CELEBRAÇÃO DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA Maria, Estrela que nos guia no caminho da fé! 8 de dezembro de 2012 RITOS INICIAIS Cântico de Entrada Saudação Inicial pelo Presidente: Em pleno Ano da Fé, a Igreja não deixa de olhar para Maria, como “a mais pura realização da fé” (CIC 149). A celebração da Imaculada Conceição de Maria remete-nos para o «sim» da obediência de Maria, à Palavra de Deus, que a chama, a ser a digna morada de Seu Filho. O «sim» de Maria traduz, ao vivo, esse verdadeiro ato de entrega e de confiança, que é típico da fé, na sua pureza original. Maria é, pois, entre todas, a mais bela criatura humana que responde e corresponde, inteira e livremente, à Palavra de Deus. Ela é a primeira entre os crentes. Vamos reacender a vela da 1ª semana da coroa de advento, cantando a parte do Hino do Ano da Fé, que nos fala de Maria (reacender a 1ª vela da coroa de advento) 2 Caminhamos fracos e perdidos, sem o Pão de cada dia! Tu nos nutres, com a luz do Natal! És p’ra nós a Estrela da Manhã! Credo, Domine. Credo! Com Maria, a primeira entre os crentes, Senhor, nós Te pedimos: Aumenta, aumenta a nossa fé. Credo, Domine! Aumenta a nossa fé! Oração coleta própria do dia da Imaculada Conceição (cf. Missal, 987) 3 LITURGIA DA PALAVRA Monitor: No logotipo do ano da fé, aparece-nos a imagem da barca, símbolo da Igreja, que peregrina, no mar da história. Na verdade, Maria, já elevada ao céu, permanecerá unida à Igreja, no seu peregrinar da fé, por este mundo, como uma Estrela de esperança, que nos guia no meio da noite, até chegarmos todos à visão clara do rosto glorioso de Cristo, o guia da nossa fé (Heb,12,2)». Presidente: Maria, que brilha e rebrilha, como a mais bela estrela que cintila nos céus, não está sozinha, na grande via láctea, que é este caminho de fé do Povo de Deus, desde Abraão, até agora. Vamos recordar este caminho da fé do Povo de Deus, num percurso que simbolicamente atravessa o corpo desta Igreja. Orientamos os nossos olhares, agora, para o fundo, como quem se volta para as origens. E acompanhamos, com a luz do olhar e a luz das estrelas na mão, o caminho que nos direciona para Cristo, o Sol nascente. Destacamos, nesta representação das estrelas que nos guiam no caminho da fé, as figuras de Abraão e de Maria, pois da “obediência da fé, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe, é Abraão. E a sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria” (CIC 144). DRAMATIZAÇÃO: ESTRELA DA FÉ (música de fundo; sons que sugiram a noite: Faixa 13) Leitor 1 Era uma vez um semeador de Estrelas, assim conhecido. Por onde passava, deixava no rasto das suas pegadas, pequeninas estrelas, que da terra subiam até ao céu e iluminavam longos caminhos de servidão. Tinha o nome antigo de Abrão, um nome muito grande, que aumentava todos os dias, à medida que o seu coração se dilatava, na noite. (Abraão sai sozinho do fundo da Igreja, percorre o corredor. Abraão leva uma candeia na mão e vai passando a luz aos que encontra de um e de outro lado, e a quem já foram entregues previamente estrelas incandescentes ou velas; Abraão traja de peregrino e leva bastão, em forma de ponto de interrogação) Usava um bastão, como um ponto de interrogação. Um dia, quando caminhava sobre a areia, e olhava as estrelas no firmamento, uma voz do alto, e lá do mais profundo do seu mundo, bateu-lhe à porta, e arrebatou-lhe o coração: 4 Leitor 2 (Abraão para, como quem escuta a voz; música faixa 6) O Senhor disse a Abrão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar. Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos. (…) Abrão partiu, como o Senhor lhe dissera, levando consigo Lot (Gen.12,1-2.4). (Abraão retoma o caminho lentamente, tomando da assembleia um homem mais novo e uma mulher mais velha, que fazem de Lot e Sara respetivamente e doravante o acompanham) Leitor 1 : Com Ele, Abraão levou também os seus bens e a sua esposa Sara. Mas no seu longo caminho, que parecia não mais ter fim à vista, Abraão só tinha “a fé, por verdadeira companheira de vida” (PF 15). (personagens estão ainda no corredor) Leitor 2: Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia (Heb.11,8). 