Atividades de aventura como conteúdo da educação física: reflexões sobre seu valor educativo *Doutoranda do Dep. de Estudos do Lazer Faculdade de Educação Física - UNICAMP Campinas **Livre Docente do Dep. de Educação Física Instituto de Biociências - UNESP Rio Claro Laboratório de Estudos do Lazer (LEL) I.B./UNESP Rio Claro, São Paulo Alcyane Marinho* [email protected] Gisele Maria Schwartz** [email protected] (Brasil) Resumo Este texto propõe reflexões sobre as atividades de aventura - inovadas práticas corporais no âmbito do lazer, em eminência em várias instâncias e, agora, timidamente sendo inseridas no contexto escolar e acadêmico, como uma importante disciplina, para ser desenvolvida enquanto conteúdo da Educação Física. A partir do contexto da Educação Física, o compartilhamento da natureza e seus elementos, como espaço privilegiado para o desenvolvimento de atividades de aventura, pode representar uma forma significativa de aproximação da sociedade a esse ambiente e de fomentar mudanças de valores e atitudes referentes à educação para o lazer e às idéias preservacionistas. Unitermos: Aventura. Natureza. Educação Física e Educação Ambiental. Abstract This text proposes reflections about adventure activities - innovated corporal practices in leisure ambit, in prominence in several instances and, now, timidly being inserted in scholar and academic contexts, as an important discipline to be developed as Physical Education content. Starting from the context of Physical Education, sharing nature and its elements, as privileged space for developing adventure activities, it can represent a significant form of approaching society to environment, and fomenting values and attitudes changes referring to leisure education and environmental preservation. Keywords: Adventure. Nature. Physical Education and Environmental Education. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 N° 88 - Setiembre de 2005 1/1 Introdução É crescente o surgimento de atividades de aventura - práticas corporais, manifestadas principalmente no tempo destinado ao lazer, as quais requisitam a natureza para o seu desenvolvimento e representam, de alguma forma, práticas alternativas e criativas de expressão humana. Os exemplos se estendem desde simples caminhadas aos mais sofisticados e excitantes esportes. As atividades de aventura estão sendo compreendidas, aqui, como as diversas práticas esportivas manifestadas, privilegiadamente, nos momentos de lazer, com características inovadoras e diferenciadas dos esportes tradicionais, pois as condições de prática, os objetivos, a própria motivação e os meios utilizados para o seu desenvolvimento são outros e, além disso, há também a presença de inovadores equipamentos tecnológicos permitindo uma fluidez entre o praticante e o espaço destinado a essas práticas - terra, água ou ar. São atividades cercadas por riscos e perigos, na medida do possível, calculados, não ocorrendo treinamentos intensivos prévios (como no caso dos esportes tradicionais e de práticas corporais como a ginástica e a musculação). A experimentação acontece de maneira mais direta, havendo um afastamento de rendimentos planejados (MARINHO; BRUHNS, 2003). Devido ao atual interesse por tais práticas, propulsionado com amparo mercadológico, as mesmas têm recebido um crescente número de adeptos de diferentes formações culturais, faixas etárias, níveis sociais, campos de atuação profissional, tornando-se um instigante desafio, no que tange ao respaldo e conhecimentos necessários para uma atuação prática com qualidade e que possa favorecer experiências verdadeiramente significativas. Elas vêm, embora timidamente, porém de forma cada vez mais recorrente, recebendo atenção de profissionais de diferentes áreas e sendo inseridas nos contextos escolar e universitário, seja por meio de cursos de extensão à comunidade e aos alunos ou como disciplinas optativas. No entanto, faz-se necessário refletir sobre esse interesse, tendo em vista as possibilidades de ganhos e perdas na convivência com atividades de aventura, uma vez que, do mesmo modo como elas podem trazer benefícios pessoais inúmeros, podem, inclusive, desencadear ações impensadas e destrutivas ao meio, consoante a intenção com a qual foram formalizadas. O que se questiona é, justamente, a legitimidade de tais iniciativas e fomenta-se a necessidade de compreensão efetiva de como estão sendo estruturadas e realizadas; sob qual ótica, com quais interesses e perspectivas, inclusive em âmbito educacional, já que estas podem representar vivências significativas. Nesse contexto, este artigo propõe uma reflexão sobre as possibilidades de inserção de atividades de aventura como conteúdo dos programas de aulas na área de Educação Física, no sentido de se fomentar a educação ambiental e para o lazer. Educação física, ecologia e turismo... Compartilhando espaços Mesmo com o interesse despontado e com o seu rápido crescimento em diferentes instâncias (econômica, social, esportiva, religiosa, etc.), as atividades de aventura no meio natural parecem