Movimento Rotacional Mecânica dos Sólidos Prof. MSc. Rafael Augusto R de Paula Momento de Inércia de um Sistema de Partículas Momento de Inércia para um Corpo Contínuo ENERGIA CINÉTICA ROTACIONAL 2 Momento de Inércia de um Sistema de Partículas 1 𝐾= 2 𝒎𝒓𝟐𝒊 𝜔2 𝒊 A grandeza ente é chamada momento de inércia I do corpo rígido: 𝑚𝑟𝑖2 𝐼= 𝑖 Fig. 1 - Um corpo rígido girando ao redor do eixo z com velocidade angular 𝜔. A energia cinética da partícula de 1 massa 𝑚𝑖 é 𝑚𝑖 𝑣𝑖2 . A energia cinética do corpo rígido é 2 chamada sua energia cinética rotacional. 3 Energia Cinética Rotacional e Momento de Inércia • Portanto, podemos expressar a energia cinética do corpo rígido como: 1 2 𝐾 = 𝐼𝜔 2 • Pela definição do momento de Inércia percebe-se que ele tem dimensões de ML² (𝑘𝑔 ∙ 𝑚2 em unidades de SI). 4 Energia Cinética Rotacional e Momento de Inércia • O momento de inércia é o análogo rotacional da massa. • Momento de inércia é uma medida da resistência à variação na velocidade angular de um sistema, depende da massa do corpo rígido e de como a massa está distribuída ao redor do eixo de rotação. • O momento de inércia de um corpo em relação a um eixo depende tanto da massa quanto da distribuição de massa em relação ao eixo. 5 Um Sistema de Partículas Girando • Exemplo 1 - Um corpo em quatro partículas pontuais, cada uma de massa 𝑚, ligadas por hastes rígidas sem massa, formando um retângulo de lados 2𝑎 e 2𝑏, como mostra a Fig. 2. O sistema gira com rapidez angular 𝜔 em torno de um eixo do plano da figura que passa pelo seu centro, como mostrado A) Determine a energia cinética do corpo, usando as equações: 1 𝐼 = 𝑖 𝑚𝑟𝑖2 e 𝐾 = 𝐼𝜔2 2 B) Confira seu resultado, separando, a energia cinética de cada partícula e somando. Fig. 2 – Exemplo 1 Resposta: A) 𝐾 = 2𝑚𝑎2 𝜔2 B) 𝐾 = 2𝑚𝑎2 𝜔2 Os dois cálculo levam ao mesmo resultado, o que testa a plausibilidade 6 Momento de Inércia para um Corpo Contínuo • Para calcular o momento de inércia de corpos contínuos, considera-se o corpo como constituído de um contínuo de elementos de massa muito pequenos, Δ𝑚𝑖 . Assim a soma finita 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 torna-se uma integral: 𝑟𝑖2 Δ𝑚𝑖 = 𝐼 = lim Δ𝑚𝑖 →0 𝑟 2 𝑑𝑚 𝑖 • Pode-se calcular o momento de inércia em termos do comprimento, área ou volume de seus elementos. Expressando em forma diferencial o elemento 𝑑𝑚, respectivamente: 𝜆𝑑ℓ − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝜎𝑑𝐴 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑚 = 𝜌𝑑𝑉 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 7 Cálculo do Momento de Inércia para Corpos Contínuos – Exemplos • Momento de Inércia de uma barra fina homogênea de comprimento 𝐿 e massa 𝑀 em relação a um eixo que passa perpendicularmente por uma das suas extremidades. 