METODOLOGIA DO ENSINO E INOVAÇÃO EDUCATIVA: UMA

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METODOLOGIA DO ENSINO E INOVAÇÃO EDUCATIVA: UMA
ANÁLISE DAS AÇÕES DO PIBID QUÍMICA NA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE ALAGOAS-UNEAL
OLIVEIRA, Maria José Houly Almeida de1 - UNEAL
CUNHA, Maria Jadíane Albuquerque2 - UNEAL
SILVA, Yollanda Stella da3 - UNEAL
OLIVEIRA, José Eder Abreu de4 - UNEAL
SILVA, Andrezza Larissa da5 - UNEAL
Grupo de Trabalho – Políticas Públicas, Avaliação e Gestão na Educação
Agência Financiadora: UNEAL/CAPES
Resumo
Este trabalho apresenta como objetivo refletir sobre ações desenvolvidas no subprojeto
PIBID/QUÍMICA/UNEAL/CAPES da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) cuja
finalidade foi melhorar a qualidade da formação do licenciando do Curso de Química,
estimulando para a docência na Educação Básica, através de práticas inovadoras e criativas,
novas propostas metodológicas facilitadoras de aprendizagem, bem como contribuir para a
melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas públicas de
ensino médio de Arapiraca-AL. Foi proposto um plano de trabalho interativo que favorecesse
a descoberta, a contextualização e a interdisciplinaridade como um processo dinâmico de
aprendizagem em diferentes áreas de atuação no campo profissional, dentro de situações reais
trazidas do cotidiano ou criadas na sala de aula por meio da experimentação. A metodologia
seguiu os seguintes passos: inicialmente, os licenciandos fizeram leituras, reflexões e debates
nos grupos de estudos sobre temas inerentes à prática de Formação de Professores e
1
Mestre em Educação pela UFAL, Professora do Curso de Química da UNEAL. Coordenadora do Programa
Prè-UNEAL MEC/SESu, Coordenadora de Área do PIBID/QUÍMICA/ UNEAL/CAPES e Coordenadora do
Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação (GEPE) da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) E-mail:
[email protected].
2
Graduanda do Curso de Licenciatura em Química pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista
do PIBID/Química/UNEAL/CAPES. Email: [email protected].
3
Graduanda do Curso de Licenciatura em Química pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista
do PIBID/Química/UNEAL/CAPES. Email: [email protected].
4
Graduando do Curso de Licenciatura em Química pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista
do PIBID/Química/UNEAL/CAPES Email: [email protected].
5
Graduanda do Curso de Licenciatura em Química pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista
do PIBID/Química/UNEAL/CAPES Email: [email protected].
1561
Legislação para o ensino de Química. Após o estudo teórico, foram realizadas as ações:
diagnóstico da escola, confecção de jogos didáticos, atividades experimentais com utilização
da Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), aulas de reforço, pesquisa em sala de
aula, participação em projetos interdisciplinares e atividades pedagógicas no cotidiano da
escola com base no Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP). Os resultados apontaram
que o PIBID tem envolvido professores e alunos, através de discussões e reflexões sobre os
problemas da Instituição e das escolas na busca de soluções para superação da dicotomia
teoria-prática, já que objetivamos formar um profissional com conhecimentos tanto no campo
da química quanto no campo da educação, isto é, formar um educador químico.
Palavras-chave: Ensino de química. Novas metodologias. Contextualização.
Introdução
Nas últimas décadas, a formação de professores é um tema que vem sendo bastante
discutido com intuito de buscar melhorias na estruturação dos cursos. No município de
Arapiraca, a carência de professores de Química, bem como a qualidade na formação de
professores tem se apresentado como um grave problema. Dentre os problemas nos Cursos de
Formação de professores destacamos a falta de articulação entre a teoria e a prática, a inserção
da Tecnologia da Informação, novas metodologias, entre outros.
O Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE tem como um dos principais
objetivos a formação dos professores. Dentre os programas destaca-se o PIBID – Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.
O Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) vinculado à Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) foi criado em 2007, com a
finalidade de valorizar o magistério e elevar a qualidade da formação inicial de professores
nos cursos de Licenciatura, bem como inserir os futuros professores no cotidiano das escolas
da rede pública de educação.
O PIBID da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), aprovado no edital Nº
011/2012 foi dividido em 12 subprojetos, sendo 7 deles locados em Arapiraca (Geografia,
História, Inglês, Português, Matemática Pedagogia e Química), 2 na cidade de Santana do
Ipanema (Biologia e Pedagogia), 2 em Palmeira dos Índios (Biologia, Português) e um em
São Miguel dos Campos (Português).
O subprojeto de Química da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Campus I
Arapiraca-AL conta com a participação efetiva de10 bolsistas e 2 professores que atuam como
supervisores distribuídos equitativamente nas Escolas Prof. José Quintella Cavalcanti e
Escola Senador Rui Palmeira (um supervisor e cinco bolsistas em cada escola).
