A ESTRELA DA FÉ De Abraão, nosso pai na fé, a Maria, nossa Mãe da Fé! (música de fundo; sons que sugiram a noite) Leitor 1 (voz off) Era uma vez um semeador de Estrelas, assim conhecido. Por onde passava, deixava no rasto das suas pegadas, pequeninas estrelas, que da terra subiam até ao céu e iluminavam longos caminhos de servidão. Tinha o nome antigo de Abrão, um nome muito grande, que aumentava todos os dias, à medida que o seu coração se dilatava, na noite. (Abraão sai sozinho do fundo da sala, percorre o corredor, que está assinalado com pegadas sobre a areia. Abraão leva uma candeia na mão e vai passando a luz aos que encontra de um e de outro lado, e a quem já foram entregues previamente estrelas incandescentes ou velas; Abraão traja de peregrino e leva bastão, em forma de ponto de interrogação) Usava um bastão, como um ponto de interrogação. Um dia, quando caminhava sobre a areia, e olhava as estrelas no firmamento, uma voz do alto, e lá do mais profundo do seu mundo, bateu-lhe à porta, e arrebatou-lhe o coração: Leitor 2 (voz off) (Abraão para, como quem escuta a voz) 1 O Senhor disse a Abrão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar. 2 Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos. (…) 4 Abrão partiu, como o Senhor lhe dissera, levando consigo Lot. (Gen.12,1-2.4). (Abraão retoma o caminho lentamente, tomando da assembleia um homem mais novo e uma mulher mais velha, que fazem de Lot e Sara respetivamente e doravante o acompanham) Leitor 1 (voz off): Com Ele, Abraão levou também os seus bens e a sua esposa Sara. Mas no seu longo caminho, que parecia não mais ter fim à vista, Abraão só tinha “a fé, por verdadeira companheira de vida” (PF 15). (personagens estão ainda no corredor) Leitor 2 (voz off) 8 Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia. (Heb.11,8) Leitor 1 (voz off): Caminheiro de ofício, Abraão era um ancião, um sábio insatisfeito. Deste modo, sempre via melhor ao longe, que ao perto! Nas longas noites de relento, colocava-se debaixo do grande firmamento, como quem se abriga na tenda, e desenhava lá, no céu, a sua morada, naquela cidade, “cujo arquiteto e construtor é Deus” (Hb.11,10). (Dar mais luz ao teto do palco) Prisioneiro do invisível, Abraão teve, um dia, no caminho da noite, um enorme clarão. (Abraão para e cai de joelhos; depois levanta-se e olha as estrelas, como é sugerido no texto a seguir. Estamos no fim do corredor, face ao palco onde as luzes se intensificam.) Leitor 2 (voz off) O Senhor disse-lhe numa visão: «Nada temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, a tua recompensa será muito grande.» 2 Abrão respondeu: «Que me dareis, Senhor Deus? Vou-me sem filhos.» «Não me concedeste descendência, e é um escravo, nascido na minha casa, que será o meu herdeiro.» 4 Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida, nos seguintes termos: «Não é ele que será o teu herdeiro, mas aquele que sairá das tuas entranhas.» 5 E, conduzindo-o para fora, disse-lhe: «Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas, se fores capaz de as contar.» E acrescentou: «Pois bem, será assim a tua descendência.» 6 Abrão confiou no Senhor (Gn.15,1-5). Leitor 1 (voz off) Foi assim que Abraão se tornou grande aos olhos de Deus. A sua fé tornou-se fama e proveito de salvação (Gn.15,6; Rm. 4,3.9). E assim mesmo, “Abraão tornou-se o pai de todos os crentes” (Rm.4,11): de judeus e cristãos, de muçulmanos e de tantos irmãos, que procuram a Deus, de coração sincero e “seguem as suas pegadas da fé” (Rom.4,12). Leitor 2 (voz off) 12 Por isso, de um só homem, e já marcado pela morte, nasceu uma multidão tão numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da beira-mar. (…) 17 Pela fé, Abraão, quando foi posto à prova, ofereceu Isaac, e estava preparado para oferecer o seu único filho. (…) 19 De facto, ele pensava que Deus tem até poder para ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, recuperou o seu filho”, Como quem saúda e vê surgir, lá longe, (Hb.11.13) o Filho Único de Deus, “que das alturas nos visitará como o Sol nascente” (Lc.1,78). (cruz iluminada ao fundo) Leitor 1: Abraão caminhou pela fé e não pela visão clara (cf. II Cor.5,7). Morreu e deixou descendência sem conta. Depois dele, multiplicaram-se estrelas, que povoam a grande galáxia, da fé dos homens. E algumas brilham no firmamento. Doze delas estão nomeadas, pelo seu especial brilho: (Abraão fica no chão e do lado oposto da barca, caminham doze figuras, onze homens e uma mulher, que vão entrar numa barca, situada em frente do palco; têm uma estrela na testa) Leitor 2 (voz off) “Isaac, Esaú e Jacob, José, Moisés, Raab, Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, David e Samuel e tantos profetas e mulheres que recuperaram os seus mortos, por meio da ressurreição” (cf. lista de Heb.11,20-35) (Ficam na barca virados para a frente de modo a destacar as estrelas...) Leitor 1 (voz off) 13 Foi na fé que todos eles morreram, sem terem