1 𝐼𝑦 = 𝑀𝐿2 3 8 Cálculo do Momento de Inércia para Corpos Contínuos – Exemplos • Aro em relação a um eixo que passa perpendicularmente pelo seu centro: 𝐼 = 𝑀𝑅2 9 Cálculo do Momento de Inércia para Corpos Contínuos – Exemplos • Disco homogêneo em relação a um eixo que passa perpendicularmente pelo seu centro 1 𝐼 = MR2 2 10 Cálculo do Momento de Inércia para Corpos Contínuos – Exemplos • Aro em relação a um eixo que passa perpendicularmente pelo seu centro: 1 𝐼 = 𝑀𝑅2 2 11 Momentos de Inércia de Corpos Homogêneos de Várias Formas 12 O Teorema dos Eixos Paralelos 𝐼 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝑀ℎ2 13 Um corpo girando em torno de um eixo paralelo a um eixo que passa pelo seu centro de massa, sendo h a distância entre os dois eixos. Aplicando o Teorema dos Eixos Paralelos Resposta: 1 𝐼= 𝑀𝐿2 12 • Uma barra fina e homogênea, de massa 𝑀 e comprimento 𝐿 sobre o eixo possui uma de suas extremidades na origem. • Calcule o momento de inércia em relação a 𝑦’, que é paralelo ao eixo y e passa pelo centro da barra: a) Usando o teorema dos eixos paralelos. b) Por integração direta. 15 Grandezas Angulares e Vetores Segunda Lei de Newton para a Rotação Torque e Quantidade de Movimento Angular A NATUREZA VETORIAL DA ROTAÇÃO 16 Grandezas Angulares e Vetores AS GRANDEZAS ANGULARES SÃO VETORES? • A questão que se levanta é a seguinte: “No caso mais geral, podemos expressar o deslocamento, a velocidade e a aceleração angular de um corpo rígido em rotação através de vetores?” • A resposta é um “sim” cauteloso. 17 Sentido do Vetor Velocidade Angular 18 Grandezas Angulares e Vetores • A representação de grandezas angulares por meio de vetores não é tão fácil de compreender como a representação de grandezas lineares. • Instintivamente, esperamos que algo se mova na direção do vetor. Não é o que acontece. • No mundo das rotações puras, um vetor define um eixo de rotação, não uma direção de movimento. • A aceleração angular α obedece as mesmas regras. 19 Deslocamentos Angulares • Para ser representada como um vetor, uma grandeza também precisa obedecer às regras da soma vetorial, uma das quais diz que, quando somados dois vetores, a ordem na qual os vetores são somados é irrelevante. O deslocamento angular não passa neste teste (Veja a figura). • Embora os dois deslocamentos angulares sejam iguais nos dois casos, a ordem é diferente e o livro termina com orientações diferentes. 20 Segunda Lei de Newton para a Rotação Calculando Torques Torque e o Produto Vetorial Torque e Momento Angular TORQUE E QUANTIDADE DE MOVIMENTO ANGULAR 21 Segunda Lei de Newton para a Rotação II) Se as mesmas forças são aplicadas nos I) Um disco é posto para girar pelas forças 𝐹1 e 𝐹2 exercidas tangencialmente mesmos pontos, mas em uma direção radial o disco não começará a girar. nas bordas. III) Se as mesmas forças são aplicadas tangencialmente, mas em pontos mais próximos ao centro do disco, o disco não ganha rapidez angular tão rapidamente. Percebe-se que os sentidos destas forças e seus pontos de aplicação são importantes. 22 Segunda Lei de Newton para a Rotação Torque em Relação a um Eixo A figura mostra uma partícula de massa m presa por uma das extremidades, a partícula está limitada a se mover em um círculo de raio r. Uma única força 𝐹 é aplicada. Pela segunda lei de Newton: 𝐹𝑡 = 𝑚𝑎𝑡 Substituindo 𝑎𝑡 por 𝑟𝛼 e multiplicando os dois lados por 𝑟: 𝑟𝐹𝑡 = 𝑚𝑟 2 𝛼 O produto 𝑟𝐹𝑡 é o TORQUE 𝜏 em relação ao eixo de rotação associado à força. Isto é: 𝜏 = 𝑟𝐹𝑡 23 Segunda Lei de Newton para a Rotação • Substituindo 𝑟𝐹𝑡 por 𝜏: 𝜏 = 𝑚𝑟 2 𝛼 • Um corpo rígido que gira em torno de um eixo fixo é simplesmente uma coleção de partículas restritas a um movimento circular com as mesmas 𝜔 e 𝛼. • Agora somamos os torques sobre todas as partículas do corpo rígido e teremos o torque resultante sobre o corpo rígido: 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 𝛼𝑖 = 𝜏𝑖 = 𝑖 𝑖 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 𝛼 𝑖 24 Segunda Lei de Newton para a Rotação • Portanto: 𝜏 = 𝐼𝛼 SEGUNDA LEI DE NEWTON PARA A ROTAÇÃO • O torque resultante agindo sobre o corpo rígido é proporcional a sua aceleração angular. • A constante de proporcionalidade é o momento de inércia • Esta equação é o análogo rotacional da segunda lei de Newton para o movimento de translação: 𝐹 = 𝑚𝑎. 25 Enigma Rápido 10.9 • (SERWAY, 2007) Se você desliga o esmeril da sua oficina ao mesmo tempo em que sua furadeira elétrica, o esmeril leva muito mais tempo para parar de girar. Por que? Resposta: Tanto o esmeril quanto a furadeira tornam-se mais lentos devido ao torque de atrito nas rolimãs do motor. Vamos considerar que esse torque devido ao atrito nas rolimãs seja aproximadamente o mesmo nas duas ferramentas . O esmeril é um disco grande com uma massa elevada, e a parte que gira em uma furadeira elétrica é um cilindro pequeno de massa relativamente pequena. Assim, o esmeril tem um momento de inércia maior que a broca da furadeira, tanto devido à sua massa maior quanto devido à sua forma. De acordo com a equação 𝜏 = 𝐼𝛼, um momento de inércia maior resulta em uma aceleração angular menor para o mesmo torque e um tempo correspondente maior para atingir o repouso. 26 Calculando Torques • A força 𝐹 produz um torque 𝜏 = 𝑟𝐹𝑡 ; • Da figura podemos ver que: 𝐹𝑡 = 𝐹 sin 𝜙 • Assim, podemos escrever o torque como: 𝜏 = (𝐹 sin 𝜙)𝑟 27 𝜙 é o ângulo entre as direções radial e da força. Calculando Torques • A linha de ação de uma força é a linha paralela à força que passa pelo seu ponto de aplicação, podemos ver que: 𝑟 sin 𝜙 = ℓ • Consequentemente: 𝜏 = 𝐹ℓ EXPRESSÕES EQUIVALENTES PARA O TORQUE: 𝜏 = 𝐹𝑡 𝑟 = 𝐹 sin 𝜙𝑟 = 𝐹ℓ Linha de Ação ℓ é o braço de alavanca , distância perpendicular entre A e a linha de ação. 28 Exemplo 10.6 - O Torque Resultante sobre um Cilindro (SERWAY, 2007) Um cilindro maciço tem a forma mostrada na figura com um núcleo projetando-se para fora da parte cilíndrica maior. O cilindro é livre par girar ao redor do eixo central mostrado no diagrama. Uma corda enrolada ao redor da parte cilíndrica maior de raio 𝑅1 , exerce uma força 𝑇1 para a direita sobre o cilindro. Uma corda enrolada ao redor do núcleo, de raio 𝑅2 exerce uma força 𝑇2 para baixo sobre o cilindro. (a) Qual é o torque resultante agindo sobre o cilindro ao redor do eixo de rotação? (b) Suponha que 𝑇1 = 5,0 𝑁, 𝑅1 = 1,0 𝑚, 𝑇2 = 6,0 𝑁, e 𝑅2 = 0,50 𝑚. Qual é o torque resultante ao redor do eixo de rotação e em qual sentido o cilindro vai começar a girar se parte do repouso? 