Educação inclusiva - uma experiência colaborativa de - CAp

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA - UMA EXPERIÊNCIA
COLABORATIVA DE ENSINO REGULAR
CÁSSIA AMARAL [email protected]
FAETEC
DENISE FAGUNDES
SOLANGE CALDAS
RESUMO
Este texto apresenta um relato de experiência de uma professora de educação especial que participou de um
denominado projeto Bidocência. O referido projeto consiste em um trabalho colaborativo entre a professora de
educação especial e a do ensino regular sob a perspectiva de apoio à aluna com síndrome de down em uma
escola regular.
A prática inclusiva implica desafios consideráveis para o professor de classe comum. Cada vez mais se observa
a necessidade do trabalho em conjunto do professor regular e o professor de educação especial, devendo ser
estabelecidos objetivos comuns para melhorar a escolarização de todos os alunos. Nesse sentido, o ensino
proposto pelo projeto é de grande importância para atuação de dois profissionais em uma mesma sala de aula
na busca do desenvolvimento de um currículo diferenciado com vistas à melhoria do aprendizado.
Desse modo, a intenção de relatar a experiência aqui apresentada é compartilhar as ações pedagógicas que
favoreceram o aprendizado da aluna incluída com síndrome de down, no segundo ano do ensino fundamental,
bem como promover apoio a todos os alunos com ou sem necessidades educacionais especiais em uma turma
regular. Deseja-se da mesma forma conduzir professores à reflexão sobre a prática de ensino, abrindo
caminhos para uma nova forma de abordar, entender e praticar a inclusão escolar.
A metodologia utilizada foi a de pesquisa ação, a qual possibilita ao pesquisador uma participação ativa e
flexível, possibilitando contribuições e modificações, consoante a proposta de soluções para superação dos
obstáculos à medida que forem surgindo (Pimenta, 2006).
Os resultados obtidos neste estudo foram coletados no diário de campo, durante o processo do projeto
Bidocência, aplicado em sala de aula.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino Colaborativo – Inclusão Escolar – Estratégias
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Educacionais.
A experiência relatada nesse texto refere-se à proposta de Bidocência que teve
inicio há um ano e seu desenvolvimento está em processo, sendo os primeiros
resultados satisfatórios e enriquecedores, conseguindo conscientizar profissionais da
escola e responsáveis dos alunos, sobrea importância de práticas inclusivas. Esse
projeto foi proposto pelo Núcleo de Estudos e Assessoria Pedagógica à Inclusão Neapi1. O trabalho de Bidocência consiste em uma proposta inovadora, onde o
professor da turma e um professor de educação especial irão trabalhar em conjunto
para que o processo de aquisição da leitura e escrita torne-se viável a todos,
contemplando suas individualidades, beneficiando não só os alunos com necessidades
especiais, mas também a classe como um todo. O ensino colaborativo tem sido
utilizado para favorecer a inclusão escolar, envolvendo a parceria direta entre os
professores da Educação comum e especial. Tal proposta de prática educacional está
em crescente desenvolvimento como uma estratégia inclusiva. Segundo Oliveira
(2009), necessita-se:
Oferecer um assessoramento mais direto ao professor, tomando parte na
sua formação profissional continuada e que a presença desses profissionais
na escola não deve se estabelecer como uma relação de hierarquia, mas, ao
contrário, como uma relação colaborativa que venha a desencadear uma
ação educacional coletiva e compromissada com um fazer pedagógico
competente e significativo para todos os envolvidos nesse processo (p.3334).
No decorrer da pesquisa, que se iniciou em 2013,constatamos que o primeiro ano foi
um momento-chave para a vida de todos, tendo sido uma fase marcada por importantes
mudanças. Todas elas estão de alguma forma reafirmadas na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996) e nas Diretrizes Nacionais para Educação Especial na
Educação Básica- Resolução CNE/CEB Nº. 2, que estabelece a “matrícula compulsória de
pessoas com deficiência em escolas regulares” (BRASIL, 2001).
