PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA | Segunda-feira, 30 de Abril de 2012 | Por JM Fora de prazo nem sempre é perigoso Molhos de tomate para cozinhar – São bastante sensíveis e podem criar fungos e bolores que produzem toxinas prejudiciais mesmo dentro do prazo. Mesmo que retire o bolor visível, é provável que haja mais microorganismos presentes, pelo que não deve consumi-los neste caso. Tal como explicámos na passada semana, o artigo de hoje é a segunda parte do trabalho publicado na última segunda-feira. Recorde-se que o artigo reflecte sobre a validade dos produtos para consumo e os perigos que os mesmos representam, ou não, no caso desse prazo ser ultrapassado. Na edição de hoje, vamos recomendar o que fazer perante vários produtos. 1. Iogurtes – Podem ser consumidos um ou dois dias depois do prazo, apesar de começarem a perder algumas características nutricionais. 2. Leite – O UHT pode eventualmente ser consumido até alguns dias depois do prazo, porque é sujeito a uma temperatura muito elevada num período de tempo muito curto, o que elimina praticamente todas as potenciais bactérias. 3. Queijos – Com o tempo costuma aparecer bolor que pode conter toxinas nocivas. Um ponto pequeno poderá ser retirado sem prejuízo, mas há sempre algum grau de perigo já que o bolor (à excepção dos queijos onde é suposto tal acontecer) indicia sempre uma quebra da barreira biológica do alimento, o que permite a entrada de toxinas que podem estar presentes mesmo de forma não visível. 4. Sobremesas do tipo pudin flan, mousse de chocolate ou leitecreme – Não convém deixar passar o prazo, já que são produtos processados e com muitos nutrientes, pelo que o risco de contaminação com staphilococus e salmonelas é grande. 5. Alimentos Congelados – Em geral, podem ser conservados entre 1 ano e 1 ano e meio, desde que sejam mantidos a menos de 18ºC, já que o frio impede o desenvolvimento de micro organismos. Em regra, quanto menos processado for o alimento, mais tempo irá conservarse sem alterações. Refeições prontas e gelados, por exemplo, têm mais elementos na sua composição, o que os torna menos estáveis mas não perigosos. As gorduras poderão alterar-se e desenvolver algum sabor a ranço. Os alimentos congelados à saída da fábrica, sofrem uma congelação muito rápida que mantém os nutrientes intactos, e serão mais seguros do que os congelados em casa. Esteja atento à formação de cristais de gelo no interior ou a presença de humidade na embalagem de cartão, pois são sinais de que o alimento não se encontra em condições de ser consumido. 6. Molhos – Antes de abertos conservam-se em bom estado durante algumas semanas após o prazo indicado, mas depois de abertos convém ter mais precaução. 7. Maionese – É um produto muito sensível e a sua conservação vai depender do cuidado que se tiver na manipulação. É fácil haver contaminação com staphilococus ou salmonelas. Basta um descuido com a colher que se usa para retirá-la do frasco, por exemplo. 8. Ketchup – É mais ácido e, por isso, mais resistente. Pode durar um mês conservado no frigorífico, assim como, a mostarda. 9. Molhos de tomate para cozinhar – São bastante sensíveis e podem criar fungos e bolores que produzem toxinas prejudiciais mesmo dentro do prazo. Mesmo que retire o bolor visível, é provável que haja mais microorganismos presentes, pelo que não deve consumi-los neste caso. 10. Carne fresca – Pode deixar passar um ou dois dias se mantiver a cadeia de frio intacta e não houver sinais de alteração. No caso da carne picada não dê margem alguma, porque ao picar-se quebra-se a barreira biológica da carne, o que facilita o desenvolvimento de bactérias e permite a proliferação de micro organismos. 11. Charcutaria fresca – Fiambres e mortadelas são produtos sensíveis, devem ser consumidos apenas dentro do prazo. 12. Produtos fumados – São mais estáveis porque a fumagem destrói grande parte dos microorganismos e o sal que contêm também actua como conservante. Se vieram embalados em vácuo, conservam-se durante bastante tempo e normalmente podem ser consumidos algumas semanas depois do prazo, sem risco. 13. Farinha – Pode durar anos sem que se estrague. Poderá, no entanto, haver alteração da propriedade das leveduras, o que faz com que se torne menos eficaz a levedar um bolo ou a fazer pão. 14. Leite em pó – Também dura bastante tempo, desde que não apanhe humidade e esteja numa embalagem fechada. 15. Bolachas e tostas – Poderão ficar moles com o tempo – é um sinal de migração de oxigénio para dentro da embalagem, mas, em geral, duram bastante tempo, especialmente se as embalagens permanecerem fechadas. 16. Café e chá – Duram anos, sobretudo se estiverem hermeticamente fechados. Como são confeccionados com água a ferver, o perigo de contaminação também é menor. Se cheirarem a mofo, aconselha-se que os deite fora. 17. Chocolate de culinária – Pode durar indefinidamente e mesmo que perca algumas propriedades (ficar esbranquiçado), não apresentará, em princípio, perigo para a saúde. 18. Enlatados – Duram anos, devendo apenas estar atento a sinais de empolamento ou outros danos nas latas. Neste caso, não os consuma! 19. Azeite – Aconselha-se o consumo no espaço de um ano, mas a durabilidade depende da forma de acondicionamento. Deve ser guardado em locais escuros, já que a luz altera as suas propriedades. Se estiver exposto à luz no espaço de venda ou em casa poderá sofrer alterações. Cheiro a ranço é um indicador claro de alteração. 20. Vinagre – Também dura bastante tempo e mesmo que perca alguma qualidade, não constitui perigo para a saúde. 21. Sumos e refrigerantes – Sumos de fruta em garrafas de vidro não devem ser expostos à luz solar, na medida em que esta degrada rapidamente a vitamina C que contêm. Sendo a vitamina C um dos elementos conservantes, a sua degradação pode comprometer a conservação no tempo recomendado. No que respeita aos refrigerantes, a sua durabilidade é superior. Leia atentamente o rótulo das embalagens antes de deitar no lixo um alimento, cujo prazo de validade já expirou. Esteja atento às expressões “Consumir até:” e “Consumir de preferência antes de:” e às características dos alimentos. Evite desperdício de comida!