3ª Semana do Desenvolvimento Dividimos a terceira semana do

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3ª Semana do Desenvolvimento
Dividimos a terceira semana do desenvolvimento em:
1) Gastrulação: formação das camadas germinativas (ectoderma, mesoderma,
endoderma)
2) Neurulação: formação do tubo neural
3) Formação da Notocorda
4) Desenvolvimento do Celoma Intra-embrionário
5) Desenvolvimento dos Somitos
6) Desenvolvimento do Sistema Cardiovascular Primitivo
7) Desenvolvimento das Vilosidades Coriônicas Terciárias
Gastrulação - Formação das Camadas Germinativas (ectoderma,
mesoderma, endoderma)
Na 3ª semana o disco embrionário sofre modificações. A gastrulação é o início da
morfogênese (formação dos sistemas) (Fig. 8). Na gastrulação ocorre proliferação celular na
superfície do epiblasto, para formação das camadas germinativas. O primeiro evento da gastrulação
é a migração dessas células que se proliferaram rumo à linha média longitudinal do disco
embrionário formando a linha primitiva. Na porção mediana da linha primitiva surge o sulco
primitivo. Na extremidade cefálica forma-se uma protusão celular, o nó primitivo, em cujo centro
surge a fosseta primitiva. Na extremidade caudal há uma área circular que é a membrana cloacal
(futuro local do ânus) (Fig. 9). Depois que a linha se forma, é possível identificar o eixo cefálicocaudal, as superfícies dorsal e ventral e os lados direito e esquerdo.
As camadas germinativas são:
- ectoderme: vai dar origem à epiderme, sistema nervoso central e periférico, retina do olho.
- endoderme: é a fonte dos revestimentos epiteliais das vias respiratórias e do trato
gastrointestinal, incluindo glândulas que se abrem no trato gastrointestinal e as células glandulares
dos órgãos associados (fígado e pâncreas).
- mesoderma: dará origem as capas de músculo liso, aos tecidos conjuntivos e vasos associados
com tecidos e órgãos e forma a maior parte do sistema cardiovascular.
Perto do 16º dia as células do epiblasto continuam a proliferar e migrar em direção ao sulco
primitivo, onde se invaginam entre o epiblasto e o hipoblasto, assim terá origem o mesoderma intraembrionário, o terceiro folheto embrionário
As células do mesoderma preenchem todo espaço entre a ectoderme e a endoderme, exceto
na região da membrana bucofaríngea e membrana cloacal.
Neurulação - formação do tubo neural
Os eventos mais significativos da transformação da gástrula em nêurula são o surgimento do
tubo neural, da notocorda, do mesoderma intra-embrionário e do celoma. Para a formação do tubo
neural, as células da ectoderme presentes na porção mediana da região dorsal, ao longo de todo o
embrião, sofrem um achatamento, constituindo a placa neural (Fig. 9). Posteriormente, a placa
neural invagina-se, formando o sulco neural, que se aprofunda e funde os seus bordos, constituindo
o tubo neural, responsável pela formação do sistema nervoso do embrião.
Para a formação da notocorda e do mesoderma intra-embrionário, ocorre uma segmentação do
mesoderma em três porções distintas, As duas porções laterais darão origem à mesoderma, enquanto
a central originará a notocorda.
Formação da Notocorda
Na medida em que se invaginam pela fosseta primitiva, as células migram ao longo da linha
média em sentido cranial e formam duas estruturas: a placa precordal que é o primórdio da
membrana bucofaríngea (futuro local da boca) (Fig. 9 e 10) e o processo notocordal que cresce
cefalicamente entre o ectoderma e o endoderma (Fig. 10).
O processo notocordal então passa por transformações. Primeiro, a parede ventral do
processo notocordal funde-se a endoderme e degenera-se gradativamente formando
temporariamente uma comunicação (canal neuroentérico) entre a cavidade amniótica e a cavidade
vitelínica (Fig. 11 e 12).
Além disso, o processo notocordal transforma-se em placa notocordal (Fig. 13). A placa
notocordal então é induzida a dobrar-se sobre si formando a notocorda (Fig. 14).
A notocorda define o eixo primitivo do embrião, serve de base para o desenvolvimento do
esqueleto axial e indica o local dos futuros corpos vertebrais. A notocorda funciona como um
indutor primário induzindo o espessamento do ectoderma para formar a placa neural (Fig. 14).
No embrião de 18 dias a notocorda estende-se da membrana bucofaríngea até o nó primitivo
e o canal neuroentérico desaparece (Fig. 15).