5 Leitor 1: Caminheiro de ofício, Abraão era um ancião, um sábio insatisfeito. Deste modo, sempre via melhor ao longe, que ao perto! Nas longas noites de relento, colocava-se debaixo do grande firmamento, como quem se abriga na tenda, e desenhava lá, no céu, a sua morada, naquela cidade, “cujo arquiteto e construtor é Deus” (Hb.11,10). (Dar mais luz ao teto da Igreja) Prisioneiro do invisível, Abraão teve, um dia, no caminho da noite, um enorme clarão. (Abraão para e cai de joelhos; depois levanta-se e olha as estrelas, como é sugerido no texto a seguir. Estamos no fim do corredor, face ao presbitério, onde as luzes se intensificam.) Leitor 2: O Senhor disse-lhe numa visão: «Nada temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, a tua recompensa será muito grande.» Abrão respondeu: «Que me dareis, Senhor Deus? Vou-me sem filhos.» «Não me concedeste descendência, e é um escravo, nascido na minha casa, que será o meu herdeiro.» Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida, nos seguintes termos: «Não é ele que será o teu herdeiro, mas aquele que sairá das tuas entranhas.» E, conduzindo-o para fora, disse-lhe: «Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas, se fores capaz de as contar.» E acrescentou: «Pois bem, será assim a tua descendência.» Abrão confiou no Senhor (Gn.15,1-6). Leitor 1 Foi assim que Abraão se tornou grande aos olhos de Deus. A sua fé tornou-se fama e proveito de salvação (Gn.15,6; Rm. 4,3.9). E assim mesmo, “Abraão tornou-se o pai de todos os crentes” (Rm.4,11): de judeus e cristãos, de muçulmanos e de tantos irmãos, que procuram a Deus, de coração sincero e “seguem as suas pegadas da fé” (Rom.4,12). 6 Leitor 2 Por isso, de um só homem, e já marcado pela morte, nasceu uma multidão tão numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da beira-mar. Pela fé, Abraão, quando foi posto à prova, ofereceu Isaac, e estava preparado para oferecer o seu único filho. De facto, ele pensava que Deus tem até poder para ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, recuperou o seu filho”, Como quem saúda e vê surgir, lá longe, (Hb.11.13) o Filho Único de Deus, “que das alturas nos visitará como o Sol nascente” (Lc.1,78). (cruz iluminada ao fundo) Leitor 1: Abraão caminhou pela fé e não pela visão clara (cf. II Cor.5,7). Morreu e deixou descendência sem conta. Depois dele, multiplicaram-se estrelas, que povoam a grande galáxia, da fé dos homens. E algumas brilham no firmamento. Doze delas estão nomeadas, pelo seu especial brilho: (Abraão fica no chão e do lado oposto da barca, caminham doze figuras, onze homens e uma mulher, que vão entrar numa barca, situada em frente do presbitério; têm uma estrela no peito, sobre a alba) Leitor 2 “Isaac, Esaú e Jacob, José, Moisés, Raab, Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, David e Samuel e tantos profetas e mulheres que recuperaram os seus mortos, por meio da ressurreição” (cf. lista de Heb.11,20-35) (Ficam na barca virados para a frente de modo a destacar as estrelas...) Leitor 1 – música faixa 3 “ Foi na fé que todos eles morreram, sem terem obtido os bens prometidos”. (Hb.11.13) até despontar entre todas, a Estrela da Manhã, que anuncia o nascer do Sol. A Luz dirige-se depois para o fundo da Igreja: Maria surge e percorre o mesmo corredor de Abraão. E termina junto à cruz. 7 É Maria, a Filha de Sião! Ela segue as pegadas de Abraão, nosso pai na fé, na antiga aliança. Como Abraão, Maria peregrina e progride, dia e noite, na fé, desde o primeiro «sim», da anunciação, que marcará o início da nova aliança. Entre luzes e sombras, (luzes apagam e acendem) Maria avança firmemente, sempre unida a Seu Filho, até à Cruz (LG 58). Ela é a Mãe dos crentes, é a Estrela da fé, que nos conduz agora a Jesus. Leitor 2 Entre luzes e sombras, Maria