Dor de Dente e Automedicação

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Odontologia
São Paulo, 19 de dezembro de 2014
Equipe Responsável:
Dor de Dente e Automedicação
A automedicação é a prática
de utilizar medicamentos sem
acompanhamento ou
aconselhamento de um
profissional de saúde
qualificado.
Dra. Eliane Santoro – CRO 38.206
Dra. Maristela Azevedo – CRO 45.437
Caio Pires – Assistente de Odontologia
Vinícius Campaner – Assistente em Odontologia
O uso de remédios por conta própria ocorre geralmente por indicação
de amigos, familiares ou por alguma experiência pessoal prévia.
Além de poder causar erros no diagnóstico e no tratamento de
doenças, utilizar medicamentos sem a orientação de um especialista
pode acarretar problemas sérios, que vão desde a interação com
outras drogas até o agravamento de doenças preexistentes, como
diabetes e problemas renais, hepáticos ou cardíacos.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, 80 milhões de brasileiros são
adeptos da automedicação e pelo menos 20 mil morrem anualmente, vítimas de reações de
intoxicação ou hipersensibilidade ligadas a essa prática.
As dores de origem dental causam um grande incômodo e impactam diretamente nas atividades diárias
dos indivíduos. Nesses casos, a automedicação é muito comum, mas pode ser perigosa. Estudos
demonstram que os medicamentos mais utilizados na tentativa de se tratar uma dor de dente por conta
própria são os analgésicos, remédios cujo objetivo é agir no controle e alívio da dor. Anti-inflamatórios e
antibióticos, que atuam na regulação da inflamação e combate a microrganismos, respectivamente, também
são procurados, porém em menor escala. Ainda é relatado, na literatura, o uso de substâncias estranhas e
tóxicas, como gasolina, óleo de carro, desinfetantes e ácido muriático. Uma hipótese para o uso dessas
substâncias é a de que elas podem causar a necrose pulpar (“morte do nervo” do dente) e, assim, aliviar a
dor em processos dentários agudos. No entanto, essa prática pode causar sérias consequências
indesejáveis, como intoxicações e reações adversas de ordem localizada ou sistêmica.
Muitas vezes, é necessária uma intervenção local pelo cirurgião-dentista durante a consulta para uma
melhor abordagem e ação na causa dos quadros de dor de dente. No caso de uma pulpite irreversível –
uma inflamação da polpa dentária, ou seja, do “nervo” do dente –, os antibióticos não possuem efeito na
resolução da dor e analgésicos ou anti-inflamatórios podem não controlar totalmente a sintomatologia,
além não tratarem a causa do problema.
É importante lembrar que o uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer graves consequências,
como alergias, dependência e, em casos extremos, até a morte. Somente médicos e cirurgiões-dentistas
devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
Fonte:
• GUENES, G. M. T., et al. Investigação da Automedicação em Odontologia Pelos Pacientes que Procuram os Serviços Odontológicos
dos Centros de Saúde Municipais da Cidade de Campinha Grande- PB. International Journal of Dentistry, Recife, v. 2, n. 1, p.
211-2015, jan./jun. 2003.
• TAMIETTI, B., et al. Fatores Associados à Automedicação em um Serviço Brasileiro de Emergência Odontológica. Pesq Bras
Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v. 12, n. 1, p. 65-69, jan./mar. 2012.
• PINHEIRO, M. F., et al. Avaliação Transversal do Perfil de Indivíduos Portadores de Nível Superior Praticantes de Automedicação.
Saúde em Foco, ed. 06, p. 07-15, mai. 2013.
• Azevedo, F.H.C., et. al. Fatores associados à Automedicação de Pacientes Atendidos em um Consultório Odontológico, no Município
de Piracuruca/Pi. R. Interd. v. 7, n. 3, p. 83-90, jul./ago./set. 2014.
• Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. – Dicas em Saúde – Automedicação.
• CFO – Conselho Federal de Odontologia – Saiu na Imprensa – Doses de Alto Risco.
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