Mineração e Desenvolvimento Sustentável Município de Pimenta Bueno - RO / 2008 MINERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PIMENTA BUENO - RONDÔNIA - 01 - Núcleo de Estudos Sobre o Trabalho Humano da Universidade Federal de Minas Gerais. NESTH / UFMG Telefone: (31) 3409-5069 // e-mail: [email protected] Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia. SGM / MME Telefone: (61) 3319-5134 2008 - 02 - O SETOR MINERAL E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PIMENTA BUENO– RONDÔNIA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O desenvolvimento sustentável (DS) pode ser entendido como sendo o equilíbrio entre o crescimento econômico, a preservação ambiental e a eqüidade e justiça sociais. Para se alcançar o DS, é necessário que a proteção da natureza seja entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento, não podendo ser considerada isoladamente. Aqui se impõe refletir sobre uma distinção importante entre crescimento e desenvolvimento. O crescimento econômico não conduz automaticamente à eqüidade nem à justiça social, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da vida social a não ser o acúmulo de riquezas. Historicamente, esta tende a se concentrar na mão de poucos indivíduos e grupos. O desenvolvimento, por sua vez, inclui a geração de riquezas, mas incorpora os objetivos de distribuí-las e de melhorar a qualidade de vida de toda a população. Nesta perspectiva, leva-se em conta a qualidade ambiental do planeta. O DS pressupõe atenção constante a aspectos prioritários da organização social e econômica, que devem ser entendidos como metas a serem promovidas pelos governos. São eles: * a satisfação de necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer); * a solidariedade para com as gerações futuras (preservação do ambiente de modo a que tenham a garantia de condições de vida saudável); * a participação da população no planejamento de ações que tenham algum impacto ambiental negativo e que afetem diretamente sua qualidade de vida ( o ideal é a consolidação de valores da mentalidade comprometida com os princípios do desenvolvimento sustentável); * a preservação sistemática de recursos naturais essenciais, como a água e o oxigênio; * a promoção de políticas econômicas e sociais que garantam emprego, segurança social e respeito a outras culturas (impõe-se a erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como é o caso de grupos indígenas); * a efetivação de programas educativos que difundam e fortaleçam estes valores. É dentro deste conceito de desenvolvimento sustentável que foi idealizada a chamada Agenda 21. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21 A Agenda 21 traduz em ações o ideal de desenvolvimento sustentável. Os itens que a compõem, definindo áreas de intervenção necessária para sua consecução, foram especificados com a contribuição de governos e de instituições da sociedade civil de 179 países. Seu conteúdo resultou de encontros e debates - 03 - realizados ao longo de dois anos, culminando na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992. Este grande evento ficou conhecido como Rio-92. A Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que deve decorrer de diagnóstico da situação sócio-econômica de um país, estado, município, região ou setor produtivo, a partir do qual são reunidos elementos para o planejamento do futuro de curto, médio e longo prazo, de forma sustentável. O processo deve envolver toda a sociedade na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e compromissos para sua solução a curto, médio e longo prazo. A análise do cenário atual e o encaminhamento de propostas para o futuro devem atender às dimensões econômica, social, ambiental e político-institucional da localidade onde as ações serão realizadas. Em outras palavras, o esforço de planejar o futuro, com base nos princípios da Agenda 21, promove oportunidades para que a sociedade e os governos possam definir conjuntamente prioridades nas políticas públicas (no endereço www.mma.gov.br encontra-se o documento intitulado “Passo a Passo da Agenda 21 Local”, que propõe metodologia para a construção da Agenda 21 por setor e por localidade). A implantação da Agenda 21 deve seguir os seguintes passos: 1- mobilização da sociedade e do poder público local para a necessidade de planejar o desenvolvimento sustentável local; 2- organização de um fórum de discussão do qual participem todos os segmentos sociais, setores econômicos e o poder público local; 3- realização de diagnóstico sobre os principais problemas e vantagens comparativas da localidade, tanto do ponto de vista econômico, quanto social; 4- elaboração de planejamento do desenvolvimento local, prevendo ações para o curto, médio e longo prazo; 5- implementação das ações preconizadas em cada item do planejamento; 6- monitoramento e avaliação sistemática das ações previstas no plano de desenvolvimento sustentável. Nas regiões e localidades onde o setor mineral é atividade econômica importante, o planejamento do DS deve focalizá-lo de modo específico. MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE Entendendo-se ambiente como o conjunto dos elementos que ocupam a superfície terrestre, ou seja, solo, água, flora, fauna e as diversas formas de vida social e humana, verifica-se que a mineração, assim como outras atividades humanas, interfere de alguma forma sobre todos eles. A mineração pode implicar alteração da paisagem natural por causa da atividade da lavra e da produção e disposição de seus rejeitos. Quando os minérios ocorrem acima da superfície dos solos, o seu aproveitamento exigirá o corte desses afloramentos, surgindo em seu lugar a cava da mina. Já na mineração subterrânea, a alteração da paisagem é praticamente inexistente, exceto pela instalação de unidades de beneficiamento, da construção de estradas de acesso à mina e da movimentação de caminhões, tratores e pás carregadeiras. - 04 - A retirada da cobertura vegetal, implicando às vezes desmatamento mais extenso, é necessária para a instalação do empreendimento (lavra e unidade de beneficiamento). O impacto do desmatamento é maior no caso de lavras a céu aberto. Em relação à alteração do meio físico, a extração de minérios produz rejeitos, que devem ter algum tipo de destinação final. O ideal para qualquer empreendimento industrial é que não produza rejeitos. No caso da mineração, o ideal seria que todos os minerais contidos na rocha extraída tivessem algum tipo de aproveitamento econômico. Nem sempre isto ocorre. Usualmente, os minerais que têm valor econômico vêm acompanhados, na rocha, de outros não aproveitáveis, que constituem os rejeitos. Há dois tipos de rejeitos, a saber, os formados por partículas mais grossas e os finos. Os primeiros são arranjados como pilhas e os segundos vão para as chamadas barragens de rejeitos. Ambas as formas de disposição têm de ser bem monitoradas para que não produzam acidentes com impacto negativo sobre o meio ambiente e sobre a vida dos trabalhadores e moradores das localidades próximas. O rompimento de barragens de rejeitos de mineração, por exemplo, é um dos maiores problemas ambientais que a atividade