29 Segunda Lei de Newton Exercício 1) O aparelho da figura é chamado de máquina de Atwood e é usado para medir a aceleração de queda livre 𝑔 medindo-se a aceleração dos dois blocos ligados pelo fio que passa pela polia. Suponha uma polia sem massa e sem atrito e um fio sem massa. (a) desenhe o diagrama de corpo livre de cada bloco. (b) Use os diagramas de corpo livre e as leis de Newton para mostrar que a magnitude da aceleração de cada bloco e que a tensão no 𝑚1 −𝑚2 2𝑚1 𝑚2 fio são 𝑎 = 𝑔e𝑇 = 𝑔 (𝑚1 +𝑚2 ) (𝑚1 +𝑚2 ) (c) Estas expressões fornecem resultados plausíveis se 𝑚1 = 𝑚2 ? Explique 30 Dois Blocos e uma Polia Exercício 2) O sistema mostrado na figura é largado do repouso. A massa da polia não é desprezível, mas o atrito no suporte é desprezível. O fio não deslize na polia. Dado que 𝑚1 > 𝑚2 , o que se pode dizer das tensões 𝑇1 e 𝑇2 ? 31 Dois Blocos e uma Polia • Exercício 2) Resposta: Após a largada, 𝑚1 vai acelerar para baixo, 𝑚2 vai acelerar para cima e a polia vai acelerar angularmente no sentido anti-horário. Como 𝑚1 acelera para baixo, a força resultante sobre esse bloco deve ser para baixo: 𝑚1 𝑔 < 𝑇1 Como 𝑚2 acelera para cima, a força resultante sobre este bloco deve ser para cima: 𝑇2 > 𝑚2 𝑔 Como a aceleração angular da polia é anti-horária , o torque resultante sobre ela deve ser anti-horário. Como os dois braços de alavanca são iguais, torque maior significa tensão maior: 𝜏1 > 𝜏2 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑇1 > 𝑇2 Combinando os três resultados: 𝑚1 𝑔 > 𝑇1 > 𝑇2 > 𝑚2 𝑔 32 Exemplo 10.10 - Uma Máquina de Atwood com uma Polia com Massa (SERWAY, 2007) Analisamos uma máquina de Atwood na qual dois corpos com massas desiguais estão dependuradas por um fio que passa por uma polia leve sem atrito. Imagine que a polia, que é modelada como um disco, tenha massa M e raio R, e que a superfície da polia tenha atrito, de forma que o fio não deslize sobre a polia. Vamos supor que o torque de atrito atuando na rolimã da polia seja desprezível. Calcule o módulo da aceleração dos dois corpos. Resposta: 𝑎= 𝑚1 −𝑚2 1 𝑚1 +𝑚2 +2𝑀 𝑔 33 Exercícios Exercício 3) Para exercitar-se sem sair do lugar, você montou sua bicicleta sobre um suporte, de forma que a roda traseira fico livre para girar. Enquanto você pedala, a corrente exerce uma força de 18 𝑁 sobre a catraca traseira, a uma distância 𝑟 = 7,0 𝑐𝑚 do eixo de rotação da roda. Considere a roda como um aro 𝐼 = 𝑀𝑅2 de raio 𝑅 = 35 𝑐𝑚 e massa 𝑀 = 2,4 𝑘𝑔. Qual é a velocidade angular da roda 5,0 𝑠 depois? Resposta: 𝜔 = 21,4 𝑟𝑎𝑑/𝑠 34 Uma Barra Homogênea Pivotada Exercício 4) Uma barra fina homogênea de comprimento 𝐿 e massa 𝑀 é articulada em uma de suas extremidades. Ela é largada da posição horizontal. Despreze o atrito e a resistência do ar. Determine (a) A aceleração angular da barra, imediatamente após ser largada; (b) A magnitude da força 𝐹𝐴 exercida sobre a barra pelo pivô neste instante Resposta: 3𝑔 a) 𝛼 = 1 2𝐿 b) 𝐹𝐴 = 4 𝑀𝑔 35 Dois Blocos e uma Polia II Exercício 5) Dois blocos estão ligados por um fio que passa por uma polia de raio R e momento de inércia I. O bloco de massa 𝑚1 desliza sobre uma superfície horizontal sem atrito; o bloco de massa 𝑚2 está suspenso pelo fio. Determine a aceleração 𝑎 dos blocos e as tensões 𝑇1 e 𝑇2 . O fio não desliza na polia. Resposta: • 𝑎= • 𝑇1 = • 𝑇2 = 𝑚2 𝑚1 +𝑚2 + 𝑚2 𝐼 2 𝑅 𝐼 2 𝑚1 +𝑚2 + 𝑅 𝐼 2 𝑚1 + 𝑅 𝐼 2 𝑚1 +𝑚2 + 𝑅 𝑔 𝑚1 𝑔 𝑚2 𝑔 36 Torque e o Produto Vetorial • O vetor torque é definido como igual ao produto vetorial de 𝑟 e 𝐹 : 𝜏 =𝑟×𝐹 37 O Produto Vetorial • O produto vetorial 𝐴 × 𝐵 é um terceiro vetor 𝐶 tendo um módulo 𝐴𝐵 sin 𝜃. • O vetor 𝐶 é perpendicular ao plano formado por 𝐴 e 𝐵. • Sua direção é determinada pela regra da mão direita. 