PROCESSOS BÁSICOS DE COMPORTAMENTO HUMANO MOTIVAÇÃO Cristiani Arline da Silva1 Deise Daiane Sobrinho2 Grasieli Helena Lenz3 Luz Marina Mereles4 Sandra Inês Lindne5r A motivação depende principalmente do ambiente que você se encontra, das pessoas que estão trabalhando com você, do contexto em geral, pois não adianta ser motivado somente através de promoção, reconhecimento, entre outros. Motivação é um conjunto de fatores que falta às organizações programarem e visualizar. A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Porém podemos concordar que o interior é diariamente influenciado pelo meio externo, isso inclui pessoas e coisas. Podemos nos sentir influenciados pelo entusiasmo de alguém que nos motiva a fazer algo. Já em determinadas situações e dependendo do temperamento da pessoa, ou mesmo da sua personalidade geral, pode oferecer certa independência ao meio externo. Ou seja, sua força interior de motivação é alta e "não precisa" de ajuda ou baixa e "precisa de apoio". O nível de motivação é influenciado por diversos fatores como a personalidade da pessoa, suas percepções do meio ambiente, interações humanas e emoções. Um comportamento motivado se caracteriza pela energia relativamente forte nele dispendida e por estar dirigido para um objetivo ou meta. As condições materiais de existência do homem são determinantes e 1 Aluna do curso de formação de docentes do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Santa Helena – Paraná. 2 Aluna do curso de formação de docentes do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Santa Helena – Paraná. 3 Aluna do curso de formação de docentes do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Santa Helena – Paraná. 4 Aluna do curso de formação de docentes do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Santa Helena – Paraná. 5 Professora de Fundamentos Psicológicos da Educação I do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Santa Helena – Paraná. Pedagoga pela UNIOESTE – Extensão Santa Helena/PR e Psicopedagoga pela UNIPAN – Cascavel/PR. determinadas por sua motivação. A classe social a qual o indivíduo pertence, suas oportunidades educacionais, sua vida profissional, sua realidade concreta são fundamentais para sua motivação. A motivação é um fator fundamental no processo de desenvolvimento do ser humano. Todas as ações do indivíduo são guiadas por motivos que se constituem num desafio constante para ele. Os motivos humanos ativam o organismo, orientam e reforçam as condutas humanas, buscando atingir de forma satisfatória determinados objetivos e um conseqüente grau de satisfação. Fator fundamental no processo de desenvolvimento do ser humano. Todas as ações do indivíduo são guiadas por motivos que se constituem num desafio constante para ele. Os motivos humanos ativam o organismo, orientam e reforçam as condutas humanas, buscando atingir de forma satisfatória determinados objetivos e um conseqüente grau de satisfação. Motivo condição interna – persistir num comportamento orientado para um objetivo / transformação ( sede, curiosidade, realização); Incentivo: condição externa para o qual o comportamento se dirige / positivosucesso e negativo–isolamento social; Positivo: aquele no qual o comportamento se dirige (sucesso, alimento, dinheiro). Negativo: aquele no qual o individuo procura se afastar-se (isolamento social); Impulso (ativador): força que põe o organismo em movimento, conseqüência de uma necessidade – fome, conseqüência da necessidade do alimento; Algumas classificações apresentam os motivos em três categorias (Aragão, 1976, p. 70 e Edwards, 1973, p. 71): - motivos relacionados com as necessidades fisiológicas ou motivos de sobrevivência. - motivos relacionados com a interação com outras pessoas ou motivos sociais; - motivos relacionados com a competência ou o EU ou, simplesmente motivos do EU. Os motivos de sobrevivência são os que se baseiam nas necessidades fisiológicas ou quaisquer condições que afetem diretamente a sobrevivência do indivíduo. A fome é a condição do indivíduo privado de alimento, é também, uma experiência consciente que se constitui numa sensação de dor moderada no estômago e uma sensação geral de perda de vigor. A sede é a condição de uma pessoa necessitada de água. A