MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PATO BRANCO IV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ONDAS ELETROMAGNÉTICAS E OS CUIDADOS AO TRABALHAR COM ANTENAS MARIO VIAPIANA Pato Branco - PR Setembro/2009 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PATO BRANCO IV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ONDAS ELETROMAGNÉTICAS E OS CUIDADOS AO TRABALHAR COM ANTENAS Aluno: Mario Viapiana Orientador: Prof. Dr. Gerson Feldmann Pato Branco - PR Setembro/2009 MARIO VIAPIANA ONDAS ELETROMAGNÉTICAS E OS CUIDADOS AO TRABALHAR COM ANTENAS Monografia apresentada ao IV Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, como requisito parcial para a obtenção do Título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizado pela UTFPR Campus Pato Branco. Pato Branco - PR Setembro/2009 Dedico este trabalho às memórias de meus pais Elvira Viapiana e Constante Viapiana e minha irmã, Odila Viapiana Mognon, que conduziram e incentivaram minha educação formal. À Maria Lucélia Rossi – tetraplégica desde a infância, pelo incentivo e fonte de forças frente às dificuldades que encontro na vida. AGRADECIMENTOS A Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco. Ao Departamento de Ciências e Engenharia. Aos coordenadores e professores do IV Curso de Pós-graduação – Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho, pela atenção e dedicação. Ao orientador Prof. Dr. Gerson Feldmann, pelo acompanhamento. Ao amigo e colega Eng. Roberto Lang, pelo incentivo e empréstimo dos equipamentos. Aos colegas do grupo de estudo: Nilce Deina Folador, José Mendry Junior e Vladimir José Ferreira, pelo espírito de equipe e auxílio. A esposa Maria Rosane; filhos: Larissa, Ricardo e Aline, pela compreensão e apoio. Ao colega de trabalho José Luís Bet, pelas fotografias tiradas durante as medidas realizadas. A direção e funcionários da Fundação Cultural Celinauta, por permitirem a utilização de suas instalações para a realização do estudo de caso. A todos que colaboraram para a realização deste trabalho. O centro de minha preocupação é de que não devemos esperar por um estudo definitivo, mas é melhor errar pelo excesso de segurança ao invés de se arrepender depois. Dr. Ronald B. Herberman, diretor do Instituto de Câncer da Universidade de Pittsburg (RIBAS, 2008). RESUMO VIAPIANA, Mario. Ondas eletromagnéticas e os cuidados ao trabalhar com antenas. 2009. 103 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2009. As radiações não ionizantes vem ganhando cada vez mais espaço em nosso cotidiano como meio utilizado para transportar informações como áudio, vídeo, dados, etc. O trabalhador do setor – área técnica-operacional, fica sujeito a períodos de exposição a estas radiações durante o desempenho de suas atividades. Este estudo, num primeiro momento, aborda os efeitos térmicos e não térmicos destas radiações sobre o corpo humano, citados por vários pesquisadores; as normas vigentes sobre os limites de exposição; bem como, um estudo básico do comportamento das antenas, responsáveis por irradiarem estes sinais no espaço. Posteriormente é realizado um estudo de caso do trabalhador exposto ao campo próximo das antenas que irradiam 28.000W de potência efetiva radiada, na freqüência de 97,5 MHz de uma emissora de radiodifusão. Foi realizada uma série de medidas buscando encontrar o valor real da densidade de potência a que o trabalhador fica exposto quando da manutenção do sistema irradiante analisado. Estes valores coletados foram confrontados com a norma vigente em nosso país – Resolução 303/02 da Anatel. Por último, são feitas algumas considerações a respeito do estudo, bem como recomendações para minimizar os níveis de exposição das radiações sobre o trabalhador, enfatizando o princípio da precaução e cuidados ao se trabalhar com ondas eletromagnéticas e as antenas. Palavras-chave: limites de exposição, densidade de potência, radiação não ionizante, efeitos térmicos, efeitos não térmicos, antenas. ABSTRACT VIAPIANA, Mario. Electromagnetic waves and the cares when working with antennas. 2009. 103 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2009. Non ionizing radiations is gaining space more and more in our daily as vehicle used to transport information as audio, video, data, etc. The worker of the sector technique-operational area, is subject to exposure periods of these radiations during the prosecution of his activities. This study, in a first moment, approaches the thermal and non thermal effects of these radiations on the human body, mentioned by several researchers; the current norms about the exposure limits; as well as, a basic study about the behavior of the antennas, responsible for they irradiate these signs in the space. Posteriorly, a case study was accomplished about the exposed worker to the close field of an antenna that irradiates 28,000 W of radiated effective potency, in the frequency of 97.5 MHz of a broadcasting station. Series of measures was accomplished seeking to find the real value of the potency density to what the worker is exposed when maintaining the radiating system analyzed. These collected values were confronted with the current norm in Brazil - Resolution 303/02 of the Anatel. Last, some considerations are made regarding the study, as well as recommendations to minimize the levels of radiations exposure on the worker, emphasizing the principle of the precaution and cares when working with electromagnetic waves and the antennas. Keywords: exposure limits, potency density, non ionizing radiation, thermal effects, non thermal effects, antennas. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Espectro das radiações eletromagnéticas.................................................26 Figura 2 – Símbolo para radiação não ionizante........................................................27 Figura 3 – Efeitos térmicos..........................................................................................32 Figura 4 – Antena isotrópica.......................................................................................49 Figura 5 – Antena dipolo de meia onda......................................................................50 Figura 6 – Diagrama de irradiação antena tipo Yagi 7 elementos..............................51 Figura 7 – Painel setorial de quatro dipolos................................................................53 LISTA DE FOTOGRAFIAS Fotografia 1 – Sistema irradiante Rádio Movimento FM – vista do lado leste...........55 Fotografia 2 – Equipamento de medição densidade de radiação não ionizante – Narda...........................................................................................................................57 Fotografia 3 – Medida interna à escada, próximo à cabeça do trabalhador..............59 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Limites para exposição ocupacional a CERMF na faixa de radiofrequências entre 9kHz e 300 GHz (valores eficazes não perturbados)............43 Tabela 2 - Limites para exposição da população em geral a CEMRF na faixa de radiofrequências entre 9 kHz e 300 kHz (valores eficazes não perturbados)............44 Tabela 3 - Limites de correntes causadas por contato com objetos condutores para radiofrequências na faixa entre 9 kHz e 110 MHz......................................................44 Tabela 4 - Limites de correntes induzidas em qualquer membro do corpo humano para radiofrequências entre 10 MHz e 110 MHz........................................................44 Tabela 5 - Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofrequências entre 9 kHz e 10GHz.......................................................................45 Tabela 6 - Expressões para cálculo de distâncias mínimas a antenas de estações transmissoras para atendimento aos limites de exposições para a população em geral.............................................................................................................................45 Tabela 7 - Expressões para cálculo de distâncias mínimas a antenas de estações transmissoras para atendimento aos limites de exposição ocupacional....................45 Tabela 8 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, lado externo a torre – altura mediana a seis antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR – 2009.............................................................................................................................60 Tabela 9 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, no interior a escada da torre - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009.........................60 Tabela 10 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, lado norte interno a escada e próximo ao final da linha de transmissão (LT) - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009............................................................................................61 Tabela 11 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, a três metros abaixo das antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009...................61 Tabela 12 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, a sete metros abaixo das antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009...................62 LISTA DE ABREVIATURAS A Ampére art. Artigo c Velocidade da luz Cl- Cloro D Diretividade de uma antena d Distância do Campo Distante dB Decibel dBd Decibel em relação a antena dipolo dBi Decibel em relação a antena isotrópica E Intensidade do campo elétrico E(ISO) Campo que seria irradiado por uma antena isotrópica Eout Tensão de saída eV Elétron-volt f Frequência da luz g Grama G Ganho de uma antena H Intensidade do campo magnético Hz Hertz J Joule K+ Potássio L Comprimento máximo total da antena transmissora m Metro Na+ Sódio P(irradiada) Potência irradiada por uma antena P(recebida) Potência recebida por uma antena PC Potência irradiada atrás da antena PF Potência irradiada na frente da antena PO4 Fosfato Pout Potência de saída Rout Resistência de saida S Densidade de potência; Seq Densidade de propagação de onda plana equivalente T Tesla W Watt LISTA DE SIGLAS AM Amplitude modulada BBB Blood brain barrier CEMRF Campo eletromagnético CF Constituição Federal DNA Ácido desoxirribonucleico EIRP Potência equivalente isotropicamente radiada EPI Equipamento de proteção individual ERB Estação rádio-base ERP Potência efetiva radiada FM Frequência modulada HCI Conjunto de antenas em relação ao solo ICNIRP International Commission on Non Ionizing Radiation Protection LT Linha de transmissão LTDA Limitada MP/PR Ministério Público do Paraná MRE Ministério das Relações Exteriores MS Ministério da Saúde MTE Ministério do Trabalho e Emprego NR Norma regulamentadora OEM Onda eletromagnética OMS Organização Mundial da Saúde PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PR Paraná RA Resistência de irradiação RF Radiofrequência RFC Relação frente-costas RI Radiação ionizante RMS Valor eficaz RNI Radiação não ionizante SA Specific Absorption UFF Universidade Federal Fluminense LISTA DE ACRÔNIMOS Anatel Agência Nacional de Telecomunicações Reflex Risk Evaluation of Potential Environmental Hazards from Low Energy Electromagnetic Field Exposure Sar Specific Absorption Rate Sus Sistema Único de Saúde LISTA DE SÍMBOLOS § Parágrafo λ Comprimento da onda eletromagnética η Eficiência de uma antena r Distância da antena f Valor da frequência SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................20 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA.....................................................................................20 1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS...............................................................................20 1.3 OBJETIVOS..........................................................................................................21 1.3.1 Objetivo Geral.....................................................................................................21 1.3.2 Objetivos Específicos.........................................................................................21 1.4 JUSTIFICATIVA....................................................................................................21 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................22 1.6 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................23 1.7 ESTRUTURA.........................................................................................................24 2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................25 2.1 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES..........................................................................25 2.1.1 Efeitos das Radiações Não Ionizantes..............................................................27 2.1.1.1 Bioeletrogênese..............................................................................................28 2.1.1.1.1 Potencial de ação.........................................................................................30 2.1.1.2 Fenômeno da exposição das células..............................................................30 2.1.1.3 Efeitos térmicos...............................................................................................31 2.1.1.4 Efeitos não térmicos........................................................................................33 2.1.1.4.1 Barreira hematoencefálica (BBB – Blood Brain Barrier)..............................34 2.1.1.5 Outras pesquisas sobre os efeitos da radiação não ionizante.......................34 2.1.1.6 Princípio da precaução e as radiações não ionizantes..................................36 2.2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E REGULAMENTAÇÃO..............................................38 2.2.1 Radiações Não Ionizantes - Riscos Ambientais...............................................38 2.2.2 Resolução Nº. 303/02 da Anatel........................................................................39 2.3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS ANTENAS..........................................48 2.3.1 Antena................................................................................................................48 2.3.2 Linha de transmissão (LT)..................................................................................48 2.3.3 Características gerais das antenas....................................................................49 2.3.3.1 Diagrama de irradiação...................................................................................49 2.3.3.2 Eficiência de uma antena (η)..........................................................................50 2.3.3.3 Diretividade de uma antena (D)......................................................................50 2.3.3.4 Ganho de uma antena (G)..............................................................................50 2.3.3.5 Relação frente-costas (RFC)..........................................................................51 2.3.3.6 Ângulo de abertura ou largura de feixe...........................................................51 2.3.3.7 Impedância de irradiação................................................................................52 2.3.4 Outros tipos de antena.......................................................................................53 2.3.4.1 Painéis setoriais..............................................................................................53 3 ESTUDO DE CASO.................................................................................................54 3.1 ANTENAS E EQUIPAMENTOS............................................................................54 3.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DO TRABALHADOR............................................55 3.3 MEDIÇÃO DA RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE......................................................56 3.3.1 Método de Medição............................................................................................57 3.3.2 Locais onde Foram Realizadas as Medições....................................................58 3.3.3 Resultado das Medições....................................................................................59 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...............................................................................63 4.1 ENQUADRAMENTO SEGUNDO A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VIGENTE.......63 4.2 MEDIDAS PREVENTIVAS....................................................................................64 4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................65 REFERÊNCIAS...........................................................................................................67 APÊNDICE A – Fotografias das medições realizadas...........................................70 APÊNDICE B – Planilhas geradas pela sonda de medição..................................72 ANEXO - Resolução nº. 303/02 da Anatel...............................................................85 20 1 INTRODUÇÃO A radiação não ionizante ocorre através da onda eletromagnética, que é a propagação de energia, produto da combinação de campos elétricos e magnéticos variáveis no tempo e no espaço. Essa radiação é classificada segundo os valores da frequência e da intensidade na qual se propagam as ondas eletromagnéticas. Recentemente os meios de comunicação vêm divulgando alertas referentes aos possíveis riscos à saúde, a respeito da instalação de linhas de transmissão de energia elétrica, de torres de telefonia celular e de torres de rádio em áreas residenciais. Preocupados com os possíveis efeitos da radiação não ionizante sobre o homem, os centros de pesquisas, as associações e os fabricantes têm se mobilizado neste sentido. Este trabalho abordará as radiações não ionizantes, seus riscos à saúde, principalmente na faixa de frequência de 30 a 300 MHz, utilizadas nos equipamentos de comunicação, levando em consideração a potência utilizada, bem como o ganho da antena transmissora, em relação às características de operacionalidade para o trabalhador. 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA O tema deste trabalho é a análise dos efeitos da radiação não ionizante, no tocante a saúde e segurança, utilizados nos sistemas irradiantes (antenas) das emissoras de radiodifusão, que utilizam esse tipo de radiação como veículo para transportar suas informações. 1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS Algumas questões relacionadas à exposição à radiação não ionizante e os riscos à saúde do trabalhador nortearam a condução deste estudo. São elas: UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 21 a) A não uniformidade da intensidade do campo próximo a que o indivíduo possa estar submetido, para o caso estudado; b) A existência ou não de pontos quentes, no qual se encontram valores de campo intenso, previstos na legislação vigente; c) A verificação do atendimento ou não aos valores limites de exposição. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral O objetivo maior deste trabalho de pesquisa é a análise da exposição à radiação não ionizante e seus impactos sobre o corpo humano, com relação às normas regulamentadoras vigentes. 1.3.2 Objetivos Específicos α) Avaliar o nível de exposição à radiação não ionizante a que estão sujeitos os profissionais que trabalham com antenas de comunicação, da área da radiodifusão, quando desempenham suas atividades próximas às antenas de transmissão; β) Sugerir uma forma de prevenção que venha a minimizar os efeitos dessa exposição sobre o corpo humano. 1.4 JUSTIFICATIVA Os fatores principais que vieram a justificar este estudo foram: UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 22 a) A falta de informação e de conscientização sobre os valores limites de tolerância na exposição a radiações não ionizantes; b) O crescente uso de equipamentos, que emitem radiações não ionizantes, inclusive de uso doméstico, tais como, fornos de micro-ondas, micro computadores, telefones celulares, rede de dados (internet sem fio), lasers, entre outros. c) Segundo diversos autores, exposições sem controle podem levar à ocorrência de sérias lesões ou doenças ao trabalhador exposto. Desta forma, é oportuno o estudo sobre a atividade laboral dos trabalhadores em antenas, no tocante aos cuidados com a saúde e segurança, no manuseio e operação destes equipamentos. 