pode causar. Mas, já há conhecimentos e tecnologia que, se utilizados, reduzem substancialmente o risco desse tipo de acidente. Barragens de rejeitos são formas de contenção de efeitos destrutivos do meio ambiente, como exemplificado pela barragem de rejeitos da exploração de nióbio no município de Araxá, MG. A foto de mina a céu aberto no município de Catalão, GO, ilustra o processo de acúmulo de rejeitos, na falta de manejo adequado deste aspecto da mineração. Lembre-se que as mudanças no meio físico podem ser provocadas por fenômenos naturais ou pela ação do homem. Em alguns casos, os primeiros resultam em impactos mais graves e destrutivos que a segunda. Assim como atividades econômicas podem dar origem a desmatamento, poluição do ar e da água, fenômenos naturais como tornados, maremotos, terremotos e erupções vulcânicas podem provocar danos ambientais locais que modificam intensamente o ambiente físico e da vida animal, vegetal e humana. - 05 - No caso da mineração, as mudanças que afetam a flora e a fauna são localizadas e restritas. Isso acontece porque os bens minerais não ocorrem disseminadamente por todo o território, mas nos lugares onde processos geológicos concentraram determinadas formações. Caracterizam-se pelo que se chama de rigidez locacional, ou seja, é naquele lugar e não em outro que determinado bem mineral é encontrado. A mineração também provoca impactos nos recursos hídricos, pois a maioria das operações de extração faz uso da água. Esta é usualmente captada em cursos d’água próximos à localização da mina e, após seu uso, é devolvida ao ambiente. Segundo o ideal do desenvolvimento sustentável, deve-se garantir que seja devolvida em condições saudáveis. Os procedimentos necessários à purificação são previstos em leis de diversos países. Algumas vezes, em razão da localização dos minérios, requer-se o desvio de cursos d’água, procedimento que pode ser executado sem provocar a drenagem do rio. Outro problema referido ao uso da água na mineração decorre do aprofundamento da lavra, que pode eventualmente atingir o lençol freático, resultando em perigo de inundação das cavas e galerias da mina. Surge a necessidade de bombeamento da água, que pode ser utilizada na própria operação mineira, reduzindo a necessidade de captação de outras fontes. O excedente também pode ser utilizado para consumo de populações próximas ao empreendimento mineiro, para irrigação ou abastecimento de outras indústrias. No Brasil, no entanto, essa prática não é ainda muito difundida. As fotos abaixo mostram exemplos de recuperação de áreas degradadas pela mineração. As fotos mostram área de exploração mineral: à esquerda, foto tirada durante a fase de extração, à direita, foto tirada após recomposição da cobertura vegetal da mesma área. A mineração provoca mudanças também nas rotinas da vida da localidade próxima. Aumenta a população e o movimento de veículos, impondo a necessidade de criação de novos serviços ou a ampliação dos já existentes no município. Tal efeito pode ter impacto positivo, à medida que dinamiza a economia local. Note-se, entretanto, que a atividade mineral é temporária, mesmo que sua duração possa ser considerada longa, variando de 30 a 100 anos. Portanto, torna-se necessário que a população local prepare-se para a etapa do fechamento das minas, buscando diversificar a economia local com a inclusão de atividades que sejam mais permanentes. - 06 - Hoje se sabe que a mineração pode diminuir para níveis aceitáveis os impactos ambientais negativos, se for bem planejada e fizer uso de tecnologias já disponíveis. Em vários países, aí incluído o Brasil, leis bastante restritivas determinam a responsabilidade ambiental dos mineradores. Varia, no entanto, o grau de eficácia do controle público do cumprimento dessas leis. As fotos mostram uma forma de criar contenção para a rocha em exploração, que é uma vala construída para recolhimento do rejeito e da água pluvial (área de mineração explorada em Vila Pavão, ES). Nem todos os empreendimentos mineiros têm recursos financeiros e pessoal capacitado para utilizar a tecnologia que permita diminuir o impacto ambiental da atividade. Estão nessa categoria, por exemplo, garimpeiros e extratores artesanais de argila, areia e cascalho, que operam unidades informais de produção. Mesmo que sejam atividades de pequeno porte, há impactos negativos no meio ambiente e na saúde e segurança dos trabalhadores. No Brasil, dado o contexto social em que ocorrem tais atividades informais, que absorvem grande número de pessoas com pouca qualificação profissional, o Ministério das Minas e Energia vem preconizando a adoção de políticas públicas que facilitem sua regularização legal, bem como a capacitação técnica e gerencial dos trabalhadores e não simplesmente seu fechamento ou interdição. Turma de alunos em capacitação para ações de polícia ambiental (curso patrocinado pelo DNPM/MMA). Conclui-se, então, que a atividade mineral pode ser um importante vetor de desenvolvimento sustentável. Faz-se necessário, no entanto, que a sociedade local conheça melhor a atividade, discuta publicamente seus principais problemas e soluções viáveis, bem como as oportunidades que podem ser exploradas para o desenvolvimento local no presente e no futuro. Para tanto, é necessário promover debates abertos e participativos. A Agenda 21 do Setor Mineral abre caminho para a efetivação desse ideal. - 07 - Exemplos de eventos essenciais para a promoção da Agenda 21 Mineral são seminários de sensibilização, como é o caso do promovido pelo Programa de Incentivo aos Pequenos Mineradores da Paraíba. A AGENDA 21 MINERAL O Ministério das Minas e Energia, por meio da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, vem, desde 2005, incentivando e fomentando a implantação de Agendas 21 que incluam a discussão de formas de organização e funcionamento das atividades de mineração no país. Esta diretiva leva em conta a utilidade de promover as seguintes ações: 1) a discussão, com a população do local onde a mineração instala-se, de seus impactos sobre o meio ambiente e sobre o cotidiano da localidade; 2) a transferência de informações técnicas e científicas que facilitem a elaboração de plano de desenvolvimento sustentável sob a responsabilidade do poder público local; 3) o planejamento da desativação da(s) mina(s), a ser feito com a participação da comunidade local. Esta última ação é fundamental, já que a mineração é uma atividade que explora recursos naturais que se esgotam. Pensar o que fazer nesse momento final e após é o meio de evitar problemas com graves conseqüências sociais, verificados em muitos lugares, isto é, desemprego, empobrecimento das pessoas e da localidade, movimentos migratórios desordenados, surgimento de “cidades fantasmas”. Este é o espírito da Agenda 21 aplicada ao setor mineral. Ela prevê o diagnóstico de cada situação como primeiro passo para o que se poderia chamar de intervenções restauradoras. Estas teriam como objetivo assegurar o monitoramento e gestão permanente da mineração, visando a garantir a qualidade de vida das populações, o nível adequado de produtividade da exploração e a preservação do equilíbrio