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Este artigo apresenta como objetivo refletir sobre ações desenvolvidas no subprojeto
PIBID/QUÍMICA/UNEAL/CAPES cuja finalidade é melhorar a qualidade da formação do
licenciando do Curso de Química, estimulando para o exercício da docência na Educação
Básica, através de práticas inovadoras e criativas, novas propostas metodológicas facilitadoras
de aprendizagem, bem como contribuir para melhoria do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) das escolas públicas de ensino médio de Arapiraca-AL.
As ações desenvolvidas proporcionaram ao licenciando momentos de pesquisa
educacional, através de observação e participação em sala de aula nas escolas da comunidade,
familiarizando-o com a proposta pedagógica desenvolvida nos diversos contextos escolares.
Dessa forma, apresentamos a escola como um espaço de pesquisa e produção do
conhecimento e reflexão crítica, cujo objetivo é atender as especificidades da formação do
professor enquanto sujeito autônomo e criativo, como também preparar para uma práxis
transformadora, que privilegie o trabalho coletivo e a prática cotidiana como objeto de
reflexão permanente.
Nesse sentido, foi proposto um plano de trabalho interativo que favorecesse a
descoberta, a contextualização, a interdisciplinaridade como um processo dinâmico de
aprendizagem em diferentes áreas de atuação no campo profissional, dentro de situações reais
de forma que o aluno pudesse conhecer, compreender e aplicar, na realidade escolar, a
articulação entre a teoria e prática.
De acordo com o Art. 2° Inciso VI da Resolução CNE/CP Nº 1/2002 que institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores de Educação Básica, em
nível superior nas licenciaturas além do disposto deste artigo a organização curricular, deverá
oferecer a orientação para “o uso de tecnologias de informação e da comunicação e de
metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores” inerentes à formação para
atividade docente (BRASIL, 2002).
De acordo com Moran (1998) educar numa sociedade em mudanças rápidas e
profundas nos obriga a reaprender a ensinar e a aprender construir modelos diferentes dos que
conhecemos até agora. Ensinar e aprender hoje não se reduz a estar um tempo numa sala de
aula. Implica em modificar o que fazemos dentro da sala de aula e organizar ações de
pesquisa e de comunicação que permitam os professores e alunos continuar aprendendo em
ambientes virtuais, acessando, inclusive, páginas da Internet.
1563
A mídia impressa, a televisão, o vídeo, o rádio, a Internet e a hipermídia são ótimos
recursos para mobilizar os alunos em torno de problemáticas, quando se intenta despertar
neles o interesse para iniciar estudos temáticos. Esses recursos também permitem o
desenvolvimento de projetos que objetivem novos olhares para o ensino de Química de forma
contextualizada e interdisciplinar nas escolas. Nessa perspectiva, as disciplinas e os
professores passam a organizar seus programas e suas atividades para as licenciaturas a partir
de uma perspectiva de formação de professores integrada a uma preocupação temática e a
uma atuação nas escolas conveniadas, preferivelmente compartilhada com docentes de
diferentes áreas (PDI, 2005).
Nesse contexto, este estudo foi desenvolvido e referendado pelas contribuições de
pesquisadores e teóricos como FREIRE (1986); FRANCISCO JUNIOR (2011); LIBÂNEO
(2003); MORAN (1998); (PIMENTA (2004); documentos oficiais, entre outros. A
importância deste trabalho partiu da necessidade expressa em encontros e fóruns com
professores dos diferentes cursos da UNEAL de aprofundar uma abordagem metodológica no
ensino de Química. A contextualização e a interdisciplinaridade foram tomados como eixos
centrais organizadores das dinâmicas interativas de situações reais trazidas do cotidiano ou
criadas na sala de aula por meio da experimentação bem como da necessidade de
aprofundamento da visão de uma formação humana, social, integral e integradora.
Dessa forma, além de contribuirmos para a formação de docentes em nível superior
para atuarem na Educação Básica, através da elevação da qualidade da formação inicial dos
professores, integrando a UNEAL e as escolas de Educação Básica, oportunizamos ao
licenciado o exercício da atividade que irá exercer. Vislumbramos, portanto, um momento
formativo quando foram propostas situações em que estudantes e professores, em constante
interação, produziram conhecimentos contextualizados entre a ciência, a tecnologia e a
sociedade.
Priorizamos manter o diálogo entre as disciplinas, o contexto real (vivências dos
alunos) os fenômenos naturais e artificiais, as aplicações tecnológicas como também relações
com as diferentes tendências pedagógicas, através das relações estabelecidas com os aspectos
políticos, econômicos e sociais, já que as ações permitiam a apropriação das dimensões
plurais e múltiplas do saber, do ser, do saber-fazer, do conviver, associando valores, atitudes,
posturas solidárias e justas com responsabilidade social para todos.