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A classificação da pesquisa, sob o ponto de vista de sua natureza, é original e aplicada; sua forma de abordagem é predominantemente quantitativa, pois são utilizados recursos e técnicas estatísticas, por meio do cálculo da média espacial dos dados pesquisados. Tem como objetivo de pesquisa a exploração, configurando-se, assim, como pesquisa exploratória, por meio do emprego de técnicas de levantamento bibliográfico e estudo de caso. Assim, quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é elaborada a partir de material já publicado: livros, artigos, dissertações, dentre outros; e a partir do estudo de caso, envolvendo análise profunda e focada, de maneira a permitir o detalhamento dos dados coletados através da interação entre o pesquisador e a situação estudada. Por isso, caracteriza-se também como pesquisa participativa, reforçada pelo fato de o pesquisador também atuar como trabalhador nesta área há mais de dez anos. Portanto, a coleta de dados se dá através da observação sistemática em condições controladas para responder aos propósitos pré-estabelecidos; e a observação participativa através de registros de dados que são obtidos à medida que ocorrem na realidade estudada. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 23 1.6 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico deste trabalho trata-se de uma revisão de literatura sobre três temas principais: radiações não ionizantes; legislação, normas e regulamentação quanto à exposição humana à radiação; e, por fim, princípio de funcionamento das antenas. A principal autora a tratar das radiações não ionizantes é Betânia Bussinger (BUSSINGER, 2007) que, em sua dissertação de mestrado de 2007, traz os efeitos dessas radiações, como a bioeletrogênese e o potencial de ação, o fenômeno da exposição das células, os efeitos térmicos e os efeitos não térmicos, e a barreira hematoencefálica. Também são revisados outros autores e suas pesquisas e teorias acerca das radiações não ionizantes, relacionadas mais especificamente ao uso do aparelho celular, às interações da radiação com o DNA – Acido Desoxirribonucleico humano, e aos efeitos causados ao organismo humano. Na sequência, é apresentada a legislação vigente, cuja principal norma regulamentadora da exposição às radiações não ionizantes é a Resolução Nº 303, de 02 de julho de 2002, da Anatel - Agência Brasileira de Telecomunicações (AGÊNCIA..., 2002). Essa resolução aprova o Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa das Radiofrequências entre 9 kHz e 300 GHz. Martin W. Astete (ASTETE, 2006), bem como Tuffi M. Saliba e Márcia A. C. Corrêa (SALIBA & CORREA, 2004), analisam a NR-15 da Portaria n. 3.214/78, o MTE - Ministério do Trabalho e Emprego que regulamenta as atividades e operações insalubres. Solange R. Schäffer trata da NR-9, que estabelece os parâmetros mínimos e as diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Os principais autores utilizados para embasar os conhecimentos sobre antenas e seus princípios de funcionamento são Alcides T. Gomes (GOMES, 2000) e Luciano V. Franz (FRANZ, 2004), que trazem os conceitos de antena e de linha de transmissão, e também características gerais das antenas, como o diagrama de irradiação, a eficiência de uma antena, a diretividade, o ganho, a relação frentecostas, o ângulo de abertura (ou largura de feixe), e a impedância de radiação. Também abordam brevemente outro tipo de antena conhecido como painel setorial. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 24 1.7 ESTRUTURA Este trabalho está estruturado em quatro grandes capítulos. O primeiro deles é a Introdução, que delimita o tema de estudo, apresenta os problemas e premissas iniciais, identifica o objetivo geral e os objetivos específicos de pesquisa, traz a justificativa da realização desse estudo, delineia os procedimentos metodológicos que nortearam a pesquisa, incluindo as técnicas e procedimentos empregados, traz uma apresentação sucinta do referencial teórico e, por fim, contém esta apresentação da estrutura do trabalho. O segundo capítulo é Revisão de Literatura, ou referencial teórico, que aborda três temas principais, sendo eles as radiações não ionizantes, a legislação vigente quanto à exposição a essas radiações, e, por fim, os princípios de funcionamento das antenas. O terceiro capítulo é o Estudo de Caso, o qual traz os resultados obtidos da pesquisa exploratória realizada, ou seja, da pesquisa em campo. Descreve as antenas e os demais equipamentos que compõem o caso estudado, descreve a atividade do trabalhador que lida com esses equipamentos, e, por fim, descreve as medições de radiação não ionizante realizadas, incluindo o método efetivamente utilizado, os locais específicos onde foram feitas tais medições, e os resultados (dados e informações) obtidos na coleta. O quarto e último capítulo intitulado Análise dos Resultados traz o enquadramento desses resultados segundo a legislação brasileira vigente sobre exposição às radiações não ionizantes. Sugere medidas preventivas para quem trabalha com antenas e equipamentos e está sujeito à exposição às RNI – Radiações não ionizantes. Traz, ainda, considerações finais acerca de toda a pesquisa e deste trabalho. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 25 2 REVISÃO DE LITERATURA Desde a descoberta da eletricidade, suas aplicações evoluem de forma vertiginosa. Para Paulino (2001), ”Todos os sistemas elétricos e eletrônicos criam campos e ondas eletromagnéticas e estes campos criados pelo homem se somam aos campos criados pelas fontes naturais.” (PAULINO, 2001, p. 14) Este cenário levou professores e pesquisadores a estudar os efeitos destes campos no ser humano e no meio ambiente. 2.1 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES Radiação é um fenômeno natural que pode ocorrer de muitas formas. Segundo Astete (2009) na “(...) sua forma mais simples, a radiação eletromagnética é um campo elétrico vibratório movimentando-se através do espaço associado a um campo magnético vibratório que tem as características do movimento ondulatório.” (ASTETE, 2009) O Sol é a principal fonte natural da radiação eletromagnética, e sua intensidade decresce no quadrado da distância da fonte geradora. A intensidade com que esta radiação atinge a Terra é de 1.390 W/m2, sendo que em Marte é equivalente a 43% desse valor. Com exceção dos raios de luz visíveis, as demais radiações são invisíveis, e dificilmente detectáveis por meios naturais. (SEGURANÇA..., 2009) Dependendo da quantidade de energia, uma radiação pode ser classificada em ionizante ou não ionizante. As RI - Radiações Ionizantes podem alterar o estado físico de um átomo e causar a perda de elétrons, tornando-os eletricamente carregados. Este processo chama-se ionização. As radiações ionizantes incluem os raios alfa, beta e gama, os raios X, nêutrons e prótons, e têm a capacidade de produzir íons, direta ou indiretamente. Os raios X e gama são radiações eletromagnéticas, sendo os demais corpusculares. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 26 As RNI - Radiações Não Ionizantes possuem relativamente baixa energia. As ondas eletromagnéticas como a luz, calor e ondas de rádio, estão presentes no meio ambiente e são formas comuns de radiação não ionizantes. Essas radiações compreendem toda a radiação eletromagnética cuja energia por fótons seja inferior a 12 elétrons-volts, e caracterizam-se por não possuirem energia suficiente para ionizar os átomos ou moléculas com os quais interatuam. A faixa de comprimentos de onda que compreende o espectro eletromagnético, na parte não ionizante, vai desde 100 km até 10 nm, conforme a Figura 1. Figura 1 – Espectro das radiações eletromagnéticas Fonte: Adaptado de Pereira (2009). As principais fontes de radiação não ionizantes são: a) Radiação ultravioleta, luz visível e infravermelhas, oriundas de radiação solar, de lâmpadas (incandescentes, fluorescentes e de descarga), e de raios laser; b) Micro-ondas e radiofrequências de equipamentos de rádio e de telecomunicações, fornos de aquecimento, fornos de indução, aparelhos de esterilização, dentre outros. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 27 A Simbologia para radiação não ionizante é vista na Figura 2. Figura 2 - Símbolo para radiação não ionizante Fonte: Science... (2009). 2.1.1 Efeitos das Radiações Não Ionizantes O tema efeitos biológicos causados pelas radiações não ionizantes é um assunto relativamente recente, sendo que neste tópico serão abordados os efeitos e fenômenos biológicos das radiações eletromagnéticas sobre as células do corpo humano. Esses efeitos são trazidos por Betânia Bussinger, em sua dissertação de mestrado, apresentada em 2007 ao Curso de Mestrado em Engenharia de Telecomunicações, da UFF - Universidade Federal Fluminense. Bussinger (2007) conceitua os efeitos biológicos como: (...) respostas mensuráveis a um estímulo específico, como a exposição do organismo, por longos períodos de tempo, às radiações não ionizantes das comunicações móveis celulares, que podem gerar mudanças por estressar o organismo, apesar de o corpo humano possuir seus mecanismos regulatórios (BUSSINGER, 2007, p. 63). É importante ressaltar que a exposição à radiação não ionizante gera efeito acumulativo, e também que há variabilidade de sensibilidade a esta exposição conforme o tipo de célula. Isto significa que só o período de exposição e a reação própria de cada organismo poderão comprovar que a radiação não ionizante não causa efeitos biológicos. Os principais efeitos biológicos das radiações não ionizantes, com exceção do caso especial dos raios laser, são os seguintes: a) Efeitos cancerigênicos na pele, resultantes em geral da exposição prolongada à luz solar; UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 28 b) Queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade variável, conforme a pigmentação da pele; c) Fotossensibilização dos tecidos biológicos; d) Inflamação dos tecidos do globo ocular, em particular da córnea e da conjuntiva. (SEGURANÇA..., 2009) A radiobiologia permite a análise do que ocorre com a passagem da radiação e liberação de energia em células ou em parte delas, o que produz ionização e excitação dos átomos, quebra das moléculas, formação de íons livres e radicais altamente reativos, que por sua vez podem atacar moléculas de grande importância como o DNA - Acido Desoxirribonucleico (BUSSINGER, 2007). 2.1.1.1 Bioeletrogênese O ser humano é um ser biológico, definido pelo que faz. Sua existência se dá através da interação com o meio ambiente, devendo, assim, estar com os seus sistemas funcionando em sincronia, de modo que seu relacionamento com o meio seja pleno, em todos os sentidos. Está vivo quando está em atividade biológica, física, química e elétrica. O gerenciamento do sistema humano se dá através do sistema nervoso central e periférico, os quais são responsáveis por receber informações externas, (visual, gustativa, olfativa, tátil, auditiva), por meio da associação e da motricidade que permite a interação com o ambiente. Segundo Bussinger (2007): Por meio de reações químicas, físicas e elétricas, o sistema nervoso central e periférico são capazes de gerar eletricidade, codificá-la, conduzi-la e distribuí-la para o lugar exato no momento exato, exercendo funções tais como: sensibilidade, motricidade, reflexo, emoção, memória, etc. (BUSSINGER, 2007, p. 65) A geração de eletricidade, codificação, condução e distribuição, ocorrem da seguinte forma, conforme cita Betânia Bussinger: As células podem ser consideradas grosseiramente, como sendo constituídas de vários compartimentos com uma solução aquosa, separados entre si, por meio de uma membrana plasmática semipermeável que permite a passagem de alguns íons, através de canais (Na+, K+, Cl-) e impede a passagem de outros elementos (proteínas). A diferença de UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 29 concentração dos diversos elementos intra e extracelulares, ocorre pelo desequilíbrio no sistema gerando um potencial elétrico. Na verdade tal potencial elétrico só existe, devido a uma diferença relativa de cargas elétricas entre o meio intracelular (negativo) e o meio extracelular (positivo). (BUSSINGER, 2007, p. 65) Os cátions: magnésio, sódio e potássio carregam as cargas definidas como positivas. Os ânions: cloretos e proteínas carregam as cargas negativas. Além de outros elementos de menor importância, a distribuição destes elementos no meio intra e extracelular é desigual. O potencial elétrico ocorre quando existe um gradiente de concentração maior no meio extracelular (sódio+ e cloreto-) em relação ao meio intracelular (potássio+ e proteínas-). Esses elementos, exceto as proteínas, trafegam pela membrana através de canais iônicos, dependendo de suas características físicas e elétricas. As proteínas não conseguem sair do interior da célula devido à semipermeabilidade da membrana. Portanto, existe uma maior concentração de sódio no exterior da célula e de potássio no interior, embora ambos circulem livremente pela membrana através de seus canais iônicos. Para que exista uma corrente elétrica (A), que é o fluxo de cargas (C) entre dois pontos na unidade de tempo, deve haver uma diferença de potencial (E) entre estes dois pontos e uma resistência (R) formada pelo meio entre estes pontos. A unidade de corrente é dada em Ampére (A) e é igual a 1 Coulomb por 1 segundo. O Coulomb é a unidade de carga elétrica, sendo que a carga de um elétron é igual a 1,59 x 10-19 Coulomb. Pela lei de Ohm temos que a corrente elétrica se dá na razão de A=E/R, ou seja, 1A = 1Volt (E)/1Ohm(R). Assim, através desse sistema, excitáveis entre células mantêm uma diferença de potencial entre o meio interno e externo da célula, principalmente os neurônios, chamado de “potencial de repouso” [grifo nosso]. O nível deste potencial fica em torno de -70 mV, quando a membrana estiver livre de estímulos externos, e pode ser medido com um voltímetro eletrônico, ligando-se um eletrodo no meio intracelular e outro no meio extracelular. A membrana funciona como um capacitor que se carrega e descarrega, de acordo com a cinética dos íons que levam consigo carga elétrica. Assim, o potássio ao passar do meio intra para o meio extracelular leva consigo carga positiva, tornando (carregando) a parte externa da membrana plasmática com carga positiva excedente. Desta forma, pode-se concluir que quando um íon passa de um meio UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 30 (interno/externo) para o outro da membrana plasmática, altera os dois meios, tirando carga elétrica de um e doando ao outro essa carga. 2.1.1.1.1 Potencial de ação Se for aplicado um estímulo elétrico crescente, no sentido de despolarizar, ou seja, diminuir a eletro negatividade, até o limiar de ação em torno de 20 mV, ocorre o que foi denominado de potencial de ação. Sua velocidade de condução depende de diversos fatores: a) Resistência interna e da membrana: quanto menor a resistência, maior a velocidade de condução; b) Capacitância da membrana: quanto maior a capacitância da membrana, maior o tempo de descarga do capacitor e conseqüente menor velocidade de condução; c) Diâmetro da fibra: quanto maior o diâmetro da fibra, maior a velocidade; d) Temperatura: quanto maior a temperatura, maior o fluxo iônico e maior a velocidade de condução do potencial elétrico, isto se deve ao aumento da excitação molecular pela temperatura. 2.1.1.2 Fenômeno da exposição das células O corpo humano é constituído por cerca de cinco trilhões de células, sendo que quanto mais diferenciada for a célula, maior o grau de especialização, e mais lentamente ela se dividirá. Na exceção a essa lei estão os linfócitos (glóbulos brancos do sangue) que embora só se dividam em condições especiais, são extremamente radiossensíveis. (SCHABERLE; SILVA, 2000 apud BUSSINGER, 2007 pg. 72) A radiação interage com os átomos presentes nas células, e não sobre as células em si. As células, quando expostas à radiação sofrem os fenômenos: UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 31 a) Físicos: excitação e ionização dos átomos, responsáveis pelo compartilhamento da energia da radiação entre as células. b) Químicos: sucedem os fenômenos físicos e provocam rupturas de ligações entre os átomos formando, num intervalo de tempo pequeno, radicais livres. c) Biológicos: alteram funções específicas das células e são responsáveis pela diminuição das atividades da substância viva do organismo. São consequências dos fenômenos físicos e químicos. Como exemplo, cita-se os efeitos cognitivos – tempo de percepção e reação, e alterações na pele, que constituem as primeiras reações do organismo frente à ação da radiação. As variações morfológicas que podem estar associadas às alterações em certas funções ou à morte imediata da célula, causando dano à estrutura celular, também são caracterizadas como fenômeno biológico da radiação (ALBERTS, 2002 apud BUSSINGER, 2007 pg. 72). 2.1.1.3 Efeitos térmicos Os efeitos térmicos surgem diretamente pelo aquecimento do tecido, através da absorção de parte da energia transportada pela onda eletromagnética incidente. Para frequências mais baixas, segundo Segurança e Trabalho (2009): (...) efeitos biológicos das radiações de grandes cumprimentos de onda têm sido menos estudados, no entanto, conhecidos os efeitos nocivos que se baseiam na eficiente absorção pelos tecidos biológicos e consequentemente elevação de temperatura. (SEGURANÇA..., 2009) A absorção específica, SA - Specific Absorption, é a energia total absorvida por unidade de massa de tecido biológico, dado em Joule por quilograma (J/kg). Taxa de absorção específica, SAR - Specific Absorption Rate, é a taxa de absorção de energia por tecidos do corpo, dado em watt por quilograma (W/kg). Os valores de SAR devem ter avaliação média temporal de seis minutos. A resolução 303, de 2002, publicada pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, segue as diretrizes internacionais da OMS - Organização Mundial da Saúde e adota o valor de SAR igual a 2 W/kg para a faixa de celulares no Brasil. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 32 Este efeito de aquecimento, gerado internamente, depende da espessura do tecido, da intensidade do campo e do tempo de exposição. Esse efeito pode por vezes não ser compensado pelo organismo, ocasionando efeitos biológicos. A Figura 3 representa o efeito térmico da penetração da onda na cabeça humana (SALLES; FERNANDEZ, 2005 apud BUSSINGER, 2007, p. 73). Figura 3 – Efeitos térmicos Fonte: Salles e Fernandez (2005, apud BUSSINGER, 2007). As simulações de taxa de absorção específica (SAR) consideram somente os efeitos térmicos, e as normas mais difundidas mundialmente são baseadas unicamente nelas. Estudo realizado por Ronni Wolf da Faculdade de Medicina de Sackler, Universidade de Tel-Aviv, Israel, juntamente com Danny Wolf da Clínica Ambulatorial Pediátrica, Região de Hasharon, Kupat Holim, Israel, encontrou uma associação entre aumento da incidência de câncer com as pessoas que residem próximo a uma estação transmissora de telefonia celular onde o nível de radiação de RF – radiofrequências medido na área era baixo, mostrando-se bastante inferior aos constantes nas diretrizes em vigor. Tais diretrizes são baseadas exclusivamente nos efeitos térmicos que ocorrem com a exposição à RF. Sugerem, portanto, que as atuais diretrizes sejam reavaliadas. O fato de o período de latência ter sido de menos de dois anos, portanto um prazo muito curto, indica que, se existe uma associação entre causa e efeito, ou seja, entre a radiação de RF emitida pela ERB – estação rádio-base, de telefonia celular e os casos de câncer, o que acreditam os pesquisadores, Ronny e Danny, UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 33 que existe, então a radiação de RF, mesmo em níveis de radiação muito baixos, deve ter um efeito promotor muito forte sobre o câncer. (WOLF; WOLF, 2009) 2.1.1.4 Efeitos não térmicos Os efeitos não térmicos são caracterizados pelo não aquecimento do organismo, conforme descreve Betânia Bussinger: (...) pela interação direta do campo eletromagnético com as moléculas que formam o tecido, quando suas partículas tentam se orientar com o campo elétrico de modo a minimizar sua energia potencial. (BUSSINGER, 2007, pg 74) Assim, os sistemas biológicos podem sofrer alterações através de efeitos biológicos, provocados pela interação dos campos eletromagnéticos com estes sistemas, sendo que esses efeitos são causados diretamente pelo campo eletromagnético induzido nos tecidos. Como exemplo, pode-se citar a divisão celular e as quebras simples e duplas da molécula de DNA, quando expostas aos níveis de radiação abaixo daqueles gerados por aparelhos celulares (FRIEDMAN, 2005; apud BUSSINGER, 2007, p. 74). Na Europa, no ano de 2000, com o objetivo de incentivar as pesquisas in vitro sobre os efeitos biológicos não térmicos das radiações não ionizantes, foi criado o Projeto Reflex (Risk Evaluation of Potential Environmental Hazards from Low Energy Electromagnetic Field Exposure), representados por cientistas da Alemanha, Áustria, Espanha, Finlândia, França, Itália e Suíça. O período de duração do projeto foi de quatro anos e quatro meses. Os principais resultados foram: a) Aumento significativo nas quebras simples e duplas das cadeias de DNA em níveis de exposição da SAR entre 0,3 e 2 W/Kg. b) Alterações na expressão e na fosfoliração (que é a adição de um grupo de fosfato [PO4] a uma proteína, importante no mecanismo de regulagem das proteínas) das proteínas de choque térmico HSP-27, que funcionam como indicadores de stress nas respostas das células. (BUSSINGER, 2007, p. 75) UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 34 2.1.1.4.1 Barreira hematoencefálica (BBB – Blood Brain Barrier) Outro efeito não térmico que tem merecido atenção dos pesquisadores é o efeito biológico da radiação não ionizante na barreira hematoencefálica, que é uma barreira transportadora cuja função é evitar a entrada de algumas substâncias no cérebro, bem como promover a saída de outras substâncias. Formada por uma estrutura semipermeável, a barreira hematoencefálica permite que algumas substâncias a atravessem e outras não, atuando de forma similar a um filtro seletivo. Desta forma, protege o cérebro contra hormônios e outras substâncias estranhas que possam estar circulando pelo sangue, mantendo assim um ambiente químico protegido e constante para o bom funcionamento do cérebro. Esta barreira pode ser quebrada por agentes infecciosos, alta pressão arterial, deficiência na formação em recém-nascidos, exposição à radiação na faixa de micro-ondas, hiperosmolaridade, isquemia, lesões cerebrais por esclerose múltipla, e trauma. Mesmo em exposição a níveis muito baixos de campos eletromagnéticos, com SAR = 0,002 W/Kg durante duas horas, pode ocorrer o efeito não térmico de alterações na barreira hematoencefálica, permitindo que substâncias químicas penetrem em neurônios do córtex, hipocampo e gânglios basais do cérebro. (SALFORD; PERSSON, 2003 apud BUSSINGER, 2007 pg. 82) 2.1.1.5 Outras pesquisas sobre os efeitos da radiação não ionizante Vários estudos foram realizados sobre os efeitos da radiação não ionizante sobre o organismo, com o uso do telefone celular. Como exemplo, cita-se a publicação da BBC BRASIL e do jornal acadêmico Occupational Environmental Medicine de 08 de outubro de 2007, pelos Drs. Kim SC, Nam KC, Kim DW, sob o título “Usar celular por mais de 10 anos ‘eleva o risco de câncer’”, concluem que: “ O uso prolongado do celular aumenta em duas vezes e meia o risco de neuromas do acústico e em duas vezes o risco de glioma (tumor maligno que afeta o cérebro)”, (BUSSINGER, 2007, p. 74). UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 35 Pesquisa realizada por Dr. Rony Seger, pesquisador do Instituto Weizmann de Rehovot, Israel, publicada na New Scientist-BBC, setembro de 2007, e na coluna “ciência e saúde/medicina” do jornal eletrônico G1, de 30 de agosto de 2007, no qual expôs células humanas e de ratos à radiação eletromagnética com uma frequência semelhante àquela emitida pelos celulares, porém com apenas um décimo da potência. Após apenas cinco minutos, os pesquisadores identificaram a produção de substâncias que estimulam a divisão e o crescimento celulares (ESTUDO..., 2007). Um estudo apresentado na conferência anual da Academia Americana de Otorrinolaringologia, em setembro de 2007, afirmou que usar o telefone celular mais de uma hora por dia pode causar danos à audição (BUSSINGER, 2007, pg. 89). Cientistas da Universidade Lind, na Suécia, descobriram que são suficientes dois minutos de exposição a emissões de radiação não ionizantes de celulares para desativar uma barreira de segurança no sangue permitindo que toxinas e proteínas vazem no interior do cérebro. Com isso aumenta a propensão para desenvolver doenças como Alzheimer, esclerose múltipla e Parkinson. (CELULARES..., 2009). Estudo elaborado por Juliana Capellazzo Romano e Maria Cristina Ferreira Quelhas mostra que a radiação não ionizante, na faixa de luz ultravioleta, é absorvida por várias partes celulares onde o maior dano ocorre nos ácidos ribonucléicos. Estes sofrem alteração de suas pirimidas. “Formam-se dímeros de pirimida e se estes permanecem (não ocorre reativação), a réplica do DNA pode ser inibida ou podem ocorrer mutações”, (ROMANO; QUELHAS). No estudo realizado por Inês Mattos e Sérgio Koifman sobre Campos Eletromagnéticos e Câncer: Contribuições das Ciências Biológicas mostra que a alteração no DNA ocorre também pela exposição intermitente a campos eletromagnéticos induzindo quebras nas fitas de DNA. Essa alteração é causada por tempo-dependente e doses-dependentes e não por efeito térmico. O Efeito genotóxico é percebido em culturas de fibroblastos humanos, causado pelos campos eletromagnéticos e não pelo efeito térmico. Assim, qualquer falha na codificação do DNA, espontânea ou induzida, ou seja, qualquer alteração na sequência de nucleotídeos de um gene que modifique a estrutura e a função de uma proteína específica constitui uma mutação (ESCOLA ..., 2004, p. 82 e p. 95). Ernani Gutierres Filho, em sua Dissertação de Mestrado, traz os Efeitos das Radiações Eletromagnéticas Não Ionizantes na Formação de Micronúcleos da Tradescantia Pallida (Rose) D.R. Hunt Var. Purpúrea Boom. Conforme Gutierres UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 36 Filho (2007, p. 62), “(...) foi observada significância em diversas correlações entre o nível de radiação eletromagnética não ionizante e a formação de micronúcleos nas células do biomonitor.” (GUTIERRES FILHO, 2007) Ainda assim, embora os resultados desse estudo tenham revelado mutações na formação dos micronúcleos, as conclusões apresentadas não foram significativamente assertivas exclusivamente quanto aos efeitos da radiação não ionizante. 2.1.1.6 Princípio da precaução e as radiações não ionizantes Ao meio ambiente e à vida deve-se respeito, e a melhor forma de exercê-lo é agir antecipadamente, protegendo-os, mesmo não que não se tenha comprovação científica suficiente sobre os fatos que possam causar danos, sobretudo aqueles irreparáveis ou irreversíveis. A investigação aos efeitos dos CEMRF - Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa das Radiofrequências entre 9 kHz e 300GHz, e seus danos ainda permeia os estudos e pesquisas de vários ramos da ciência. Portanto, a precaução e a ação antecipada aos riscos fazem-se necessária. Disso decorre o princípio da precaução com relação à exposição às radiações não ionizantes. A Declaração das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da qual o Brasil é signatário, traz o princípio da precaução, com foco no meio ambiente. Drumond, Netto e Fenner (2004) trazem a tradução para o português dessa Declaração, feita pelo MRE - Ministério das Relações Exteriores do Brasil: De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental (DRUMOND; NETTO; FENNER, 2004, p. 231). O Brasil adotou provisoriamente, em 1999, o Princípio da Precaução, por meio das diretrizes da ICNIRP - Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não Ionizantes. Isso até que, em 2002, a Anatel - Agência Brasileira de Telecomunicações, regulamentou efetivamente os limites de exposição a radiações. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 37 Ainda assim, o MS - Ministério da Saúde criou, em 2003, o Grupo de Trabalho em Campos Eletromagnéticos. A Constituição Federal – CF prevê, em seu art. 7º, inciso XXII, que faz parte dos direitos dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, através de normas de higiene, saúde e segurança. A CF versa ainda, em seu artigo 200, que compete ao SUS - Sistema Único de Saúde, além de outras atribuições, executar ações de vigilância epidemiológica, sanitária e de saúde do trabalhador, e colaborar para com a proteção do meio ambiente, o que inclui o ambiente de trabalho. A Lei 8.080/90, em seu art. 6º, § 3º, inclui, no campo de atuação do SUS, a proteção e promoção da saúde dos trabalhadores submetidos a riscos decorrentes das condições de trabalho, bem como a participação no controle, fiscalização e normalização inclusive quanto ao “manuseio de máquinas e de equipamentos que possam apresentar riscos para a saúde do trabalhador” [grifo nosso]. O MP/PR - Ministério Público do Paraná defende o princípio da precaução e seu emprego por meio do Estudo de Impacto Ambiental e do Estudo de Impacto de Vizinhança (previstos na CF e no Estatuto das Cidades – Lei nº. 10.257/01), como sendo estes, também, a expressão do princípio democrático. Edis Milaré, jurista ambientalista, diz, consoante com as afirmações de Ramón Martin Mateo, que: (...) objetivos do Direito Ambiental são fundamentalmente preventivos. Sua atenção está voltada para o momento anterior à da consumação do dano - o do mero risco. Ou seja, diante da pouca valia de simples reparação, sempre incerta, e, quando possível, excessivamente onerosa, a prevenção é a melhor, quando não a única solução (DRUMOND; NETTO; FENNER, 2004, p. 240) Baseado em dados ainda não publicados, o Dr. Ronald B. Herberman, diretor do Instituto de Câncer da Universidade de Pittsburg, afirma estar preocupado com dados ainda não confirmados em relação ao uso de aparelhos celulares, e que a ciência leva muito tempo para conseguir respostas definitivas. Em função disso, afirma Dr. Ronald “O centro de minha preocupação é de que não devemos esperar por um estudo definitivo, mas é melhor errar pelo excesso de segurança ao invés de se arrepender depois” (RIBAS, 2008). Vale lembrar que, apesar dos conhecimentos já consolidados e dos estudos que estão sendo realizados sobre os riscos e agravos quando da exposição à radiações não ionizantes, tais riscos ainda são frequentemente contestados pelas UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 38 operadoras de telefonia móvel (DRUMOND; NETTO; FENNER, 2004). Tais contestações tangem, principalmente, a aplicação do princípio de precaução. 2.2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E REGULAMENTAÇÃO 2.2.1 Radiações Não Ionizantes - Riscos Ambientais A NR-15 regulamenta as Atividades e Operações Insalubres e, em seu anexo sete, trata das radiações não ionizantes, para Astete (2009), bem como para Saliba e Corrêa (2004): (...) para efeito desta norma, são radiações não ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. A NR-9 estabelece os parâmetros mínimos e as diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Desta forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos aos quais estão expostos os trabalhadores. As radiações eletromagnéticas estão classificadas em riscos ambientais enquanto risco físico, que são representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde do trabalhador, neste caso pela exposição ao agente onda eletromagnética. Esta exposição pode comprometer a saúde e segurança do trabalhador em curto, médio e longo prazo, dependendo da intensidade, frequência da onda eletromagnética e do tempo de exposição, o que pode provocar lesões, doenças e até mesmo a morte (SCHÄFFER, 2007). UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 39 2.2.2 Resolução Nº. 303/02 da Anatel A Resolução Nº. 303, de 02 de julho de 2002, da Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, aprova o Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa das Radiofrequências entre 9 kHz e 300GHz. Esse regulamento tem como objetivo estabelecer limites para a exposição humana a tais campos, e se aplica a todos que utilizem estações transmissoras de radiocomunicação de serviços de telecomunicações que exponham seres humanos a campos eletromagnéticos na faixa de radiofrequência indicada. Além disso, esse regulamento também tem por objetivo definir métodos de avaliação e procedimentos a serem observados quando do licenciamento desse tipo de estação, no que diz respeito à exposição humana. Sendo assim, essa resolução traz definições e abreviaturas relevantes para o embasamento teórico do presente estudo, apresentadas a seguir. Absorção específica é a energia absorvida por unidade de massa do tecido biológico, sendo a integral, no tempo, da taxa de absorção específica. É expressa em joule por quilograma (J/kg) e sua sigla - SA -, é proveniente do termo em inglês, specific absortion. Campo distante é a região do espaço onde os campos elétrico e magnético possuem características, aproximadamente, de onda plana. As componentes desses campos são perpendiculares entre si, sendo ambas transversais à direção da propagação. Para os casos nos qual o comprimento total máximo da antena transmissora é maior que o comprimento de onda do sinal emitido, o campo distante ocorre a partir da distância, conforme a seguinte equação: d = 2 L2 / λ (01) Onde: d é a distância, em metros; L é o comprimento máximo total da antena transmissora, em metros; e λ é o comprimento da onda, em metros. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 40 Campo próximo, por sua vez, é a região do espaço na quais os campos elétrico e magnético não possuem características de onda plana, variando significativamente a cada ponto. Geralmente ocorrem nas proximidades de uma antena ou estrutura radiante. Comprimento de onda é, na direção de propagação, a distância entre dois pontos sucessivos de uma onda periódica, nos quais a oscilação apresenta a mesma fase. O comprimento de onda pode ser expresso pela seguinte equação: λ=c/f (02) Onde: λ é o comprimento de onda, em metros; c é a velocidade da luz (aproximadamente 300.000 km por segundo); e f é a frequência da luz, em kHz. Densidade de corrente é a grandeza vetorial cuja integral sobre a superfície onde ela está presente é igual à corrente que atravessa essa superfície. É expressa em ampére por metro quadrado (A/m2) e sua abreviatura é J. Sendo assim, em um condutor linear, a densidade média é igual à corrente, dividida pela seção transversal desse condutor. Densidade do fluxo magnético é a amplitude da grandeza vetorial, que representa a força exercida sobre um condutor retilíneo, normal à direção do vetor percorrido por uma corrente invariável. É expressa em tesla (T) e sua abreviatura é B. Densidade de potência, em radiopropagação, é a potência que atravessa uma unidade de área normal à direção de propagação. É expressa em watt por metro quadrado (W/m2) e pode ser abreviada como S. A densidade de propagação de onda plana equivalente, por sua vez, é aquela cuja onda possui um determinado valor de intensidade de campo elétrico ou magnético. Também é expressa em watt por metro quadrado (W/m²), sua abreviação é Seq, e pode ser calculada pela seguinte equação: Seq = E2 / 377 = H2 x 377 (03) onde: UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 41 E é a intensidade do campo elétrico, em volts por metro (V/m); H é a intensidade do campo magnético, em ampéres por metro (A/m); e 377 é o valor absoluto da impedância de espaço livre, em Ohms. Dosimetria é a medição ou determinação, por meio do cálculo da distribuição interna, da intensidade do campo elétrico, da densidade da corrente induzida, da absorção específica ou da taxa de absorção específica, em seres humanos ou animais, expostos a campos eletromagnéticos. Energia eletromagnética é a energia armazenada em um campo eletromagnético, sendo expressa em joule (J). Potência equivalente isotropicamente radiada é a potência, numa determinada região, entregue a uma antena, multiplicada pelo ganho dessa antena em relação a uma antena isotrópica. Sua abreviatura é e.i.r.p. Potência efetiva radiada, por sua vez, é a potência, em uma determinada direção, entregue a uma antena, multiplicada pelo ganho dessa antena em relação a um dipolo de meia onda. Pode ser abreviada como e.r.p. Exposição é toda a situação na qual uma ou mais pessoas estão expostas a CEMRF - campos elétricos, magnéticos ou eletromagnéticos, na faixa de radiofrequência que varia entre 9 kHz a 300 GHz CEMRF, ou estão sujeitas a correntes de contato ou induzidas, associadas a esses campos. Desse conceito derivam os de exposição contínua, de exposição transitória, de exposição ocupacional ou controlada e de exposição pela população em geral ou não controlada. Exposição contínua é a exposição aos CEMRF por períodos de tempo superiores aos utilizados para se obter a média temporal, ou seja, períodos de seis minutos. Exposição transitória, por sua vez, é a exposição aos CEMRF por períodos de tempo inferiores ao utilizado para o cálculo da média temporal, ou seja, seis minutos. Exposição ocupacional ou controlada refere-se às situações nas quais uma ou mais pessoas estão expostas aos CEMRF por causa de seu trabalho, considerando que essas pessoas estejam cientes dessa exposição, e desde que possam tomar medidas preventivas ou exercer controle sobre sua permanência no local. Exposição pela população em geral ou não controlada, por sua vez, referese às situações nas quais a população em geral possa ser exposta aos CEMRF, ou UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 42 às situações em que uma ou mais pessoas possam ser expostas por causa de seu trabalho, entretanto sem estarem cientes da exposição ou sem poderem adotar medidas preventivas. ICNIRP é a sigla, em inglês, da Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não Ionizantes, do original International Commission on Non Ionizing Radiation Protection. Intensidade de campo elétrico é a amplitude da força exercida sobre uma carga elétrica estacionária positiva e unitária, localizada em um ponto de um campo elétrico. É expressa em volt por metro (V/m) e pode ser abreviada como E. Intensidade do campo magnético, por sua vez, é a grandeza vetorial que especifica um campo magnético em qualquer ponto do espaço, juntamente com a densidade de fluxo magnético, sendo equivalente a essa densidade dividida pela permeabilidade do meio. É expressa em ampére por metro (A/m) e abreviada como H. Limite de exposição é o valor numérico máximo para exposição, podendo ser expresso em valores de correntes, densidade de potência de onda plana equivalente e intensidade do campo elétrico ou magnético. Média temporal é a média aritmética de um conjunto de valores de densidade de potência, medidos em um determinado local e em um determinado período de tempo. Onda plana é a onda eletromagnética na qual a intensidade do campo magnético, multiplicada pela impedância do espaço, é igual à intensidade do campo elétrico. É, também, a onda eletromagnética na qual os vetores do campo elétrico e do magnético localizam-se em um plano perpendicular à direção de propagação da onda. Radiofrequência refere-se a frequências de ondas eletromagnéticas que se propagam no espaço sem guia artificial, abaixo de 3000 GHz. Neste regulamento e para este estudo está sendo considerada a faixa de frequência que varia entre 9 kHz e 300 GHz. É tradicionalmente abreviada como RF. Radiação não ionizante abrange todas as radiações do espectro eletromagnético que não têm energia suficiente para ionizar a matéria. Essas radiações caracterizam-se por terem frequências inferiores a 3x10 15 Hz, comprimentos de onda maiores do que 100 (cem) nanômetros e por apresentarem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 43 energia inferior a cerca de 12 eV (doze elétron-volt), por fóton. (AGÊNCIA..., 2002, p. 1-4) O art. 28 da Resolução 303/02 da Anatel versa que as expressões contidas nas tabelas 6 e 7 derivam-se do modelo de propagação utilizado para a região de campo distante, conforme as equações a seguir: S = erp x 1,64 x 2,56 (04) 4 x π x r2 ou S = eirp x 2,56 (05) 4 x π x r2 onde: S é a densidade de potência, em watt por metro quadrado (W/m2); erp é a potência efetiva radiada, em watt; eirp é a potência equivalente isotropicamente radiada, em watt; r é a distância da antena, em metros; e 2,56 é o valor do fator de reflexão (que considera a possibilidade de que campos refletidos possam se adicionar, em fase, ao campo incidente direto). (AGÊNCIA..., 2002, p. 12) A tabela 1 mostra os valores limites para exposição ocupacional a CEMRF na faixa de 9KHz a 300GHz, para campos não perturbados. Tabela 1 - Limites para exposição ocupacional a CERMF na faixa de radiofrequências entre 9kHz e 300 GHz (valores eficazes não perturbados) Intensidade de Intensidade de Densidade de potência da onda Faixa de Campo E Campo H plana equivalente Seq Radiofrequências (V/m) (A/m) (W/m²) 9 kHz a 65 kHz 610 24,4 — 0,065 MHz a 1 MHz 610 1,6/ f — 1 MHz a 10 MHz 610/ f 1,6/ f — 10 MHz a 400 MHz 61 0,16 400 MHz a 2000 MHz 2 GHz a 300 GHz 3f 1/2 137 0,008 f 10 1/2 0,36 f /40 50 Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações (2002, p. 5). UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 44 A tabela 2 mostra os valores limites para exposição da população em geral a CEMRF na faixa de 9KHz a 300GHz, para campos não perturbados. Tabela 2 - Limites para exposição da população em geral a CEMRF na faixa de radiofrequências entre 9 kHz e 300 kHz (valores eficazes não perturbados) Intensidade de Intensidade de Densidade de potência da Faixa de Campo E Campo H onda plana equivalente Seq Radiofrequências (V/m) (A/m) (W/m²) 9 kHz a 150 kHz 87 0,15 MHz a 1 MHz 87 1 MHz a 10 MHz 87/ f 10 MHz a 400 MHz 1/2 28 400 MHz a 2000 MHz 1,375 f 2 GHz a 300 GHz 61 5 — 0,73/ f — 0,73/ f — 0,073 0,0037 f 1/2 2 f /200 1/2 0,16 10 f é o valor da frequência, em Hz. Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações (2002, p. 6). Tabela 3 - Limites de correntes causadas por contato com objetos condutores para radiofrequências na faixa entre 9 kHz e 110 MHz Características de exposição Faixa de Radiofrequência Máxima corrente de contato Exposição ocupacional Exposição da população em geral 9 kHz a 100 kHz 0,4 f 100 kHz a 110 MHz 40 9 kHz a 100 kHz 0,2 f 100 kHz a 110 MHz 20 f é o valor da frequência, em kHz Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações (2002, p. 8). Tabela 4 - Limites de correntes induzidas em qualquer membro do corpo humano para radiofrequências entre 10 MHz e 110 MHz Características da exposição Corrente (mA) Exposição ocupacional 100 Exposição da população em geral 45 Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações (2002, p. 8). Tabela 5 - Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofrequências entre 9 kHz e 10GHz Características Faixa de Densidade de SAR SAR SAR de exposição Radiofrequências corrente para média do localizada localizada UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 45 cabeça e tronco (mA / m²) (RMS) corpo inteiro (W / kg) (cabeça e tronco) (W / kg) (membros) (w / kg) 9 kHz a 100 kHz f / 100 — — — 100 kHz a 10 MHz f / 100 0,4 10 20 10 MHz a 10 GHz — 0,4 10 20 9 kHz a 100 kHz f / 500 — — — 100 kHz a 10 MHz f / 500 0,08 2 4 10 MHz a 10 GHz — 0,08 2 f é o valor da frequência, em Hz. Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações (2002, p. 8). 4 Exposição Ocupacional Exposição da população em geral Tabela 6 - Expressões para cálculo de distâncias mínimas a antenas de estações transmissoras para atendimento aos limites de exposições para a população em geral Faixa de Radiofrequências Exposição da População em Geral 1 MHz a 10 MHz r=0 ,10 √(eirp x f) r=0 ,129 √(erp x f) 10 MHz a 400 MHz r = 0,319 √eirp r = 0,409 √erp 400 MHz a 2000 MHz r=6 ,38 √(eirp / f) r = 8,16 √(erp / f) r = 0,143 √eirp r = 0,184 √erp r é a distância mínima da antena, em metros; f é a frequência, em MHz; e.r.p é a potência efetiva radiada na direção de maior ganho da antena, em watt; e.i.r.p é a potência equivalente isotropicamente radiada na direção de maior ganho da antena, em watt. Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações, (2002, tabela VII, p. 13). 2000 MHz a 300000 MHz Tabela 7 - Expressões para cálculo de distâncias mínimas a antenas de estações transmissoras para atendimento aos limites de exposição ocupacional Faixa de Radiofrequências Exposição Ocupacional 1 MHz a 10 MHz r = 0,0144 x f x √eirp r = 0,0184 x f x √erp 10 MHz a 400 MHz r = 0,143 √eirp r = 0,184 √erp 400 MHz a 2000 MHz r=2 ,92 √(eirp / f) r=3 ,74 √(erp / f) r=0 ,0638 √eirp r = 0,0819 √erp r é a distância mínima da antena, em metros; f é a frequência, em MHz; e.r.p é a potência efetiva radiada na direção de maior ganho da antena, em watt; e.i.r.p é a potência equivalente isotropicamente radiada na direção de maior ganho da antena, em watt. Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Telecomunicações (2002, tabela VIII, p. 13). 2000 MHz a 300000 MHz O art. 37, da Resolução 303/02 da Anatel, trata do método de medição da densidade de potência média nas dimensões do corpo dos indivíduos expostos, que deve ser feito por meio da medição dos campos ao longo de uma linha que represente a postura do indivíduo, e que fornece resultados suficientes para fins de UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 46 comprovação do atendimento aos limites de exposição, bem como para a determinação do valor médio do campo. Entretanto, outros métodos de medição poderão ser utilizados, desde que documentados devidamente. São eles: a) O método de varredura volumétrica, que consiste na realização de medidas uniformes, através de um volume no espaço que estaria sendo ocupado pelo indivíduo quando exposto aos CEMRF; b) O método de varredura planar, que consiste na realização de medidas em pontos definidos, sobre planos transversais à posição do corpo, na condição em que estaria quando exposto aos CEMRF. Além disso, conforme trata o art. 38, pode-se utilizar métodos manuais para determinação da média espacial, pelo cálculo da média de valores discretos, desde que medidos em pontos de, no máximo, 20 (vinte) centímetros de distância entre si, ou por meio da utilização de medidores especiais, que realizam uma série contínua de medidas e, como resultado, fornecem o valor da média dessas medidas. (AGÊNCIA..., 2002, p. 14) O art. 43 afirma que, em alguns casos, as exposições aos CEMRF não são uniformes ao longo do corpo do indivíduo exposto. Isso se deve a reflexões e à distribuição do campo próximo a antenas. É para tentar compensar essa nãouniformidade que se tem como requisito a avaliação dos campos em termos da média espacial. Assim, como versa o art. 44, determinando-se a média espacial das densidades de potência, pode-se avaliar até mesmo as exposições não uniformes. Entretanto, quando há exposição parcial do corpo, ou seja, quando apenas uma determinada parte do corpo é exposta, podem ocorrer casos de exposição excessivamente não uniforme. O art. 45 ainda traz que, nesses casos em que a exposição não é uniforme, considera-se, para fins de avaliação, que os limites da taxa de absorção específica (SAR) localizadas não serão excedidos se, no local sob análise, o valor do pico do campo elétrico não ultrapassar 25 (vinte e cinco) vezes os limites de exposição, que constam nas tabelas 1 e 2, que são os valores médios no tempo e no espaço. No art. 46, a interação entre os CEMRF e o corpo do indivíduo que efetua as medições deve ser considerada na realização de tais medições. Essa interação pode ocorrer em todo o espectro, mas é mais acentuada na faixa de UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 47 radiofrequências de 30 MHz a 300 MHz. Essas interações campo-corpo, portanto, podem levar a indicações errôneas da exposição e do campo real que existiriam sem o efeito perturbante do corpo. Como traz o art. 47, podem ser encontradas, no decorrer das medições para demonstração do atendimento aos limites de exposição, áreas altamente localizadas com campos relativamente intensos, conhecidas como “pontos quentes”. São encontrados normalmente nas imediações de objetos condutores, devido ao efeito de rerradiação, ou em áreas distantes de objetos condutores, mas nas quais existe uma concentração de campos causada por reflexões ou feixes estreitos, produzidos por antenas diretivas de alto ganho. Esses pontos comumente levam a situação de exposição não uniforme. (AGÊNCIA..., 2002, p. 15) O art. 55 afirma que, nos locais multiusuários, ou seja, nos locais em que são instaladas mais de uma estação transmissora de radiocomunicação que operam em frequências distintas, cada usuário é responsável pela comprovação de que sua estação atende ao estabelecido no Regulamento aprovado pela Resolução 303/02 da Anatel. Entretanto, todos os usuários devem colaborar na avaliação do local, como um todo. Assim, no caso do não atendimento aos limites de exposição estabelecidos, a responsabilidade de cada usuário será proporcional à sua contribuição na composição dos campos, nos locais em que os limites foram ultrapassados. (AGÊNCIA..., 2002, p. 16) O art. 59 versa que, a fim de determinar a existência de áreas onde os limites de exposição sejam excedidos, deve-se, primeiramente, na avaliação prática dos locais multiusuários, efetuar medições utilizando sondas de faixa larga, que abranjam as radiofrequências das fontes de emissão relevantes, sendo que todas as estações existentes no local precisarão estar operando na sua potência máxima autorizada. Por fim, o art. 60 traz que, na avaliação prática, podem-se determinar as contribuições individuais para o campo total por meio de medições que utilizem sondas de faixa larga que incluam as radiofrequências das fontes emissoras de maior relevância, com cada estação operando individualmente, ou por meio da utilização de instrumentos de medida de faixa estreita. (AGÊNCIA..., 2002, p. 18) 2.3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS ANTENAS UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 48 Neste tópico será abordado sobre o princípio de funcionamento das antenas, conhecimento essencial para quem for trabalhar com instalações e manutenção de sistemas irradiantes, não somente nos parâmetros técnicos do sistema em si, como nos cuidados referentes à segurança e à saúde do trabalhador. 2.3.1 Antena É um dispositivo ou arranjo capaz de interceptar (recepção), ou irradiar (transmissão) ondas eletromagnéticas (GOMES, 2000, p. 363). Pode ser construída de várias formas, dependendo da necessidade de cobertura de sinal. Normalmente uma antena é alimentada por uma linha de transmissão (LT), e esta conectada a um equipamento de telecomunicações. 2.3.2 Linha de transmissão (LT) Formada por dois ou mais condutores, isolados por um material dielétrico, que tem a finalidade de conduzir uma onda eletromagnética de forma guiada. Como exemplo de uma antena elementar, de acordo com Franz (2004): A abertura física de uma LT paralela que transporta uma OEM, proporciona uma variação senoidal de potencial (Volts) e de corrente (Ampéres) nos condutores, provocando o aparecimento de linhas de campo magnético e elétrico, variáveis em torno do dipolo formado, dando origem a uma onda eletromagnética que se propaga. 2.3.3 Características gerais das antenas 2.3.3.1 Diagrama de irradiação UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 49 É a forma de representar, através de coordenadas retangulares e polares, a intensidade de campo irradiada (ou recebida) por uma antena, em todas as direções do espaço. A antena ideal é um modelo teórico utilizado como padrão para definição das características das antenas. Este modelo é chamado de “Antena Isotrópica, ou puntual” [grifo nosso], e irradia de forma igual em todas as direções. Assim pode-se compor um gráfico espacial que representa a intensidade de campo eletromagnético em função da direção, neste caso será uma esfera, conforme mostrado na Figura 4. Figura 4 – Antena isotrópica Fonte: Adaptado de Franz (2004). Na análise prática, adotou-se a antena de meio comprimento de onda conhecida como dipolo de meia, formado por dois condutores de um quarto de onda, dispostos lado a lado axialmente, onde o ponto mediano é utilizado para alimentar (no caso de transmissão), ou retirar (no caso de recepção) a onda eletromagnética. O ganho (G) de uma antena é referenciado a uma antena isotrópica e é dado em dBi, ou em dBd, quando referenciado a uma antena tipo dipolo de meia onda. A relação de ganho é de: G = 0 dBi e G = -2,15 dBd, ou seja, a antena dipolo de meia onda possui um ganho de 2,15 dB (equivalente a 1,64 vezes) em relação a uma antena isotrópica. Na Figura 5, pode-se visualizar a antena dipolo de meia onda e os diagramas de irradiação. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 50 Figura 5 – Antena dipolo de meia onda Fonte: Adaptado de Franz (2004). 2.3.3.2 Eficiência de uma antena (η) É a relação entre a potência irradiada e a potência recebida em uma antena. η = P(irradiada)/ P(recebida). (06) 2.3.3.3 Diretividade de uma antena (D) É a relação entre o campo irradiado pela antena em uma determinada direção, e o campo que seria irradiado por uma antena isotrópica, em iguais condições de potência. D = E/E(ISO). (07) 2.3.3.4 Ganho de uma antena (G) Resultado do produto da eficiência pela diretividade. G=ηxD (08) UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 51 2.3.3.5 Relação frente-costas (RFC) Dada pela relação entre a potência irradiada em uma direção predominante e aquela irradiada no mesmo eixo, porém em sentido oposto, pode ser visualizado na Figura 6. Geralmente expressa em dB, dada pela relação: RFC = 10 x log (PF/PC) (09) Onde: RFC é a relação frente-costas; PF é a potência irradiada na frente da antena; PC é a potência irradiada atrás da antena. Na Figura 6, pode-se visualizar o diagrama horizontal, vertical, relação frente-costas, ângulo de abertura, para uma antena tipo yagi com 7 elementos, para a frequência de 175,25 MHz, simuladas no software Mmana Gal, versão 1.2.0.20, que utiliza a técnica matemática dos métodos dos momentos finitos. Figura 6 – Diagrama de irradiação antena tipo Yagi 7 elementos Fonte: Simulação software Mmana Gal, versão 1.2.0.20 2.3.3.6 Ângulo de abertura ou largura de feixe UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 52 É o ângulo formado pelos dois pontos (um à direita e outro à esquerda) do ponto central do maior lóbulo de irradiação, para o diagrama horizontal. Para o diagrama vertical, é o ângulo formado pelos dois pontos (um acima e outro abaixo) do ponto central do maior lóbulo irradiação, onde temos a queda no campo máximo de -3 dB, equivalente em tensão a 0,707 do valor máximo irradiado, como mostrado na Figura 6. 2.3.3.7 Impedância de irradiação A impedância de uma antena pode ser definida como a carga que esta oferece a fonte de sinal, normalmente linha de transmissão; é formada por uma parte resistiva (real) e uma reativa (imaginária – indutiva ou capacitiva). A parcela reativa é desprezível se estiver com valores baixos, caso contrário deverá ser tomado medidas de cancelamento desta através de circuitos com efeito contrário. A parte resistiva é levada em consideração para efeitos dos cálculos da potência radiada. Pradiada = RA X (IP2/2) (10) Onde: Pradiada é a potência radiada em Watts; RA é a resistência de irradiação em Ohms; IP é a corrente da onda eletromagnética em Ampéres (valor de pico); Este parâmetro é importante, pois com ele pode-se determinar a tensão no ponto de conexão da antena. São exemplo disso, os equipamentos de telecomunicação que operam na faixa de 530 KHz a 1700 KHz – radiodifusão comercial AM - Amplitude Modulada, onde as antenas possuem características físicas diversas e com impedâncias dentro de uma gama larga de faixa de impedância (10 a 800 Ohms), onde se pode encontrar tensões variadas, para diversos valores de resistência de irradiação (impedância da antena), para uma mesma frequência e potência. Pela lei de Ohm: UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 53 Eout = (Pout x Rout)1/2 (11) 2.3.4 Outros tipos de antena 2.3.4.1 Painéis setoriais Antena formada por um conjunto de dipolos alimentados em fase. Possui uma chapa como elemento refletor de sinal. O ângulo de abertura deste tipo de antena atende uma determinada região; sendo utilizado para enlace tipo ponto – multiponto. Na Figura 7 temos este tipo de painel setorial de quatro dipolos verticais, com ganho de 12,5 dBi. Figura 7 – Painel setorial de quatro dipolos Fonte: Adaptado de Franz (2004). UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 54 3 ESTUDO DE CASO O local escolhido para o estudo da exposição do trabalhador a radiação não ionizante, foi a Rádio Movimento FM, da cidade de Pato Branco - PR, que opera na frequência de 97,5 MHz, uma das emissoras de radiodifusão da Fundação Cultural Celinauta. 3.1 ANTENAS E EQUIPAMENTOS O equipamento gerador de radiofrequências (transmissor) marca MTA Eletrônica Industrial LTDA, modelo FM 10000, código de homologação 013589XXX0518, opera com potência nominal de 10 kW (valor eficaz), com tolerância na potência de operação de 10% para mais ou para menos, conforme legislação específica e fiscalizada pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações. O sistema irradiante marca Mapra – Indústria e Comércio de Antenas LTDA, modelo FMB-06, com ganho máximo (GMAX) de 5,09 dBd (7,24 dBi) é formado por um conjunto de seis antenas, posicionadas uma sobre a outra (empilhadas verticalmente), afastadas uma da outra de 3,077 metros (um comprimento de onda), descritas como “ciclóide conjugada HV, com seis elementos, orientada a 0 graus do norte verdadeiro” [grifo nosso]. O conjunto de antenas é interligado a um divisor simétrico de sinal de 1:6 (uma entrada e seis saídas), e este ao transmissor através de uma linha de transmissão marca KMP – Cabos Especiais e Sistemas LTDA, modelo LCF 1-5/8, comprimento de 66 metros e atenuação de 0,9 dB/100m. A erp - potência efetiva irradiada, deste conjunto é de 28 kW (máxima), consideradas as perdas na linha de transmissão e correção da elevação do terreno (local do sistema irradiante) em relação à região. Este conjunto de antenas é fixado em uma estrutura metálica, tipo torre autoportante, com altura total de 60 metros; sendo que a altura do pondo médio do conjunto de antenas em relação ao solo (HCI) é de 52 metros. A cota da base da UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 55 torre em relação ao nível do mar é de 850 metros. A fotografia 1, ilustra o sistema irradiante onde pode ser visualizado o compartilhamento com outras fontes de radiação não ionizante – micro-ondas na faixa de 3 a 14 GHz de baixa potência; e transmissão de sons e imagens – TV, na faixa de 174 a 180 MHz, potência de 4 kW (erp). Fotografia 1 – Sistema irradiante Rádio Movimento FM – vista do lado leste 3.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DO TRABALHADOR As atividades desempenhadas pelo trabalhador neste sistema consistem, basicamente, de reparos no sistema de sinalização noturna, reparos no sistema de proteção para descarga elétrica (atmosférica – pára-raios), reparos e ajustes na orientação de antenas de micro-ondas de baixa potência, inspeção técnica nas conexões entre o divisor de sinal e as antenas e linha de transmissão, e vistoria de avaliação. A frequência destas atividades pode ser considerada pequena, em torno de duas intervenções/mês. O período de duração de cada intervenção varia entre UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 56 trinta minutos a duas horas. Esporadicamente há intervenção com período de duração maior. O acesso se dá através de escada metálica interna, com proteção lateral e nas costas. Os EPIs – Equipamentos de Proteção Individual utilizados para estas situações são: capacete, botas, cinto de segurança com dois talabartes, e sacola para ferramentas. 3.3 MEDIÇÃO DA RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE Para realizar as medidas da intensidade das radiações, foi utilizado um equipamento específico para esta finalidade, marca Narda, modelo NBM-550, número de série B-0494; com ponta de prova EF 0391, número de série A-0598; com limites de frequência de teste de 100 kHz a 3 GHz. O equipamento é de propriedade do Engenheiro Roberto Lang, profissional da área telecomunicações – radiodifusão. Foi adotada, para este caso, a medida direta em densidade de potência (S) dada em W/m2 e campo elétrico (E) dado V/m. As medidas foram realizadas, primeiramente no dia 21 de agosto de 2009, e complementadas no dia 28 de agosto de 2009, ambas no período da tarde. A fotografia 2, mostra o equipamento utilizado, próximo a antena mais baixa do conjunto de seis antenas, parte externa da torre de sustentação, onde se vê a leitura de 213.0 W/m2. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 57 Fotografia 2 – Equipamento de medição densidade de radiação não ionizante – Narda 3.3.1 Método de Medição Os métodos de medição exigidos, para o cumprimento da Resolução 303/02 da Anatel, são descrito em seu artigo 37, para medidas de densidade de potência média nas dimensões do corpo dos indivíduos expostos, deve ser feito por meio da medição dos campos ao longo de uma linha que represente a postura do indivíduo. Contudo, o caso em análise se dá no campo próximo as antenas onde temos exposições aos CEMRF de forma não uniforme ao longo do corpo do individuo exposto, causadas por indução, rerradiação através da estrutura metálica da torre de sustentação, previstos também no artigo 43 da referida resolução. O artigo 45 determina que nestes casos de exposição não uniforme, para se avaliar se o limite da SAR - taxa de absorção específica está sendo excedido, o valor do campo elétrico não deve ultrapassar 25 (vinte e cinco) vezes os valores que UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 58 constam das tabelas 1 e 2, aplicados para o campo distante, no local onde o indivíduo ocuparia. Desta forma, faz-se necessário realizar as medidas em acordo com o artigo 38, que exige que sejam utilizados métodos manuais para determinação da média espacial, através de cálculo da média de valores discretos, “desde que medidos em pontos de, no máximo, 20 (vinte) centímetros de distância entre si”, (AGÊNCIA..., 2002, p. 14). Assim, pode-se comprovar para este sistema irradiante (antenas + estrutura): a não uniformidade da intensidade do campo próximo a que o indivíduo possa estar submetido; a existência ou não de pontos quentes, no qual se encontram valores de campo intenso previstos também no artigo 47; além da verificação do atendimento aos valores limites de exposição, proposto neste estudo. 