natural. Com as iniciativas preconizadas pela Agenda 21 do Setor Mineral, todos os envolvidos têm a ganhar: o consumidor que se beneficia com a variedade e qualidade de bens que incluem componentes minerais diversos, os trabalhadores que da mineração tiram seu sustento, os empresários, pequenos e grandes, que dependem da natureza para o sucesso de seus negócios, as populações das áreas de mineração, que vão continuar lá, mesmo se e quando esta parte da economia local se esgote. - 08 - A C O N T R I B U I Ç Ã O D O S M I N E R A I S PA R A O D E S E N V O LV I M E N T O DAS SOCIEDADES A procura e a extração de bens minerais constituem capítulo essencial no desenvolvimento das civilizações. A própria classificação dos períodos da chamada pré-história remete à mineração: o paleolítico denota a idade da pedra lascada, o neolítico, a idade da pedra polida. Em todos os registros históricos e arqueológicos referidos aos primórdios da história humana destaca-se a extração de argilas para a confecção de utensílios e de tintas para diferentes tipos de pintura. Na história da colonização espanhola e portuguesa na América a mineração de pedras preciosas teve papel crucial. No período nacional, outros bens minerais contribuíram para formar a riqueza de vários países latinos. Aí se inclui o Brasil, atualmente colocado entre os cinco maiores produtores mundiais de bens minerais. Oitenta tipos de bens minerais são explorados no país, contribuindo para o desenvolvimento nacional e para fortalecer o setor exportador da economia. O IMPACTO POSITIVO DA ECONOMIA DA MINERAÇÃO NOS PADRÕES MODERNOS DE CONSUMO E DE QUALIDADE DE VIDA Tome-se como exemplo para ilustrar a importância dos bens minerais na modernidade as condições de vida de uma família de classe média, que more em casa ou apartamento numa cidade grande ou de porte médio. Para várias finalidades, essa família depende de um meio de transporte para sua locomoção, seja automóvel, ônibus, motocicleta ou bicicleta. Todo o seu modo de vida está intrinsecamente ligado a produtos da mineração. A casa é feita de tijolos, que resultam da queima de argila, unidos por cimento, que é produzido a partir de calcário, os tijolos depois recobertos por massa colorida com tintas, também provenientes de bens minerais, a casa por fim protegida por telhas, feitas com argila. Dentro da casa, normalmente há um fogão, uma geladeira e outros aparelhos eletrodomésticos. Tais aparelhos são feitos de aço, que é uma liga de diversos metais como ferro, níquel, nióbio, cromo e manganês, ou de diferentes tipos de plásticos, provenientes do petróleo, que também é um bem mineral. Na maioria dos casos, o gás utilizado no fogão tem origem mineral. As crianças da casa estudam, utilizando livros, cadernos, canetas e lápis. A produção do papel do livro e do caderno depende de insumos minerais como o enxofre, a barita, a argila, o talco. A maioria das canetas é de plástico e a grafita, que é um bem mineral, é necessária para a produção do lápis. O giz que é usado nas salas de aula também resulta de processamento de minerais. A lista abaixo exemplifica a presença abrangente de bens minerais na composição de artigos essenciais para a boa qualidade de vida da família moderna, que vive na cidade. - 09 - ELEMENTO Tijolo Telha Vidro Fios elétricos e telefônicos Material Cerâmico Cimento e massa Tintas Encanamentos Pias e material ornamental Pisos Fogão, geladeira e outros Bujão de gás Cosméticos Sabão e detergentes Televisão Pilhas Automóvel BENS MINERAIS PRINCIPAIS argilas e feldspatos argilas e feldspatos areias quartzosas petróleo e cobre caulim, calcário, feldspato, talco, fluorita calcita, dolomita, gipsita, vermiculita, quartzo calcário, talco, caulim, titânio, óxidos metálicos ferro, cobre, petróleo, calcita Mármores, granitos, gabros, ferro, níquel Mármores, ardósias, quartzitos, granitos Ferro,níquel, manganês, nióbio Ferro, alumínio, manganês, petróleo ou gás natural argilas, talco, bismuto Bórax (mineral de boro) Petróleo, monazita, bastnasita e xenotima pirolusita, minerais de cádmio, galena, grafita Ferro, níquel, alumínio, petróleo, argilas, etc. A figura abaixo detalha melhor esta presença. 1) Automóvel: Ferro (95 % APP), alumínio (90% APP), cromo (90% APP) e petróleo (combustíveis, plásticos). 2) Azulejos: caulim e feldspato (95% APP). 3) Botijão de gás: ferro e manganês (aço), gás natural ou de petróleo (GLP). 4) Caixa de água: amianto. (70% APP), cimento (Calcário – 90% APP) e petróleo (PVC). 5) Calha: zinco (80% APP) ou petróleo (PVC). 6) Cama: ferro ou cobre (90% APP) e petróleo (espuma de PVC). 7) Chuveiro: liga de cobre e zinco (caixa), argila (95% APP), talco e agalmatolito (isolante – 90% APP). 8) Contrapiso: calcário (cimento), areia (95%) e brita (90% APP). 9) Eletrodomésticos: alumínio, cobre e petróleo. 10) Encanamento: ferro, cobre, zinco e petróleo. - 10 - 11) Estrutura (pilastra): areia e calcário (cimento). 12) Fiação: cobre, alumínio e petróleo (capas e conduites de PVC). 13) Forro: gipsita (gesso 60% APP). 14) Fundações: calcário (cinzento), areia, brita e ferro (armação). 15) Janela: ferro, alumínio, cobre e estanho. 16) Laje: ferro, brita, areia e calcário (cimento). 17) Lâmpada: tungstênio (filamento – 95% APP), alumínio (soquete), quartzo (80% APP e feldspato (vidro). 18) Louça sanitária: caulim, filito (70% APP) e feldspato. 19) Pia: mármore (95% APP), granito (95% APP), níquel (95% APP), cobalto (95% APP), cromo e ferro (aço inoxidável). 20) Pintura: petróleo (resina), caulim, calcário e oxido de titânio (pigmento). 21) Revestimento: argila, caulim, feldspato e óxido metálico (pigmento – 70% APP). 22) Tanque: petróleo (plástico), calcário (cimento), areia e brita. 23) Telhado: argila (telha), betume, calcário e areia (acabamento). 24) Tijolo: argila vermelha. 25) Vidro: quartzo e feldspato. Conclui-se, então, que a mineração representa um dos pilares do desenvolvimento econômico e do progresso material da sociedade moderna. Os padrões mais elevados de consumo dependem da incorporação de bens minerais em produtos acabados e em insumos necessários para a produção de equipamentos e utensílios sem os quais nossa civilização tecnológica não mais passa e sem os quais ela não pode avançar. Este é o papel positivo da mineração, que pode ser cada vez mais ressaltado graças à afirmação e efetivação dos ideais do desenvolvimento sustentável. As estatísticas mostram que, no caso do Brasil, os níveis de consumo de bens minerais por habitante ainda estão muito abaixo da média registrada nos países desenvolvidos. A promoção de investimentos e de iniciativas em setores diversos da economia, bem como a aplicação de medidas políticas destinadas a estimular o consumo em geral terá como efeito o incremento do consumo de bens minerais. Tome-se, por exemplo, o aumento de investimento na construção civil, que absorve grandes volumes de areia e brita. Em 2006, o consumo desses dois bens minerais por habitante, nos países mais desenvolvidos, era de 10 toneladas (10.000 quilos); no Brasil era de 2 toneladas. Os dados demonstram o déficit habitacional no país, a ser superado por mais investimento na construção civil. Do mesmo