Metodologia
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Neste estudo, optamos pela pesquisa qualitativa por esta oferecer melhores condições
para alcançar os objetivos do estudo em tela. Destacamos que os conhecimentos não se
reduzem a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa, já que o sujeitoobservador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos,
atribuindo-lhes um significado. Por ter o ambiente natural como fonte direta dos dados, o
pesquisador, como instrumento-chave, preocupa-se com a interpretação dos fatos, o que
valoriza a natureza dessa pesquisa (CHIZZOTTI, 1991). Por ter o ambiente natural como
fonte direta dos dados, o pesquisador, como instrumento-chave, preocupa-se com a
interpretação dos fatos, o que valoriza a natureza dessa pesquisa. A questão fundamental
encontra expressa em todo o processo, bem como na coleta dos dados, que são analisados
indutivamente e dizem respeito essencialmente ao significado das coisas (BOGDAN, 1994).
Nesse contexto, a pesquisa pedagógica, é um fenômeno de busca do conhecimento, o que se
dá por aproximações contínuas e nunca esgotadas, que visam à resolução de problemas e a
busca de verdades temporárias por intermédio do método científico.
Desse modo, pensamos a formação do licenciado em Química como proposta que
concebe um percurso formativo que alterna os momentos de formação dos estudantes na
universidade e no campo (PIMENTA, 2004). Nessa perspectiva, além da “preparação para a
docência, por meio do conhecimento de aspectos relevantes da vida escolar e da participação
em sala de aula, como lugar fundamental na formação do licenciado” (PDI/UNEAL, 2005)
foram realizadas atividades com uso de tecnologia da informação e comunicação (2002,
CNE/CP Nº 1), através de orientação da pesquisa e aplicação de projetos didáticos
desenvolvidos com vídeo e internet, jogos didáticos, aulas experimentais. Tais resultados
serão analisados neste trabalho e em outros artigos.
A carga horária do bolsista é de 10 horas semanais na escola conveniada para
diagnóstico da escola e dos alunos participantes do subprojeto, que são preenchidas também
com o momento de preparação das aulas junto com o professor, da observação em sala de
aula, preparação e execução de oficinas, aulas de reforço, pesquisa, além da participação em
reuniões com o coordenador e supervisor do subprojeto. Foram beneficiados 500 alunos do
ensino médio da rede pública do município de Arapiraca.
Nesse contexto, a metodologia aconteceu da seguinte forma: inicialmente, o
licenciando fez leituras, reflexões e debates na universidade sob a orientação do coordenador
de área sobre os temas inerentes à prática de Formação de Professores e Legislação para o
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ensino de Química. Após o estudo teórico, o licenciando foi encaminhado às escolas de
ensino médio para observar e auxiliar o professor da sala em todas as atividades escolares,
projetos interdisciplinares e em atividades pedagógicas no cotidiano da escola com base no
Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP).
Para o desenvolvimento deste subprojeto PIBID/QUÍMICA/UNEAL/CAPES foram
selecionados 12 bolsistas, sendo dez alunos do curso de Licenciatura em Química da
Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Campus I, Arapiraca-AL e três professores,
sendo dois professores das escolas públicas que atuaram como supervisores e um professor
coordenador da UNEAL. A metodologia do Subprojeto PIBID/QUÍMICA/UNEAL buscou
seguir conceitos, analisar as relações que o professor estabelece com a sua área de
conhecimento, sua compreensão do mundo, seus valores e sua ética profissional, buscou
também metodologias significativas de todo fazer pedagógico, fundamentada em três pilares:
a análise da prática docente, a relação teoria-prática e o trabalho docente nas escolas, assim
como realizar atividades como: participação em eventos6; diagnóstico da escola; confecção
de jogos didáticos; aulas experimentais e atividades com o uso da tecnologia da informação e
comunicação.
Principais atividades desenvolvidas nas escolas
Diagnóstico da escola
As atividades desenvolvidas nas escolas variaram desde o estudo da estrutura até a
organização e gestão da escola, pois o espaço físico escolar não é apenas um espaço simples
que abriga os alunos, livros e professores, a escola é mais do que quatro paredes; é espírito de
trabalho, produção de aprendizagem, clima, relações sociais de formação de pessoas, deve
despertar interesse em aprender; além de ser alegre aprazível e confortável, tem que ser
pedagógico, FRANCISCO JÚNIOR (2011).
A atividade inicial na escola foi o diagnóstico da escola. De acordo com Libâneo
(2003, p. 250):
O diagnóstico consiste no levantamento de dados e informações para se ter uma
visão de conjunto das necessidades e problemas da escola e facilitar a escolha de
6
Alguns bolsistas do PIBID participaram do III Encontro Nacional das Licenciaturas e II Seminário Nacional do
PIBID, realizado no período de 05 a 07 de dezembro de 2012, na Universidade Federal do Maranhão, em São
Luís - MA, onde assistiram palestras, além de apresentar trabalho.