Acreditamos que nesse contexto educacional inclusivo, abrem-se novas perspectivas
de inclusão social e pedagógica para estes alunos, tornando-se relevante investigar de que
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O NEAPI constitui-se um setor ligado à Divisão de Diversidade e Inclusão Educacional – Divin que trata
essencialmente das questões relativas à inclusão escolar, oferecendo suporte pedagógico necessário ao
processo de ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência, TEA, altas habilidades/superdotação,
além dos distúrbios, transtornos ou dificuldades de aprendizagem. A Divin é Localizada dentro do
organograma da rede Faetec na Administração Setorial. Tem como missão articular políticas e práticas
que objetivem a equidade nas oportunidades educacionais para todos.
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maneira a escola pode atuar no desenvolvimento de ações que promovam efetivamente a
inserção social e sua participação nas atividades pedagógicas.
A proposta do ensino colaborativo é compartilhar habilidades excepcionais de
educadores, no intuito de gerar sentimentos de interdependência positiva, desenvolver
habilidades criativas sobre solução de problemas, promover apoio recíproco e compartilhar
responsabilidades (MENDES, 2006. P.29-41).
A experiência da Bidocência tem como participante a professora de educação especial
e a professora da turma do segundo ano do ensino fundamental. A professora de educação
especial tem formação de ensino superior e faz parte da equipe do Neapi. As ações
pedagógicas das professoras envolvidas no projeto Bidocência são acompanhadas e orientadas
pelas articuladoras do Neapi, que realizam reuniões mensais, nas quais são acompanhados o
andamento do projeto, os procedimentos de ensino, as intervenções pedagógicas, as
adequações curriculares, a implantação de estratégias e onde também são entregues os
diários de campo. A professora da Bidocência no diário de campo relata as dificuldades
enfrentadas, as estratégias pedagógicas realizadas, os recursos e os apoios recebidos.
Segundo BEYER (2005):
[...] tal atendimento jamais deve concentrar-se explicitamente sobre a
criança com necessidades especiais, porém os educadores com atuação
pedagógica especializada devem trabalhar sempre no contexto do grupo,
procurando também atender necessidades eventuais que os demais alunos
possam demonstrar. Com isto, se estará evitando o sempre possível
processo de segregação do aluno especial e se estará fugindo de uma
prática docente orientada por uma abordagem terapêutica.
Com base em Beyer, a proposta do projeto foi desenvolvida com o objetivo de
favorecer o processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência. Sendo assim, nosso
sujeito do relato de experiência é uma aluna com síndrome de down com 10 anos de idade,
tendo como diagnóstico Síndrome de Down.
A turma é constituída por 22 alunos, na qual um dos alunos possui diagnóstico de
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA-H) e uma aluna não alfabetizada,
contudo sem diagnóstico. Os demais alunos da turma não apresentam nenhuma necessidade
educacional especial. Sendo assim, este projeto constitui-se um caminho viável e enriquecedor
que favorece a aluna, sujeito da pesquisa, mas sobretudo os alunos envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem.
Objetivo principal do referido trabalho é avaliar a prática pedagógica do projeto
Bidocência e expandir o sucesso do projeto entre outras unidades e profissionais.
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Como metodologia foi utilizada a pesquisa ação que possui como característica
principal a participação ativa e flexível, possibilitando ao pesquisador que vai a campo fazer
suas contribuições, como a elaboração coletiva de soluções para problemas que surgem. Para
Thiollent (2004, p.....) e Richardson(2005, p...) a pesquisa-ação é um método de investigação
científica concebido e realizado em estreita associação com uma ação voltada para a resolução
de um problema coletivo(...). Visa, portanto, atender, de imediato, à demanda da comunidade
que serve como campo de estudo.
O processo de observação teve como premissa a colaboração-intervenção. Destaca-se
que o presente texto refere-se a um relato de experiência profissional. Portanto, todas as
ações pedagógicas do projeto Bidocência, foram descritas em um diário de campo, a fim de
que haja registros escritos sobre o andamento da proposta. O diário de campo é uma
ferramenta de avaliação e memória e que tem como objetivo armazenar os fatos do trabalho
de campo. É um registro das atividades executadas, onde os dados possam ser consultados
(Mendes, 2006).