avança firmemente, sempre unida a Seu Filho, até à Cruz (LG 58). Ela é a Mãe dos crentes, Ela é a Estrela da fé, que nos conduz agora a Jesus. Sigamos agora os seus passos no caminho da fé. Um caminho que começa na cena da anunciação. Escutemos o evangelho da Missa deste dia. Aclamação ao Evangelho: Aleluia… Presidente (ou Diácono): O Senhor esteja convosco Todos: Ele está no meio de nós! Presidente (ou Diácono): Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Todos: Glória a Vós, Senhor Cf. Lecionário Santoral, pág. 373 Presidente (ou Diácono): Palavra da salvação. Todos: Glória a Vós, Senhor! Presidente: Este é o primeiro passo da fé de Maria. Vamos deixar conduzir o nosso olhar e o nosso ouvido, pelas imagens e pela palavra, que nos guiam, no percurso da fé de Maria, desde a anunciação à sua presença materna e constante na barca da Igreja. (seguem-se 7 diapositivos – ver filme de 13 minutos – acompanhar imagens com leitura do texto – não ler introdução e títulos a vermelho 1º quadro: Anunciação: A fé como obediência: Pela fé, Maria concebeu e deu à luz o Filho de Deus 8 Leitor 1: A anunciação é o ponto de partida no qual se inicia todo o itinerário de fé, de Maria para Deus (Red. Mat. 14) Foi pela fé, que Maria disse «sim» (Lc.1,38), à palavra surpreendente de Deus, que A chamou a ser a Mãe de Seu Filho. Um sim inteiro, na plena liberdade da sua inteligência e da sua vontade, à Palavra de Deus, que Se lhe revela. Esta obediência da fé torna a Deus possível o impossível. “Maria concebeu, primeiro pela fé, Aquele que depois concebeu em seu seio”. 2º quadro: Apresentação no Templo: A fé, como obediência no sofrimento: Pela fé, Maria guarda todas as coisas em seu coração Leitor 2: Foi na penumbra da fé, que Maria educou e acompanhou o Seu Filho, desde a sua infância. Na adolescência de Jesus, Maria, e também seu esposo José, não compreendem as atitudes e palavras de Jesus, sempre perdido e achado nas coisas do Pai (Lc.2,49). Maria guardava, precisamente, no coração da fé, tudo o que via e ouvia (Lc.2,19.51). 3º Quadro: A fé como contacto com o mistério de Deus: Pela fé, Maria entra em contacto com o mistério de Deus Leitor 1: Durante aqueles trinta anos de silêncio, em que Jesus crescia, em sabedoria, em estatura e em graça (Lc.2,52), Maria vive a sua fé, através de um verdadeiro “aperto do coração” (Red. Mat. 17), como experiência permanente de contacto com o mistério inefável de Deus, que Se fez Homem. 4º Quadro: Bodas de Caná: A fé como fonte de alegria: Pela fé, Maria suscita a fé dos discípulos Leitor 2: Na vida de Maria, não faltam rasgos de luz, como nas Bodas de Caná. Ali Maria estará bem presente e ativa, solícita e guia atenta (Jo.2,1-11), em que Jesus dá o primeiro sinal e manifesta a sua glória, de modo que os discípulos acreditaram nele. A alegria das bodas de Caná é a alegria da fé, para a qual Maria nos guia e conduz. 5º Quadro: Vida pública: A fé, como seguimento: Pela fé, Maria torna-se a primeira discípula de Jesus Leitor 1: Ao longo dos três anos da vida pública de Jesus, Maria segue o Filho, como humilde serva do Senhor, sem reivindicar o seu estatuto de Mãe. Deste modo, mostrou que, para ela, “era mais importante ser discípula de Jesus, do que ser Mãe” (Santo Agostinho). 6º Quadro: Junto à cruz: A fé, como experiência de noite: Pela fé, Maria atravessa a noite escura da Cruz Leitor 2: Com o Seu Filho, já morto e deposto nos seus braços, Maria abraça todo o mistério de Deus, na mais escura noite da sua fé, provada até ao extremo, como Abraão no Monte Moriá. Mesmo aí, Maria confia-se, por inteiro, à vontade de Deus, fazendo fé no Amor, sempre mais forte do que a morte! 7º Quadro: No Cenáculo, a fé que se apega e fortalece: Pela fé, Maria, fortalece e guia a fé da Igreja Leitor 1: Entre a Ressurreição e o Pentecostes, Maria permanece unida à primeira comunidade apostólica (At.1,14), com uma fé, que precede e prevalece sobre a própria fé dos apóstolos. Ela dá alento, com a sua fé heroica à fé ainda trémula dos apóstolos e dos primeiros discípulos. 