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alternativas de solução. O diagnóstico alimenta o Projeto Pedagógico-curricular.
Possibilita o conhecimento das características, expectativas e necessidades da escola
e da comunidade, que afetam o processo de ensino e aprendizagem.
De fato, o diagnóstico apresenta um papel fundamental na definição de diretrizes e metas para
a organização pedagógica e administrativa da escola. Ainda segundo Libâneo (2003, p. 251):
Os passos para fazer um diagnóstico são os seguintes: 1. Levantamento de dados de
acordo com um Roteiro, mediante registro de dados, registro de observações e
entrevistas. 2. Descrição dos dados coletados e observados: o que acontece e como
acontecem as coisas na escola. 3. Análise e interpretação dos dados: a apreciação
qualitativa com base no conhecimento teórico dos elementos constitutivos da
organização escolar e nos objetivos esperados da instituição escolar. Neste tópico,
verificam-se os problemas existentes, as causas mais prováveis desses problemas e
marcam-se as alternativas de solução. 4. Indicações de medidas a serem tomadas:
pontos a serem considerados no Projeto pedagógico-curricular para modificar as
condições de funcionamento detectadas no Diagnóstico.
A Escola Estadual Senador Rui Palmeira está situada na Rua Manoel Nunes Neto,
S/N, no bairro Capiatã na cidade de Arapiraca – Alagoas. O corpo discente é basicamente
formado por alunos de classe médio-baixa nas modalidades de ensino fundamental e médio.
Atualmente atende 44 turmas do ensino fundamental (9° ano) e médio (1°, 2° e 3°), e seis
turmas do EJA (Educação de Jovens e Adultos), sendo distribuídas em três turnos, com um
total de 2.696 alunos.
Cerca de 40% dos alunos são oriundos de municípios circunvizinhos. Os alunos do
horário diurno, além de tarefas escolares, ajudam os pais na lavoura e nas tarefas de casa. Essa
realidade não favorece que os estudantes participem de projetos científicos. Os do noturno
trabalham em tempo integral no comércio, e alguns – em menor número - são
microempresários.
É perceptível, segundo os docentes, a falta de hábitos de estudos no ambiente familiar,
decorrente da pouca escolaridade dos pais e, consequentemente, há pouco ou nenhum
incentivo à educação escolar dos filhos, o que acarreta a falta de momentos de leituras e
pesquisas, gerando assim uma sociedade com pouco conhecimento secular e aleatória aos
principais acontecimentos mundiais e regionais.
Com relação à estrutura física, a Escola Senador Rui Palmeira possui 22 salas de aula;
1 sala dos professores e funcionários; 1 sala da direção; 1 sala da secretaria;1 sala da
coordenação; 1 sala para reuniões; 2 salas de vídeo; 1 cantina; 1 cozinha; 24 banheiros; 1
biblioteca ampla com um bom funcionamento e um acervo grande no total de 8.400 livros; 1
laboratório de informática amplo e climatizado com 12 computadores de última geração
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disponíveis para as aulas de informática, pesquisas, trabalhos entre outros. Há, ainda, 1
laboratório de Ciências com uma estrutura precária, com muitas vidrarias e muitos reagentes,
porém em sua maioria vencidos, por falta de profissionais que utilizem aulas experimentais; 1
quadra de esportes com uma estrutura regular, usada frequentemente para as aulas de
educação física.
A escola, em sua estrutura, atende a portadores de necessidades especiais, com rampas
na frente da escola e dois banheiros com acesso para cadeirantes, em seu corpo docente tem 1
profissional capacitado para trabalhar com portadores de necessidades especiais (surdo e
mudo).
Quanto ao corpo docente, a escola possui em sua formação 59 efetivos, 21 professores
contratados, totalizando 80 professores, 15 efetivos na parte administrativa e 22 efetivos na
parte do apoio técnico (vigias, limpeza e merendeiras). Os referidos dados foram obtidos na
secretaria da escola e no Projeto Pedagógico da Escola.
Já a Escola Estadual de Ensino Básico Professor José Quintella Cavalcanti, situada na
Rua Ventura Farias, 08 - Eldorado na cidade de Arapiraca atende 2476 alunos distribuídos
nos 1º, 2º e 3º anos do ensino médio nos três turnos totalizando 52 turmas. Quanto à estrutura
física dispõe de 20 salas de aula; 01 sala de professores; 01 arquivo; 01 sala de diretoria; 01
secretaria; 01 biblioteca; 01 cantina; 01 refeitório; 01 cozinha; 06 banheiros; 01 quadra de
esporte; 01 sala de material esportivo; 01 laboratório de ciência; 01 laboratório de
informática; 01 auditório; 01 deposito de merenda; 01 depósito de material; 01 sala de
coordenação; 03 almoxarifados; 05 circulações internas.
