“A minha casa é o caminho do mar…” Há muito, muito tempo, bem

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“A minha casa é o caminho do mar…”
Há muito, muito tempo, bem antes da carta de Vaz de Caminha ter sido
escrita, houve um belo, forte e sedutor marinheiro que por onde passava
conquistava todos apenas com um olhar.
Desde criança que Diego de Sangala ouvira falar que a Terra era
quadrada, e não só, também lhe diziam que quando se chegava à divisão do
Oceano Atlântico e do Oceano Pacífico havia um enorme precipício. As
pessoas chamavam a este precipício “A Boca do Diabo”. Todos os marinheiros
que se aventuravam a atravessá-lo não voltavam para contar a história.
Durante a adolescência de Diego de Sangala, comprovaram que a Terra
não era quadrada mas sim redonda. Então, como Diego era um jovem curioso
e aventureiro começou à ler pergaminhos, mapas e cartas que comprovassem
a existência da “Boca do Diabo”, mas como era de se esperar ele não
encontrou nada.
Com apenas vinte anos, Diego casou-se com uma bela e jovem senhora
que se nomeava Duquesa Mariana. Mariana era fascinada pela curiosidade do
seu marido mas não concordava que ele se aventurasse a navegar por águas
desconhecidas.
Certo dia, Diego chega a casa e virá um convite do rei para ir
argumentar sobre a sua ideia de navegar por estranhas marés.
O rei que também era amante de mar e do desconhecido aceitou os
argumentos de Diego e assim o nomeou capitão de uma nova esquadra que ia
rumo ao fim do mundo.
Dias antes da esquadra de Diego partir, uma velha mendiga pediu-lhe
esmola e como era de se esperar Diego deu-lhe. Quando ele ia embora a velha
mendiga seguiu-o. Quando o conseguiu apanhar, segurou-o pelo braço com a
força de um leão e disse-lhe:
- Meu nobre senhor! Sei que o seu coração é muito bondoso e a sua
alma é livre de todos os males, mas há quem não saiba! Existem muitos nobres
enfurecidos consigo, pois conseguiu o concedimento do rei para esta aventura
e invejam a sua coragem. Tome cuidado, pois os seus voltaram-se contra si!
Não confie em ninguém, nem na sua própria sombra…
Como que por magia a velha desapareceu, mas deixou um mapa. Ele
pegou no mapa e foi para casa.
Diego chegou a casa em estado de nervos. Estava pálido como a neve e
tremia da cabeça aos pés. Sua esposa quando o vira naquele estado, gritou
pela criada e ambas ajudaram-no a subir para o seu quarto. Lá descansou.
Quando ficou calmo abriu o mapa que a velha mendiga deixara. Diego não
conseguiu acreditar no que estava a ver. Conseguira encontrar o mapa que
procurava desde a sua adolescência? A resposta era sim, e se havia um mapa
certamente alguma esquadra desconhecida conseguirá voltar desta aventura.
As expectativas de Diego aumentavam cada dia mais.
Chegado o dia de sua partida, Diego estava ansioso, excitado e não
conseguia esperar por chegar ao seu destino.
Na sua primeira noite em alto-mar, Diego sonhou com aquela velha
mendiga a transformar-se numa bela mulher, ela tinha um belo vestido branco,
cabelos dourados e uma coroa feita de diamantes, rubis, ouro branco e
ametistas. No sonho de Diego a velha que parecia um anjo disse-lhe o que
tinha de fazer para chegar à “Boca do Diabo”. Quando terminou de falar a velha
começou a cantar:
A minha casa não é a terra
A minha casa é o mar
Cantar e dançar
Não há nada que me faça parar
Sonhar com as novas terras que me aparecerão
E superar as dificuldades que virão.
No dia seguinte, Diego acordou e não conseguia parar de pensar no seu
sonho, naquela linda melodia que não saia da sua mente. Os dias passavam e
Diego sonhava cada vez mais com aquela linda melodia.
Passaram meses sem avistar terra. A tripulação estava prestes a fazer
uma revolta, mas as esperanças de Diego aumentavam.
Vários meses depois a tripulação de Diego avistou terra. Nesta terra
encontraram um povo humilde que os abrigaram, deram comida e água para
vários meses em alto-mar.
Depois de anos em alto-mar Diego encontrou a “Boca do Diabo”, mas
não bastava, eles tinham que a atravessar.
A música que estava na cabeça do Diego insistia em sair e como por milagre
Diego e sua tripulação começaram a cantar:
A minha casa não é a terra
A minha casa é o mar
Cantar e dançar
Não há nada que me faça parar
Sonhar com as novas terras que me aparecerão
E superar as dificuldades que virão.
E mais milagre foi quando a “Boca do Diabo” fechou e Diego e a sua
tripulação conseguiram atravessá-la.
Quando voltaram para a sua terra ninguém acreditava que eles tivessem
voltado vivos daquela aventura, mas como se diz só quem viu pode acreditar.
Daiany Brito
6ºI Nª 24
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