3.3.2 Locais onde Foram Realizadas as Medições Devido ao tipo de modulação em frequência, não há variação significativa na intensidade da onda eletromagnética emitida pelas antenas, sendo que foi adotado um número de 12 medidas para cada ponto, utilizados para a obtenção do valor médio. Os pontos medidos foram: a) Na parte externa da estrutura metálica da torre, lados: norte, leste, sul e oeste; próximo e afastado da estrutura metálica; b) Interno a escada, lado norte, próximo à linha de transmissão; c) Próximo e afastado da estrutura metálica, no interior da escada, lados: norte, leste, sul e oeste; ponto de fixação das mãos e apoio dos pés do indivíduo. d) Junto ao ouvido do trabalhador, interno a escada e próximo ao ponto mediano das antenas; e) A três metros abaixo das antenas, no final da parte cônica da torre de sustentação; f) A sete metros abaixo das antenas, na plataforma junto a outras antenas, local onde ocorre maior frequência da presença do trabalhador. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 59 Para as medidas internas a escada foi considerada uma área mínima ocupada pelo corpo de um indivíduo em movimento ou apoiado, no sentido transversal à postura vertical do corpo, cuja área considerada foi de 1300 cm2. Como a escada tem formato quadrado (59 cm x 59 cm), e dois lados com travessas metálicas horizontais utilizadas como escada – lado sul e lado norte, sendo o lado leste e o oeste utilizados como guarda-corpo, adotou-se uma distância de 15 cm a partir da estrutura da mesma, no sentido convergente ao centro, como sendo suficiente para atingir o corpo do trabalhador. Foram realizadas medidas junto às travessas metálicas de apoio dos pés e mãos da escada, pontos estes em que há contato do trabalhador com estas partes metálicas, no entorno próximo à região mediana do sistema irradiante e divisor de sinal. A fotografia três (3) ilustra uma das medidas internas a escada, próximo a cabeça, onde foi medido uma densidade de potência de 11,32 W/m2 porém, mudando a posição 10 cm no sentido de se aproximar da linha de transmissão, o valor medido foi de 132,8 W/m2. Fotografia 3 – Medida interna à escada, próximo à cabeça do trabalhador. 3.3.3 Resultado das Medições Os valores das medidas realizadas na parte externa à torre, conforme tabela 8, onde se visualiza também o enquadramento de acordo com dados da pesquisa na tabela 1, para exposição ocupacional e frequência da radiação não ionizante de 97,5 MHz: UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 60 Tabela 8 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, lado externo a torre – altura mediana a seis antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR – 2009. Densidade de Valor Valor Campo Elétrico Posição em relação à Potência média Limite Limite Local médio (E) V/m estrutura metálica da 2 (S) W/m (E) 61V/ (S) p/ 12 medidas torre de sustentação p/ 12 medidas m 10W/m2 Afastado 20 cm Acima Acima Lado Norte 316,9534 357,9585 5,20 35,79 externo Afastado 20 cm Acima Acima Lado Leste 272,6052 390,8123 4,47 39,08 externo Afastado 20 cm Acima Acima Lado Sul 100,3969 24,6776 1,65 2,46 externo Afastado 20 cm Acima Acima Lado Oeste 136,1407 47,6431 2,23 4,76 externo Acima Acima Lado Norte 72,1422 14,5632 Próximo à estrutura 1,18 1,45 Acima Acima Lado Leste 185,0989 74,8395 Próximo à estrutura 3,03 7,48 Acima Acima Lado Sul 78,6645 15,8467 Próximo à estrutura 1,29 1,58 Acima Acima Lado Oeste 306,6950 286,6826 Próximo à estrutura 5,03 28,66 Os valores das medidas realizadas na parte interna à escada metálica foram, para exposição ocupacional e frequência da radiação não ionizante de 97,5 MHz, conforme dados da pesquisa na tabela 9: Tabela 9 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, no interior a escada da torre Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009. Campo Valor Elétrico Densidade de Valor Posição das medidas em Limite médio (E) V/ Potência média Limite relação à estrutura Local (E) m (S) W/m2 (S) metálica da escada, no 61 V/m p/ 12 p/ 12 medidas 10 W/m2 interior da mesma medidas Lado Abaixo Abaixo Afastado 15 cm da 45,6081 3,7454 Norte 0,75 0,37 estrutura Lado Acima Acima Afastado 15 cm da 241,0093 137,7448 Leste 3,95 13,77 estrutura Abaixo Abaixo Afastado 15 cm da Lado Sul 33,9316 2,5112 0,56 0,25 estrutura Lado Abaixo Abaixo Afastado 15 cm da 46,4295 5,3042 Oeste 0,76 0,53 estrutura Lado Abaixo Abaixo Próximo à estrutura 24,6039 1,9411 Norte 0,40 0,19 metálica Lado Acima Acima Próximo à estrutura 110,6836 142,1639 Leste 1,81 14,21 metálica Abaixo Abaixo Próximo à estrutura Lado Sul 44,0861 3,2343 0,72 0,32 metálica Lado Acima Acima Próximo à estrutura 183,6911 57,6179 Oeste 3,01 5,76 metálica Medidas realizadas no interior da escada, lado norte, junto à travessa horizontal, explorando os valores de radiação ao longo desta peça metálica que UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 61 serve de apoio para os pés e fixação para as mãos do trabalhador, para exposição ocupacional e frequência da radiação não ionizante de 97,5 MHz, conforme dados da pesquisa na tabela 10. Tabela 10 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, lado norte interno a escada e próximo ao final da linha de transmissão (LT) - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR 2009. Campo Densidade Valor Elétrico de Potência Valor Posição sobre a travessa Limite médio (E) V/ média (S) W/ Limite horizontal Local (E) m m2 (S) Lado norte em relação à 61 V/m p/ 12 p/ 12 10 W/m2 linha de transmissão (LT) medidas medidas Travessa 57,7881 Acima Acima 134,2531 25 cm a esquerda da LT horizontal 2,20 5,77 Travessa 369,0144 362,6296 Acima Acima 15 cm a esquerda da LT horizontal 6,05 36,26 Travessa 355,1829 505,7480 Acima Acima Próximo da LT horizontal 5,82 50,57 Travessa 317,2248 294,1896 Acima Acima 15 cm a direita da LT horizontal 5,20 29,41 Travessa 91,7275 20,1408 Acima Acima 25 cm a direita da LT horizontal 1,50 2,01 Interno a 90,0365 3,8057 Acima Abaixo sul - interno a escada escada 1,48 0,38 Na linha de 153,1728 409,4699 Acima Acima na LT - interno a escada transmissão 2,51 40,94 Externo a 71,1653 Acima x x norte - externo a escada escada 7,11 x - não foram coletados dados. Outra medida foi realizada no final da parte cônica da torre, a três metros abaixo das antenas em estudo, onde há outras antenas diretivas e alta relação frente-costas (parabólicas), operando com baixa potência, mostrada na tabela 11. Tabela 11 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, a três metros abaixo das antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009. Campo Valor Elétrico Densidade de Valor Posição junto ao final da Limite médio (E) V/ Potência média Limite parte cônica da torre Local (S) m (S) W/m2 (E) a três metros abaixo 10 W/ p/ 12 p/ 12 medidas 61 V/m das antenas m2 medidas Acima Acima Lado Norte 69,3561 10,6280 Afastado 20 cm da estrutura 1,14 1,06 Acima Acima Lado Leste 132,5424 38,2669 Afastado 20 cm da estrutura 2,17 3,82 Tabela 11 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, a três metros abaixo das antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009. conclusão UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 62 Lado Sul 105,1456 25,9362 Lado Oeste 214,9302 133,6070 Lado Norte 41,6920 5,4007 Lado Leste 118,5531 52,1228 Lado Sul 88,9415 21,7659 Lado Oeste 124,6505 33,6100 Acima 1,72 Acima 3,52 Abaixo 0,68 Acima 1,94 Acima 1,46 Acima 2,04 Acima 2,59 Acima 13,36 Abaixo 0,54 Acima 5,21 Acima 2,17 Acima 3,36 Afastado 20 cm da estrutura Afastado 20 cm da estrutura Próximo à estrutura metálica Próximo à estrutura metálica Próximo à estrutura metálica Próximo à estrutura metálica Medidas realizadas junto à plataforma, afastada de sete metros abaixo das antenas, local onde a presença de trabalhadores ocorre com mais frequência, demonstradas conforme dados da pesquisa na tabela 12. Tabela 12 – Medidas de Campo Elétrico e Densidade de Potência, a sete metros abaixo das antenas - Rádio Movimento FM – Pato Branco – PR - 2009. Campo Elétrico Densidade de Valor Valor médio (E) V/ Potência média Limite Limite Local Posição (observação) m (S) W/m2 (E) (S) 2 2 p/ 12 p/ 12 medidas 61 V/m 10 W/m medidas Afastado 20 cm da Plataforma Abaixo Abaixo 12,0028 0,2430 estrutura ,atrás das Lado norte 0,20 0,024 parábolas Afastado 20 cm da Plataforma Abaixo Abaixo 16,8935 0,9955 estrutura, atrás das Lado sul 0,28 0,099 parábolas Afastado 20 cm da Plataforma 3,0731 Abaixo Abaixo 28,8405 estrutura, no meio da Lado oeste 0,47 0,30 plataforma Afastado 20 cm da Plataforma 3,0731 Abaixo Abaixo 28,8405 estrutura, no meio da Lado oeste 0,47 0,30 plataforma Plataforma Acima Acima Sobre a travessa de 70,4028 16,9668 1,15 1,69 proteção Interno a Abaixo Abaixo Próximo à LT, travessa 46,0293 0,2175 escada 0,75 0,021 horizontal da escada Interno a Abaixo A 15 cm da LT, travessa 9,4723 x x escada 0,16 horizontal da escada x - não foram coletados dados. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 63 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS A análise dos resultados das medidas deste estudo de caso, não se dá na simples verificação da medida direta, com os valores constantes das tabelas da legislação vigente, pois a mesma é focada de forma direta aos campos distantes – onda plana. Há a necessidade de um estudo sobre em quais artigos se enquadram às medidas para o campo próximo. 4.1 ENQUADRAMENTO SEGUNDO A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VIGENTE Conforme a tabela I do Anexo à Resolução 303/02 da Anatel (tabela 1 deste trabalho) para exposição ocupacional e na faixa de 10 a 400 MHz, para o campo elétrico o limite é de 61 V/m; assim, para se comprovar os valores limites para a SAR, de acordo com artigo 45, que poderiam ser excedidos, deve-se ter 61 x 25 = 1525 V/m. Contudo, o que limita esta análise dos valores medidos, sob este critério, é a faixa de operação da sonda utilizada neste estudo, que vai de 185 mV/m até 300 V/m. Outro detalhe a ser considerado é que as tabelas 1 e 2 são válidas para valores não perturbados, ou seja, “...são aqueles medidos na ausência de indivíduos potencialmente expostos e sem a introdução de objetos absorvedores ou refletores de CEMRF durante o processo de medição.” (AGÊNCIA..., 2002, p. 7) Entretanto, no caso sob estudo, há objetos absorvedores e refletores através da estrutura metálica da torre de sustentação, bem como há também a presença do indivíduo. Desta forma, a análise dos resultados das medidas pode ser realizada através do cumprimento da referida Resolução, pelos artigos 36, onde, “As medições devem ser realizadas de forma a produzir resultados que se aproximem ao máximo possível da densidade de potência média nas dimensões do corpo do indivíduo exposto.” O artigo 37 no parágrafo I define o método da varredura planar que, “consiste na realização de medições em pontos definidos sobre planos transversais à posição do corpo na condição que estaria quando exposto a CEMRF.” UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 64 O artigo 38, por sua vez, determina os métodos e meios de conseguir a média espacial através de métodos manuais ou “pela utilização de medidores especiais que realizam uma série contínua de medidas e fornecem, como resultado, o valor da média das medidas.”, (AGÊNCIA..., 2002, p. 14). Assim, pela medida da densidade de potência em W/m2, e campo elétrico dado em V/m, mostrados nas tabelas, comprova-se que não há uma uniformidade do campo, comprovando assim o comportamento típico do campo próximo a antena. Foram encontrados muitos pontos em que a intensidade da radiação não ionizante ultrapassa muitas vezes (até 50 vezes) o valor de 10 W/m 2, permitidos pela norma para exposição ocupacional. Na altura média das antenas, lado externo da torre de sustentação, nos quatro lados, os valores medidos também foram elevados. 4.2 MEDIDAS PREVENTIVAS Considerando a revisão de literatura feita e os resultados obtidos nas pesquisas realizadas neste estudo de caso, especificamente, sugere-se ao trabalhador adotar procedimentos técnicos operacionais para a execução de serviços nas antenas, visando a redução dos riscos e agravos relacionados à exposição a radiações não ionizantes, tais como: a) Reduzir a potência de operação para 250 W no transmissor, toda vez que se fizer necessário, subir acima da parte cônica da torre. Existe um resistor variável tipo variômetro no painel do transmissor para esta finalidade que reduz a potência de forma contínua; b) Reduzir a potência de operação do transmissor, toda vez que se fizer necessário, subir até a plataforma. Existe uma chave que modifica a forma de ligação do transformador de força do transmissor, estrela/triângulo, de forma a reduzir a potência do transmissor de 10000 W para 1500 W; c) Reduzir o tempo de exposição ao máximo possível, ou seja, não ficar perdendo tempo quando exposto às radiações não ionizantes; d) Apoiar-se no lado sul da escada, ponto mais distante da linha de transmissão e de outros pontos com alto nível de radiação; UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 65 e) Planejar, antes de subir na torre, o trabalho a ser realizado e conferir se todas as ferramentas e acessórios estão disponíveis e acessíveis de acordo com a necessidade; f) Verificar e analisar o comportamento do diagrama e dados técnicos de operação antes de se aproximar do campo próximo de uma antena e também da distância segura no lóbulo de máxima radiação da antena (principalmente em antenas diretivas e de alto ganho). 4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora não se tenha, teoricamente, afirmação científica e conclusiva sobre os malefícios a saúde que a exposição à radiação não ionizante possa provocar ao homem, deste estudo pode-se considerar que: - Os danos à saúde do trabalhador exposto a radiação são dependentes do tempo de exposição, da intensidade da radiação e da freqüência do sinal da radiação não ionizante; - As estruturas metálicas que sustentam as antenas dos sistemas irradiantes, sofrem a re-radiação pela proximidade da antena e, portanto possuem pontos com elevados níveis de radiofreqüência; - A intensidade da radiação depende do ganho da antena, e da potência do transmissor (equipamento gerador); - O diagrama de radiação para este tipo de antena é de 360 graus envolvendo a estrutura de sustentação (e quem for trabalhar nela), ou seja, não é uma antena diretiva onde se encontra uma relação frente costas elevado (região de sombra); - A importância do conhecimento do funcionamento das antenas e suas características, bem como da norma sobre a limitação da exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz, Resolução 303 da Anatel, para o trabalhador. Há vários anos vem se pesquisando sobre os efeitos das radiações não ionizantes, primeiramente com enfoque maior nos efeitos térmicos e ultimamente nos efeitos não térmicos, aumentando a preocupação na comunidade científica. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 66 A Declaração das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no qual nosso país é signatário, traz o “princípio da precaução” [grifo nosso] diante da incerteza científica, vindo ao encontro dos princípios e condutas da área da saúde e meio ambiente contribuindo com a melhoria das condições do ambiente de trabalho. Desta forma, é prudente reduzir a potência de operação do transmissor durante o período em que ocorre a exposição do trabalhador, bem como evitar o abuso na exposição a radiações não ionizantes. Este estudo de caso mostra também, que para a exposição em campos eletromagnéticos próximos às antenas (campo próximo), a análise dos limites a esta exposição é de difícil determinação teórica, sendo mais fácil o estudo caso a caso com medidas de campo, reais. Com isto fica a sugestão da continuidade destes estudos em outras fontes geradoras de radiações não ionizantes, em que haja a exposição ocupacional do trabalhador, como por exemplo, próximos aos sistemas irradiantes das emissoras de ondas médias e outras. Como profissional atuante neste segmento de trabalho, este estudo sobre os efeitos das radiações sobre o corpo humano, me levou a tomar cuidados e procedimentos antes não observados nas rotinas de trabalho, mantendo-me em alerta e respeitando o princípio da precaução diante da incerteza. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 67 REFERÊNCIAS AGÊNCIA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES. Resolução N.º 303, de 02 de julho de 2002. Aprova o Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofrequências entre 9 kHz e 300 GHz. Disponível em: <http://www.mpes.gov.br/anexos/centros_apoio/arquivos/ 10_21491543542272008_Resol303-02-ANATEL.doc>. Acesso em: 08 set. 2009. ASTETE, Martin W. Radiações não ionizantes. 2006. Disponível em: <http://www.higieneocupacional.com.br/download/radiacao-astete.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2009. BUSSINGER, Betânia. Análise comparativa dos efeitos biológicos causados por radiações não ionizantes na faixa de telefonia celular. 2007. 136 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Telecomunicações) – Centro Tecnológico, Universidade Federal Fluminense, 2007. Disponível em: <http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2426>. Acesso em: 16 jul. 2009. CELULARES causam falência renal e doença cardíaca. 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UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 68 ESTUDO vê novo elo entre celular e câncer. Portal de notícias G1. 30 ago. 2007. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL96189-5603,00.html> Acesso em: 15 ago. 2009. FRANZ, Luciano V. Antenas, cabos e rádio enlace. 2004. Disponível em: <http://under-linux.org/b417-curso-de-antenas-cabos-e-radio-enlace>. Acesso em 23 ago. 2009. GOMES, Alcides T. Telecomunicações transmissão e recepção AM-FMsistemas pulsados. 3 ed. São Paulo: Érica, 2000. GUTIERRES FILHO, Ernani. Efeito das radiações eletromagnéticas não ionizantes na formação de micronúcleos da Tradescantia Pallida (Rose) D. R. Hunt var. Purpurea Boom. 2007. 90 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento de Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) – Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, 2007. Disponível em: <www.teclim.ufba.br/site/material_online/.../dis_hernani.pdf>. 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UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 69 SCHÄFFER, Solange R. Exposição ocupacional a campos eletromagnéticos em estações rádio-base: análise crítica do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais em uma empresa do setor de telecomunicações. 2007. 94 p. Dissertação (Mestrado em Gestão Integrada da Saúde do Trabalho e Meio Ambiente) – Campus Santo Amaro, Centro Universitário SENAC, 2007. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/teses_pdf/Dissertação_ %20SOLANGE%20R.%20SCHAFFER.pdf>. Acesso em: 09 maio 2009. SCIENCE MAGAZINE. [Simbologia para radiação não ionizante]. 2007. Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_ePcEtAaRqy8/ShCX9KXcaeI/AAAAAAAAAfE/lH60byjZ0A Y/s1600-h/10.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2009. SEGURANÇA E TRABALHO ONLINE. Radiações ionizantes e não ionizantes. Disponível em: <www.segurancaetrabalho.com.br/download/radiacoes-celio.doc>. Acesso em: 14 ago. 2009. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA; SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. Brasília: SESI-DN, 2005. Disponível em: <http://sstmpe.fundacentro.gov.br/Anexo/Cartilha_SESI %20SEBRAE_2005%20Dicas_SST.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2009. WOLF, Ronny; WOLF; Danny. Aumento da incidência de câncer próximo a estação transmissora de telefonia celular. Disponível em: <http://www.mreantenas.eng.br/pdf/artigo_05_cancer.