Demonstra a especificidade de cada par professor-aluno e desempenha a função de
meio de comunicação entre os membros da equipe envolvida. Essa ferramenta pode ser
utilizada como material de pesquisa, a fim de promover a elaboração de novas estratégias e
inovações para o suporte a pessoas com deficiência; faz parte do processo de organização e
elaboração dos projetos de inclusão. No diário de campo, base deste artigo, são relatadas as
dificuldades enfrentadas, as estratégias pedagógicas realizadas, bem como os recursos e
apoios realizados.
Ao final do ano letivo a professora juntou todo material de registro, como: fotos,
textos, filmagens, e os registros do diário de campo para elaboração de um portifólio. O
portifólio é instrumento que organiza os registros das atividades realizadas com um aluno por
um período determinado. Tal procedimento, juntamente com outras formas de registro,
viabiliza o acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem do aluno. Os portfólios
podem facilitar a tomada de decisão sobre quais recursos e adaptações curriculares deverão
ser orquestrados, uma vez que permitem o conhecimento não das dificuldades e das
possibilidades do aluno.
Os recursos utilizados, no cotidiano escolar foram elaborados no laboratório de
aprendizagem do Neapi/Divin Divin com intuito de favorecer processos de ensino
aprendizagem, utilizando-se recursos específicos do laboratório de aprendizagem. Sendo eles,
alfabetário de diversos materiais, como papel cartão colorido, lixas, papelão, confecção de o
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nome da aluna em quebra-cabeça, elaboração de jogos e atividades concreta com as letras do
alfabeto de diversos materiais, elaboração de jogos e atividades concreta para trabalhar
matemática.
As articuladoras que atuam no laboratório de aprendizagem através da avaliação
inicial e de acordo com as competências dos alunos elaboram um Plano Educacional
Individualizado (P.E.I). Esse plano é um programa elaborado para cada criança e desenvolvido
interdisciplinarmente de maneira a valorizar suas capacidades, estabelecer metas e objetivos,
e delimitar serviços especiais necessários, orientando a forma de escolarização mais adequada,
bem como os procedimentos de avaliação, desempenho e controle do mesmo (Manzano,
2001).
Os resultados são obtidos com a elaboração e implementação de metodologias
específicas e material confeccionado no laboratório de aprendizagem que garante aos alunos o
aprendizado com sucesso, indo ao encontro dos objetivos do PEI. Os resultados do projeto
Bidocência e a utilização dos recursos estão sendo acompanhados através do diário de campo.
Estes demonstram que com a utilização da tecnologia assistiva, a aluna vem ampliando
o conhecimento sobre as letras e a escrita do seu nome, diferenciando letras de números e até
nomeando-os. Além de possibilitar à aluna autonomia em suas escolhas, percebe-se também
que com a utilização dos recursos favorece uma melhor postura, o uso das mãos, ampliação do
seu campo visual e estimulação da comunicação oral.
A PRÁTICA DA BIDOCÊNCIA EM DIÁLOGO
O início da atuação como professora Bidocente foi marcado de descobertas e anseios.
Todos me receberam muito bem, mas como todo primeiro dia, houve um pouco de resistência
por parte da aluna, sujeito do projeto Bidocência, que dizia “não” quando me prontificava em
ajudá-la. Então meu primeiro objetivo era conquista-la e aos demais alunos da turma como
também fazer com que a professora regente me visse como uma parceira da prática
pedagógica. Cada vez mais pesquisadores tem utilizado fundamentos de que os professores
não devem atuar sozinhos, mas em equipes que apresentem propostas, cujas funções tenham
objetivos comuns para melhorar a escolarização de todos os alunos (FONTES, 2009).
