O que é Economia? “Marcos juntou dinheiro fazendo economia nas compras no supermercado.” “Juliana não é nada econômica na hora de comprar sapatos.” Você faz economia na hora de comprar? Como? No nosso cotidiano, usamos a expressão “economia” com alguns sentidos diferentes. No entanto, Economia é uma ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. De modo geral, economia é uma ciência social que estuda a escassez, e tem como objetivo enquanto ciência compreender o comportamento dos consumidores, o funcionamento da própria economia numa dada sociedade ou na “aldeia global”, face à escassez dos recursos. Ela observa os agentes micro e macroeconômicos. O termo economia se origina de duas palavras gregas oikos (casa) e nomos (gerir), juntas significam administração da casa, do Estado etc. Os modelos e técnicas atualmente usados em economia evoluíram da economia política do final do século XIX, derivado da vontade de usar métodos mais empíricos (experiências vividas, prática etc.) à semelhança das ciências naturais. Pode representar, em sentido lato (amplo), a situação econômica de um país ou região; isto é, a sua situação conjuntural (relativo aos conjuntos de fatores que englobam a economia que hora pode favorecer ou não) ou referente à situação estrutural. Conjuntura econômica - A instabilidade é uma das principais características da economia e a sua manifestação ocorre por intermédio dos movimentos alterados de expansão e de contração, cuja intensidade e duração é bem variada. De acordo com Samuelson e Nordhaus: A história econômica mostra que a economia nunca cresce de acordo com um padrão suave e contínuo. Um país pode beneficiar de vários anos de expansão econômica e prosperidade, como aconteceu com os EUA nos anos 90. Esta situação pode ser seguida de uma recessão ou mesmo de uma crise financeira ou ainda, em raras ocasiões de uma depressão prolongada. (Samuelson, Paul A. and William D. Nordhaus, Economia, S.Paulo : Garnier, 1999, p.432-433). Na fase de prosperidade/expansão, o produto total da economia cresce seguido de incrementos dos investimentos, empregos, renda e consumo. Contudo, na fase de recessão ocorre exatamente o oposto. Ainda de acordo com os autores acima citados, “Então o produto nacional diminui, os lucros e o rendimento real diminuem e a taxa de desemprego salta para níveis inaceitavelmente elevados com legiões de trabalhadores a perderem os empregos.” (SAMUELSON, Paul A. e NORDHAUS, William D. Economia, São Paulo: Garnier,1999, p. 433). Estrutura econômica - A estrutura econômica representa o conjunto (e a distribuição) setores da economia, trabalho e suas divisões. - Setor Primário: corresponde ao extrativismo vegetal, animal e mineral, agricultura e pecuária. - Setor secundário: Corresponde ao setor industrial e de distribuição. - Setor terciário: Corresponde ao comércio varejista e prestação de serviços. Ainda é importante observar alguns componentes importantes. O PEA (população economicamente ativa) se refere ao potencial de mão-de-obra com que o setor produtivo pode contar e que está inserida no mercado de trabalho ou que, de certa forma, está procurando se inserir nele para exercer algum tipo de atividade remunerada. É o potencial disponível ativo e inativo do setor produtivo (a população ocupada e a população desocupada). 1. População ocupada - aquelas pessoas que, num determinado período de referência, trabalharam ou tinham trabalho, mas não trabalharam (ex.: pessoas em férias). As pessoas ocupadas são classificadas em: - Empregados – aquelas pessoas que trabalham para um empregador ou mais (com carteira assinada), cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo em contrapartida uma remuneração em Dinheiro ou outra forma de pagamento (moradia, alimentação, vestuário, etc.). Incluem- se, entre as pessoas empregadas, aquelas que prestam serviço militar obrigatório e os clérigos (sacerdotes responsáveis por um culto religioso). - Trabalhador por Conta Própria – são aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, sem estar empregado. - Empregadores – aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, com auxílio de um ou mais empregados. - Não Remunerados – aquelas pessoas que exercem uma ocupação econômica, sem remuneração, pelo menos 15 horas na semana, em ajuda a membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou em ajuda a instituições religiosas, beneficentes ou de cooperativismo, ou, ainda, como aprendizes ou estagiários não remunerados. 2. População Desocupada – aquelas pessoas que não tinham trabalho num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, sites, fizeram curso de aperfeiçoamento, curso profissionalizante, etc.). Quando se fala em ECONOMIA, é preciso ambientar o foco do olhar. De um lado existe a macroeconomia e ao lado a microenconomia. A macroeconomia estuda a economia em geral analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados como renda e produtos, níveis de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio. O enfoque macroeconômico pode omitir fatores importantes, mas estabelece relações entre grandes agregados e permite compreender algumas interações relevantes. A macroeconomia se preocupa com aspectos em curto prazo como desemprego, por exemplo. A macroeconomia possui algumas metas como aumentar o nível de empregos, estabilizar os preços, distribuir renda, crescer a economia, solucionar conflitos de objetivos. A estrutura macroeconômica se compõe de cinco mercados: 1. Mercado de Bens e Serviços: Determina o nível de produção agregada bem como o nível de preços. 