modo, outras políticas de incentivo ao crescimento econômico levarão ao aumento geral do consumo de bens minerais por habitante, condição esta diretamente proporcional a níveis mais elevados de desenvolvimento social para todas as regiões e para todas as camadas sociais. - 11 - Mas, crescimento econômico com boa qualidade de vida para todos e preservação do equilíbrio ambiental é meta cuja realização não tem receita única. Daí a importância do conhecimento e do diagnóstico de cada situação e de cada localidade, como preparação para a elaboração de um plano bem feito e viável de desenvolvimento sustentável. Antes da apresentação do caso de Vila Pavão, município do Espírito Santo, que é grande produtor de granito, vejamos de que modo a estrutura geológica de cada região delimita sua potencialidade econômica e condiciona os modos de realização da vida material do agrupamento humano que nela habita. O COMPONENTE GEOLÓGICO DA NATUREZA A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar, localizado em uma região periférica da chamada Via Láctea, que é apenas mais uma galáxia dentro do universo conhecido. As principais características físicas do Sistema Solar mostram que o sistema pode ser dividido em dois grandes conjuntos (desde que não consideremos Plutão) separados pelo Cinturão de Asteróides: conjunto interno e conjunto externo. Os planetas internos se caracterizam por altas densidades, pequenos diâmetros e ausência de anéis, com a Terra sendo o único com um grande satélite, a Lua. A Terra é um corpo esférico com diâmetro equatorial de 12.756.776 metros e polar de 12.713.824 metros, tendo como maior elevação o Monte Evereste com quase 9.000m e maior depressão a Fossa das Filipinas com quase 11.000m abaixo do nível do mar. Sua visualização mostra que ela é formada por terras altas (usualmente emersas) e terras baixas, normalmente cobertas por água, o que é explicada pela diferente densidade das suas rochas constituintes. O interior da Terra não pode ser verificado diretamente (os furos mais profundos não chegaram aos 20 km), mas suas características podem ser deduzidas a partir das ondas causadas pelos terremotos, indicando a seguinte divisão (em valores aproximados): -a- 5100 km até 6378 km de profundidade – Núcleo Interno -b- 2900 km até 5100 km de profundidade – Núcleo Externo -c- 670 km até 2883 km de profundidade – Manto Inferior -d- 35/40 km até 670 km de profundidade – Manto Superior -e- 0 km até 35/40 km de profundidade – Crosta Figura 1 - Diagrama mostrando a estruturação da Terra, tanto sob o ponto de vista composicional quanto do comportamento físico. - 12 - A Terra pode ser vista como um corpo em constante transformação, não apenas em movimento, o que é confirmado pelas características de sua evolução. Isto possibilita individualizar no planeta uma série de blocos dinâmicos: as Placas Litosféricas (conjuntos de crosta oceânica e continental e da parte superior do manto – litosfera), mostradas nas Figuras 02 e 03. Isto é realizado através da localização de vulcões (círculo de fogo) e dos focos de terremotos, já que estes movimentos permitem a liberação do calor interno do planeta. Figura 2 – A Terra e a distribuição das Placas Litosféricas. Figura 3 – Esquema exemplificando o movimento relativo das Placas Litosféricas e sus dinâmicas de interação. O município de Pimenta Bueno está inserido em um ambiente geológico conhecido como Cráton Amazônico, ao sul da Província Tapajós/sub-Província Madeira, uma antiga “cadeia de montanhas”, hoje erodida, com formação ao longo da Era Proterozóica. A consolidação do Cráton Amazônico foi acompanhada pela geração de diferentes rochas ígneas em diferentes “momentos geológicos”, os denominados estágios pré-colisional, sin-colisional, tardi-colisional e pós-colisional, ou seja, antes, durante, próximo ao final e após a colisão entre as duas placas tectônicas que hoje abrigam a América do Sul e o Continente Africano. Na região de Pimenta Bueno afloram rochas conhecidas pelos geólogos como Complexo de Jamari, Suíte Vulcânica Roosevelt, Seqüência Metavulcano-Sedimentar Nova Brasilândia, suítes Intrusiva Serra da Providência e Cacoal, além de rochas pertencentes às bacias Pimenta Bueno (formações Cacoal, Pimenta Bueno e Fazenda Casa Branca) e Parecis, cobertas por sedimentos terciários e quaternários (ver mapa a seguir). - 13 - - 14 - Rochas ígneas ou magmáticas formam-se pela cristalização do magma, uma massa de rocha fundida que se originou em profundidade na crosta e no manto superior. Quando o resfriamento dessas rochas ocorre no interior na crosta terrestre, o produto resultante será do tipo ígnea intrusiva ou plutônica, se o magma chegar à superfície, a rocha resultante será do tipo ígnea extrusiva ou vulcânica. Figura 4 – O Ciclo das Rochas. A figura mostra como diferentes tipos rochosos podem se transformar uns nos outros através de distintos processos sobre e sob a crosta terrestre. Uma das formas mais comuns de classificação das rochas ígneas (Figura 05) é baseada em duas características principais: Seu caráter vulcânico ou plutônico e seu conteúdo em sílica. O granito, que é uma das rochas ígneas mais abundantes na crosta terrestre, contém cerca de 70% de sílica, sendo composta essencialmente por quartzo, ortoclásio e quantidades mais baixas de plagioclásio e micas. Figura 5 – Classificação das rochas segundo a quantidade de sílica (SiO2) e seu caráter vulcânico ou plutônico. Parte das rochas sedimentares é formada a partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela ação dos agentes de intemperismo e pedogênese sobre uma rocha preexistente, e após serem transportados pela ação dos ventos, das águas que escoam pela superfície, ou pelo gelo, do ponto de origem até o ponto de deposição. A classificação destas rochas sedimentares detríticas ou clásticas pode se basear no tamanho de seus principais constituintes, conforme mostrado no Quadro 3. - 15 - Quadro 3 – Classificação de rochas sedimentares segundo o tamanho dos constituintes Sedimento Tamanho dos grãos (milímetro) Nome da rocha Argila 0,005 Argilito Silte 0,005 a 0,062 Siltito Areia 0,062 a 2 Arenito Seixo redondo Maiores que 2 Conglomerado Seixo angular Maiores que 2 Brecha Já as rochas metamórficas são produzidas quando as altas temperaturas e pressões das profundezas da Terra atuam em qualquer tipo de rocha – ígnea, sedimentar ou outra rocha metamórfica – para mudar sua mineralogia, textura e ou composição química, embora mantendo sua forma sólida, ou seja, sem atingir o ponto de fusão dos minerais. Desta forma, o Complexo Jamari corresponde a um conjunto de rochas ígneas de composição granítica a diorítica, metamorfizadas em condições de P/T condizentes com a fácies anfibolito. As rochas que compõem a Suíte Vulcânica Roosevelt incluem derrames e lavas piroclásticas de composição ácida dominante, variando de riolitos a dacitos, com rochas intermediárias - andesitos. Um segundo conjunto de rochas metamórficas, representadas por filitos, xistos, gnaisses, quartzitos e formações ferríferas bandadas, dentre outros tipos de rochas, compõem a Seqüência Metavulcano-Sedimentar Nova Brasilândia. Já a Suíte Intrusiva Serra da