Um dos primeiro desafios enfretados foi atender e entender o aluno com Síndrome de
Down e elaborar uma proposta pedagógica que promova a sua inclusão escolar, sendo
necessário considerar as características específicas desta criança. Sendo assim, procurei
conhecer a aluna, dotada de forte personalidade e que não gosta de ser contrariada. Ela
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procura se socializar com crianças maiores, mantendo-se afastada dos amigos da sua turma ou
da sua faixa etária e às vezes procura se isolar e fica falando sozinha.
Sendo assim, percebe-se que há necessidade de ações de socialização durante o
recreio, para que a aluna se envolva nas brincadeiras com os demais alunos da turma e consiga
manter um convívio social com os mesmos. Também deve se reforçar e motivá-la no cuidado
com seus pertences para que se conquiste uma maior independência.
A aluna constantemente recusa-se a realizar os trabalhos e as provas realizadas na sala
de aula apresentando falta de estímulo, sendo necessário o uso de estratégias pedagógicas.
Utilizei as seguintes estratégias, com o recurso do alfabetário móvel, para que a aluna
participasse das atividades proposta pela professora: atividade de escrita espontânea no
quadro branco, brincadeira da forca com o nome dos personagens do projeto da escola turma
da Mônica, escrever no quadro as palavras que os alunos encontraram e adedanha
(brincadeira folclórica).
Em determinada ocasião a professora regente percebeu que a aluna não estava
copiando o exercício do quadro, sendo assim colocou-a sentada na frente e ao seu lado para
que copiasse o exercício, todavia a mesma só fez o cabeçalho. Nesse contexto, a professora
regente copiou o restante no caderno da aluna. A professora mencionou não saber o fato de
que não poderia forçar a aluna a realizar os trabalhos e, nesse caso, foi orientada como
proceder com a aluna. Contudo, ao perceber que mesmo com todo estímulo a aluna não
realizou o trabalho proposto, a professora colocou-a para ajudar a entregar esse material aos
amigos. A turma até o final da tarde não tinha copiado e nem realizado o exercício de
matemática.
A aluna e os demais alunos da turma se dispersam com facilidade durante as aulas
ministradas pela professora regente, tendo em vista que a prática pedagógica da escola é
baseada na proposta tradicional, onde os exercícios são passados no quadro para copiar no
caderno. Nesse sentido, observei que a maioria dos alunos também apresentam dificuldades
de associação da metodologia adotada na classe regular. Com isso, concluímos que os alunos
considerados “normais” também não estão aprendendo nas turmas comuns (BUENO, 2008).
Durante a semana de prova, constatei que as questões eram de difícil compreensão
tanto para aluna com deficiência, como para turma. Sendo assim, a turma solicitou a minha
ajuda na realização das provas, sendo necessário também utilizar algumas estratégias e
adaptações, como; adaptei as questões da prova e utilizei como recurso o alfabeto móvel para
as provas de português, números de 0 a 9 de um jogo matemático e material dourado para a
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prova de matemática. Comentei com a professora regente que a prova dada era de difícil
compreeção e a mesma relatou que não havia sido ela quem a tinha elaborado, e que a
preparação das provas é dividida entre as professoras do segundo ano, manhã e tarde.
Nos dias anteriores, refleti nas estratégias que poderiam ser utilizadas, mesmo não
tendo acesso ao planejamento de aula. Pensei em levar material lúdico e concreto na intenção
de tornar as atividades mais claras e motivadoras para todos e que, da mesma forma,
atendesse à aluna do Projeto Bidocência. Percebi que a aluna, durante o período de aula,
necessitava de propostas pedagógicas diferentes, que chamasse sua atenção, como algo
inusitado.
Como a aluna apresenta maior dificuldade na disciplina de matemática e não
demonstra interesse na realização de provas e exercícios da matéria, conversei com a
professora regente sobre a possibilidade de adaptarmos a prova. Nesse caso, comunicamos à
orientação educacional e à coordenação da unidade escolar, a proposta de adaptação da prova
de matemática.
Durante a realização da prova adaptada, verifiquei que a aluna necessitava de
estratégias motivacionais que possibilitassem uma aprendizagem mais efetiva e mais lúdica, na
tentativa de se alcançar maior entendimento.