Durante a 3ª semana o processo notocordal e a placa neural vão se alongando em direção a
membrana bucofaríngea (Fig. 16). O epiblasto se diferencia, provavelmente por ação de substâncias
indutoras, em uma região com células mais alta denominada placa neural, a primeira estrutura
relacionada ao Sistema Nervoso Central.
Desenvolvimento do Celoma Intra-embrionário
A placa neural dobra-se ao longo do seu eixo longitudinal formando um sulco neural
mediano com pregas neurais nas bordas.
As células presentes no limite superior das pregas neurais se diferenciam em células da
crista neural. Já as células da mesoderme intermediária proliferam e se diferencia formando três
porções cilíndricas de células. As porções mais próximas da notocorda chamam-se mesoderma
paraxial que se continua com o mesoderma intermediário e o mesoderma lateral.
No 21º dia as pregas neurais da região média do embrião fundem-se em direção a região
cefálica e caudal, formando o tubo neural, as pregas que permanecem abertas formam o neuróporo
anterior e posterior. O mesoderma lateral divide-se em uma camada associada a endoderma
(mesoderma visceral) e outra a ectoderma (mesoderma somática). A divisão do mesoderma lateral
dá origem a uma cavidade, o celoma intra- embrionário, que se comunica com a cavidade coriônica
até a quarta semana após a fertilização.
- Camada parietal ou somática (contínua com o mesoderma extra-embrionário e cobre o âmnion;
- Camada visceral ou esplâncnica (contínua com o mesoderma extra-embrionário que cobre o saco
vitelino).
Desenvolvimento dos Somitos
Por volta do 20º dia o mesoderma paraxial se espessa e se divide em blocos denominados
somitos, que estão localizados em cada lado do tubo neural e formam elevações que se destacam na
superfície do embrião.
Os somitos aparecem primeiro na futura região occipital do embrião. Logo alcançam
cefalocaudalmente, dando origem à maior parte do esqueleto axial e aos músculos associados, assim
como à derme (uma das camadas da pele).
Desenvolvimento do Sistema Cardiovascular Primitivo
Durante a gastrulação o mesoderma cardiogênico (Fig. 10) sofre um processo que o divide
em dois folhetos: um visceral e outro parietal que delimitam a futura cavidade pericárdica.
No folheto visceral formam-se ilhotas de células mesenquimais (derivadas do mesoderma)
que confluem compondo dois tubos endocárdicos próximos a endoderma, que mais tarde se fundem
formando um tubo cardíaco único. Simultaneamente a esplancnopleura (lâmina visceral do
mesoderma intra-embreonário e endoderma) forma um espessamento que originará o miocárdio e o
folheto visceral de pericárdio.
No tubo cardíaco dessa fase é possível reconhecer o bulbo aórtico, o bulbo cardíaco, o
ventrículo primitivo, o átrio primitivo e o seio venoso. A etapa seguinte do desenvolvimento
compreende uma torção do tubo cardíaco e a septação de suas câmaras, que deixam de estar em
série e ficam lado a lado.
Coração Humano do 10º ao 25º dia de desenvolvimento embrionário.
Observe na última figura a crossa da aorta.
À medida que ocorre a formação do tubo cardíaco tem início o processo de formação dos
vasos. Eles surgem basicamente da mesma maneira que os vasos existentes no território extraembrionário. Células mesenquimais se diferenciam adquirindo forma de tubos cilíndricos
apresentando uma luz. Esses tubos se fundem originando os vários vasos do feto.
A alantóide (Fig. 11) surge como um pequeno divertículo na parede caudal do saco vitelino.
Em embriões humanos está envolvido na formação inicial do sangue e no desenvolvimento da
bexiga. Com o crescimento da bexiga, a alantóide torna-se o úraco, presesentado nos adultos pelo
ligamento umbilical mediano. Os vasos sangüineos do alantóide tornam-se artérias e veias
umbilicais. O pedículo do embrião (Fig. 11) é o primórdio do cordão umbilical.
No fim da 3ª semana o sangue já circula e o coração começa a bater no 21° ou 22° dia. O
sistema cardiovascular é o primeiro a alcançar um estado funcional.
Desenvolvimento das Vilosidades Coriônicas Terciárias
As vilosidades coriônicas primárias ao adquirirem eixo central de mesênquima, tornam-se
vilosidades coriônicas secundárias. Quando se formam os capilares, elas tornam-se vilosidades
coriônicas terciárias.
Extensões citotrofoblásticas dessas vilosidades-tronco se unem para formar a capa
citotrofoblástica, a qual ancora o saco coriônico ao endométrio.
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