9 Quando aparecer a imagem de Maria, coroada de estrelas, prosseguir leitura: Leitor 2: E agora, elevada ao Céu, a Estrela da Manhã, brilha e rebrilha, como sinal e guia, no caminho da Igreja, na viagem da fé, que se compara ao de uma barca, que atravessa o mar da história… “com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros, que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por excelência; o Sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas, para chegar até Ele, precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida, da luz d'Ele e oferecem, assim, orientação para a nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi, 49), que assim nos guia e nos precede, no caminho da fé? (dizer com vigor, acentuando as palavras) PRESIDENTE: É ELA, MARIA, QUE NOS GUIA, COMO ESTELA DA FÉ! É ELA, A ESTRELA DA NOVA EVANGELIZAÇÃO! Da Barca da Igreja, saem Maria, com um manto, e os outros doze, que percorrem o mesmo caminho de Abraão e distribuem aos presentes pequenas estrelas com esta mensagem: «“A fé que não se apega, apaga-se” (Pe. António Vieira)». Homilia – breve comentário - partilha Esta dramatização, que acabámos de fazer, projetou o nosso olhar nas muitas estrelas, que nos guiam no caminho da fé. Entre todas, destacámos Maria, Estrela da nossa Esperança. Agora o desafio está lançado a todos os pais e educadores cristãos: “o de ajudar, as crianças e os jovens a descobrir a verdadeira Estrela que nos indica o caminho: é Jesus Cristo! Procuremos nós próprios conhecê-l’O melhor, para podermos de maneira convincente guiar também os outros para Ele” (Bento XVI, Homilia, 21.08.2005). Na verdade, para guiar os outros, já “não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, que saibam ver mais longe do que os outros. A testemunha é alguém que vive primeiro o caminho que propõe” (cf. Bento XVI, Mensagem no Dia Mundial da Paz 2012). «Oxalá as nossas crianças, adolescentes e jovens encontrem, ao longo do seu caminho, verdadeiras “estrelas”, que os guiem para fora de si mesmos, “rumo a uma plenitude que os faça crescer” e que só o Deus, feito Homem, lhes pode dar! Caríssimos pais e educadores: procurai ser para os vossos filhos, as “estrelas” que guiam e apontam para o verdadeiro “Sol Nascente”, para a Luz do mundo, que é Cristo (cf. Jo.8,12). 10 Aos nossos meninos e meninas da catequese, também queremos dizer: Se é verdade que nós devemos ser para vós as Estrelas, que vos guiam, também é verdade que vós sereis sempre para nós as estrelas, capazes de fazer brilhar, nos nossos olhos, a alegria de Deus, que enchia o coração da Virgem Maria. A todos vós, desejamos que vivais sempre a dignidade, a pureza e a beleza dos “filhos de Deus, sem mancha”, para que “brilheis como estrelas no mundo, ostentando firmemente a palavra da Vida”, (Fil.2,14) como Maria. Credo (para crianças, do Pe. Ferreira dos Santos) LITURGIA EUCARÍSTICA Cântico de Ofertório – Apresentação dos dons – Oração sobre as oblatas (Missal, 987) Prefácio da Imaculada Conceição (Missal, 988) Aclamação: Santo (cantado) Oração Eucarística II Ritos da Comunhão Cântico de comunhão 11 RITOS DE CONCLUSÃO Oração pós-comunhão Presidente: “Maria, Estrela da esperança, que, trepidante, nos esperas na luz sem ocaso da eterna Pátria, brilha sobre nós e guia-nos nas vicissitudes de cada dia, agora e na hora da nossa morte. Nós To pedimos, por NSJC, Teu Filho, que é Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo” (Bento XVI, 8-12-2007). Todos: Amém! Bênção Despedida P- Ide em Paz e que o Senhor vos acompanhe! Todos: Graças a Deus! Cântico final “No mar da vida e da história, Maria resplandece como Estrela de esperança. Não brilha de luz própria, mas reflete a de Cristo, Sol que surgiu no horizonte da humanidade, de modo que, seguindo a Estrela de Maria possamos orientar-nos na viagem e manter a rota para Cristo, especialmente nos momentos mais obscuros e agitados” (Bento XVI, Homilia, 14-06-2008).