obtido os bens prometidos. (Hb.11.13) até despontar entre todas, a Estrela da Manhã, que anuncia o nascer do Sol. (da barca, Raab deixa despontar um balão em forma de estrela, que sobe preso a um fio, com um «M», a sugerir «Maria» e Estrela da Manhã; ouve-se uma música) É Maria, a Filha de Sião! Ela segue as pegadas de Abraão, nosso pai na fé, na antiga aliança. Como Abraão, Maria peregrina e progride, dia e noite, na fé, desde o primeiro «sim», da anunciação, que marcará o início da nova aliança. Luz acompanha a subida do balão e dirige-se depois para o fundo da sala: Maria surge e percorre o mesmo corredor de Abraão. E termina junto à cruz. Entre luzes e sombras, (luzes apagam e acendem) Maria avança firmemente, sempre unida a Seu Filho, até à Cruz (LG 58). Ela é a Mãe dos crentes, é a Estrela da fé, que nos conduz agora a Jesus. (seguem-se 7 diapositivos, com música de fundo «Ave Maria»). 1º quadro: Anunciação: A fé como obediência Leitor 1: A anunciação é o ponto de partida no qual se inicia todo o itinerário de fé, de Maria para Deus (RM 14) Foi pela fé, que Maria disse «sim» (Lc.1,38), à palavra surpreendente de Deus, que A chamou a ser a Mãe de Seu Filho. Um sim inteiro, na plena liberdade da sua inteligência e da sua vontade, à Palavra de Deus, que Se lhe revela. Esta obediência da fé torna a Deus possível o impossível. “Maria concebeu, primeiro pela fé, Aquele que depois concebeu em seu seio”. 2º quadro: Apresentação no Templo: A fé, como obediência no sofrimento Leitor 2: Foi na penumbra da fé, que Maria educou e acompanhou o Seu Filho, desde a sua infância. Na adolescência de Jesus, Maria, e também seu esposo José, não compreendem as atitudes e palavras de Jesus, sempre perdido e achado nas coisas do Pai (Lc.2,49). Maria guardava, precisamente, no coração da fé, tudo o que via e ouvia (Lc.2,19.51). 3º Quadro: A fé como contacto com o mistério de Deus Leitor 1: Durante aqueles trinta anos de silêncio, em que Jesus crescia, em sabedoria, em estatura e em graça, (Lc.2,52) Maria vive a sua fé, através de um verdadeiro “aperto do coração” (RM 17), como experiência permanente de contacto com o mistério inefável de Deus, que Se fez Homem. 4º Quadro: Bodas de Caná: A fé como fonte de alegria Leitor 2: Na vida de Maria não faltam rasgos de luz, como nas Bodas de Caná. Ali Maria estará bem presente e ativa, solícita e guia atenta (Jo.2,1-11), em que Jesus dá o primeiro sinal e manifesta a sua glória, de modo que os discípulos acreditaram nele. A alegria das bodas de Caná é a alegria da fé, para a qual Maria nos guia e conduz. 5º Quadro: Vida pública: A fé, como seguimento Leitor 1: Ao longo dos três anos da vida pública de Jesus, Maria segue o Filho, como humilde serva do Senhor, sem reivindicar o seu estatuto de Mãe. Deste modo, mostrou que, para ela, “era mais importante ser discípula de Jesus, do que ser Mãe” (Sto Agostinho). 6º Quadro: Junto à cruz: A fé, como experiência de noite Leitor 2: Com o Seu Filho, já morto e deposto nos seus braços, Maria abraça todo o mistério de Deus, na mais escura noite da sua fé, provada até ao extremo, como Abraão no Monte Moriá. Mesmo aí, Maria confia-se, por inteiro, à vontade de Deus, fazendo fé no Amor, sempre mais forte do que a morte! 7º Quadro: No Cenáculo, a fé que se apega e fortalece Leitor 1: Entre a Ressurreição e o Pentecostes, Maria permanece unida à primeira comunidade apostólica (At.1,14), com uma fé, que precede e prevalece sobre a própria fé dos apóstolos. Ela dá alento, com a sua fé heroica à fé ainda trémula dos apóstolos e dos primeiros discípulos. Leitor 2: E agora, elevada ao Céu, a Estrela da Manhã, brilha e rebrilha, como sinal e guia, no caminho da Igreja, na viagem da fé, que se compara ao de uma barca, que atravessa o mar da história “com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros, que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por excelência; o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas, para chegar até Ele, precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida, da luz d'Ele e oferecem, assim, orientação para a nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi, 49), que assim nos guia e nos precede, no caminho da fé? Leitor 1: É ela, Maria, que nos guia, como Estela da fé! É ela, a Estrela da nova evangelização! Da Barca da Igreja, saem Maria, com um manto, e os outros doze, que percorrem o mesmo caminho de Abraão e distribuem aos presentes pequenas estrelas com esta mensagem: “A fé que não se apega, apaga-se” (Pe. António Vieira). Ano da Fé – 2012-2013 Música adequada Pessoas: 2 Leitores Abraão – homem adulto Sara – uma mulher idosa Lot – um jovem - sobrinho de Abraão 12 personagens (11 rapazes e uma menina) Maria – uma jovem - Técnico de Som - Técnico de Imagem - Ilumino técnico Não esquecer: 1) Estrelas para oferecer aos presentes, com a frase: “A fé que não se apaga” 2) Estrelas para a fronte 3) Balão - Estrela grande com M 4) Areia 5) Papel de cenário