estar encontrando eco, ainda que tímido, junto ao contexto educativo. A pouca importância atribuída a tais práticas parece ser o principal condicionador de sua implementação. Pereira e Monteiro (1995) indicam que os percursos de iniciação esportiva nessas áreas, raramente, são feitos pela via escolar, sendo operados por meio de transmissão técnica para grupos interessados, em entidades especializadas, estruturadas, na maioria das vezes, por agentes cuja formação, muitas vezes, procede de cursos sem habilitações para tal. A formação profissional do agente de lazer ou turismo é considerada um verdadeiro desafio. O tema que centraliza a discussão na relação seres humanos-natureza vinha sendo focalizado, até bem pouco tempo, exclusivamente na área da ecologia, que, com subsídios teóricos, tentava implementar a tão sonhada consciência ecológica. No entanto, esse tema tomou vulto, também, na área de turismo, uma vez que a proximidade dos seres humanos com a natureza tornou-se inevitavelmente um grande atrativo, fomentando o mercado com atividades turísticas cada vez mais exóticas, ou mesmo, oferecendo a oportunidade de vivências rurais. Para que sejam implementados os elementos que fazem parte das características dessas atividades, tornou-se paulatinamente necessário o acompanhamento de profissionais que conseguissem subsidiar praticamente o desenrolar de tais atividades, tendo em vista a necessidade de alguma fundamentação teórica sobre as exigências da prática e alguma habilidade específica para acompanhá-las, ou ainda, trabalhar com a recreação de hóspedes em hotéis, fazendas e outros. Percebe-se, então, a necessidade crescente do estabelecimento de uma ligação entre essas três áreas do conhecimento (quais, sejam: Educação Física, Turismo e Ecologia), tendo em vista a interdisciplinaridade gerada pelas características das atividades de aventura. Porém, as áreas parecem querer tomar para si apenas os lucros envolvidos, deixando de lado os verdadeiros compromissos que essas práticas exigem de todos, promotores e praticantes. Isso requer mudanças de valores e atitudes, que já são prementes, tanto em âmbito pessoal, quanto em âmbito institucional, havendo a necessidade de os cursos de formação nessas áreas redimensionarem seus enfoques e conteúdos, no sentido de priorizar a sensibilização necessária para se tornarem multiplicadores desses novos valores. Em uma reflexão sobre as relações entre as áreas de Educação Física e Ecologia no desenvolvimento de novas atitudes frente ao compromisso de harmonização dos seres humanos com a natureza, Schwartz e Silva (1999) evidenciaram a inquietação sobre a conduta humana interferindo diretamente no equilíbrio, ou mesmo, no desequilíbrio da natureza, uma vez que o estilo de vida, a distribuição não eqüitativa de oportunidades de formação cultural e experiências significativas, os fatores econômicos e sociais que norteiam a participação humana no ambiente, entre outros, representam elementos decisivos face ao compromisso com o meio e no tocante a mudanças axiológicas, em todos os âmbitos, sobre essa relação. Todos os indivíduos albergam em suas estruturas cognitivas o interesse por mudanças dessas crenças, mas a implementação disto já se torna uma problemática, quando se trata de apenas um indivíduo, tendo em vista que, nessa imbricada rede de significados, estão envolvidos elementos primordiais, como a personalidade e suas predisposições, os componentes afetivocognitivos, como a segurança e domínio do conhecimento específico e atitudes e predisposições ao pensamento mais divergente. Ao se pensar em operacionalizar mudanças em âmbitos maiores que os pessoais, o processo torna-se ainda mais desafiador, tendo em vista que entram em jogo fatores como a interação com outros membros do meio social, a redefinição de papéis sociais relativos à aceitação no grupo, entre tantos outros. Diante de tal quadro exposto, as atividades de aventura raramente têm surgido como conteúdo de ensino da Educação Física e, quase sempre, têm sido tratadas como um "apêndice" recreativo e de lazer. Assiste-se assim, a uma relativa marginalização destas atividades por parte da escola, em contraponto com o interesse crescente dos alunos pela prática destas atividades fora dela, que se traduz, muitas vezes, pelo aumento do número de acidentes, devido a estas práticas exigirem conhecimentos que nem sempre estão presentes ou devidamente consolidados (PEREIRA; MONTEIRO, 1995, p.113). Para que as atividades de aventura sejam propostas como conteúdo da Educação Física, conforme os autores supracitados, o primeiro passo deve ser uma análise do conteúdo educativo dessas práticas, como pressuposto preliminar para a sua utilização como prática de desenvolvimento programático. Nessa perspectiva, o potencial educativo dessas atividades de aventura junto à natureza parece ser muito extenso, principalmente porque facilita situações educativas em experiências pouco habituais para os participantes, possuindo um forte caráter motivador, carregadas de emoção, de significado e de