2. Mercado de Trabalho: Admite a existência de um tipo de mão-de-obra independente de características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego. 3. Mercado Monetário: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros. 4. Mercado de Títulos: Analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda. 5. Mercado de Divisas: Depende das exportações e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro. A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto é, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da demanda (procura) na formação do preço. A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de produção. Divide-se em: • Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. • Teoria de Empresa: Estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de produzir produtos conforme a demanda do mercado e a oferta dos consumidores dispostos a consumi-los. • Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação da matéria-prima adquirida pela empresa em produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção se refere os serviços como transportes, atividades financeiras, comércio e outros. A economia se dá dentro de um ambiente, de uma ESTRUTURA DE MERCADO. Ao longo dos séculos alguns modelos foram consolidados. Afinal de contar já não praticamos mais o escambo, pelo menos não nos modelos da antiguidade. Hoje existem diversos tipos de estruturas de mercado As várias formas ou estruturas de mercado dependem das seguintes características: a) Número de empresas que compõe esse mercado; b) Tipo de produto (homogêneo ou diferenciado); c) Se existem ou não barreiras a entrada/saída das empresas. Hipótese: as empresas maximizarem os lucros As estruturas de mercado a serem observadas são: Concorrência pura ou perfeita, Monopólio, Oligopólio, Concorrência monopolística 1. Concorrência pura ou perfeita Características: a) Muitos vendedores (grande número de empresas) b) Produtores homogêneos c) Não existem barreiras a entrada d) As informações sobre lucros, preços, etc. são conhecidas por todos os participantes 2. Monopólio Apenas uma empresa é responsável pela produção (oferta). Não existe concorrência e nem produto substituto. Os consumidores se submetem as condições impostas pelo vendedor ou simplesmente deixarão de consumir o produto. A curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo. 3. Oligopólio Caracteriza-se por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Exemplos: Montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria de bebidas, indústria química farmacêutica, etc. 4. Concorrência monopolística Características: a) Número grande de empresas com certo poder concorrencial; b) Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla; c) Existem produtos substitutos. Exemplos: prestação de serviços (médicos, odontológicos, limpeza, abastecimento, oficina, etc.). *Marcas de produtos (alimentos, produtos de limpeza, lojas de roupas e medicamentos) É na sociedade que se apresenta e se manifesta a economia. Não havendo sociedade não há economia, não há mercado não há concorrência. Na sociedade também se expressam os diversos tipos de SISTEMAS ECONÔMICOS que regem as compras e vendas, o negócio e as empresas. Um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Elementos Básicos: 1- Fatores de produção (capital, terra, recursos naturais e tecnologia); 2- Complexo de unidades de produção (empresas); 3- Instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais. Hoje os Sistemas Econômicos que regem o mundo são basicamente: Sistema capitalista, sistema socialista, sistema de concorrência pura e o sistema de economia mista. A) Sistema capitalista (ou econômica de mercado) Capitalismo: É o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos. No sistema capitalista: As padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc., pertencem a empresários e não ao Estado. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. Principais característica: - Regido pelas forças de mercado - Livre iniciativa - Propriedade privada dos fatores de produção B) Sistema socialista (ou economia centralizada ou economia planificada) Socialismo: É a denominação genérica de um conjunto de teorias socioeconômicas, ideologias e políticas que postulam a abolição das desigualdades entre as classes sociais. Incluem-se nessa denominação desde o socialismo utópico e a social-democracia até o comunismo e o anarquismo. Principais características: - Órgão central de planejamento - Propriedade pública dos fatores de produção Formas intermediárias de sistemas econômicos: Sistema de concorrência pura: O mercado, sem a interferência do governo, resolve encontrar seu ponto de equilíbrio, por meio do mecanismo de preços. Prevalece o laissez-faire: milhares de produtores e de consumidores têm condições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), como que guiados por uma mão invisível. Nele a marca principal é o liberalismo das ações de mercado. Sistemas de economia mista: Um sistema de economia mista caracteriza-se pela existência, no seio do universo econômico, de duas esferas de interesses: a pública e a privada e pela participação crescente do Estado, por inúmeras razões, na vida econômica, quer em serviços tradicionais, quer em novas atividades de produção e de promoção. Em um sistema deste tipo, o papel clássico do “mercado” é complementado por outros mecanismos tendentes a corrigir e aperfeiçoá-lo. Os dois atores igualmente ativos são o mercado e o Estado.