Providência é composta por um conjunto de rochas de composição granítica e charnoquítica (um tipo de granito contendo o mineral hiperstênio, que fornece à rocha uma coloração esverdeada). A Suíte Intrusiva Cacoal, diferentemente da Suíte Intrusiva Serra da Providência, é formada por rochas ígneas pobres em sílica e ricas em minerais de FeO e MgO, tais como peridotitos, gabros e noritos. As rochas que compõem a Bacia Pimenta Bueno são predominantes no município, sendo representadas principalmente por conglomerados, arenitos, siltitos, calcários, folhelhos, argilitos, que os geólogos dividem em três conjuntos denominados formações Cacoal, Pimenta Bueno e Fazenda Casa Branca. Na região sudeste de Pimenta Bueno estão expostos arenitos e folhelhos que são agrupados na unidade chamada de Formação Parecis, representando sedimentos depositados em ambientes fluviais e em lagos. Apresentando uma ampla distribuição por todo o município há sedimentos aluviais e fluviais recentes e formação de lateritas. O predomínio amplo de unidades sedimentares no espaço municipal de Pimenta Bueno limita a ocorrência de bens minerais metálicos, os quais são praticamente ausentes. Os recursos minerais disponíveis e em sua maior parte em processo de aproveitamento econômico são representados pelo diamante, a ametista, o calcário dolomitíco, o folhelho/argila e a água mineral. - 16 - PIMENTA BUENO E A ECONOMIA DA MINERAÇÃO O primeiro núcleo da cidade foi uma estação telegráfica construída por homens que faziam parte da expedição comandada pelo então Major Cândido Mariano da Silva Rondon, cujo objetivo era desbravar o território da Amazônia brasileira e nele fixar a presença do Estado. O ano era 1912 e o grupo de desbravadores, comandado pelo Cabo João Pimenta Bueno, penetrava o território de Guaporé, muito mais tarde elevado à categoria de estado de Rondônia. Mas, segundo historiador do município, Ademar Roque Lorenzon, o nome de Pimenta Bueno, dado ao rio que corta a região e que passou também a identificar a localidade, foi homenagem a outro personagem da história pátria, o coronel de primeira classe do exército brasileiro, Francisco Antônio Pimenta Bueno, nascido em Cuiabá em 10 de novembro de 1836 e falecido no Rio de Janeiro em 7 de dezembro de 1888. Este Pimenta Bueno escreveu estudos sobre a geografia da região do Mato Grosso, entre os quais encontram-se registros cartográficos utilizados pela expedição Rondon. A linha telegráfica que os desbravadores construíram fazia parte do projeto de ligação da região de Corumbá e Cuiabá ao Acre, parte do país que era então pouco povoada e muito isolada. Já havia ali um povoado formado por garimpeiros e seringueiros, quase todos de origem nordestina. Borracha e diamante estão, portanto, na origem da cidade. Mas, o crescimento da população foi lento. Segundo registros não oficiais, não havia ali mais do que vinte e quatro moradores em 1924. Até meados do século XX, Pimenta Bueno era um pedaço isolado do Brasil amazônico. A expansão econômica e populacional está associada à abertura da BR-364, obra de engenharia militar realizada na década de 1960, já sob o regime autoritário instaurado no país em 1964. O impulso decisivo para o crescimento da cidade veio da implantação do projeto de colonização promovido pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária – INCRA, em 1969, que atraiu migrantes do sul do país em busca de terras e do apoio governamental para a agricultura. Ao longo da década de 1970, milhares de famílias vindas principalmente do Espírito Santo e do Paraná fixaram-se na região. As atividades econômicas dominantes passaram a ser a lavoura, principalmente arroz e café, a horticultura e a exploração da borracha. Nesse contexto de expansão, a localidade foi elevada à categoria de município pelo decreto federal n. 6.448, de 11 de outubro de 1977. Nessa nova etapa, a mineração desenvolveu-se gradualmente, concentrando-se na extração de pedras preciosas (diamante e ametista), de argila e calcário dolomítico e de fontes de águas minerais. A indústria cerâmica constitui atualmente o setor mais dinâmico da economia local, dada a abundância da matéria prima mineral utilizada. Fotos de locais de extração de areia no município de Pimenta Bueno - RO - 17 - Área de extração de argila A produção cerâmica realiza-se em pequenas fábricas (foto à esquerda) e em uma grande unidade produtiva (foto à direita). As fontes de água mineral encontram-se no entorno da cidade. A água é de muito boa qualidade, sendo já comercializada em todo o estado. A principal fonte tem a vazão de 18.600 litros por hora, sendo classificada como fonte hipotermal. A produção de água mineral é importante atividade econômica do município: fotos de empresa (à esquerda) e de fonte explorada (à direita). - 18 - Desde a década de 1940 há exploração de diamante na região. Os garimpos se encontram em depósitos aluvionares localizados nos rios Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Roosevelt. A lucratividade desse empreendimento tem estimulado empresas privadas e órgãos governamentais especializados a promover pesquisas na região em busca de mais jazidas exploráveis. Estas constituem os chamados pipes quimberlíticos. Os resultados são promissores, mas a exploração está sendo deslocada para a bacia do Rio Igarapé Laje, afluente da margem direita do Rio Roosevelt, onde foram descobertos expressivos depósitos mineralizados. Note-se que tais depósitos se encontram em reserva indígena. Planejamento do desenvolvimento sustentável do município identificou áreas competitivas da economia de Pimenta Bueno. A ametista, embora não tenha ocorrência significativa, é explorada na região denominada Fazenda Dimba, onde predominam rochas ortognáissicas do Complexo Jamari. Outra opção econômica em expansão no município é a pecuária, já acoplada à industrialização da carne (corte e frigorificação). Destaca-se, também, o corte de madeira que alimenta a indústria moveleira local. IMPACTO DA ECONOMIA DA MINERAÇÃO EM PIMENTA BUENO Todas as atividades econômicas que permitiram a expansão de Pimenta Bueno, principalmente a partir da década de 1970, produzem algum tipo de impacto ambiental negativo. O desmatamento e o assoreamento dos rios não têm sido controlados por medidas de mitigação de danos à natureza, tal como previsto na legislação ambiental brasileira. Além do mais, a exploração de argila deixa grandes cavas que demandam reconstituição de cobertura vegetal. Do ponto de vista das preocupações próprias da agenda do desenvolvimento sustentável, verifica-se que o contexto de Pimenta Bueno tem dado origem a problemas mais gerais de agressão à fauna e à flora locais, que são agravados pelas tensões decorrentes das relações entre garimpeiros, fazendeiros e empresários que se estabelecem na região com as populações indígenas que habitam a Reserva Roosevelt. Assim sendo, o impacto da economia da mineração no meio ambiente é parte de um quadro mais complexo de conflitos culturais e políticos, o que torna o debate sobre uma política de desenvolvimento sustentável para o município um momento que pode favorecer a instituição de espaços de diálogo e de cooperação entre