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2009 UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 70 APÊNDICE A – Fotografias das medições realizadas Próximo à linha de transmissão Distante 5cm da linha de transmissão UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 71 Com o Engº. Roberto Lang Medição no lado norte da antena UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 72 APÊNDICE B – Planilhas geradas pela sonda de medição FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO – PR MEDIDAS DE DENSIDADE DE POTÊNCIA, EXTERNO A TORRE, PRÓXIMO E AFASTADO DA ESTRUTURA, NA ALTURA MEDIANA DAS SEIS ANTENAS Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 16:52:45 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit W/m² Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale - UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 73 Time progress of current segment - Pos Fecha/hora 1--8 Campo-E [W/m²] 8/28/2009 16:52:45 151,62798 1 8/28/2009 16:52:45 357,958527 Lado norte afastado 20cm da estrutura 2 8/28/2009 16:53:18 390,812378 Lado leste afastado 20cm da estrutura 3 8/28/2009 16:53:59 24,677694 Lado sul afastado 20cm da estrutura 4 8/28/2009 16:54:29 47,64315 Lado oeste afastado 20cm da estrutura 5 8/28/2009 16:55:07 14,563201 Lado norte próximo a estrutura 6 8/28/2009 16:55:35 74,839554 Lado leste próximo a estrutura 7 8/28/2009 16:56:09 15,846715 Lado sul próximo a estrutura 8 8/28/2009 16:56:35 286,682617 Lado oeste próximo a estrutura FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE DENSIDADE DE POTÊNCIA, EXTERNO A TORRE, PRÓXIMO E AFASTADO DA ESTRUTURA, NA ALTURA MEDIANA DAS SEIS ANTENAS Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 16:52:45 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit W/m² Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 74 Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale - Time progress of current segment - Pos Fecha/hora 1--8 Campo-E [W/m²] 8/28/2009 16:52:45 151,62798 1 8/28/2009 16:52:45 357,958527 Lado norte afastado 20cm da estrutura 2 8/28/2009 16:53:18 390,812378 Lado leste afastado 20cm da estrutura 3 8/28/2009 16:53:59 24,677694 Lado sul afastado 20cm da estrutura 4 8/28/2009 16:54:29 47,64315 Lado oeste afastado 20cm da estrutura 5 8/28/2009 16:55:07 14,563201 Lado norte próximo a estrutura 6 8/28/2009 16:55:35 74,839554 Lado leste próximo a estrutura 7 8/28/2009 16:56:09 15,846715 Lado sul próximo a estrutura 8 8/28/2009 16:56:35 286,682617 Lado oeste próximo a estrutura FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE CAMPO ELÉTRICO, INTERNO A ESCADA, PRÓXIMO E AFASTADO DA ESTRUTURA, ATRÁS DAS ANTENAS Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 16:58:59 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 75 Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit V/m Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale - Time progress of current segment Pos Fecha/hora 1--8 Campo-E [V/m] 8/28/2009 16:58:59 118,329465 1 8/28/2009 17:00:19 2 8/28/2009 17:00:49 45,60817 Lado norte afastado 15cm interno a escada 3 8/28/2009 17:01:13 33,93161 Lado sul afastado 15cm interno a escada 4 8/28/2009 17:01:46 46,429569 Lado oeste afastado 15cm interno a escada 5 8/28/2009 17:02:20 24,603949 Lado norte próximo a estrutura interno a escada 6 8/28/2009 17:02:43 110,683624 Lado leste próximo a estrutura interno a escada 7 8/28/2009 17:03:07 8 8/28/2009 17:03:36 241,009338 Lado leste afastado 15cm interno a escada 44,08614 Lado sul próximo a estrutura interno a escada 183,691116 Lado oeste próximo a estrutura interno a escada FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE DENS. DE POTÊNCIA, INTERNO A ESCADA, PRÓXIMO E AFASTADO DA ESTRUTURA, ATRÁS DAS ANTENAS Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:05:10 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 76 Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit W/m² Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--8 Campo-E [W/m²] 8/28/2009 17:05:10 44,282895 1 8/28/2009 17:05:10 3,745418 Lado norte afastado 15cm interno a aescada 2 8/28/2009 17:06:10 137,744888 Lado leste afastado 15cm interno a aescada 3 8/28/2009 17:06:50 2,511256 Lado sul afastado 15cm interno a aescada 4 8/28/2009 17:07:19 5,304225 Lado oeste afastado 15cm interno a aescada 5 8/28/2009 17:07:45 1,941138 Lado norte próximo a estrutura interno a escada 6 8/28/2009 17:08:14 142,16394 Lado leste próximo a estrutura interno a escada 7 8/28/2009 17:08:59 3,234387 8 8/28/2009 17:09:18 57,617908 Lado sulpróximo a estrutura interno a escada Lado oeste próximo a estrutura interno a escada FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE CAMPO ELÉTRICO, INTERNO A ESCADA, PRÓXIMO AO FINAL DA LINHA DE TRANSMISSÃO, TRAVESSA HORIZONTAL Number of Sub Indices 7 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:13:28 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date Probe Product Name 08/10/2010 EF0391 UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 77 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit V/m Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--7 8/28/2009 17:13:28 Campo-E [V/m] 245,23007 1 8/28/2009 17:14:48 134,253174 25 cm a esquerda da LT sobre a travessa horizontal 2 8/28/2009 17:15:18 369,014404 15 cm a esquerda da LT sobre a travessa horizontal 3 8/28/2009 17:15:40 355,182922 próximo a LT sobre a travessa horizontal 4 8/28/2009 17:15:57 317,224854 15 cm a direita da LT sobre a travessa horizontal 5 8/28/2009 17:16:17 91,727539 25 cm a direita da LT sobre a travessa horizontal 6 8/28/2009 17:16:52 90,036575 SUL - interno a escada sentido norte/sul - LT no meio 7 8/28/2009 17:17:30 153,172852 NA LT - interno a escada sentido norte/sul - LT no meio NORTE - externo a escada sentido norte/sul - LT no meio FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE DENSIDADE DE POTÊNCIA, INTERNO A ESCADA, PRÓX. AO FINAL DA LINHA DE TRANSMISSÃO, TRAV. HORIZONTAL UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 78 Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:16:58 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit W/m² Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--8 8/28/2009 17:16:58 Campo-E [W/m²] 215,617157 1 8/28/2009 17:16:58 57,788124 25 cm a esquerda da LT sobre a travessa horizontal 2 8/28/2009 17:17:26 362,629639 15 cm a esquerda da LT sobre a travessa horizontal 3 8/28/2009 17:17:46 505,748016 próximo a LT sobre a travessa horizontal 4 8/28/2009 17:18:11 294,189636 15 cm a direita da LT sobre a travessa horizontal UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 79 5 8/28/2009 17:18:37 20,140844 25 cm a direita da LT sobre a travessa horizontal 6 8/28/2009 17:20:07 3,805705 SUL - interno a escada sentido norte/sul - LT no meio 7 8/28/2009 17:20:35 409,469971 8 8/28/2009 17:21:08 71,165321 NA LT - interno a escada sentido norte/sul - LT no meio NORTE - externo a escada sentido norte/sul - LT no meio FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE CAMPO ELÉTRICO, A 3 METROS ABAIXO DAS ANTENAS NA, NO FINAL DA PARTE CÔNICA DA TORRE Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:30:31 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID Standard Name 8 ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit V/m Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 80 Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--8 Campo-E [V/m] 8/28/2009 17:30:31 121,896382 1 8/28/2009 17:30:31 69,356186 Lado norte afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 2 8/28/2009 17:30:55 132,542435 Lado leste afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 3 8/28/2009 17:31:32 105,145638 Lado sul afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 4 8/28/2009 17:31:54 214,930252 Lado oeste afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 5 8/28/2009 17:32:35 41,692051 Lado norte próximo a estrutura 5m abaixo das antenas 6 8/28/2009 17:33:01 118,553116 Lado leste próximo a estrutura 5m abaixo das antenas 7 8/28/2009 17:33:37 88,941528 Lado sul próximo a estrutura 5m abaixo das antenas 8 8/28/2009 17:33:58 124,650566 Lado oeste próximo a estrutura 5m abaixo das antenas FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE DENSIDADE DE POTÊNCIA, A 3 METROS ABAIXO DAS ANTENAS, NO FINAL DA PARTE CÔNICA DA TORRE Number of Sub Indices 8 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:34:54 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID Standard Name 8 ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit W/m² UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 81 Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--8 Campo-E [W/m²] 8/28/2009 17:34:54 40,167234 1 8/28/2009 17:34:54 10,628022 Lado norte afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 2 8/28/2009 17:35:21 38,266949 Lado leste afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 3 8/28/2009 17:35:50 25,936262 Lado sul afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 4 8/28/2009 17:36:19 133,607086 Lado oeste afastado 20 cm da estrutura 5m abaixo das antenas 5 8/28/2009 17:36:49 5,400708 Lado norte próximo a estrutura 5m abaixo das antenas 6 8/28/2009 17:37:23 52,122829 Lado leste próximo a estrutura 5m abaixo das antenas 7 8/28/2009 17:37:57 21,765938 Lado sul próximo a estrutura 5m abaixo das antenas 8 8/28/2009 17:38:22 33,610081 Lado oeste próximo a estrutura 5m abaixo das antenas FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE CAMPO ELÉTRICO, A 7 METROS ABAIXO DAS ANTENAS NA, PLATAFORMA Number of Sub Indices 6 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:43:04 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 82 Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit V/m Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--6 Campo-E [V/m] 8/28/2009 17:43:04 37,474951 1 8/28/2009 17:43:04 12,002871 Lado norte afastado da estrutura 20 cm plataforma 2 8/28/2009 17:43:33 16,893518 Lado sul afastado da estrutura 20 cm plataforma 3 8/28/2009 17:44:02 28,840565 4 8/28/2009 17:44:29 70,402885 Lado oeste afastado da estrutura 20 cm plataforma Lado oeste sobre a travessa hor. de prot. Plataforma 5 8/28/2009 17:45:24 46,029358 Interno a escada próximo a LT 6 8/28/2009 17:46:53 9,472356 Interno a escada afastado 15cm da LT FUNDAÇÃO CULTURAL CELINAUTA - RÁDIO MOVIMENTO FM - PATO BRANCO - PR MEDIDAS DE DENSIDADE DE POTÊNCIA, A 7 METROS ABAIXO DAS ANTENAS NA, PLATAFORMA Number of Sub Indices 5 Storing Date 28/08/2009 Storing Time 17:47:47 Dataset Type SPA Voice Comment Available NO Dataset Fine Type S1 GPS Flag NO Device Product Name NBM-550 Device Serial Number B-0494 Device Cal Due Date 08/10/2010 Probe Product Name EF0391 Probe Serial Number A-0598 Probe Cal Due Date 29/09/2010 Probe Field Type E Probe Connection Type A UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 83 Probe Lower Frequency Limit A 100 kHz Probe Upper Frequency Limit A 3 GHz Probe Lower Frequency Limit B 100 kHz Probe Upper Frequency Limit B 3 GHz Probe Emin A 185.0 mV/m Probe Emax A 300.0 V/m Probe Emin B 185.0 mV/m Probe Emax B 300.0 V/m Shaped Probe NO Standard ID 8 Standard Name ICNIRP 1998 general public Apply Standard OFF Frequency 97.5 MHz Apply Correction Frequency OFF Eref_E(f) 28.00 V/m Eref_H(f) 27.52 V/m Combi Probe Use E_H Unit W/m² Results Format FIXED Auto-Zero Interval 15 min Result Type - Averaging Time - Average Progress - Spatial AVG Mode CONTINUOUS Store Condition - Storing Range - Cond. Stop Time - Upper Threshold - Lower Threshold - Timer Interval - Timer Duration - History Time Scale Time progress of current segment - Pos Fecha/hora - 1--5 Campo-E [W/m²] 8/28/2009 17:47:47 4,299231 1 8/28/2009 17:47:47 0,243085 Lado norte afastado da estrutura 20 cm plataforma 2 8/28/2009 17:48:17 0,995524 Lado sul afastado da estrutura 20 cm plataforma 3 8/28/2009 17:48:47 3,073147 4 8/28/2009 17:49:22 16,966873 Lado oeste afastado da estrutura 20 cm plataforma Lado oeste sobre a travessa hor. de prot. Plataforma 5 8/28/2009 17:49:47 0,217525 Interno a escada próximo a LT Interno a escada afastado 15cm da LT UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 84 ANEXO – Resolução nº. 303/02 da Anatel RESOLUÇÃO Nº 303, DE 2 DE JULHO DE 2002 Publicada no DOU de 10/07/2002 Aprova o Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz. CONSELHO DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES ANATEL, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 22, da Lei n.º 9.472, de 16 de julho de 1997, e art. 35, do Regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações, aprovado pelo Decreto n.º 2.338, de 7 de outubro de 1997; CONSIDERANDO o disposto nos arts. 1º e 161 da Lei n.º 9.472, de 1997, compete à União, por intermédio do órgão regulador e nos termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo, organizar a exploração dos serviços de telecomunicações, bem como que poderá ser modificada a destinação de radiofreqüência ou faixas e ordenada a alteração de potências ou de outras características técnicas; CONSIDERANDO o disposto no parágrafo único do art. 1º da Lei n.º 9.472, de 1997, a organização dos serviços de telecomunicações inclui, entre outros aspectos, o disciplinamento e a fiscalização da execução, comercialização e uso dos serviços e da implantação e funcionamento de redes de telecomunicações, bem como da utilização dos recursos de órbita e espectro de radiofreqüências; CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer limites e de definir métodos de avaliação e procedimentos a serem observados quando do licenciamento de estações de radiocomunicação, no que diz respeito à exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos de radiofreqüências associados à operação de estações transmissoras de serviços de telecomunicações; CONSIDERANDO as contribuições recebidas em decorrência da Consulta Pública n.º 285, de 30 de março de 2001, publicada no Diário Oficial da União de 2 de abril de 2001; CONSIDERANDO as contribuições recebidas em decorrência da Consulta Pública n.º 296, de 8 de maio de 2001, publicada no Diário Oficial da União de 16 de maio de 2001; CONSIDERANDO deliberação tomada em sua Reunião n.º 214, realizada no dia 26 de junho de 2002, resolve: Art. 1º Aprovar o Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz, na forma do anexo a esta Resolução. Art. 2º Revogar a Resolução n.º 256, de 11 de abril de 2001, publicada no Diário Oficial da União de 12 de abril de 2001. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. LUIZ GUILHERME SCHYMURA DE OLIVEIRA Presidente do Conselho UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 85 ANEXO REGULAMENTO SOBRE LIMITAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A CAMPOS ELÉTRICOS, MAGNÉTICOS E ELETROMAGNÉTICOS NA FAIXA DE RADIOFREQÜÊNCIAS ENTRE 9 kHz e 300 GHz TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Capítulo I Dos Objetivos e Abrangência Art. 1º Este regulamento tem por objetivo estabelecer limites para a exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos, na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz, associados à operação de estações transmissoras de radiocomunicação de serviços de telecomunicações, bem como definir métodos de avaliação e procedimentos a serem observados quando do licenciamento de estações de radiocomunicação, no que diz respeito a aspectos relacionados à exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na referida faixa de radiofreqüências. Art. 2º Este regulamento se aplica a todos que utilizem estações transmissoras que exponham seres humanos a campos elétricos, magnéticos ou eletromagnéticos na faixa de radiofreqüências indicada no artigo 1º. Capítulo II Das Definições e Abreviaturas Art. 3º Para fins deste Regulamento aplicam-se as seguintes definições e abreviaturas: I. Absorção específica (SA - sigla em inglês de “Specific Absorption”): Energia absorvida por unidade de massa de tecido biológico, expressa em joule por quilograma (J/kg). SA é a integral, no tempo, da taxa de absorção específica. II. Campo distante (Região de): Região do espaço onde os campos elétrico e magnético possuem características aproximadamente de onda plana e as componentes de campo elétrico e magnético são perpendiculares entre si e ambas são transversais à direção de propagação. O campo distante, para os casos onde o comprimento máximo total da antena transmissora é maior que o comprimento de onda do sinal emitido, ocorre a partir da distância:* d = 2 L2 / λ III. Campo próximo (Região de): Região do espaço, geralmente nas proximidades de uma antena ou estrutura radiante, na qual os campos elétrico e magnético não possuem características de onda plana e variam significativamente ponto a ponto. IV. CEMRF: Campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos, na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz. V. Comprimento de onda (l): Distância, na direção de propagação, entre dois pontos sucessivos de uma onda periódica, nos quais a oscilação apresenta a mesma fase: * λ=c/f VI. Densidade de corrente (J): Grandeza vetorial, cuja integral sobre a superfície onde ela está presente é igual à corrente que atravessa a superfície. A densidade * obs. fórmulas, quadros e gráficos ausentes podem ser obtidos entrando–se em contato com o cenacon *c UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 86 média num condutor linear é igual à corrente dividida pela seção transversal do condutor. Exprime-se em ampere por metro quadrado (A/m2). VII Densidade de fluxo magnético (B): Amplitude da grandeza vetorial que representa a força exercida sobre um condutor retilíneo normal à direção do vetor percorrido por uma corrente invariável. Exprime-se em tesla (T). VIII. Densidade de potência (S): Em radiopropagação, é a potência expressa em watt por metro quadrado (W/m2) que atravessa uma unidade de área normal à direção de propagação. IX. Densidade de potência da onda plana equivalente (Seq): Densidade de potência de uma onda plana que possua um determinado valor de intensidade de campo elétrico ou campo magnético. Exprime-se em watt por metro quadrado (W/m2). * Seq = E2 / 377 = H2 x 377 X. Dosimetria: Medição ou determinação por cálculo da distribuição interna da intensidade de campo elétrico, da densidade de corrente induzida, da absorção específica ou da taxa de absorção específica, em seres humanos ou em animais expostos a campos eletromagnéticos. XI. Energia eletromagnética: Energia armazenada num campo eletromagnético. Exprime-se em joule (J). XII. e.i.r.p. (Potência equivalente isotropicamente radiada): Potência entregue a uma antena, multiplicada pelo ganho da antena em relação a uma antena isotrópica, numa determinada região. XIII. e.r.p. (Potência efetiva radiada): Potência entregue a uma antena, multiplicada pelo ganho da antena em relação a um dipolo de meia onda, numa determinada direção. XIV. Estação de telecomunicações: Conjunto de equipamentos ou aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à realização de telecomunicação, seus acessórios e periféricos e, quando for o caso, as instalações que os abrigam e complementam, inclusive terminais portáteis. XV. Estação transmissora: Estação de telecomunicações que emite radiofreqüências. XVI. Estações terminais portáteis: Estações transmissoras caracterizadas pela portabilidade dos equipamentos utilizados e cujas estruturas radiantes, quando em operação, ficam localizadas a menos de 20 (vinte) centímetros de distância do corpo do usuário. XVII. Exposição: Situação em que pessoas estão expostas a CEMRF ou estão sujeitas a correntes de contato ou induzidas, associadas a CEMRF. XVIII. Exposição contínua: Exposição a CEMRF, por períodos de tempo superiores aos utilizados para se obter a média temporal. Neste regulamento, o período de tempo considerado para cálculo da média temporal é de 6 (seis) minutos. XIX. Exposição ocupacional ou exposição controlada: Situação em que pessoas são expostas a CEMRF em conseqüência de seu trabalho, desde que estejam cientes do potencial de exposição e possam exercer controle sobre sua permanência no local ou tomar medidas preventivas. XX. Exposição pela população em geral ou exposição não controlada: Situação em que a população em geral possa ser exposta a CEMRF ou situação em que pessoas possam ser expostas em conseqüência de seu trabalho, porém sem estarem cientes da exposição ou sem possibilidade de adotar medidas preventivas. * idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 87 XXI. Exposição transitória: Exposição a CEMRF por períodos inferiores ao utilizado para o cálculo da média temporal. XXII. Freqüência: Número de ciclos senoidais completados por uma onda eletromagnética em um segundo. Exprime-se usualmente em hertz (Hz). XXIII. ICNIRP: Sigla em inglês da Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não Ionizantes (“International Commission on Non Ionizing Radiation Protection”). XXIV. Intensidade de campo elétrico (E): Amplitude da força exercida sobre uma carga elétrica estacionária positiva e unitária, localizada num ponto de um campo elétrico. Exprime-se em volt por metro (V/m). XXV. Intensidade de campo magnético (H): Grandeza vetorial que, juntamente com a densidade de fluxo magnético, especifica um campo magnético em qualquer ponto do espaço. Equivale à densidade de fluxo magnético dividida pela permeabilidade do meio. Exprime-se em ampere por metro (A/m). XXVI. Limite de exposição: Valor numérico máximo de exposição, expresso em valores de intensidade de campo elétrico ou magnético, densidade de potência da onda plana equivalente e correntes. XXVII. Média espacial: Valor médio de um conjunto de valores de densidade de potência da onda plana equivalente, sobre as dimensões de um corpo, calculado com base em uma série de valores medidos ao longo de uma linha reta ou curva, que representa a postura do objeto exposto, ou por toda uma área plana. XXVIII. Média temporal: Média de um conjunto de valores de densidade de potência medidos em um determinado local, num determinado período de tempo. XXIX. Onda plana: Onda eletromagnética em que os vetores de campo elétrico e magnético localizam-se num plano perpendicular à direção de propagação da onda e a intensidade de campo magnético (multiplicada pela impedância do espaço) é igual à intensidade de campo elétrico. XXX. Profissional habilitado: É o profissional cujas atribuições específicas constam do artigo 9º da Resolução n.