38 Torque e o Produto Vetorial • Na figura, o vetor torque tem magnitude Fr e a direção do eixo de rotação como o sentido mostrado. 39 Produto Vetorial – Vetores Unitários Sistema coordenado direito. O produto vetorial feito na ordem das setas da figura (sentido horário) é positivo (𝑖 × 𝑗 = 𝑘). Na ordem inversa, o sinal é negativo. 40 Enigma Rápido 10.6 • Tanto o torque quanto o trabalho são produtos de força e distância. De que forma eles são diferentes? Torque e trabalho apresentam duas diferenças importantes. A diferença principal é que o vetor deslocamento na expressão trabalho é direcionado de forma paralela à força, mas o vetor posição na expressão do torque é perpendicular à força. A segunda diferença depende se há ou não movimento – no caso do trabalho, é realizado trabalho apenas se a força consegue causar um deslocamento do ponto de aplicação da força. Por outro lado, uma força aplicada em uma distância perpendicular ao eixo de rotação resulta em um torque, havendo ou não movimento. 41 Exercício Exercício 6) Uma partícula está localizada no vetor posição 𝑟 = 𝑖 + 3j 𝑚, e a força agindo sobre ela é 𝐹 = 3𝑖 + 2𝑗 𝑁. Qual é o torque sobre a partícula ao redor de um eixo passando: (a) Pela origem? (b) Por um ponto tendo coordenadas (0, 6)m? (SERWAY, p. 330, vol.1, 2007). 42 Torque e Momento Angular Momento Angular de um Corpo com Momento de Inércia I Segunda Lei de Newton para o Movimento de Rotação Lei da Conservação da Quantidade de Movimento Angular TORQUE E MOMENTO ANGULAR 43 Torque e Momento Angular Uma partícula de massa m se movendo com velocidade 𝑣 na posição 𝑟 em relação a origem. Tem quantidade de movimento linear: 𝑝 = 𝑚𝑣 A quantidade de movimento angular 𝐿 da partícula em relação a origem O é definida como: 𝐿 =𝑟×𝑝 44 Torque e Momento Angular A figura mostra uma partícula de massa m, presa a um disco circular de massa desprezível, movendo-se em um círculo no plano xy que tem o centro na origem, o disco gira em torno do eixo z, com rapidez angular 𝜔, deste modo: 𝐿 × 𝑝 = 𝑟 × 𝑚𝑣 = 𝑟𝑚𝑣 sin 90°𝑘 𝐿 × 𝑝 = 𝑟𝑚𝑣𝑘 = 𝑚𝑟 2 𝜔𝑘 = 𝑚𝑟 2 𝜔 45 Torque e Momento Angular • Como 𝑚𝑟 2 é o momento de inércia de uma única partícula em relação ao eixo z, temos • 𝐿 = 𝑚𝑟 2 𝜔 = 𝐼𝜔 • Neste exemplo, o vetor quantidade de movimento angular tem a mesma orientação do vetor velocidade angular. 