agentes econômicos e governantes e entre a comunidade de Pimenta Bueno e os grupos indígenas que habitam seu entorno na - 19 - busca de soluções equilibradas e mais permanentes para problemas comuns. Esse diálogo é essencial para o sucesso da Agenda 21 na região. Note-se que já estão em andamento várias iniciativas visando à realização das metas da Agenda 21 no município, o que indica haver grau adequado de sensibilização pública para a necessidade de planejar o futuro intervindo criativamente no presente. Em 2000 foi instalado o Fórum de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável – DLIS, do qual resultou um primeiro Plano de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável – PDLIS. Este estabeleceu os pontos fortes a partir dos quais a economia municipal deve ser estimulada: piscicultura, fruticultura, cerâmica, movelaria, turismo e confecções. Entre 2003 e 2005 foram promovidos vários seminários e cursos de capacitação de lideres comunitários, todos eles enfatizando os ideais e metas da Agenda 21, aí incluído o planejamento para o setor da mineração. Em todas essas iniciativas, as autoridades municipais contaram com o apoio do Ministério das Minas e Energia e com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente. INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A MINERAÇÃO NO BRASIL De acordo com a Constituição brasileira de 1988, os recursos minerais são de propriedade da União. Os direitos de lavra e de comercialização podem ser concedidos a empresas, que devem ser organizadas e geridas de acordo com o que é disposto em leis e regulamentos específicos. Estão excluídos desta condição os bens minerais explorados por empresas estatais, em regime de monopólio. Em geral, tais bens são considerados estratégicos para o desenvolvimento do país e para a segurança nacional. Este é o caso do petróleo e de minerais nucleares. O Código de Mineração, sistematizado pelo decreto-lei 227, de 27 de fevereiro de 1967, estabeleceu os princípios gerais da propriedade mineral e das formas legais de exploração e comercialização de bens minerais. Segundo esta legislação, a pesquisa e a lavra somente podem ocorrer após autorização ou concessão por órgão específico do Governo Federal. A empresa deve estar constituída segundo a legislação brasileira que define a nacionalidade dos investidores e o percentual de capital estrangeiro autorizado. O Código determina que o aproveitamento de jazidas dependa de alvará de autorização de pesquisa concedido pelo Diretor- Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM, órgão do Ministério das Minas e Energia. A concessão de lavra deve ser outorgada pelo próprio Ministro de Estado das Minas e Energia. A Constituição também prevê que parte do lucro com a comercialização do bem mineral seja entregue ao proprietário do solo. Exige-se, ainda, que a empresa pague tributo de até 3% sobre o faturamento líquido do negócio ao Governo Federal. Trata-se da Compensação Financeira pela Exploração Mineral – CFEM. Do valor arrecadado, 65% vão para a Prefeitura do município onde se localiza a jazida. As autorizações de pesquisa e o direito de lavra são concedidos por prazos determinados. Podem ser transferidos para outras empresas, desde que haja prévia autorização da autoridade pública. Como o cuidado como o meio ambiente e a preservação do uso adequado do solo são responsabilidades compartilhadas pelos governos municipais, estaduais - 20 - e pelo governo federal, algumas etapas da economia da mineração ocorrem fora da esfera da União. A avaliação e aprovação de Estudos de Impacto Ambiental e de Planos de Recuperação de Área Degradada cabem a órgãos de controle ambiental de prefeituras e de governos estaduais. O governo municipal é a instância final para a aprovação da concessão de licença ambiental para extração de bens minerais em seu território. É também o governo municipal o responsável pela concessão de licença específica que autoriza a extração de areia, cascalho e saibro para uso na construção civil. A validade da licença concedida depende, no entanto, de conhecimento e registro prévio no DNPM. Este tipo de autorização assegura que órgãos governamentais possam promover a extração de bens minerais para construção de obras públicas, respeitados os direitos minerários nas áreas onde as obras serão executadas, sendo vedada a comercialização de recursos minerais extraídos sob esta modalidade. O Código também prevê a chamada permissão de lavra garimpeira. Trata-se do caso de aproveitamento imediato de jazida mineral que, por sua natureza, dimensão, localização e utilização econômica, pode ser lavrada sem prévio trabalho de pesquisa. Esta permissão pode ser outorgada a brasileiros e a cooperativas de garimpeiros, autorizadas a funcionar como empresas de mineração. A permissão tem prazo definido de cinco anos, podendo ser renovada sem limitação. A área a ser explorada não pode exceder 50 hectares, salvo quando outorgada a cooperativa de garimpeiros. As concessões de lavra para empresas podem ser sucessivamente renovadas. Uma mesma empresa pode requerer e receber número ilimitado de concessões de pesquisa e de lavra. No caso da extração, as seguintes etapas devem ser cumpridas, com o devido conhecimento e aprovação do DNPM: 1- pesquisa da potencialidade mineral da região e da jazida; esta deve indicar a expressão econômica da reserva e do empreendimento proposto; 2- produção de relatório sobre o potencial mineral e da(s) jazida(s), protocolado no DNPM; 3- apresentação de Plano de Aproveitamento Econômico, que deve ser aprovado pelo DNPM; 4- publicação da portaria autorizando a lavra; 5- obtenção da Licença Ambiental de Operação. Mais informações sobre a legislação mineral e procedimentos para a obtenção de alvará de licença para pesquisa e lavra nos seguintes endereços eletrônicos: http://www.dnpm.gov.br/ - Departamento Nacional da Produção Mineral, onde são disponibilizados dados sobre a produção mineral brasileira, textos de leis, decretos e normas legais. No link “Economia Mineral” tem-se acesso ao Anuário mineral Brasileiro. O Guia do Minerador é acessível em http://www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/Guia/indice.php. A busca de processos pode ser realizada em https://sistemas.dnpm.gov.br/sicom/sicom.asp. O Sigmine é um verdadeiro local de informações geográficas da mineração brasileira (https://sistemas.dnpm.gov.br/sicom/sicom.asp). http://www.cprm.gov.br/ - É o endereço do Serviço Geológico do Brasil. Nele, muitas informações importantes podem ser encontradas, inclusive mapas e relatórios geológicos (pelo caminho geologia – geologia básica – projetos disponíveis em CDROM), o livro Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil, e livros, mapas - 21 - e relatórios sobre Paleontologia, Geocronologia e Hidrogeologia. Ressalte-se o GEOBANK (http://geobank.sa.cprm.gov.br/) , um impressionante banco de dados geológicos. www.igc.usp.br/geologia - textos de professores e bolsistas da USP com informações a respeito do planeta e das formas de seu estudo. http://www.ibram.org.br/ - O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) é a entidade nacional representativa