Dia Internacional da Mulher: conquistas e desafios políticos, econômicos e sociais Rebeca Loureiro de Brito – Consultora FALCONI O Dia Internacional da Mulher (8/3) marca conquistas femininas ao longo da história, desde o Movimento Sufragista (que garantiu o direito ao voto) até a Lei Maria da Penha (contra a violência domiciliar). Essa data também se apresenta como uma oportunidade de reflexão sobre os desafios que as mulheres ainda têm pela frente. Segundo o Relatório Global de Desigualdade de Gênero, realizado pelo Fórum Econômico Mundial (2015), a igualdade entre homens e mulheres poderá demorar 100 anos para se concretizar. Esse documento disponibiliza diagnósticos e tendências sobre equidade, desde 2006, e compara o progresso de 145 países na redução do Índice Global de Disparidade entre os Sexos – com base nas categorias Oportunidade e Participação Econômica, Acesso à Educação, Saúde e Expectativa de Vida e Empoderamento Político. Entre os países analisados, o Brasil ocupa o 85º lugar no ranking de disparidade entre os gêneros. Em uma escala de 0 a 1, sendo 1 a total igualdade, o índice brasileiro equivale a 0,686. Esse resultado não permite que o país esteja no topo devido ao pouco progresso em Oportunidade e Participação Econômica (0,642) e Empoderamento Político (0,123). Em termos de Acesso à Educação (1,0) e Saúde e Expectativa de Vida (0,980), o Brasil praticamente anulou a desigualdade entre homens e mulheres. Evolução da Igualdade de Gênero por Categorias no Brasil 0,990 1,000 1,000 1,000 1,000 0,980 0,980 0,980 0,980 0,980 0,649 0,650 0,656 0,649 0,642 0,134 0,144 0,148 0,123 2012 2013 2014 2015 0,053 2011 Economia Educação Saúde Política 0 Desigualdade 1 Igualdade Fonte: Global Gender Gap Report (2015) Ao comparar o Índice Global de Disparidade entre os Sexos do Brasil com o da Islândia (benchmark global) e da Nicarágua (melhor resultado entre os países da América Latina e do Caribe), há oportunidade de melhoria de 28,4% e 13,1%, respectivamente. Esses dois países também são referência global e regional no Empoderamento Político, categoria que apresenta maior desafio de igualdade entre homens e mulheres. No âmbito de Oportunidade e Participação Econômica, o Brasil precisaria aumentar a igualdade de gênero em, no mínimo, 32% para alcançar resultados próximos ao da Noruega e de Barbados. ‘ Índice Global de Disparidade entre os Sexos (2015) Empoderamento Político (2015) Lacuna Oportunidade e Participação Econômica (2015) Lacuna Lacuna 0,881 0,686 0,719 0,776 0,506 0,642 Nicarágua Brasil 0,868 0,848 Noruega Barbados 0,123 Brasil Islândia Nicarágua Brasil Islândia Fonte: Global Gender Gap Report (2015) De acordo com o relatório, há países como o Brasil que igual acesso à educação, mas falham ao recuperar o investimento porque não conseguem incorporar todas as mulheres no mercado de trabalho. Esse potencial de mão de obra feminina excluída afeta a competitividade do país (que depende da habilidade e produtividade de sua força de trabalho) e, consequentemente, sua economia. Para acelerar uma maior inclusão feminina no mercado de trabalho, as empresas estão discutindo diversas ações. Entre elas, estão maior esclarecimento dos caminhos para as mulheres alcançarem posições de liderança; políticas que favoreçam a flexibilidade e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho para homens e mulheres; leis de proteção para a mulher (antiassédio e igualdade salarial); realização de mentorias para empreendedoras e engajamento dos executivos das empresas na promoção da diversidade. O que podemos fazer? Na FALCONI, atuamos em grandes instituições públicas e privadas no Brasil e no mundo. A nossa postura, tanto internamente quanto junto às equipes nos clientes, pode estimular reflexões sobre o tema e contribuir para criarmos um movimento positivo a favor da igualdade entre homens e mulheres na política e no mercado de trabalho.