intenção (PEREIRA; MONTEIRO, 1995). A introdução dessas atividades de aventura surge como um ganho fundamental de inovação pedagógica, no qual, segundo os autores em questão, [...] um quadro metodológico de grande relação e diferenciação motora propicia um elevado número de vivências não habituais que contribuem para o desenvolvimento da estrutura motora. Induz, por isso, ao desenvolvimento de diversas capacidades condicionais, coordenativas e volitivas, que melhoram globalmente a condição física geral do aluno e conseqüentemente a sua qualidade de vida (p.113). Nas atividades de aventura, há a possibilidade de se voltar à natureza como parceira - e não mais como adversária (MARINHO, 1999) - em um jogo no qual se convive, desfrutando-se de riscos calculados, os quais se constituem em um fator de grande importância na motivação dos participantes. O que contribui para este fato é o elemento lúdico ser uma constante nessas práticas, manifestado, inclusive, por meio do controle que se dá em todas as esferas da atividade. A partir desse controle, o risco, embutido nas atividades, é minimizado, garantindo-se, com isso, a fruição da ludicidade com todas as suas potencialidades. A natureza humana é bastante adepta aos desafios, porém estes, quando ultrapassam o limite da segurança e da organização, voltando-se unicamente para a vivência da sensação de aventura descontrolada, deixam de caracterizar-se enquanto atividade lúdica, representando outros parâmetros, como a demonstração da prevalência de traços masoquistas de personalidade ou outros desvios. Beck (1996, p.21), em seu livro sobre as características de uma sociedade moderna avançada, aponta que a produção social de prosperidade é acompanhada da produção de risco. Este autor presta sua contribuição nessa discussão, definindo risco como um "meio sistematizado de lidar com perigo e insegurança induzidos e introduzidos pela modernização mesmo". Seja na busca pelo risco, na contemplação, na prática segura e controlada de atividades de aventura, o que se quer destacar é o sentido de preservação que deve vir incorporado em tais vivências, haja vista os seres humanos não serem mais apenas espectadores, mas participantes efetivos das decisões planetárias quanto ao destino do ambiente. Porém, falta-lhes preparo interno, ou mesmo atitude, que venha a intensificar seu papel diante na manutenção do equilíbrio da natureza. A intensificação de uma aproximação qualitativa dos seres humanos ao ambiente natural pode acelerar esse processo, tornando eficiente o sonho de harmonia e, nos espaços institucionais, como a escola, esta pode representar uma perspectiva excelente para a reflexão de valores catalisadores dessa relação. Com o foco centrado nessas atividades, tem-se a perspectiva de ampliar a gama de assuntos abordados em salas de aula e, inclusive, estender esse conhecimento para além dos muros da sala, possibilitando aprendizados mais significativos e com maior teor motivacional. Tendo em vista que o conhecimento dessas modalidades não deve se restringir apenas a uma disciplina curricular pode-se, inclusive, contribuir para a tão sonhada interdisciplinaridade, estimulando diferentes percepções em relação às condições da vida na terra. Uma outra questão pertinente ao âmbito educativo a ser tratada, haja vista os locais de desenvolvimento das atividades de aventura, é a importância da área de Educação Física no tratamento da Educação Ambiental, aqui entendida como "processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação ecológica" (BARROS, 2000, p.89). Pastor e Pastor (1997) enfatizam a situação privilegiada da Educação Física com relação aos seus conteúdos e quanto ao fato de ser uma disciplina baseada principalmente em experiências práticas e vivências pessoais, facilitando o desenvolvimento de questões ambientais, porém atentando-se a possíveis impactos negativos ao meio. Para o autor, a simples realização dessas práticas não gera, por si mesma, uma sensibilização e/ou Educação Ambiental, mas, contrariamente a isso, pode conduzir a diferentes impactos ambientais. Por sua vez, a sensibilização e a Educação Ambiental dependem do tratamento educativo que recebem e das atitudes e dos comportamentos das pessoas e/ou grupos ao iniciarem um envolvimento com atividades ao ar livre. Portanto, fazse necessária uma intervenção pedagógica interdisciplinar. Muitas vezes, os próprios envolvidos não sabem como proceder diante de determinadas situações na natureza e, por falta de conhecimento e não apenas por desrespeito, contribuem para os desgastes nos ambientes naturais. Além da realização dessas atividades propriamente ditas, Pastor e Pastor (1997) salientam a necessidade de haver planificações e intervenções didáticas interdisciplinares para que venham a legitimar uma experiência educativa, propondo a intervenção nos conteúdos e aspectos próprios e específicos da área de Educação Física. Contudo, o tratamento das atividades esportivas no meio natural, respaldando-se em uma perspectiva crítica, deve, também, centrar-se em aspectos