sede provoca uma sensação de secura na boca e garganta, mas não parece ser apenas esta sensação que produz a ingestão de água e sim, também, a ação de mecanismo reguladores com centro no cérebro. A sede é entendida, por alguns autores, como uma fome específica. A necessidade de ar é uma necessidade da qual só nos damos conta ocasionalmente porque não estamos frequentemente experimentando carência como costuma acontecer com relação ao alimento, à água ou ao sono. A necessidade de ar é interpretada, comumente, como uma necessidade de oxigênio. A pessoa pode ser privada de oxigênio sem que isso a faça tomar consciência da privação. O sono é um estado do organismo que pode ser traduzido como estado de atividade, receptividade e vigilância reduzidas. A privação do sono produz uma reduzida receptividade aos estímulos e um decréscimo de eficiência no desempenho de atividades simples como, por exemplo, a fala e a escrita. A dor é considerada, também, como um impulso relacionado às necessidades básicas, porém difere das demais no sentido de que é um motivo aversivo, isto é, provoca um comportamento de fuga ou esquiva. O medo é considerado como uma reação inerente à dor ou a outros estímulos nocivos, e os estudos a respeito, indicam que o medo pode ser aprendido. O termo fadiga é usado indistintamente para denotar um estado motivacional do organismo associado a uma necessidade de descanso, um tônus de sentimento negativo ou qualquer decréscimo de uma resposta em continuação de um exercício prolongado ou repetido. Também se usa muito uma quarta categoria, que denota uma fadiga a longo prazo, crônicas ou clínica. Fadiga é um termo aplicado a varias condições, desde um decréscimo na curva de trabalho de um só músculo, até um estado de colapso total do organismo. A necessidade de receber informação é observada na criança desde muito cedo, no comportamento ativo de procurar informações no meio ambiente. O motivo de curiosidade ou a necessidade de receber estimulação informativa foi estudada experimentalmente, privando-se indivíduos normais de receber informação sensorial de qualquer tipo. Os Motivos sociais são os que exigem, para sua expressão a presença ou participação de outros indivíduos da mesma espécie. Muitas vezes entendido como um motivo reprodutivo, juntamente com o comportamento maternal, o sexo não está relacionado entre os motivos de sobrevivência por não ser essencial para a sobrevivência individual. O sexo talvez seja um motivador poderoso do comportamento humano por ter a influência da aprendizagem. Em culturas onde o sexo é tratado de forma banal e não suprimida, ele não é um motivo importante. Os comportamentos maternais podem ser entendidos como dirigidos para a reprodução da espécie. Entende-se por motivo de afiliação a tendência para estar com outros indivíduos semelhantes. O motivo de recebe, provavelmente, a influência de aprendizagem, já que o ser humano aprende, desde cedo, que é da presença de outros seres humanos que lhe advém a satisfação de suas necessidades. O motivo de afiliação é o responsável por uma série de comportamentos, como, por exemplo, o fato de usarmos de cortesia nas relações sociais. O motivo de prestígio é entendido como responsável pelos comportamentos de obtenção e manutenção da aprovação, estima e reconhecimento dos outros. Os motivos do EU são os que contribuem para a defesa e revigoração da imagem que cada pessoa possui de si mesma. Também à necessidade de realização, necessidade de informação consonante. Pode ser entendido como uma necessidade de agir conforme padrões de excelência, procurando fazer o melhor possível, com desejo de sucesso. A formação e desenvolvimento do motivo de realização parecem estar relacionados ao tipo de educação familiar recebida. A necessidade de informação consonante é comum a todo o ser humano, e a presença de informação dissonante produz um motivo orientado no sentido de estabelecer a consonância ou reduzir a dissonância. O estudo da motivação vem se desenvolvendo rapidamente nas últimas décadas e promete ampliar consideravelmente os conhecimentos sobre o tema, para o futuro. O estado de desenvolvimento desejável, para a ciência, seria aquele em que se encontrasse uma única teoria da motivação, que integrasse