das empresas e instituições que atuam na indústria da mineração. http://paginas.terra.com.br/educacao/br_recursosminerais/ - Dezenas de endereços sobre geologia e recursos minerais do Brasil e de outros países. http://www2.petrobras.com.br/portugues/index.asp - endereço da Petrobrás, estatal brasileira de Petróleo, e uma das mais importantes do mundo. http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/index.htm - Endereço de projeto da Embrapa, onde podem ser encontradas imagens de relevo e imagens de satélite de todo o Brasil. http://www.ige.unicamp.br/ - Endereço eletrônico do Instituto de Geociências da UNICAMP, onde podem ser acessadas aulas e apresentações (no caminho graduação – “download” de aulas). http://www.ibge.gov.br – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Destaques para a seção de “download”, onde podem ser obtidos mapas topográficos em diversas escalas; para o endereço http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php, onde se encontram informações sobre todos os municípios brasileiros; e para o endereço http://www.ibge.gov.br/paisesat/, onde informações atualizadas sobre todos os países são apresentadas.) GLOSSÁRIO DE TERMOS MAIS USADOS NA DESCRIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS DAS REGIÕES RICAS EM BENS MINERAIS AÇO: liga de ferro com carbono e outros metais (níquel, cromo, nióbio e outros). AFLORAMENTO: exposição natural ou artificial das rochas. ALÚVIO: depósito fluvial de argila, areia e cascalho. ATMOSFERA: camada de ar que envolve a Terra. B BACIA SEDIMENTAR: região rebaixada da crosta terrestre, onde o material proveniente da alteração e desagregação das rochas é depositado e preservado. BATÓLITO: grandes corpos de rochas plutônicas contínuas, em profundidade. BENEFICIAMENTO: qualquer processo de concentração de metal ou substância mineral objeto de interesse econômico; BIODIVERSIDADE: variedade dos componentes biológicos da natureza. A biodiversidade de uma região compreende o total de genes, espécies, populações e ecossistemas nela contidos; C COMBUSTÍVEL FÓSSIL: nome para os bens minerais originados de rochas sedimentares - 22 - biogênicas. Refere-se ao petróleo, gás, carvão, linhito, turfa e folhelho betuminoso; CONDICIONADOR DE SOLO: produto que aumenta a capacidade do solo de absorção de fertilizantes, retenção de água, aeração e conteúdo orgânico; CRÁTON: parte da crosta terrestre pouco deformada por longos períodos geológicos; D DEPÓSITOS DETRÍTICOS: resultam da concentração gravimétrica de bens minerais liberados como fragmento das rochas originais; DIAGÊNESE: processos geológicos de baixa temperatura que sucedem à deposição de sedimentos, levando, geralmente, à transformação destes em rochas sedimentares (litificação). DORSAIS OCEÂNICAS: faixa contínua, sísmica e vulcânica de relevo positivo compondo cadeias montanhosas no fundo oceânico. E ECOSSISTEMA: unidade territorial que inclui todos os organismos, interagindo com o ambiente físico; EFLUENTE: líquidos ou gases que escoam de um sistema de coleta artificial; ELÚVIO: material residual superficial que resultou do intemperismo da rocha no local onde aflora; EROSÃO: processos degradacionais da superfície terrestre, incluindo transporte, ação mecânica e química tendo como causadores a água corrente, vento, gelo ou organismos; ESTÉRIL: material não aproveitável descartado na frente de lavra; EVENTOS ENDÓGENOS: fenômenos que ocorrem em profundidade, onde os materiais sofrem grandes variações de temperatura e pressão. Por exemplo, as atividades magmáticas e os terremotos; EVENTOS EXÓGENOS: fenômenos que ocorrem na superfície, com níveis de pressão e temperatura baixa. Por exemplo, o intemperismo e a erosão. EXAUSTÃO: esgotamento do minério com condições econômicas para serem extraídos. F FERTILIZANTE: substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes às plantas; FÓSSIL: testemunho de vida no tempo geológico, encontrado nas rochas; G GARIMPO: depósito que permite aproveitamento imediato do bem mineral que, por sua natureza, dimensão e localização pode ser lavrado com poucos trabalhos prévios de pesquisa. Empregado como sinônimo de mineração informal e mineração artesanal; GEMA: mineral passível de ser transformado em jóia, ornamento ou objeto de arte; GEODIVERSIDADE: variedade dos componentes que formam e caracterizam o solo e o subsolo de uma região. A geodiversidade compreende o total dos solos, rochas, minerais e fósseis que caracterizam a superfície física de uma região e conformam o relevo e as principais características que servem de fundamento para sua paisagem e riquezas minerais; GEOGRAFIA: ciência que estuda a superfície da Terra, seus acidentes físicos, climas, solos e vegetações além das inter-relações entre o meio natural e os grupos humanos; GEOLOGIA: ciência que estuda a história, a composição, a estrutura, as forma e as riquezas minerais da Terra; GUSA: produto da redução do minério de ferro em alto-forno, contendo silício, manganês, fósforo e enxofre. - 23 - H HIDROCARBONETO: substância orgânica formada por cadeias de hidrogênio e carbono: petróleo, gás e asfalto; I INTEMPERISMO: processos de alteração e quebra das rochas, como resultado da exposição a agentes naturais físicos, químicos e orgânicos; J JAZIDA: massa individualizada de substância mineral ou fóssil com valor econômico encontrada na superfície ou no interior da Terra. L LAVRA: conjunto de operações para a extração dos bens minerais para aproveitamento econômico; LAVRA AMBICIOSA: lavra onde o minerador extrai exclusivamente os bens minerais de maior teor; LITIFICAÇÃO: consolidação de material líquido ou de partículas em rochas sólidas; LITOSFERA: porção superior do planeta Terra constituída pela crosta continental, crosta oceânica e parte superior do manto; M MAGMA: material rochoso em estado de fusão que, ao se consolidar, dá origem ás rochas magmáticas; MANTO: camada do globo terrestre situada entre a descontinuidade de Mohorovicic (~35 km de profundidade) e a de Gutemberg (~2.900 km de profundidade); METAL: materiais sólidos geralmente possuindo alto ponto de fusão e sendo bons condutores térmicos e elétricos; METAMORFISMO: processo de reajustamento químico, mineralógico e estrutural de rochas sólidas em condições físicas e químicas impostas externamente; METASSOMATISMO: substituição química por dissolução de um mineral ou rocha pré-existente; MINA: local de extração de bens minerais. Pode ser a céu aberto, subterrânea, em leito de rios ou por processos especiais de extração; MINERAL: elemento ou substância inorgânica natural com composição química e propriedades físicas definidas; MINERAIS INDUSTRIAIS: rochas e minerais, inclusive os sintéticos, predominantemente não metálicos que, por suas propriedades físicas ou químicas e não pela energia gerada ou pelos metais extraídos, são utilizados em processos industriais; MINERAIS NUCLEARES: substâncias minerais naturalmente radioativas e utilizadas para a obtenção de energia nuclear; MINÉRIO: mineral, rocha ou fóssil que tenha, no momento presente, valor econômico. Outra definição considera minério todo mineral ou rocha útil para a sociedade; O OCORRÊNCIA: local onde