A escola possui rampas para portadores de necessidades especiais. A estrutura física e
material está em boas condições, a Escola apresenta um espaço bom para o desenvolvimento
escolar. É bem organizada estrutural e didaticamente. A biblioteca conta com um acervo de
cerca de 3.000 livros para pesquisa e estudo, distribuídos nas áreas de Ciências humanas,
Ciências da natureza, matemática e linguagens. O laboratório possui uma ampla estrutura,
vidrarias e ótimos equipamentos, mas nem sempre usados pelos professores.
De acordo com Francisco Júnior & Oliveira (2011 p. 14):
O espaço físico escolar é muito importante os alunos visto que eles passam parte de
sua vida presente neste ambiente. Assim, este espaço deve ser organizado para
atender as necessidades sociais, cognitivas e motoras do aluno. O ambiente escolar
torna-se um meio de convívio social e de lazer, portanto um fator influente no
desenvolvimento da capacidade moral do aluno que buscará cada vez mais se
integrar com as pessoas a sua volta.
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De fato, estudar em um local agradável pode contribuir positivamente no processo de
aprendizagem e, ao mesmo tempo, tornar-se estimulante, ao passo que estudar em um local
onde as estruturas são precárias, onde se tem péssimas condições estruturais, pode
desestimular ou até contribuir para um possível afastamento da escola (FRANCISCO
JÙNIOR, 2011).
Pode-se afirmar que a estrutura física de ambas as escolas proporcionam aos alunos
padrões de qualidade que atendem suas necessidades sociais, cognitivas e motoras, cumprindo
bem seu papel na aprendizagem, bem como permitindo aos funcionários dessas escolas o
exercício de suas atividades de forma satisfatória.
Confecção de jogos didáticos
O ensino de química da forma que é dada, isto é, de maneira tradicional e
excessivamente conteudista, é pouco útil à formação do cidadão e dificulta também a
aprendizagem da disciplina. Como proposta para solucionar esse problema, os educadores
sugerem o uso de novas metodologias como meio para induzir o interesse, facilitar a
assimilação dos conteúdos e resgatar a atenção dos alunos (CHASSOT, 1995). Partindo da
fundamentação teórica em livros e artigos científicos que aborda a importância o uso de novos
recursos metodológicos e o jogo educativo como uma das ferramentas inovadoras no Ensino
de Química, os bolsistas do PIBID criaram dois jogos didáticos, um denominado QuiTabela
Periódica, uma vez que os alunos revelaram dificuldades referentes aos conteúdos que têm o
uso da tabela como pré-requisito. Esse jogo originou-se do jogo de cartas existentes no
comércio chamado Super Trunfo. O outro jogo didático foi intitulado por Quimimonta, que
aborda o conteúdo de Hidrocarbonetos. A confecção desse recurso didático levou em
consideração que este conteúdo – fundamental para a conclusão do curso - é visto como
difícil e complicado pelos alunos do 3º ano,
Os jogos foram realizados nas turmas de 1º e 3º ano do ensino médio do turno
matutino nas Escolas Prof. José Quintella Cavalcanti e Senador Rui Palmeira, abordando no
jogo QuiTabela Periódica, os conceitos de Tabela Periódica, propriedades periódicas dos
elementos, tais como, raio atômico, ponto de fusão, ponto de ebulição, eletro negatividade, e
os elementos químicos, seus símbolos, número atômico, massa e localização na Tabela,
incluindo distribuição eletrônica. Já no jogo Quimimonta, os conceitos usados foram:
Hidrocarbonetos saturados, insaturados, alifáticos, cíclicos, aromáticos entre outros.
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Os jogos tiveram como objetivo proporcionar a aprendizagem, fixar o assunto,
promover o estímulo e a motivação nos alunos, de forma que eles passassem a participar mais
ativamente das aulas de química, além de propiciar uma maior interação entre professor-aluno
e aluno-aluno. Os jogos propiciam ao aluno uma maior interação com os demais colegas e
com o professor, além de possibilitarem um maior aprendizado de conceitos (VYGOTSKY,
1989).
Diante do exposto, os jogos educativos devem ser materializados no ensino, uma vez
que a aprendizagem precisa acompanhar as mudanças sociológicas que assolam o mundo,
pois é no mundo que os alunos estão inseridos. O ensino deve se aproximar ao máximo da
realidade que vive os alunos, isso implica na necessidade da presença de novas metodologias,
pois elas trazem um jeito novo de ensinar e,através de práticas significativas, os alunos
percorrem caminhos antes nunca percorridos em uma sala de aula.
Por isso, ressaltamos que o jogo didático é um suporte de motivação para alunos e
professores, mas não substituem outros métodos de ensino, por isso é fundamental que os
professores estejam atentos aos objetivos propostos pela utilização do jogo. O professor ao
assumir uma proposta de trabalho com jogos deverá estudá-la como uma opção apoiada em
uma reflexão com pressupostos metodológicos, prevista em seu plano de ensino (GRANDO,
2000).