º 218, de 29 de junho de 1973, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA). XXXI. Radiocomunicação: É a telecomunicação que utiliza freqüências radioelétricas não confinadas a fios, cabos ou outros meios físicos. XXXII. Radiofreqüência (RF): Freqüências de ondas eletromagnéticas, abaixo de 3000 GHz, que se propagam no espaço sem guia artificial. Neste regulamento, refere-se à faixa entre 9 kHz e 300 GHz. XXXIII. Radiação não ionizante (RNI): Inclui todas as radiações do espectro eletromagnético, que não têm energia suficiente para ionizar a matéria. Caracterizam-se por apresentarem energia, por fóton, inferior a cerca de 12 eV (doze elétron-volt), comprimentos de onda maiores do que 100 (cem) nanômetros e freqüências inferiores a 3x1015 Hz. XXXIV. Relatório de Conformidade: Documento elaborado e assinado por profissional habilitado, contendo a memória de cálculo ou os métodos empregados e os resultados das medições utilizadas, se for o caso, para demonstrar o atendimento aos limites de exposição estabelecidos. XXXV. Restrições básicas: Restrições na exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos variáveis no tempo, baseadas diretamente em efeitos conhecidos à saúde. XXXVI. Sonda Isotrópica: Sonda cuja resposta é independente de sua orientação em um campo eletromagnético. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 88 XXXVII. Taxa de absorção específica (SAR - sigla em inglês de “Specific Absorption Rate”): Taxa de absorção de energia por tecidos do corpo, em watt por quilograma (W/kg). A SAR é a medida dosimétrica que tem sido amplamente adotada em radiofreqüências superiores a cerca de 100 kHz. XXXVIII. Telecomunicação: É a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza. XXXIX. Valor eficaz ou RMS: Raiz quadrada da média da função quadrática de uma determinada grandeza. TÍTULO II DOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO Capítulo I Da Aplicabilidade Art. 4º Os limites de exposição estabelecidos neste regulamento referem-se à exposição ocupacional bem como à exposição da população em geral a CEMRF, na faixa de radiofreqüências indicada no artigo 1º. Parágrafo único. As avaliações de estações transmissoras de radiocomunicação, com vistas a demonstrar o atendimento ao estabelecido neste regulamento, devem envolver ambos os tipos de exposição. Capítulo II Dos Limites de Exposição Art. 5º As Tabelas I e II apresentam, respectivamente, os limites para exposição ocupacional e da população em geral a CEMRF, na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz. Parágrafo único. Os limites de exposição indicados no caput deste artigo são estabelecidos em termos de campo elétrico, campo magnético e densidade de potência da onda plana equivalente e foram obtidos a partir das Restrições Básicas apresentadas nas Tabelas V e VI. Estes limites são equivalentes aos Níveis de Referência indicados nas diretrizes da ICNIRP e foram estabelecidos em termos de grandezas que podem ser mais facilmente medidas ou calculadas que as Restrições Básicas. Tabela I Limites para exposição ocupacional a CEMRF na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz (valores eficazes não perturbados) * Intensidade de Intensidade Campo E Campo H (V/m) (A/m) 9 kHz a 65 kHz 610 24,4 0,065 MHz a 1 MHz 610 1,6/ f 1 MHz a 10 MHz 610/ f 1,6/ f 10 MHz a 400 MHz 61 0,16 1/2 400 MHz a 2000 MHz 3 f 0,008 f 1/2 2 GHz a 300 GHz 137 0,36 Faixa de Radiofreqüências * de Densidade de potência da onda plana equivalente Seq (W/m²) — — — 10 f /40 50 idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 89 Tabela II Limites para exposição da população em geral a CEMRF na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 300 GHz (valores eficazes não perturbados) * Faixa de Radiofreqüências Intensidade Campo E (V/m) 87 87 87/ f 1/2 28 9 kHz a 150 kHz 0,15 MHz a 1 MHz 1 MHz a 10 MHz 10 MHz a 400 MHz 400 MHz a 2000 1,375 f 1/2 MHz 2 GHz a 300 GHz 61 de Intensidade Campo H (A/m) 5 0,73/ f 0,73/ f 0,073 0,0037 f 1/2 0,16 de Densidade de potência da onda plana equivalente Seq (W/m²) — — — 2 f /200 10 Art. 6º Na aplicação dos valores das Tabelas I e II devem ser considerados os seguintes aspectos: I. f é o valor da radiofreqüência, cuja unidade deve ser a mesma indicada na coluna da faixa de radiofreqüências. II. Os limites de exposição estabelecidos se referem às médias espacial e temporal das grandezas indicadas. III. Para radiofreqüências entre 100 kHz e 10 GHz, o período de tempo a ser utilizado para cálculo da média temporal é de 6 (seis) minutos. IV. Para radiofreqüências acima de 10 GHz, o período de tempo a ser utilizado para cálculo da média temporal é de 68/f 1,05 minutos (f em GHz). V. Para radiofreqüências abaixo de 100 kHz, o conceito de média temporal não se aplica uma vez que, para estas radiofreqüências, os principais efeitos da exposição a CEMRF são os estímulos neurológicos instantâneos. VI. Os limites dos valores de pico dos campos elétricos, para radiofreqüências acima de 100 kHz, constam da Figura 1. * Figura 1 - Limites para exposição a campos elétricos. VII. Para radiofreqüências superiores a 10 MHz a média dos picos da densidade de potência da onda plana equivalente calculada no intervalo de duração do pulso não deve exceder a 1000 (mil) vezes as restrições de Seq ou a intensidade de campo não deve exceder a 32 (trinta e duas) vezes os níveis de exposição indicados para intensidade de campo. VIII. Valores não perturbados são aqueles medidos na ausência de indivíduos potencialmente expostos e sem a introdução de objetos absorvedores ou refletores de CEMRF durante o processo de medição. Art. 7º A indivíduos sujeitos a exposição ocupacional que não tenham recebido treinamento, ou que não estejam cientes da sua exposição a CEMRF, aplicam-se os limites estabelecidos na Tabela II. * idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 90 Art. 8º A Tabela III apresenta os limites máximos de corrente que podem ser causadas no corpo humano por contato com objetos condutores, quando submetidos a CEMRF, para radiofreqüências entre 9 kHz e 110 MHz. Art. 9º A Tabela IV apresenta os limites de correntes induzidas no corpo, para radiofreqüências entre 10 MHz e 110 MHz, na ausência de contato com objetos expostos a CEMRF. Parágrafo único. A Tabela IV também se aplica quando o único contato que ocorrer for entre os pés do indivíduo exposto e o solo ou outras superfícies. Art. 10. A Tabela V apresenta as Restrições Básicas para limitação da exposição a CEMRF, para radiofreqüências entre 9 kHz e 10 GHz, em termos de densidades de corrente para cabeça e tronco, taxa de absorção específica média no corpo inteiro, taxa de absorção específica localizada para cabeça e tronco e taxa de absorção específica localizada para os membros. Tabela III Limites de correntes causadas por contato com objetos condutores para radiofreqüências na faixa entre 9 kHz e 110 MHz Características de Faixa exposição Radiofreqüências Exposição 9 kHz a 100 kHz ocupacional 100 kHz a 110 MHz Exposição da população 9 kHz a 100 kHz Em geral 100 kHz a 110 MHz de Máxima corrente de contato (mA) 0,4 f 40 0,2 f 20 f é o valor da freqüência, em kHz. Tabela IV Limites de correntes induzidas em qualquer membro do corpo humano para radiofreqüências entre 10 MHz e 110 MHz. * Características da exposição Exposição ocupacional Exposição da população em geral Corrente (mA) 100 45 Tabela V Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz e 10 GHz. * Características Faixa * * de Densidade SAR SAR SAR idem idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 91 de exposição Exposição Ocupacional de corrente média do localizada para cabeça localizada corpo (cabeça e Radiofrequências e tronco (membros) inteiro tronco) (mA / m²) (w / kg) (W / kg) (W / kg) (RMS) 9 kHz a 100 kHz f / 100 — — — 100 kHz a 10 f / 100 MHz 10 MHz a 10 GHz — 9 kHz a 100 kHz f / 500 Exposição da 100 kHz a 10 população em f / 500 MHz geral 10 MHz a 10 GHz — 0,4 10 20 0,4 — 10 — 20 — 0,08 2 4 0,08 2 4 Art. 11. Na aplicação da Tabela V devem ser considerados os seguintes aspectos: I. f é o valor da radiofreqüência, em hertz. II. As densidades de corrente devem ser calculadas pela média tomada sobre uma seção transversal de 1 (um) centímetro quadrado perpendicular à direção da corrente. III. Para radiofreqüências até 100 kHz, as Restrições Básicas, em valores de pico da densidade de corrente, podem ser obtidos multiplicando-se o valor eficaz (RMS) por (raiz quadrada de dois). Para emissões de sinais pulsados, com pulsos de duração tp, a radiofreqüência equivalente a ser usada nas restrições básicas deve ser calculada pela expressão f > 1/(2tp). IV. Todos os valores de SAR devem ter sua média temporal avaliada ao longo de qualquer período de 6 (seis) minutos. V. No cálculo do valor médio da SAR localizada deve ser utilizada uma massa de 10 (dez) gramas de tecido contíguo. O valor máximo da SAR assim obtido deve ser inferior ao valor correspondente na Tabela V. Art. 12. A Tabela VI apresenta as Restrições Básicas para limitação da exposição a CEMRF para radiofreqüências entre 10 GHz e 300 GHz, em termos de densidade de potência da onda plana equivalente. Tabela VI Restrições Básicas para densidade de potência, para radiofreqüências entre 10 GHz e 300 GHz. * * idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 92 Características da exposição Exposição ocupacional Exposição da população em geral Densidade de potência da onda plana equivalente (W / m2) 50 10 Art. 13. Na aplicação da Tabela VI devem ser considerados os seguintes aspectos: I. Os valores de densidade de potência da onda plana equivalente indicados representam valores médios calculados sobre 20 (vinte) centímetros quadrados de qualquer área exposta e num período qualquer de 68/f 1,05 minutos (f é a freqüência, em GHz). II. As médias espaciais máximas dos valores de densidade de potência da onda plana equivalente, calculadas sobre 1 (um) centímetro quadrado de qualquer área exposta, não deve ser maior do que 20 (vinte) vezes os valores indicados. Art. 14. Os limites constantes das Tabelas I a IV somente poderão ser excedidos se for comprovado, através de avaliações detalhadas das taxas de absorção específica e das densidades de corrente, que as Restrições Básicas constantes das Tabelas V e VI não foram excedidas e que, adicionalmente, não causem efeitos adversos indiretos. Parágrafo único. Consideram-se efeitos adversos indiretos os choques ou queimaduras em pontos de contato produzidos pelo contato com objetos sujeitos a CEMRF. TÍTULO III DA VERIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO AOS LIMITES Capítulo I Dos Procedimentos de Avaliação de Estações Transmissoras Art. 15. A avaliação de estações transmissoras de radiocomunicação, para comprovação do estabelecido neste regulamento, deve ser efetuada pela verificação do atendimento aos limites de exposição aplicáveis, estabelecidos no Capítulo II, do Título II, utilizando os métodos e procedimentos descritos no Capítulo II deste Título, para estações terminais portáteis e os descritos nos Capítulos III, IV e V, também deste Título, para as demais. Art. 16. A avaliação da exposição, com vistas a demonstrar o atendimento aos limites estabelecidos no Título II deste regulamento, pode ser efetuada por meio de análises teóricas, baseadas nas características da estação transmissora de UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 93 radiocomunicação analisada, ou por meio de medições diretas dos CEMRF, com a estação em funcionamento. Art. 17. A avaliação das estações transmissoras de radiocomunicação deve ser efetuada por profissional habilitado, o qual deverá elaborar e assinar Relatório de Conformidade para cada estação analisada. Parágrafo único. A Anatel poderá exigir que a avaliação de estações seja efetuada por entidade de terceira parte. As condições para a realização da avaliação bem como os casos em que ela se aplica serão objeto de regulamentação específica. Art. 18. O Relatório de Conformidade deve ser mantido, na estação, por seu responsável, para apresentação sempre que requisitado pela Anatel e conter, necessariamente: I. A memória de cálculo dos campos eletromagnéticos produzidos pelas estações, utilizando-se modelos de propagação conhecidos ou os métodos empregados e resultados das medições utilizadas, quando necessárias, para demonstrar o atendimento aos limites de exposição estabelecidos. II. Indicação clara e conclusiva de que o funcionamento da estação, nas condições de sua avaliação, atende ao estabelecido neste regulamento. Art. 19. Em locais onde é permitido o acesso de pessoas, quando os valores de CEMRF obtidos por meio de cálculos teóricos forem iguais ou superiores a 2/3 (dois terços) dos limites de exposição estabelecidos para os campos elétricos ou magnéticos, será obrigatória a realização de medições para comprovação do atendimento. Art. 20. Em função das características técnicas e finalidades precípuas do Serviço de Radioamador e do Serviço Rádio do Cidadão, não é obrigatório que suas estações sejam avaliadas por profissional habilitado. § 1º. Para atendimento ao estabelecido neste regulamento, as antenas das estações dos Serviços de Radioamador e do Serviço Rádio do Cidadão deverão atender às distâncias mínimas de locais de livre acesso da população, calculadas conforme a Tabela VII. § 2o. A instalação de antena a distâncias menores do que as estabelecidas no parágrafo 1º, somente será admitida mediante a avaliação da estação por profissional habilitado e elaboração do Relatório de Conformidade. § 3º. Na situação prevista no parágrafo 2º, o responsável pela estação deverá encaminhar, à Anatel, declaração baseada no Relatório de Conformidade, de que o UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 94 seu funcionamento, nas condições de sua avaliação, não submeterá a população a CEMRF de valores superiores aos estabelecidos. No caso de operadores menores de dezoito anos, caberá aos pais ou tutores a responsabilidade pela declaração. § 4º. A Anatel tomará providências para que sejam incluídas questões relativas à exposição a CEMRF, nos testes de capacidade operacional e técnica de habilitação/ promoção ao Serviço de Radioamador, em todas as classes. Capítulo II Dos Procedimentos de Avaliação de Estações Terminais Portáteis Art. 21. A avaliação de estações terminais portáteis deverá ser efetuada pela verificação do atendimento aos limites da Taxa de Absorção Específica (SAR), estabelecidos na Tabela V. Parágrafo único. A avaliação deverá ser efetuada em laboratório, envolvendo a medida direta da SAR em um manequim que simula a cabeça ou o corpo humano e exibe as mesmas características de absorção do tecido humano. Art. 22. Para certificação de equipamento terminal do Serviço Móvel Especializado, do Serviço Móvel Celular e do Serviço Móvel Pessoal, deverão ser apresentados pelo fornecedor, além dos documentos obrigatórios já exigidos, Relatório de Testes e Laudo Conclusivo referentes ao atendimento aos limites da SAR estabelecidos na Tabela V. § 1º. Serão aceitos Relatório de Testes e o Laudo Conclusivo de laboratório de primeira, segunda ou terceira partes capacitado para a realização dos testes. § 2º. Até que venha a ser estabelecido um padrão em nível internacional, será admitido o uso de procedimentos de testes elaborados por entidades especializadas em estudos sobre campos eletromagnéticos, tais como o “Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE” e o “European Commitee for Electrotechnical Standardization - CENELEC”. Art. 23. Deverá ser informado, com destaque, no manual de operação ou na embalagem do produto, pelos fornecedores de equipamento terminal de Serviço Móvel Especializado, Serviço Móvel Celular e Serviço Móvel Pessoal, que o mesmo atende aos limites da Taxa de Absorção Específica referente à exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos de radiofreqüências adotados pela Anatel. Capítulo III Dos Cálculos Teóricos UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 95 Art. 24. No cálculo teórico dos CEMRF, devem ser utilizados os valores máximos autorizados dos parâmetros de transmissão de cada estação analisada. Art. 25. Nas regiões de campo próximo, poderão ser utilizados modelos de propagação empregados para as regiões de campo distante para demonstração do atendimento aos limites. Art. 26. Nos casos em que seja necessária a utilização de modelos de propagação para a região de campo próximo, estes devem ser específicos ao tipo de antena empregada e devem constar do Relatório de Conformidade da estação. Art. 27. Para efeito de avaliações teóricas de estações transmissoras de radiocomunicação operando em radiofreqüências acima de 1 MHz, as Tabelas VII e VIII apresentam expressões simplificadas para o cálculo das distâncias mínimas das antenas, a partir das quais pode-se admitir que os limites de exposição a CEMRF, para as faixas de radiofreqüências indicadas, são atendidos. Parágrafo único. Para radiofreqüências inferiores a 1 MHz, devem ser empregados modelos adequados para avaliação dos campos elétricos e magnéticos, especialmente na região de campo próximo. Art. 28. As expressões contidas nas Tabelas VII e VIII foram derivadas do seguinte modelo de propagação, utilizado para a região de campo distante: * S = erp x 1,64 x 2,56 / 4 x π x r2 ou S = eirp x 2,56 / 4 x π x r2 onde: S é a densidade de potência, em W/m2; e.r.p. é a potência efetiva radiada, em watt; e.i.r.p. é a potência equivalente isotropicamente radiada, em watt; r é a distância da antena, em metros; 2,56 é o valor do fator de reflexão, que leva em conta a possibilidade de que campos refletidos possam se adicionar em fase ao campo incidente direto. Art. 29. As expressões contidas nas Tabelas VII e VIII foram obtidas considerando que as estações estejam operando com o ganho das antenas na região de campo distante, conseqüentemente, as distâncias obtidas pela sua utilização são * idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 96 conservadoras. Para cálculos mais realistas na região de campo próximo, devem ser utilizados modelos específicos. Art. 30. Para fins de avaliação de estações transmissoras de radiocomunicação, a utilização das expressões das Tabelas VII e VIII para demonstração do atendimento aos limites de exposição a CEMRF, tanto ocupacional quanto da população em geral, somente será aceita nos casos em que todos os locais, passíveis de serem ocupados por pessoas, estejam a distâncias maiores que as calculadas ou que o acesso aos mesmos seja restrito. Art. 31. Nos casos em que as distâncias às áreas acessíveis sejam até 10% (dez por cento) superiores aos valores obtidos utilizando as expressões das Tabelas VII e VIII, a densidade de potência nesses locais deverá ser calculada utilizando-se as potências radiadas nas direções de interesse, observado o disposto no artigo 19. Tabela VII Expressões para cálculo de distâncias mínimas a antenas de estações transmissoras para atendimento aos limites de exposição para a população em geral. * Faixa de Radiofrequências 1 MHz a 10 MHz 10 MHz a 400 MHz 400 MHz a 2000 MHz 2000 MHz a 300000 MHz Exposição da População em Geral r = 0,10 √(eirp x f) r = 0,129 √(erp x f) r = 0,319 √eirp r=0 ,409 √erp r = 6,38 √(eirp / f) r = 8,16 √(erp / f) r = 0,143 √eirp r = 0,184 √erp Tabela VIII Expressões para cálculo de distâncias mínimas a antenas de estações transmissoras para atendimento aos limites de exposição ocupacional. * Faixa de Radiofreqüências 1 MHz a 10 MHz 10 MHz a 400 MHz 400 MHz a 2000 MHz 2000 MHz a 300000 MHz Exposição Ocupacional r = 0,0144 x f x √eirp r = 0,143 √eirp r = 2,92 √(eirp / f) r = 0,0638 √eirp r = 0,0184 x f x √erp r = 0,184 √erp r = 3,74 √(erp / f) r = 0,0819 √erp Capítulo IV Dos Métodos de Medição * * idem idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 97 Art. 32. Na demonstração do atendimento aos limites de exposição por meio de medições, devem ser utilizados os valores máximos autorizados dos parâmetros de transmissão de cada estação analisada. Art. 33. Todas as medições devem ser efetuadas com equipamentos devidamente calibrados, dentro das especificações do fabricante e devem abranger toda a faixa de radiofreqüências de interesse. A descrição dos equipamentos de medição, incluindo marca, modelo e número de série deve constar do Relatório de Conformidade. Parágrafo único. Ao Relatório de Conformidade deve estar anexada cópia de certificado de calibração, emitido pelo Inmetro, laboratório credenciado ou por instituição técnica devidamente capacitada, que comprove que a calibração do instrumento se encontrava dentro de sua validade, na data das medições; Art. 34. Na demonstração do atendimento aos limites de exposição por meio de medições, devem ser consideradas as incertezas e erros especificados pelos fabricantes dos instrumentos utilizados. Art. 35. As medições dos CEMRF devem ser efetuadas na ausência de pessoas potencialmente expostas. Para avaliação das correntes induzidas no corpo, nos casos em que sejam necessárias, as medições devem ser efetuadas diretamente nos indivíduos expostos. Art. 36. As medições devem ser realizadas de forma a produzir resultados que se aproximem o máximo possível da densidade de potência média nas dimensões do corpo dos indivíduos expostos. Isto deve ser feito por meio da medição dos campos ao longo de uma linha representativa da postura do indivíduo. Para uma pessoa em pé, esta é uma linha vertical do pé até a altura da cabeça. Para outras posturas, é uma linha curva seguindo a curvatura geral do eixo do corpo. Art. 37. O método descrito no artigo 36 fornece resultados suficientes para determinação do valor médio do campo, para fins de comprovação do atendimento aos limites de exposição. Outros métodos de medidas, tais como os descritos a seguir, poderão ser utilizados, desde que devidamente documentados. I. Método de varredura planar: consiste na realização de medições em pontos definidos sobre planos transversais à posição do corpo na condição que estaria quando exposto a CEMRF. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 98 II. Método da varredura volumétrica: consiste na realização de medidas uniformes através de um volume no espaço que estaria ocupado pelo indivíduo, quando exposto a CEMRF. Art. 38. Para determinação da média espacial, podem ser utilizados métodos manuais, por meio do cálculo da média de valores discretos, medidos em pontos distantes de no máximo 20 (vinte) centímetros entre si ou pela utilização de medidores especiais que realizam uma série contínua de medidas e fornecem, como resultado, o valor da média das medidas. Art. 39. Além da média espacial, os valores de CEMRF medidos, quando utilizados para avaliação do atendimento aos limites de exposição, tanto ocupacional quanto da população em geral, para radiofreqüências até 10 GHz, devem ser a média temporal em qualquer intervalo de 6 (seis) minutos. Art. 40. Na avaliação do atendimento aos valores de pico indicados no inciso VI do artigo 6º, deve ser determinado o valor máximo do campo elétrico no local que está sendo avaliado. O valor assim obtido deve ser inferior aos limites estabelecidos na Figura 1. Este valor pode ser superior aos valores constantes das Tabelas I e II desde que o valor médio da intensidade de campo, em qualquer período de 6 (seis) minutos, seja inferior. Art. 41. Ao se realizar medições, deve-se observar, primeiramente, o nível de pico do campo no local sob análise. Quando o nível de campo exceder 50% (cinqüenta por cento) do limite de exposição, a demonstração do atendimento aos limites deverá ser determinada com base na média de, pelo menos, quatro médias espaciais de varreduras verticais. Art. 42. Se forem efetuadas medições de faixa estreita, as componentes das polarizações ortogonais dos campos devem ser medidas separadamente, para determinação do campo total resultante. Em virtude das dimensões físicas das antenas normalmente utilizadas e da necessidade de se medir campos próximos ao solo, cuidados adicionais devem ser tomados ao se efetuar medidas de faixa estreita do nível médio do campo espacial. Art. 43. Em alguns casos, devido a reflexões e à distribuição do campo próximo a antenas, as exposições a CEMRF não são uniformes ao longo do corpo do indivíduo exposto. O requisito de que os campos sejam avaliados em termos da média espacial é uma tentativa para compensar esta não uniformidade. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 99 Art. 44. Mesmo exposições não uniformes podem ser avaliadas determinando-se a média espacial das densidades de potência. Entretanto, casos de exposição excessivamente não uniforme podem ocorrer, quando apenas uma determinada parte localizada do corpo é exposta (exposição parcial do corpo). Art. 45. Na avaliação da exposição, nos casos em que ela não é uniforme, considera-se que os limites da SAR localizada não serão excedidos se o valor de pico do campo elétrico, no local sob análise, não exceder a 25 (vinte e cinco) vezes os limites de exposição constantes das Tabelas I e II, que são valores médios no espaço e no tempo. Art. 46. Na realização de medições, a interação entre os CEMRF incidentes e o corpo da pessoa efetuando as medições deve ser levada em consideração. Essa interação é mais acentuada na faixa de radiofreqüências entre 30 MHz e 300 MHz, mas pode ocorrer em todo o espectro. Essas interações campo-corpo podem levar a indicações errôneas do campo real e exposição, que existiria sem o efeito perturbante do corpo. Art. 47. Durante as medições para demonstrar o atendimento aos limites de exposição, áreas altamente localizadas, com campos relativamente intensos, podem ser encontradas. Estas áreas são conhecidas como “pontos quentes” e são normalmente encontradas nas imediações de objetos condutores, pelo efeito de reradiação, ou em áreas distantes de objetos condutores, mas nas quais existe uma concentração de campos causada por reflexões ou feixes estreitos produzidos por antenas diretivas de alto ganho. Os “pontos quentes” normalmente levam a situações de exposição não uniforme, tratadas nos artigos 43, 44 e 45. Art. 48. Para radiofreqüências abaixo de 110 MHz, quando forem necessárias medições de correntes induzidas para demonstração do atendimento aos limites estabelecidos, estas devem ser efetuadas no pé ou no quadril do indivíduo exposto, sem que este toque objetos próximos. Art. 49. Na realização de medições para demonstração de atendimento aos limites de exposição devem ser utilizadas, preferencialmente, sondas de faixa larga, cuja resposta seja independente de sua orientação em CEMRF (sondas isotrópicas), porém, quando usados apropriadamente, instrumentos de faixa estreita, utilizando antenas receptoras não isotrópicas, podem produzir resultados aceitáveis. Art. 50. A sonda a ser utilizada em uma determinada medição deve abranger toda a faixa de radiofreqüências que englobe as radiofreqüências das fontes emissoras UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 100 relevantes. A resposta da sonda pode ser plana para toda a faixa de radiofreqüências especificada ou podem ser utilizadas sondas cuja resposta se ajuste à curva dos limites de exposição dentro da faixa de radiofreqüências especificada. Estas últimas apresentam uma saída que é diretamente proporcional à porcentagem do limite de exposição e são muito úteis na avaliação de locais onde existam campos de diversas radiofreqüências. Art. 51. Atenção especial deve ser dada à resposta do sensor da sonda a campos modulados ou com múltiplas radiofreqüências. Idealmente, o detector utilizado deve ser do tipo “RMS verdadeiro” o qual fornece uma indicação precisa do nível do campo composto, independente do grau de modulação e dos vários campos que estão sendo medidos. Art. 52. Na realização de medições, devem ser observadas as incertezas especificadas pelo fabricante para a resposta da sonda, devidas a anisotropia, sensibilidade à freqüência, sensibilidade à temperatura e erros absolutos na calibração. A magnitude efetiva, ou valor RMS, dessas incertezas deve ser considerada nos resultados finais das medições. Art. 53. Normalmente, o elemento interno de uma sonda para medição de CEMRF é sensível aos campos elétrico e magnético. Os sensores das sondas fazem uso de diodos ou termopares para detectar CEMRF e usualmente são parte de um conjunto incluindo uma antena dipolo (para campos elétricos) ou um laço (para campos magnéticos). Art. 54. Na realização de medições, deve ser obedecida distância mínima entre a fonte de CEMRF a ser medida e a superfície mais próxima de um elemento interno da sonda, que evite a interação ou o acoplamento entre os equipamentos medidor e emissor. Parágrafo único. Para fontes re-radiantes e outros objetos, também deve ser obedecida a distância mínima mencionada no caput. Capítulo V Avaliação de Locais Multi-usuários Art. 55. Nos locais em que estejam instaladas ou que venham a ser instaladas mais de uma estação transmissora de radiocomunicação operando em radiofreqüências distintas - locais multi-usuários - cada um dos usuários é responsável pela comprovação de que sua estação atende ao estabelecido neste regulamento. Entretanto, todos os usuários devem colaborar na avaliação do local como um todo. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 101 A responsabilidade de cada um dos usuários, no caso de não atendimento, será proporcional à sua contribuição na composição dos campos nos locais em que os limites foram excedidos. § 1º. Os responsáveis pelas estações transmissoras de radiocomunicação instaladas em locais multi-usuários devem cooperar na avaliação do local como um todo, fornecendo aos demais as informações técnicas e análises relevantes, bem como os resultados de avaliações já efetuadas. § 2º. Não havendo acordo entre as partes envolvidas na avaliação de locais multiusuários, a Anatel, por solicitação de uma das partes, coordenará o processo de avaliação e arbitrará a participação de cada parte na solução de casos de não atendimento aos limites de exposição estabelecidos. Art. 56. Para avaliação dos efeitos causados por densidade de corrente induzida e estimulação elétrica, os níveis de campo em locais multi-usuários devem obedecer às seguintes relações: * onde: Ei é o valor da intensidade de campo elétrico na freqüência i. EL,i é o limite de campo elétrico, de acordo com as Tabelas I e II. Hj é o valor da intensidade de campo magnético na freqüência j. HL,j é o limite de campo magnético, de acordo com as Tabelas I e II. “a” dever ser igual a 610 V/m para exposição ocupacional e a 87 V/m para exposição do público em geral. “b” deve ser igual a 24,4 A/m (30,7 mT) para a exposição ocupacional e 5 A/m (6,25 mT) para a exposição do público em geral. Art. 57. Para avaliação dos efeitos térmicos relevantes, acima de 100 kHz, a determinação do atendimento aos limites de exposição pode ser efetuada por meio da utilização das seguintes expressões: * idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 102 onde: Ei é o valor da intensidade de campo elétrico na freqüência i. EL,i é o limite de campo elétrico, de acordo com as Tabelas I e II. Hj é o valor da intensidade de campo magnético na freqüência j. HL,j é o limite de campo magnético, de acordo com as Tabelas I e II. “c” deve ser igual a 610/f V/m (f em MHz) para exposição ocupacional e 87/f1/2 V/m para exposição do público em geral. “d” deve ser igual a 1,6/f A/m (f em MHz) para exposição ocupacional e 0,73/f A/m para exposição do público em geral. Art. 58. Em locais multi-usuários, quando for necessária a avaliação das correntes induzidas nos membros e correntes de contato, respectivamente, a determinação do atendimento aos limites de exposição pode ser efetuada por meio da utilização das seguintes expressões: * onde: Ik é a componente de corrente no membro na freqüência k. IL,k é o limite para a corrente em qualquer membro, de acordo com a Tabela IV. In é a componente de corrente de contato na freqüência n. IC,n é o limite para corrente de contato na freqüência n, de acordo com a Tabela III. Art. 59. Na avaliação prática dos locais multi-usuários, primeiramente devem ser efetuadas medições utilizando sondas de faixa larga, que englobem as * idem UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 103 radiofreqüências das fontes emissoras relevantes, com todas as estações existentes no local em operação com sua potência máxima autorizada, para determinar a existência de áreas onde os limites de exposição sejam excedidos. Art. 60. A determinação das contribuições individuais ao campo total, na avaliação prática, pode ser efetuada por meio de medições utilizando sondas de faixa larga que englobe as radiofreqüências das fontes emissoras relevantes, com cada estação operando individualmente, ou utilizando-se instrumentos de medida de faixa estreita. Art. 61. Os TÍTULO IV DOS PRAZOS E SANÇÕES Capítulo I Dos Prazos responsáveis pela operação de estações transmissoras de radiocomunicação que estejam licenciadas na data de publicação deste regulamento terão um prazo de 2 (dois) anos, contados a partir da data de publicação, para efetuar a avaliação de suas estações, no sentido de verificar o atendimento ao disposto neste regulamento e providenciar a elaboração do Relatório de Conformidade. § 1º. Ao final do primeiro ano do prazo citado no caput, contado a partir da data de publicação deste regulamento, pelo menos 50 % (cinqüenta por cento) das estações transmissoras deverão estar avaliadas. § 2º. Mesmo antes de decorrido o prazo estabelecido no caput deste artigo, as situações a seguir acarretarão na necessidade de verificação do atendimento ao estabelecido neste regulamento: I. Renovação ou prorrogação do prazo de validade da Licença para Funcionamento de Estação; II. Alteração nas características técnicas da estação que implique emissão de nova licença; III. Inclusão de nova estação em locais multi-usuários; IV. Determinação da Anatel. § 3º. Nas situações previstas nos incisos de I a III do parágrafo 2º, a comprovação de atendimento será um dos requisitos para emissão da licença para funcionamento de estação. No caso previsto no inciso IV, a Anatel estipulará prazo para a apresentação do Relatório de Conformidade. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 104 Art. 62. Caso, como resultado da avaliação, se verifique o atendimento ao disposto neste regulamento, o responsável pela estação deverá encaminhar, à Anatel, declaração baseada no Relatório de Conformidade elaborado por profissional habilitado, de que o funcionamento da estação, no local e nas condições indicadas, não submeterá trabalhadores e população em geral a CEMRF de valores superiores aos limites estabelecidos. Art. 63. Não se verificando o atendimento ao disposto neste regulamento, o responsável pela estação deverá adotar, imediatamente, medidas provisórias para assegurar que a população não seja submetida a CEMRF de valores superiores aos estabelecidos e submeter, à consideração da Anatel, proposta de plano de trabalho e cronograma das ações corretivas que serão adotadas. Art. 64. Para obter o licenciamento de novas estações, os responsáveis por sua operação deverão fornecer, além dos demais documentos exigidos, declaração baseada no Relatório de Conformidade resultante da avaliação das características da estação por profissional habilitado, de que o seu funcionamento, no local e nas condições indicadas, não submeterá trabalhadores e população em geral a CEMRF de valores superiores aos limites estabelecidos neste regulamento. Parágrafo único. No caso de inclusão de nova estação em locais multi-usuários já avaliados e em conformidade com o estabelecido neste regulamento, o interessado na inclusão, além de providenciar o Relatório de Conformidade de sua estação, ficará responsável pela demonstração de que, com a inclusão pretendida, os limites de exposição ocupacional e da população em geral a CEMRF não serão excedidos. Capítulo II Das Sanções Administrativas Art. 65. A inobservância do atendimento ao estabelecido neste regulamento, a qualquer título, sujeitará os infratores, nos termos do artigo 173 da Lei 9.472, de julho de 1997, às penalidades definidas em regulamentação específica. § 1º Os critérios e procedimentos a serem adotados na definição da sanção administrativa a ser aplicada devem ser aqueles estabelecidos na regulamentação mencionada no caput. § 2º. A não apresentação, quando solicitado pela Anatel, ou apresentação de Relatório de Conformidade que contenha erros, omissões ou incorreções que caracterizem o não atendimento ao estabelecido neste regulamento será UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 105 considerada falta grave, passível de sanção prevista na regulamentação mencionada no caput. TÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 66. Estão isentas da necessidade da avaliação por profissional habilitado, as estações transmissoras de radiocomunicação enquadradas nos seguintes casos: I. Estações com operação itinerante, definidas pela Agência; II. Estações de aeronaves e embarcações; III. Estações de radiocomunicação isentas de licença para seu funcionamento; IV. Estações de enlaces ponto-a-ponto cuja radiofreqüência de operação seja superior a 2 GHz e a potência do transmissor seja inferior a 2 (dois) watts; V. Estações terminais para as quais o licenciamento é efetuado observando procedimento próprio estabelecido no Regulamento para Arrecadação de Receitas do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL, aprovado pela Resolução nº 255, de 29 de março de 2001, excetuando-se os terminais portáteis enquadrados no Capítulo II, do Título III, deste regulamento. § 1º. A isenção de que trata o caput, não exime as estações transmissoras de radiocomunicações do atendimento aos limites de exposição estabelecidos. § 2º. A Anatel poderá determinar, a qualquer momento, que quaisquer estações, mesmo as enquadradas nos incisos acima, sejam avaliadas para demonstração do atendimento aos limites de exposição estabelecidos. Art. 67. Quaisquer ações corretivas necessárias para garantir o atendimento ao disposto neste regulamento são de responsabilidade exclusiva dos responsáveis pela operação de estações transmissoras de radiocomunicação e fornecedores de estações terminais portáteis. Art. 68. Uma vez comprovado o não atendimento ao disposto neste regulamento, independentemente das sanções previstas no artigo 65, a Anatel estabelecerá prazo para que o responsável pela estação tome as providências corretivas necessárias. Parágrafo único. Enquanto as medidas corretivas não forem implementadas e elaborado Relatório de Conformidade indicando o atendimento a este regulamento, a Anatel poderá determinar que o responsável pela estação adote, imediatamente, medidas provisórias ou a interrupção do seu funcionamento, para garantir a segurança de trabalhadores e população em geral. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009 106 Art. 69. A Anatel, por iniciativa própria ou por solicitação de partes interessadas, poderá realizar medições para comprovação do atendimento aos limites de exposição estabelecidos, bem como mediar entendimentos entre responsáveis por estações transmissoras e trabalhadores ou população com relação ao disposto neste regulamento. § 1º. As medições a serem realizadas por iniciativa da Anatel poderão ser efetuadas por ela própria ou por entidade especializada contratada para este fim. § 2º. Na mediação de entendimentos entre responsáveis por estações transmissoras e trabalhadores ou população com relação ao disposto neste regulamento, a Anatel poderá exigir a realização de avaliação por entidade de terceira parte. Art. 70. A Anatel poderá determinar a alteração dos requisitos estabelecidos neste regulamento, mesmo para estações transmissoras de radiocomunicação cuja avaliação já tenha sido efetuada, de forma a refletir os resultados de pesquisas futuras ou em andamento sobre efeitos da exposição humana a CEMRF. Em caso de alteração nos requisitos, a Anatel fixará prazo adequado para o enquadramento das estações e as medidas provisórias a serem adotadas, caso necessárias. UTFPR - Pato Branco – PR - IV Turma - Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho - Monografia – Mario Viapiana - 2009