios não Esteroidais
Anti-inflamatórios esteroidais
Corticosteróides
Antibióticos
Progestágenos
Colírios
Parasiticidas tópicos
Anti-parasitários injetáveis
Anti-parasitário tópico
Analgésicos e antipiréticos
Polivitamínicos
Pomadas e anti-sépticos
Xaropes antitussígenos
Repositores de flora intestinal
Anti-espasmódico
Emolientes
Anti-eméticos
Não soube identificar
Mucolítico
Soluções otológicas
Total
Cão
2007
2008
02
03
02
04
01
02
00
08
02
21
00
04
02
08
01
03
00
04
05
07
06
02
04
10
00
02
01
01
00
01
02
02
02
00
00
03
00
01
02
00
32
86
Total
05
06
03
08
23
04
10
04
04
12
08
14
02
02
01
02
02
03
01
02
118
Tabela 2 - Número de gatos atendidos na CEVET nos anos
de 2007 e 2008 que sofreram automedicação distribuídos
de acordo com a classe farmacológica recebida.
Classes dos medicamentos
Antibióticos
Progestágenos
Colírios
Gato
2007 2008
00
02
01
04
00
01
Total
02
05
01
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Polivitamínicos
Total
04
05
00
07
04
12
Notadamente o fármaco mais usado em ambas as espécies
estudadas, são os progestágenos (19% cadelas e 40% gatas), com a
intenção de evitar a procriação. Seu uso indiscriminado causa abortos,
morte fetal e a longo prazo neoplasias mamárias. Uma correlação pode ser
feita pois grande parte dos animais atendidos com tumores de mama
receberam este tipo de medicamento durante a vida.
Nos cães, o segundo tipo de medicamento mais utilizado são as
pomadas e anti-sépticos (11%), neste caso a conseqüência mais danosa
seria o mascaramento das lesões dificultando o correto diagnóstico e dessa
forma prolongando o período de tratamento.
Os analgésicos e antipiréticos também têm alto índice de utilização na
espécie canina (10%) sem prescrição podendo causar melhora parcial de
lesões e infecções sem interromper seu curso, dificultando o diagnóstico
preciso e o tratamento efetivo.
Nos felinos, os polivitamínicos (33%) são muito utilizados sem
orientação e causam intoxicações com severos danos à saúde. Os
antibióticos também são fornecidos a esses animais sem prescrição, e
resultam em seleção bacteriana, tornando uma infecção mais resistente.
Há ainda uma parcela de proprietários que automedicam seus
animais e não sabem informar corretamente o fármaco utilizado, por não
lembrarem ou por receio de terem agravado o quadro do animal pelo uso de
um medicamento inapropriado.
Conclusões
A automedicação veterinária tem de fato estado presente na rotina das
clínicas. Tal fato pode ser relacionado ao interesse do proprietário em tratar
os sinais clínicos apresentados por seu animal, somado a facilidade de
aquisição de medicamentos em pet shop, casas agropecuárias e tmabém
em farmácias humanas sem a necessidade de receituário assinado por um
médico veterinário.
Referências
Hedlund, C. S. Cirurgia dos sistemas reprodutivo e genital. In: FOSSUM,
T.W. Cirurgia de pequenos animais. São Paulo: Roca, 2005. p. 610-672.
Leite, L. C.; Júnior, J. A. V.; Círio, S. M.; Leite, S. C.; Silva, A. W. C.; Diniz, J.
M. A.; Lunelli, D.; Adorosnei, A. C. B.; Souza, L. M. B.; Weber, S. Prescrição
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Curitiba, v.4, n.4, p. 43-47, out./dez. 2006.
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Mello, F. P. S.; Gaira, M. S.; Klein, N. ; Dalmolin. F. ; Pinto Filho,S. T. L.
Incidência de automedicação em cães e gatos atendidos no hospital
veteriário da PUCRS de julho de 2007 a junho de 2008.
http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R0191-1.pdf
acessado em 10 de setembro de 2009.
Menezes, E A; Oliveira, M. S.; Cunha, F. A.; Pinheiro, F. G.;Bezerra, B. P.
Automedicação com antimicrobianos para o tratamento de infecção urinária
em estabelecimento farmacêutico de Fortaleza (CE). Infarma, v.16, n.11-12,
2004. p.56-59.
Silva, G. M. S.; Alameida, A. C.; Mello, N. R. S.; et al. Análise de
automedicação no município de Vassouras – RJ. Infarma, v.17, n.5/6, 2005.
p.59-62.
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