Os resultados apontaram que a utilização de jogos é uma importante estratégia para o
ensino e aprendizagem dos conceitos por parte dos alunos, conforme Campos (2002), os
aspectos lúdico e cognitivo presentes no jogo são importantes estratégias para o ensino e a
aprendizagem de conceitos abstratos e complexos, que favorecem a motivação interna, o
raciocínio, a argumentação, a interação entre os alunos e com o professor. Dessa forma, o
jogo desenvolve além da cognição, outras habilidades, como a construção de representações
mentais, a afetividade e a área social (relação entre os alunos e a percepção de regras).
Tanto o jogo QuiTabela Periódica quanto o jogo Quimimonta contribuíram no
processo de aprendizagem, já que as atividades foram executadas de forma descontraída em
um ambiente alegre e favorável à aprendizagem. Os jogos mostraram-se uma boa alternativa,
visto que os alunos cobraram os jogos em outras aulas e em outros conteúdos, e ainda
interagiram de forma descontraída e participativa. É notório que o ensino carece da
implantação dessa e de outras metodologias que favoreçam a educação, de modo que traga
1570
benefícios significativos para a construção de saberes, qualificando amplamente a visão do
aluno pelas aulas de Química.
Atividades experimentais
As atividades práticas surgem para dinamizar as aulas teóricas, reativar os laboratórios
existentes e utilizar o livro didático da melhor maneira possível, da mesma forma propõe uma
interação entre a escola e o cotidiano dos alunos, pois a Química não está apenas nos livros,
nas indústrias e nos medicamentos, a Química está em todos os lugares quer tenham vida quer
não. É evidenciada a importância da introdução das atividades práticas no ensino de Química,
pois a experimentação desperta interesse no aluno, independente do seu nível escolar, além de
aumentar a capacidade de aprendizagem, porque envolve o estudante tornando os temas
menos abstratos.
De fato, a experimentação deve proporcionar momentos de reelaboração dos
conhecimentos, bem como possibilitar o contato do aluno com fenômenos químicos. Nesse
sentido, os laboratórios de Ciências das instituições apresentam condições físicas favoráveis
para a realização de aulas práticas, porém são desprovidos no momento de materiais de
qualidade; há também vidrarias entre outros instrumentos que são de uso das demais
disciplinas. Nesse contexto, através do PIBID foi elaborado um projeto didático para
revitalizar os laboratórios de ciências e Química das escolas Senador Rui Palmeira e Prof.
José Quintella Cavalcanti.
Dentre as várias atividades experimentais utilizadas como ferramentas para a fixação
do conhecimento químico realizadas em ambas as escolas destacam-se duas aulas, a saber: A
primeira delas refere-se ao conteúdo de ácidos e bases, e consiste na utilização de um
indicador, comum em laboratórios, para testar o caráter ácido ou básico de substâncias
rotineiras dos alunos, e a segunda consiste na verificação da condução de corrente elétrica em
soluções aquosas que podem ser encontradas no cotidiano dos alunos.
Realizada na Escola Estadual Prof. José Quintella Cavalcanti, a referida aula
experimental consistiu em inserir os alunos no Laboratório de Ciências da escola, onde os
alunos do PIBID juntamente com o professor supervisor realizaram os testes de condutividade
elétrica para todos os alunos, ao mesmo tempo em que explicava os conceitos inerentes a este
conteúdo, tiravam dúvidas e ainda questionaram os alunos sobre qual solução iria ou não
conduzir eletricidade. Desse modo, ia-se construindo nos alunos, uma consciência crítica e
1571
construção em conjunto de conhecimento científico. Quanto às soluções usadas, como por
exemplo, suco de limão, solução de álcool, solução de açúcar, solução de sal entre outras
substâncias, eram predominantemente de uso cotidiano.
A utilização da internet como fonte de pesquisa em um processo avaliativo
Estamos vivendo em uma sociedade em constante mudança, com a da globalização da
economia e da virtualidade produzindo cada vez mais a exclusão. Essas mudanças impõem
repensar a educação brasileira, pois as influências dessas tecnologias se fazem presentes no
dia a dia das escolas. A iserção das tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), na qual
se inclui a internet como uma delas, embora existam outras como vídeos, softwares
educacionais, e slides, bem como a utilização dos laboratórios de informática nas escolas.
Essa inserção é entendida como fator importante para a apredizagem dos alunos dentro dos
parâmetros educacionais.