46 Torque e Momento Angular • A figura mostra o vetor quantidade de movimento angular 𝐿′ da mesma partícula, mas com 𝐿′ calculado em relação a um ponto do eixo 𝑧 que não está no centro do círculo. Neste caso, a quantidade de movimento angular não é paralelo ao vetor velocidade angular 𝜔. 47 Momento Angular de um Corpo com momento de Inércia I • Um corpo rígido quando ao redor de um eixo, cada partícula de massa 𝑚𝑖 no corpo rígido descreve uma trajetória circular de raio 𝑟𝑖 , com velocidade tangencial 𝑣𝑖 . Assim o momento angular total: 𝐿= 𝑚𝑖 𝑣𝑖 𝑟𝑖 𝑖 • Temos que: 𝑣𝑖 = 𝜔𝑟𝑖 .Num corpo rígido todas as partículas se movem com mesmo 𝜔: 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 𝜔 𝐿= • Reconhecemos que 𝐼 = 𝑖 2 𝑖 𝑚𝑖 𝑟𝑖 , assim: 𝐿 = 𝐼𝜔 • É o análogo rotacional de 𝑝 = 𝑚𝑣. 48 Momento Angular 𝐿 = 𝑟 × 𝑝 = 𝑚𝑣𝑟 sin 𝜃 • Se 𝑟 e 𝑝 são paralelos, 𝜃 = 0 𝑜𝑢 180°, sin 𝜃 = 0, então: 𝐿=0 Significa que a partícula está em movimento ao longo de uma linha que passa pela origem. • Se 𝑟 e 𝑝 são perpendiculares, sin 𝜃 = 1, então: 𝐿 = 𝑚𝑣𝑟 Significa que 𝐿 é máximo. • Unidade SI: 𝑚2 𝑘𝑔 𝑠 49 Segunda Lei de Newton para o Movimento de Rotação • O torque externo resultante sobre um sistema em relação a um ponto fixo é igual a taxa de variação da quantidade de movimento angular do sistema em relação ao mesmo ponto. 𝑑𝐿𝑠𝑖𝑠 𝜏𝑟𝑒𝑠 = 𝑑𝑡 • O momento angular só pode variar no tempo se o um torque externo resultante age no sistema. • Este resultado é o análogo rotacional da Segunda Lei de Newton: 𝑑𝑃 𝐹= 𝑑𝑡 50 Segunda Lei de Newton para o Movimento de Rotação • TORQUE É IGUAL À TAXA TEMPORAL DE VARIAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR 𝑑 𝜏= 𝐿 𝑑𝑡 51 Lei da Conservação da Quantidade de Movimento Angular • Se o torque externo resultante sobre um sistema em relação a um ponto é zero, então a quantidade de movimento angular total do sistema em relação ao mesmo ponto permanece constante: 𝑑 𝜏𝑒𝑥𝑡 𝑟𝑒𝑠 = 𝐿𝑠𝑖𝑠 = 0; 𝑑𝑡 𝐸𝑛𝑡ã𝑜 𝐿𝑠𝑖𝑠 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. 52 Lei da Conservação da Quantidade de Movimento Angular • Uma patinadora rodopiando. Como o torque exercido pelo gelo é pequeno, a quantidade de movimento angular da patinadora é aproximadamente constante. Quando ela diminui seu momento de inércia recolhendo os braços, sua velocidade angular aumenta. 53 Exercício 7) Determine a quantidade de movimento angular, em relação à origem, para as seguintes situações: (a) Um carro de 1200 𝑘𝑔 de massa que se move em um círculo de 20 𝑚 de raio com uma rapidez de 15 𝑚/𝑠. O círculo está no plano 𝑥𝑦, centrado na origem. Visto de um ponto do eixo 𝑧 positivo, o carro se move no sentido anti-horário (trate o carro como uma partícula pontual). (b) O mesmo carro, movendo-se no plano 𝑥𝑦 com velocidade 𝑣 = − 15 𝑚 𝑠 𝑖, ao longo da linha 𝑦 = 𝑦0 = 20 𝑚, paralela ao eixo x. (c) Um disco homogêneo no plano 𝑥𝑦, de raio 20 𝑚 e massa 1200 𝑘𝑔, girando a 0,75 𝑟𝑎𝑑/𝑠 em torno de seu eixo, que também é o eixo 𝑧. Visto de um ponto do eixo 𝑧 positivo, o disco se move no sentido anti-horário. 54 Figuras para o exercício 7 A) B) 55 Figuras para o exercício 7 C) 56 Referências • Allen, TIPLER, P., MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol. 1 – Mecânica ,Oscilações e Ondas, Termodinâmica, 6ª edição. LTC, 07/2012. • HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: mecânica. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v.1. 395 • SERWAY, Raymond A; JEWETT JR.,John W. Princípios de física. São Paulo: Thomson Learning, 2007. v.1. 403 p. • SERWAY, R. A., & JEWEET, W. J. Physics for Scientists and Engineers (6ª ed.). Brooks Cole, 2003. 57