harmoniosamente todas as descobertas científicas. Atualmente, no entanto, existem diferentes modelos teóricos de interpretação do processo motivacional. O Behaviorismo foi iniciado por John B. Watson (1878-1958) em 1913 e inclui nomes importantes como o de Guthrie, Hull e Skinner. O Behaviorismo é um sistema teórico da psicologia que propõe um estudo completamente objetivo do homem, insistindo que o comportamento (behavior) deve ser a única fonte de dados psicológicos. A motivação, na teoria behaviorista, tem como ponto central o conceito de impulso, entendido como a força que impele à ação, atribuível às necessidades primárias. Essa abordagem “vê a execução de uma resposta como se fosse exclusivamente determinada pelo hábito e o impulso. O Behaviorismo considerou todo comportamento uma função do impulso e do hábito. O impulso leva o organismo cegamente à ação. Os hábitos são criados pela contigüidade da resposta ao reforço. A presença do reforço reduz o impulso. A maior crítica que recebe esta abordagem refere-se ao fato de ignorar que, na maioria das vezes, nosso comportamento é consciente, que reagimos ao mundo externo segundo nossa interpretação de estímulos. A abordagem cognitiva da motivação se propõe a levar em consideração o que se “passa na cabeça” do organismo que se comporta. Segundo a teoria cognitiva, não há um estabelecimento automático de conexões estímulo-resposta, o indivíduo antevê conseqüências de seu comportamento porque adquiriu e elaborou informações nas suas experiências. Kurt Lewin é considerado um dos precursores da abordagem cognitiva. Para ele, a motivação depende do modo como a pessoa percebe o estado de coisas que influencia o seu comportamento, e o que é percebido nem sempre corresponde à situação real. Tolman é um importante cognitivista, um dos mais célebres opositores da teoria Behaviorista. As teorias cognitivas reconhecem que o comportamento e seu resultado dependerão tanto das escolhas conscientes do indivíduo, como dos acontecimentos do meio sobre os quais não tem controle e que atuam sobre ele. Freud é o fundador da psicanálise ou teoria psicanalítica que é o campo de hipóteses sobre o funcionamento e desenvolvimento da mente no homem. Se interessa tanto pelo funcionamento mental normal como pelo patológico. Freud demonstrou que o homem não é apenas um ser racional. há impulsos irracionais que nos influenciam. O “id”, “ego” e “superego” são conceitos básicos da teoria freudiana e formam a estrutura da personalidade. O id foi entendido como um reservatório de impulsos instintivos, em busca da satisfação e completamente inconsciente. O ego seria o sistema que, entrando em contato com o mundo exterior, procuraria satisfazer as exigências instintivas do id. O superego se formaria pela internalizarão dos valores e atitudes sociais. Os três sistemas entrariam, ocasionalmente, em conflito, já que as exigências do id nem sempre são vistas com bons olhos pelo superego, principalmente aquelas relacionadas com a agressão e a satisfação sexual. A motivação do comportamento é, portanto, em boa medida, proveniente do id inconsciente e o comportamento resulta da interação, conflituosa ou não, entre os três sistemas. Fenômenos inconscientes tais como os sonhos, lapsos e sintomas neuróticos aparentemente irracionais, podem ser interpretados como manifestações da atividade inconsciente. Freud afirma que todas as atividades humanas podem ser analisadas de acordo com o princípio de prazer, pelo qual opera o id, prazer incluindo a satisfação inconsciente. Uma crítica freqüente à teoria psicanalítica é de que seus conceitos e postulados não são passíveis de verificação empírica, apesar de que o valor da concepção da motivação inconsciente é amplamente reconhecido. A teoria humanista é um termo genérico que designa uma abordagem da psicologia compartilhada por psicólogos contemporâneos que se mostram insatisfeitos com as concepções de homem até agora fornecidos pelos estudos psicológicos científicos. Dentre as principais figuras do movimento humanista destacam-se Rogers e Maslow. BIBLIOGRAFIA PISANI, Elaine Maria. Psicologia Geral, por Elaine Maria Pisani, Guy Paulo Bisi, Antonio Rizzon e Ugo Nicoletto. 9ª ed. Revisada e atualizada. Porto Alegre, Editora Vozes, 1990.