Neste sentido, esta atividade foi desenvolvida com a utilização do laboratório de
informática da Escola Estadual Professor José Quintella Cavalcante situado na cidade de
Arapiraca-AL com seus computadores ligados à internet. Naquele momento, utilizada como
um instrumento essencial à aplicação de um projeto didático fundamentado na utilização da
internet como fonte de pesquisa em uma avaliação final de reposição de notas na disciplina de
Química feita com uma turma do 1º ano do ensino médio. Na metodologia utilizada
enfatizamos que em todos os momentos a professora supervisora estava presente e contando
com ajuda dos bolsistas PIBID/UNEAL. O conteúdo abordado nessa avaliação foi “Ligações
Químicas” sendo que a aula sobre o referido conteúdo já tinha sido ministrada pela
professora. Essa atividade revelou a passividade dos alunos quanto à organização dos
conhecimentos ao realizar suas pesquisas. Enfatizamos a falta de um melhor preparo dos
alunos e a ausência de iniciação científica no ensino básico como promotora de criatividade e
de abertura de novos caminhos na busca do saber e como formadora de consciência perante os
fatos. MARTINS (2001).
Grupos de estudos
Além destas atividades desenvolvidas nas escolas foram realizados grupos de estudos
na universidade juntamente com o coordenador de área e alunos bolsistas do PIBID. Eles se
1572
reuniam quinzenalmente para leitura e produção de textos de vários temas inerentes à prática
de Formação de Professores, Legislação e documentos oficiais para o ensino de Química, e
mensalmente, o s resultados eram socializados nos estudos através de seminários e entrega de
um texto sobre o tema discutido. Durante os Grupos de Estudos foi possível notar que a
aprendizagem deve estar intimamente ligada à realidade e ao cotidiano escolar de modo que o
aluno possa relacionar seu conhecimento teórico de química com as práticas diárias.
Análise dos principais resultados
De acordo com a avaliação dos alunos bolsistas e supervisores das escolas, após a
efetivação das ações do subprojeto a utilização de confecção de jogos didáticos, atividades
experimentais, o uso do computador e internet, reuniões de grupos de estudos todas essas
ferramentas como um recurso didático auxilia o professor nas aulas de química e outras
disciplinas, facilita a aprendizagem, tornando as aulas mais inovadoras. Com relação ao
PIBID os alunos bolsistas também relatam as contribuições do PIBID através da participação
no subprojeto. Vale a pena transcrever alguns depoimentos:
Esta oportunidade também propiciou uma grande descoberta, porque eu até então
não pretendia atuar como docente, entretanto com a convivência na sala de aula a
interação com os alunos, ajudando-os a construir o conhecimento, fez despertar um
lado de educador em mim o que é muito importante, afinal o PIBID propicia isso
que os estudantes das licenciaturas ingressem nas escolas, porque ele sim tem ideais
que se adéquam ao que é necessário hoje nas salas de aula, precisamos de novas
metodologias. (Yollandda)
O PIBID para mim está sendo ótimo, pois antes dele eu nem pensava em ser
professora, futuramente iria me aperfeiçoar para trabalhar em laboratório, depois do
PIBID o desejo pelo educar surgiu em mim. Cada dia mais esse desejo aumenta e
aumenta ainda mais o desejo de tornar este ensino mais prazeroso e dinâmico.
(Rayanne)
Com o PIBID pude mudar meu ponto de vista sobre o que é ensinar. Ensinar vai
além dos livros didáticos, de escrever em um quadro negro, de utilizar a velha
maneira de dar aula; ensinar é um aprendizado constante. Para mim, ensinar é
sempre uma inovação, e é isso, que venho aprendendo a buscar a cada dia nesse
trabalho. O PIBID é um desafio diário, onde me sinto imensamente orgulhosa de
poder fazer parte. (Daniela)
O PIBID tem contribuído bastante na minha formação profissional. Antes de
participar do programa não tinha uma opinião totalmente formada da educação e de
como é ser professor. O PIBID me proporcionou ter esses conhecimentos, atuando
nas salas de aula, pude conhecer a realidade escolar, bem como o perfil do alunado,
o ensino de Química, as metodologias usadas pelo professor, as dificuldades
existentes no ensino da disciplina, as políticas públicas da educação. (Franciely)
1573
O programa institucional de iniciação á docência (PIBID) vem contribuindo com
novas metodologias de ensino, deixando aquela velha rotina de quadro negro e giz.