importantes para a realização da atividade, tais como: diferentes técnicas de execução e sistemas de segurança. E, por fim, deve relevar um aspecto bastante significativo: a experimentação pessoal - a vivência das atividades que se constituem no eixo principal de ação sobre o qual as intervenções começarão a fazer sentido. Partindo dessas perspectivas, compartilhamos com Pereira e Monteiro (1995) que as atividades de aventura no ambiente natural surgem, portanto, como maneiras alternativas de práticas esportivas, nas quais, além de se educar, aprende-se a valorizar tanto a relação afetiva com a natureza quanto o respeito por sua biodiversidade. Sobre estes aspectos, tendo por base a repercussão de um curso de "Vivências em Atividades de Aventura", desenvolvido pelo Laboratório de Estudos do Lazer, no Dep. de Educação Física da Unesp, Campus de Rio Claro (SP, Brasil) e oferecido ao longo de 3 anos consecutivos, tem-se que a inserção dessas práticas no ambiente universitário foi considerada de grande interesse, pertinência e aceitação, fato este que legitima as idéias dos autores anteriormente expostas. Um relato sobre este curso de extensão foi apresentado por Marinho; Schwartz e Letízio (2001) no II Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana e VIII Simpósio Paulista de Educação Física, UNESP, Rio Claro (SP - Brasil). As 36 horas/aula ministradas neste curso foram teórico-práticas, distribuídas em quatro horas semanais e ocorreram tanto no campus universitário quanto fora dele, haja vista a necessidade, em alguns casos, de locais mais apropriados para as vivências, oferecendo oportunidade de experimentação em alguns segmentos das atividades de aventura: caving (visitação de cavernas), mergulho, escalada em muro artificial, rapel (técnica de descida por corda) e primeiros socorros específicos para cada atividade. No final do curso, foi solicitado aos alunos o preenchimento de um questionário contendo onze perguntas mistas e, com base neste material, pode-se perceber a valorização destas experiências pelos universitários envolvidos no curso, bem como, a relevância de tais vivências como conteúdo pedagógico para o aprimoramento da educação ambiental. Toda e qualquer oportunidade cultural que venha a fomentar caminhos para um novo redimensionamento da educação, com um caráter significativo é, nesse momento, considerado primordial e os desafios para a concretização de mudanças de atitudes e valores referentes às atividades de lazer representam uma premissa para se minimizar aspectos de discriminações e aprimorar as perspectivas de interdisciplinaridade e desenvolvimento. Conforme Kleiber (2000), as noções impressas pelas atividades em contato com a natureza propiciam, especialmente ao adolescente, a oportunidade de integração da identidade, pois tais experiências representam o contexto relativamente libertador e alternativo para a busca da identidade pessoal, facilitando a individualização, uma vez que favorecem a expressão da imaginação e da experimentação criativa, componentes intrinsecamente relacionados com a individualização ou autoconsciência, proporcionando a chance de experimentação de interesses incipientes. De novos interesses, surge a mudança do entorno, incluindo a aceitação pelo outro, o que define e reforça as potencialidades da própria pessoa. Tendo em vista a possibilidade de exploração de vias alternativas de pensar e agir, o favorecimento dessas experiências, no âmbito escolar, torna-se bastante significativo, uma vez que, após tais vivências, os indivíduos podem apresentar avanços no desenvolvimento como um todo, assumindo novas atitudes que acrescentam novas perspectivas ao "estar no mundo", repercutindo profundamente nas instituições, tanto em nível pessoal quanto coletivo. A educação detém um papel decisivo como espaço socializador, podendo oferecer canais formais e informais para implementar os aprendizados experimental e criativo, promovendo, com isso, a integração dos aspectos gerais voltados à qualidade de vida. A conexão dessas experiências de aventura aos objetivos educacionais do sistema escolar pode favorecer o desenvolvimento humano em seus diversos aspectos, por envolverem processos pedagógicos específicos catalisadores de "competências cognitivas, psicomotoras e socioafetivas" (PEREIRA; MONTEIRO, 1995, p.114), sendo capazes de fomentar novas atitudes de espectro interdisciplinar. A partir do contexto da Educação Física e destas atividades, o compartilhamento da natureza e seus elementos poderá representar uma significativa forma de aproximação da sociedade a esse ambiente, permitindo, conforme evidencia Marinho (2001), que esta aproximação conduza a novas sensibilidades, mediante conhecimento e acordos de ética e respeito. Referências BARROS, M.A. (2000) Outdoor Education: uma alternativa para a educação ambiental através do turismo de aventura. In: SERRANO, C. (org.). A educação pelas pedras: ecoturismo e educação ambiental. São Paulo: Chornos. • BECK, U. (1996) Risk Society. 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