se encontra mineral ou rocha com valor econômico, mas sem estudos para dimensionar seu potencial; P PEDRA SABÃO: nome popular de rocha metamórfica chamada esteatito cujo principal constituinte é o talco. Utilizada para a produção de artesanato e escultura; PELOTIZAÇÃO: tratamento prévio dado a alguns bens minerais. Consiste na moagem do minério até transformá-lo em pelotas, seguida de aquecimento para eliminar a umidade; - 24 - PETRÓLEO: combustível fóssil gerado por reações termoquímicas em massas de microorganismos acumulados, principalmente, em bacias sedimentares oceânicas; PIGMENTO: produtos sólidos, naturais ou artificiais, estáveis quimicamente e inertes aos agentes atmosféricos e à água. Dotados de poder de cobertura quando aplicados sobre um material; POLUIÇÃO AMBIENTAL: introdução no meio ambiente de substâncias ou efeitos potencialmente perigosos para a saúde e/ou o meio ambiente. Q QUILATE: 1. Medida de peso usada para gemas, igual a 0,2 gramas; 2. Proporção do conteúdo de ouro nas ligas onde 24 quilates é o ouro puro, ou seja, ouro de 18 quilates significa uma liga de 18/24 ou 750 milésimos de ouro e 6/24 ou 250 milésimos de outro metal (cobre, prata, platina, etc). R RADIOATIVIDADE: desintegração natural de elementos químicos com a emissão de radiações e formação de novos elementos, com pesos atômicos menores; REAPROVEITAMENTO: processo de aproveitamento dos materiais e produtos descartáveis que pode ocorrer por reparo, reuso, refabricação ou reciclagem. RECICLAGEM: aproveitamento das matérias primas constituintes dos produtos descartados. Por exemplo, o alumínio das latinhas de refrigerante e cerveja; REUSO: aproveitamento dos produtos descartáveis. Por exemplo, as garrafas de vidro; RECURSO AMBIENTAL: atmosfera, águas interiores, superficiais ou subterrâneas, estuários, mar territorial, solo, subsolo, fauna e flora; RECURSO ESPECULATIVO: recurso não descoberto que pode ocorrer em ambiente geológico favorável, onde nenhuma descoberta foi realizada; RECURSO MINERAL: somatório das reservas conhecidas e não conhecidas de uma região, país ou o mundo; RECURSO NATURAL: conjunto das riquezas naturais aproveitadas pela sociedade humana; RECURSOS MINERAIS ENERGÉTICOS: bens minerais utilizados como fontes energéticas: petróleo, carvão e minerais radioativos; REJEITO: material retirado da mina e descartado por não ser aproveitável; RESERVA: quantidade de minério presente em uma mina; RIGIDEZ LOCACIONAL: os depósitos minerais são encontrados em locais específicos onde processos geológicos viabilizaram a concentração de bens minerais; ROCHA: agregado natural de um ou mais minerais. As rochas se dividem em três grandes famílias: magmática, sedimentar e metamórfica; S SEDIMENTAÇÃO: deposição de material natural sólido (sedimentos) em condições fisicoquímicas normais na superfície terrestre; SINTERIZAÇÃO: processo no qual uma mistura de finos de minério de ferro, carvão e calcário são queimados sobre uma grelha. A combustão resulta em um produto poroso e resistente denominado sínter. SOLO: camada superficial da superfície terrestre possuidora de vida microbiana. Em alguns locais o solo é espesso e em outros não foi formado. - 25 - T TECTÔNICA DE PLACAS: teoria segundo a qual a superfície terrestre está dividida em placas que se movimentam umas em relação às outras; TEOR: quantidade de metal presente no minério. Existem diferentes conceitos de teor: teor médio (média dos teores), teor de corte; U UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: espaço territorial instituído pelo poder público, com características naturais relevantes, tendo como objetivo a conservação dos recursos naturais. V VULCÃO: abertura na crosta terrestre por onde flui material magmático (lavas, cinzas, gases). ANEXO - O TEMPO GEOLÓGICO E SUA DETERMINAÇÃO A determinação correta da idade das rochas e de suas sucessões é a única maneira de contarmos a longa (mais de 4,6 bilhões de anos) história de nosso planeta, e ela é feita pela geocronologia, que pode ser relativa ou absoluta. Esta ultima tem permitido que os valores de idades para os diferentes conjuntos rochosos do planeta sejam progressivamente desvendados. Alguns dos elementos constituintes do universo apresentam características radioativas, sendo marcados por instabilidades que podem ocasionar o aparecimento de isótopos mais estáveis, seja do mesmo elemento, seja de outro. Estudos dos processos radioativos marcados pela desintegração de elementos-pai para a formação de elementos-filho (radiogênicos) mostram que o decaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida, que é o tempo decorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Os principais isótopos utilizados atualmente nas datações radiométricas (bem como os limites de utilização) podem ser observados no quadro abaixo. Ai também são mostrados os limites de cada método (ou seja, para que conjunto de idades o método é apropriado). ISÓTOPOS MEIA-VIDA LIMITES DA DATAÇÃO (anos) MATERIAIS UTILIZÁVEIS Urânio238 - Chumbo206 4,5 bilhões de anos Entre 10 milhões e 4,6 bilhões Zircão, uraninita, badeleiita Urânio235 - Chumbo207 710 milhões de anos idem Zircão, uraninita, badeleiita Thorio232 - Chumbo208 14 bilhões de anos idem Zircão, uraninita, badeleiita Potássio40 - Argônio40 1,3 bilhões de anos Entre 100 mil e 4,6 bilhões Muscovita, anfibólios, rochas ígneas Rubídio87 - Estrôncio87 48 bilhões de anos Entre 10 milhões e 4,6 bilhões idem Samário147 - Neodímio143 106 bilhões de anos Entre 10 milhões e 4,6 bilhões Rochas ígneas, meteoritos Rênio187 – Ósmio187 42,3 bilhões de anos Entre 10 milhões e 4,6 bilhões Rochas ígneas, meteoritos Carbono14 - Nitrogênio14 5730 anos Entre 100 e 50000 Turfa, carvão, estalactites, gelo, água, ossos Principais isótopos utilizados atualmente nas datações radiométricas, respectivas meias-vidas e limites de utilização em anos. São indicados ainda, os mineirais e matérias onde estes elementos podem ser encontrados. - 26 - A partir das determinações geocronológicas (inclusive com o estudo de fósseis), passou-se a classificar o tempo segundo períodos que marcam diferentes características de evolução biológica, de posicionamento relativo das placas e de climas dominantes (entre outras). Esta classificação é chamada de Coluna do Tempo Geológico e é aceita mundialmente, sendo apresentada simplificadamente no Quadro 3. Eon FANEROZÓICO PROTEROZÓICO ARQUEANO Era Período Neogeno Cenozoico Paleogeno Cretáceo Mesozoico Jurássico Triássico Permiano Carbonífero Devoniano Paleozóico Siluriano Ordoviciano Cambriano Neoproterozóico Mesoproterozóico Paleoproterozoico Neoarqueano Mesoarqueano Paleoarqueano HADEANO - 27 - Início-fim (milhões de anos) 23.0 65.5 - 23.0 146 - 65.5 200 - 146 251 - 200 299 - 251 359 - 299 416 - 359 444 - 416 488 - 444 542 - 488 1000 - 542 1600 - 1000 2500 - 1600 2800 - 2500 3200 - 2800 3800 - 3200 - 3800 Vista do Centro da cidade. Extração e processamento de água mineral. Extração de argila. Forno da Cerâmica Boa Vista. Trabalhador no forno da Cerâmica Boa Vista. Processo produtivo. Trabalhadoras na cerâmica Santa Maria. Produtos da cerâmica. - 28 - Design e Diagramação : Liza Noguchi / Rafael Carmo