Mais buscando inovar nas aulas. Como bolsista do PIBID em Química, buscamos a
associa o assunto dado em sala de aula, ao nosso dia-a-dia e aplicando na prática o
que foi estudado. (Eder)
A presença do Projeto na Escola PIBID possibilitou o desenvolvimento de algumas
práticas inovadoras, como por exemplo: utilização de jogos didáticos em sala,
recursos das TIC e aulas experimentais. Com o auxílio dos alunos bolsistas, as aulas
foram desenvolvidas utilizando as práticas citadas e percebeu-se que estas despertam
um maior interesse dos alunos e, conseqüentemente, eles ficaram mais
participativos, o que muitas vezes não ocorre em aulas teóricas. (Sirlene)
Pelo exposto, verificamos que o ponto comum na avaliação dos alunos e professores
quanto ao PIBID é a contribuição para sua formação profissional e pessoal, além da
identificação com a profissão docente e inovação educativa, mudanças de pontos de vistas
sobre o ensino de química e desenvolvimento de práticas inovadoras, pois as inovações levam
o aluno a não só unir teoria a prática, mas sim a produção de conhecimento científico, porém,
tais aulas devem se relacionar com o dia a dia dos alunos, uma vez que eles poderão assim
compreender determinados fenômenos que ocorrem no seu cotidiano e que até então eram
explicados pelo senso comum. Desta forma, os resultados da avaliação não diferem dos
estudos já realizados por Francisco Junior (2011, p. 19-20):
É notória a preocupação dos acadêmicos de química em colaborar com os alunos
neste processo de aprendizagem, com isso há uma troca de experiências entre os
alunos e bolsistas do PIBID que aprendem enquanto buscam ensinar. Neste processo
de ensino e aprendizagem, os bolsistas do PIBID tiveram a oportunidade de estudar
e com outro enfoque os conceitos químicos vistos durante o curso, além de se
preparem para as dificuldades enfrentadas na sala de aula.
Ainda Francisco Junior (2011, p. 20): “Aprender a ensinar e ensinar enquanto se
aprende é um dos grandes desafios que norteiam a prática docente. Projetos que tenham como
objetivos melhorar o quadro educacional atual, certamente trazem contribuições favoráveis na
aquisição de conhecimentos teóricos e práticos aos acadêmicos envolvidos no mesmo”. A
interação universidade, escola, alunos no período inicial é de fundamental importância na
superação de problemas que envolvem a prática docente dos profissionais da área de Química,
Francisco Junior (2011).
Considerações Finais
O trabalho apresentou que o ensino de Química tem um papel social fundamental na
educação, tendo em vista as mudanças presentes na sociedade no mundo atual. Podemos
depreender que o PIBID levou para a escola e para os professores de química a oportunidade
de tornar possível a abertura dos laboratórios de Química e Ciências das Escolas; realização
das aulas práticas experimentais; levantamento das dificuldades dos alunos e aulas de reforço,
1574
aplicação de projetos sobre as TICs na educação e jogos didáticos no ensino de química,
participação dos em eventos do PIBID, os quais contribuíram de forma significativa para
desenvolvimento profissional dos professores coordenadores de área, bem como para o
desempenho acadêmico dos alunos bolsistas, supervisores e alunos das escolas públicas.
As ações executadas oportunizaram ao grupo a promoção do diálogo da educação
superior com a educação básica, proporcionando a integração entre os professores e alunos,
prestando uma grande contribuição para melhoria da qualidade da formação dos licenciados,
como também prestando uma grande contribuição para melhoria do Índice de
desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas públicas.
O PIBID tem envolvido professores e alunos, que discutem, refletem sobre os
problemas da Instituição e das escolas na busca de soluções para superação dicotomia teoriaprática, pois acredita-se formar um profissional que possui conhecimentos tanto no campo da
química quanto no campo da educação, isto é, formar um educador químico.
Os resultados do projeto PIBID também apontaram que a metodologia de ensino
química requer modificação no perfil tradicional da ação docente confirmando os trabalhos já
existentes de SANTOS (2011) que muitas práticas culturais que foram boas no passado e em
outros contextos sociais já não são mais aceitas por nenhum dos segmentos que compõem a
escola real. Muitos problemas novos que advêm do meio social estão muito evidentes nas
escolas e se espalham nas salas de aula, tais como a violência, desrespeito de toda ordem,
desconhecimento ou descumprimento de regras básicas de convivência social, não
reconhecimento da autoridade dos professores e administradores escolares, entre muitos
outros. Diante desse fato, os professores estão inseguros do seu próprio conhecimento, tanto
no que diz respeito ao ser professor quanto ao conteúdo que precisam ensinar. Depreende-se
que será uma nova prática social que vai poder produzir a necessidade cultural de
envolvimento sério dos adolescentes e jovens em sua formação e na aquisição do
conhecimento que se propõe seja constituído. a participação dos professores, tanto na busca
do entendimento dos limites atuais para um trabalho pedagógico tranqüilo quanto na produção
de novas práticas pedagógicas. Nesse contexto, Piaget (1977) ressalta que o professor deve
propiciar ao aluno a descoberta e a elaboração dos saberes através da participação ativa,
exercendo o papel de mediador entre o conhecimento e o aluno, de modo que favoreça a
construção de sua aprendizagem em integração com o mundo. Observa-se, portanto, a
importância que Paulo Freire (1986) deu a prática do diálogo entre professor e alunos, e
1575
alunos entre si, atribuindo-lhe o objetivo de problematizar a realidade contextualizando-a
culturalmente e historicamente. Por fim, o PIBID apresenta pontos de convergência de modo
a estabelecer uma base teórica que subsidie o ensino de química na escola. Um ensino que
vise à formação de educandos que sejam capazes de atuar de forma consciente e
transformadora na sociedade em que vivem.
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