DINÂMICA SOBRE MEMÓRIA PARA IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA1 Thauana Silveira Gomes2; Naraianne Ferreira Fonseca3; Roberta Medeiros Hilgert3; Bianca Giongo Scherf3; Cenir Gonçalves Tier4 (1) Trabalho executado com recursos do Edital Profext: Ações de saúde para idosos domiciliados em uma região do oeste do Rio Grande do Sul/Brasil, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura- Unipampa. (2) Acadêmicas do curso de Fisioterapia: Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Bolsista Profext: Ações de saúde para idosos domiciliados em uma região do oeste do Rio Grande do Sul/Brasil. [email protected] (3) Acadêmicas do curso de Enfermagem e Fisioterapia da Unipampa. (4) Orientadora do projeto de extensão; Universidade Federal do Pampa, campus Uruguaiana. A memória é uma das faculdades mentais de que pessoas mais frequentemente se queixam ao longo da vida. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar à experiência relacionada às dinâmicas voltadas a memorização dos idosos participantes. Trata-se de um relato de experiência, de cunho descritivo-reflexivo realizado com idosos. O projeto segue a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 e foi aprovado sob parecer 10.003.14. A dinâmica foi dividida em três momentos: apresentação de imagens que deveriam ser relembradas no final da atividade, lançamento de três dados de cores diferentes e memória auditiva. Participaram nove idosos, sendo um do sexo masculino e oito do feminino, com idades entre 60 e 80 anos. Pode se observar que o grupo apresentou dificuldades em recordar o que era solicitado durante as dinâmicas. Percebeu-se, que o maior obstáculo para o êxito das atividades propostas foi o nervosismo, considerando que alguns idosos mesmo antes de serem solicitados já anunciavam que não se lembrariam do que lhe fora proposto. A falta de concentração também teve influência. Conclui-se que não só a prevenção e reabilitação de déficits, mas também a estimulação da memória mesmo que estas estejam saudáveis. Palavras-Chave: Desenvolvimento cognitivo, Memória, Idosos. INTRODUÇÃO De acordo com o Censo demográfico 2010, os idosos representavam 7,4% da população brasileira. O envelhecimento populacional deve-se ao avanço da promoção de saúde nas últimas décadas, na qual se obtiveram queda nas taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida da população (MORGANI ET AT., 2007). Com o aumento da expectativa de vida, crescem as prevalências de doenças crônicas, os riscos de limitações físicas, de perdas cognitivas, de declínio sensorial e de propensão a acidentes e a isolamento social. Porém um dos maiores problemas de saúde pública são os distúrbios de memória que atingem os idosos, levando a diminuição de habilidades cognitivas e emocionais, interferindo em suas atividades de vida diárias (CHARIGLIONE; JANCZURA, 2013). A memória é a capacidade para reter e fazer uso posterior de uma experiência (FRANKLIN, 2013), bem como fazer o reconhecimento de sons, imagens, cheiros, gostos, sensações e sinais, porém, ela possui suas limitações às quais permite armazenar as informações por um curto período de tempo. Seu funcionamento é formado por dois fundamentos que são a memória de curto e longo prazo. A memória de longo prazo é o sistema que armazenaria o conhecimento durante longos períodos de tempo, é um processo de formação de arquivos e consolidação pode durar de minutos, horas, meses e décadas. São exemplos desse tipo de memória as nossas lembranças da infância ou de conhecimentos que adquirimos na escola (QUEIROZ; FAIGLE, 2005). Já a memória de longo prazo contém um número de elementos limitados para reter. Um estudo de George Miller (1956) sobre as limitações de memória de curto prazo, mostra que uma pessoa pode reter 7 itens (+-2). A memória de curto prazo determina se a informação é útil para o organismo e deve ser armazenada. Frente ao exposto, este estudo tem por objetivo relatar a experiência da equipe do projeto de extensão Ações de saúde para idosos domiciliados em uma Região do Oeste do Rio Grande do Sul/Brasil quanto à atividade voltada a capacidade de memorização dos idosos participantes. METODOLOGIA O presente relato de experiência se deu a partir da realização de uma dinâmica desenvolvida em três etapas. Na primeira etapa, o grupo propôs fazer um círculo em que o primeiro idoso jogava três cubos, os quais tinham em cada lado cores diferentes, nesta, os idosos deveriam guardar em sua memória sua sequência de cores. Após todos terem jogado os dados, os idosos de forma sequencial mencionavam as cores que lembravam. Na segunda etapa, os idosos visualizavam três tipos diferentes de imagens, as quais deveriam ser recordadas após as demais atividades desenvolvidas, além disso, foi solicitado a cada idoso que detalhasse as imagens que lhes foram apresentadas. Por fim, era solicitada aos idosos que escutassem a música “Ciranda”, a qual foi previamente escolhida pela equipe do projeto, ao final da canção cada um deles deveria retomar três palavras que recordassem da música. Este projeto respeita as prerrogativas da Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 relacionada a pesquisas com seres humanos e foi aprovado sob Parecer 10.003.14. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesta atividade participaram nove idosos, entre 60 a 80 anos de idade. Pode se observar que o grupo apresentou dificuldades em recordar o que era solicitado durante as dinâmicas. Percebeu-se que o maior obstáculo para o êxito das atividades propostas foi o nervosismo, considerando que alguns idosos mesmo antes de serem solicitados já anunciavam que não se lembrariam do que lhe fora proposto. A falta de concentração também teve influencia na hora da realização das dinâmicas. Contudo, vale ressaltar que os idosos foram estimulados a pensar antes de falar ou agir, bem como foram ofertadas dicas para que pudesse auxiliá-los a recordar. Do ponto de vista dos idosos, a dinâmica contribuiu para a avaliação de suas reais dificuldades de memória, o que, por si só, auxilia no seu enfrentamento. A prevalência da perda de memória é frequente no processo de envelhecimento. A maioria dos idosos reclama do mau funcionamento da memória quando percebem as dificuldades que têm ao recordar nomes, palavras, assuntos, telefone de amigos data de aniversários e local onde deixaram um objeto. Estas e outras dificuldades são ressaltadas em questionários de memória que tentam avaliar os problemas de recordação e a frequência de esquecimentos em situações do dia a dia (PINTO, 1990; HERRMANN; NEISSER, 1978; BENNETT-LEVY; POWELL, 1980). CONCLUSÕES Salienta-se a importância dos fatores comportamentais como determinantes da memória e de um estilo de vida saudável para o bom funcionamento da mesma. Deve-se ter um mente que quando algumas dificuldades se apresentam, elas podem incomodar muito o idoso de agir no seu ambiente. Por este motivo, é importante, não só a prevenção e reabilitação de déficits, mas também a estimulação da memória mesmo que estas estejam saudáveis. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. ARGIMON, I.I. de LIMA; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Aspectos cognitivos em idosos. Aval. psicol. v.5 n.2 Porto Alegre dez. 2006. MORGANI, M.H; BEGER, M. M.L; WATANABE, H. Oficina de memória par Oficina de memória para idosos: a idosos: estratégia para promoção da saúde - Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.11, n.22, p.271-80, mai/ago 2007 - Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, FMUSP Rua Cipotânea, 51 São Paulo, SP 05.360-000; Em: http://www.scielo.br/pdf/icse/v11n22/07.pdf PINTO, A. DA COSTA; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação; Problemas de memória nos idosos: uma revisão; Publicação: [Pinto, A. C. (1999).] QUEIROZ, R. A.F. Distinções entre memória de curto prazo e memória de longo prazo. SANTOS, F.S., et al. Estimulação cognitiva para idosos: ênfase em memória. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2013.