Domingo XII do Tempo CoEdição semanal das Paróquias de São Nicolau e Santa Madalena Evangelho Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, dizem que és João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á». Lc 9, 18-24 Meditação «No Evangelho do domingo de hoje, o Senhor per- gunta aos seus Discípulos: "E vós, quem dizeis que Eu sou?" (Lc 9, 20). A esta interrogação, o Apóstolo Pedro responde com prontidão: "Tu és o Cristo de Deus, o Messias de Deus" (cf. ibidem), superando deste modo todas as opiniões terrenas que consideravam Jesus um dos profetas. Segundo Santo Ambrósio, com esta profissão de fé, Pedro "abraçou ao mesmo tempo todas as coisas, porque expressou a natureza e o nome" do Messias (Exp. in Lucam VI, 93, CCL 14, 207). E diante desta profissão de fé, Jesus renova a Pedro e aos demais discípulos o convite a segui-lo pelo caminho exigente do amor até à Cruz. Também a nós, que podemos conhecer o Se- 23 JUNHO 2013 nhor mediante a fé na sua Palavra e nos Sacramentos, Jesus dirige a proposta de segui-lo todos os dias e também a nós recorda que para ser seus discípulos é necessário apropriar-nos do poder da sua Cruz, ápice dos nossos bens e coroa da nossa esperança. São Máximo, o Confessor, observa que "o sinal distintivo do poder de nosso Senhor Jesus Cristo é a cruz, que ele carregou nas costas" (Ambiguum 32, pg 91, 1284 c). Com efeito, "a todos dizia: "Se alguém quiser vir após mim, neguese a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e sigame"" (Lc 9, 23). Tomar a cruz significa comprometer-ser para derrotar o pecado que impede o caminho rumo a Deus, aceitar diariamente a vontade do Senhor, aumentar a fé sobretudo diante dos problemas, das dificuldades e dos sofrimentos. A santa carmelita Edith Stein deu-nos este testemunho num período de perseguição. Assim escrevia do Carmelo de Colónia, em 1938: "Hoje compreendo... o que quer dizer ser esposa do Senhor, no sinal da cruz, embora nunca se possa compreendê-lo completamente, dado que é um mistério... Quanto mais se obscurece ao nosso redor, tanto mais temos que abrir o coração à luz que vem do alto" (La scelta di Dio. Lettere (1917-1942), Roma 1973, págs. 132133). Também na época actual, muitos são os cristãos no mundo que, animados pelo amor a Deus, tomam todos os dias a cruz, tanto a das provações quotidianas como a provocada pela barbárie humana, que às vezes exige a coragem do sacrifício extremo. O Senhor conceda que cada um de nós deposite sempre a nossa esperança sólida nele, persuadidos de que, seguindo-o e carregando a nossa cruz, chegaremos juntamente com Ele à luz da Ressurreição. PAPA BENTO XVI - Angelus, 20 de junho de 2010. www.paroquiasaonicolau.pt * www.facebook.com/paroquiasaonicolau * [email protected] Testemunhos da Fé NASCIMENTO DE S. JOÃO BAPTISTA - 24 Junho A Igreja celebra o nascimento de João como acontecimento sagrado: não há nenhum, entre os nossos antepassados, cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: isto tem sem dúvida uma explicação. E se não a damos tão perfeita como exige a importância desta solenidade, meditemos ao menos nela, mais frutuosa e profundamente. João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem. O futuro pai de João não acredita que este possa nascer e é castigado com a mudez; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto, que quisemos investigar e prometemos tratar. E se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de capacidade ou de tempo, melhor vo-lo ensinará Aquele que fala dentro de vós, mesmo estando nós ausentes, Aquele em quem pensais com amor filial, que recebestes no vosso coração e de quem vos tornastes templos. João apareceu como o ponto de encontro entre os dois testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor o testemunha quando diz: A Lei e os Profetas até João Baptista. João representa o Antigo e anuncia o Novo. Porque representa o Antigo, nasce de pais velhos; porque anuncia o Novo, é declarado profeta quando está ainda nas entranhas de sua mãe. Na verdade, ainda antes de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Santa Maria. Já então ficava assinalada a sua missão, ainda antes de nascer; revelava-se de quem era o precursor, ainda antes de O ver. São realidades divinas que excedem a limitação humana. Por fim, nasce; é-lhe dado o nome e soltase a língua do pai. Reparemos no simbolismo que estes factos representam. Zacarias cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, o precursor do Senhor; e então recupera a fala. Que significa o silêncio de Zacarias senão que antes da pregação de Cristo o sentido das profecias estava, em certo modo, latente, oculto e fechado? Mas tudo se abre e faz claro com a vinda d’Aquele a quem elas se referiam. O facto de Zacarias recuperar a fala ao nascer João tem o mesmo significado que o rasgar-se do véu no templo, ao morrer Cristo na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? E ele respondeu: Eu sou a voz de quem clama no deserto. João é a voz; mas o Senhor, no princípio era a Palavra. João é a voz passageira; Cristo é, no princípio, a Palavra eterna. Dos AVISOS Domingo XII do Tempo Comum, 23 de Junho 16h, Concerto de Música coral, na Igreja da Madalena Segunda-feira, 24 de Junho 21h, Encontro com as pessoas “em situação de sem abrigo” na igreja da Conceiçao Velha e distribuiçao de alimentaçao quente no Largo das Cebolas. Quarta-feira 26 de Junho 21h15, Reunião de preparação para o Crisma, na Biblioteca, com entrada pela Rua dos Douradores 57 21h30, Reuniao da Comissão Permanente do Conselho Pastoral Paroquial, no Salao Joao Paulo II, com entrada pela Rua dos Douradores, 57. Sábado, 29 de Junho 10h30, As Ordenações Sacerdotais, no Mosteiro dos Jeronimos, serao as ultimas a serem presididas pelo Senhor Patriarca D. Jose Policarpo. Agradeçamos o dom de novos Padres e do Pastor que presidiu a Igreja de Lisboa, nos ultimos 16 anos. 15h30, Baptismo. 17h, Missa Vespertina e bençao das alianças no 50º aniversario de matrimonio. 19h, Missa com recepção do Santo Crisma, presidida pelo Senhor Bispo D. Joaquim Mendes. Sermões de Santo Agostinho, Sermão 293, 1-3: PL 38, 1327-1328. Igreja Paroquial de São Nicolau, Rua da Vitória, 1100 -618 Lisboa