Nas questões de linguagem oral e escrita, a aluna consegue perceber alguns fonemas e
grafemas, como também a sequência dos mesmos, ao quais são utilizados para ler e escrever
pequenos textos. Cabe ressaltar, porém, que tudo isso era obtido com o auxilio da professora.
A discente apresenta, ainda, dificuldades de aprender as regras gramaticais apresentadas no
currículo na turma do segundo ano.
No decorrer do projeto pode-se perceber um desenvolvimento no aproveitamento
escolar da aluna e o quanto ela vem aprendendo a cada dia. A professora regente vem se
mostrando bem envolvida na inclusão da aluna, sua concepção de inclusão é positiva, haja
vista que a docente acredita no fato de a diversidade em sala de aula só vem a contribuir, à
medida que as interações proporcionadas por essa esta convivência colaboram com sua
prática pedagógica.
RESULTADOS
Foi identificado que a aluna do projeto Bidocência, assim como os demais alunos da
turma, não se adapta a algumas práticas de sala de aula, como por exemplo: aulas expositivas
para a turma, aprender ouvindo e trabalho de reforço baseado em aprendizados sem
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transformação. Desse modo, os professores devem repensar suas práticas de sala de aula e
todo o espaço de aprendizado na turma, de forma que as atividades propostas, os materiais e
os alunos, possam ser levados em consideração. Diante disso, é importante, por exemplo,
utilizar como motivação estratégias pedagógicas e recursos como o uso da tecnologia assistiva,
a fim de promover o aprendizado. As estratégias utilizados foram: material concreto e lúdico,
jogos educativos diversos, trabalho com imagens, adaptação curricular, uso de tecnologias e
de diferentes instrumentos como suporte e a elaboração de tecnologia assistiva ( elaboradas
no laboratório de aprendizagem).
Durante minha atuação fui percebendo as necessidades de mudanças na estratégia
com a aluna, partindo da análise do diário reflexivo, pois quando uma pessoa relata os fatos
vividos por ela mesma, percebe o reconstruir a trajetória percorrida, dando-lhe novos
significados. Sendo assim, foi-me proporcionada uma reflexão ante a minha própria prática
pedagógica, provocando mudanças tanto na minha atuação, como na minha relação com a
professora, tornando a relação amigável e também contribuindo para o processo colaborativo.
Segundo a professora regente, durante a nossa convivência a minha colaboração
proporcionou um olhar mais crítico em relação a sua prática e possibilitou o aprofundamento
sobre o assunto inclusão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Partindo desta experiência da professora da Bidocência e analisando a prática e o
andamento do projeto, propõe-se que, nesse contexto de um cenário educacional inclusivo,
abram-se novas perspectivas de inclusão educacional para alunos com deficiência, tornando
relevante a investigação sobre as maneiras pelas quais a escola pode atuar no
desenvolvimento de ações que promovam efetivamente a educação e inserção destes alunos.
Conclui-se, portanto, que se tornam imprescindíveis a realização de estudos sobre processos
educacionais e práticas pedagógicas que possam proporcionar uma educação dentro dessa
nova perspectiva.
Assim, pode-se perceber a importância desse relato de experiência a partir da
abrangência proporcionada pelo tema, buscando-se a promoção da inclusão e a permanência
de alunos com necessidades especiais nas turmas regulares.
Baseado nos resultados obtidos através de análise do diário de campo e do portifólio
do projeto Bidocência, que permanece em estudo, a aluna tem apresentando avanços
significativos na aprendizagem. Os resultados demonstraram, igualmente, que a atuação
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desempenhada pela professora de educação especial e o professor regente no processo
colaborativo, principalmente de forma compartilhada, foi fundamental para as transformações
das práticas pedagógicas de professores.
Nesse processo de cooperação e construção, a professora Bidocente proporcionou um
novo olhar para que o professor regente realize suas atividades de forma mais acessíveis e
motivadoras. Diante disso, há a necessidade de elaborar mais pesquisas sobre as
possibilidades da proposta Bidocente entre educação regular e especial nas escolas.
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