Não há como localizar historicamente Robin Hood com certeza

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Como Contestar Pesquisa Eleitoral?
Mário Ferreira Neto, [email protected]
Orientador: Prof. Ms. Cárbio Almeida Waqued; [email protected]
MBA em Perícia Judicial e Auditoria: IPECON – PUC/GO
RESUMO
Toda vez que assistimos na televisão ou lemos nos jornais aos resultados de
pesquisas eleitorais, seja como membro de algum grupo político ou como simples eleitor, uma
dúvida vem à nossa mente: Será que devemos confiar nos dados apresentados nas pesquisas
em relação aos candidatos a um cargo público?
Há casos de pesquisas eleitorais para Prefeito em que, menos de 1.000 ou um
pouco mais de 1.000 pessoas são entrevistadas (pesquisadas) dentro de um universo eleitoral
de mais de 850.000 pessoas (eleitores aptos). Sempre há reclamações dos partidos políticos e
dos candidatos que estão em má posição nas disputas eleitorais, segundo as pesquisas. As
acusações estão afetas a distorções na forma de coleta de dados, manipulação e maquinação
na mensuração dos dados e má-fé na hora da divulgação.
Apesar destes argumentos contrários em relação à confiabilidade e credibilidade
das pesquisas eleitorais, indispensável em uma pesquisa eleitoral, boa metodologia de
amostragem, boa coleta de dados e apuração realizada de forma adequada, correta e imparcial.
O objetivo deste trabalho é esclarecer questões relevantes divulgadas nas
pesquisas eleitorais, principalmente para leitores não familiarizados com a teoria estatística.
As informações contidas em uma pesquisa eleitoral possuem aspectos técnicos relativamente
simples, que devem ser considerados por todos aqueles que tenham interesses em
compreender, analisar e interpretá-las.
PALAVRAS-CHAVES: Coleta de dados, eleitorado, estimação, margem de erro, pesquisa
eleitoral, nível de confiança, tamanho da amostra.
ABSTRACT
Every time we watch on television or read in the papers the results of polls,
either as a member of any political group or as simple voter, a question comes to mind:
Should we trust the data presented in research regarding candidates for a public office?
There are cases of polls for mayor in which less than 1,000 or a little more than
1,000 people are interviewed (surveyed) within an electorate of over 850,000 people (voters
eligible). There are always complaints from political parties and candidates who are in a
bad position in electoral disputes, according to polls. The charges are afetas to distortions
in the form of data collection, manipulation and machination in measuring data and bad
faith at the time of disclosure.
1
Licenciado em Matemática pela Fundação Universidade do Tocantins: Data de Colação de Grau: 5.2.1999 - Especialista em Matemática e
Estatística pela Universidade Federal de Lavras do Estado de Minas Gerais: Data da Conclusão: 5.7.2002 - Acadêmico de pós-graduação do
Curso de MBA em Perícia Judicial e Auditoria pela Pontifícia Católica de Goiás em convênio com Instituto de Organização de Eventos,
Ensino e Consultora S/A LTDA (PUC-GO/IPECON) – Experiência na Docência do Ensino Superior de Matemática Financeira e Estatística e
Métodos Quantitativos nos Cursos de Administração e Ciências Contábeis por mais de 13 anos.
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Graduado em Administração de Empresas, Pós-graduado em Administração de Marketing, Mestre em Engenharia de Produção. Professor
de Orientador da Pontifícia Católica de Goiás - PUC/GO para graduação e pós-graduação.
2
Despite these opposing arguments regarding the reliability and credibility of
polls, in a research essential electoral good sampling methodology, good data collection
and calculation performed adequately, properly and impartially.
The objective of this study is to clarify relevant issues disclosed in the polls,
especially for readers unfamiliar with the statistical theory. The information contained in
an electoral survey have relatively simple technical aspects that should be considered by all
those who have interests in understanding, analyzing and interpreting them.
KEY WORDS: Collecting data, voters, pet, margin of error, electoral research, confidence
level, the sample size.
INTRODUÇÃO
A Estatística é um conjunto de métodos que, utilizando procedimentos
matemáticos, visa conhecer e descrever a realidade que nos cerca; analisar seus fenômenos
naturais e sociais; fornecer informações de apoio às Ciências. A Estatística é uma parte da
Matemática, assim como é o Cálculo Integral, a Geometria, a Trigonometria. A Estatística
consiste em contar, mensurar (medir), classificar, relacionar, comparar, prever, testar e
analisar os dados que expressam as características desta realidade.
A palavra Estatística foi criada no século XVII, por Helenus Politanus. Foi uma
variação do termo Estadística, algo como conhecimento das coisas do Estado, “Estado”, aqui
querendo dizer “governo”. A Estatística, em seus primórdios, já foi chamada de Matemática
Política, por Sir William Petty (1623-1687), um dos primeiros economistas, mas a palavra
retorna a tradução para a língua inglesa, por John Arthubnot (1667-1735), de um trabalho de
Huygens (1629-1695) sobre o cálculo de probabilidade, em seus trabalhos posteriores.
Estatística é trabalho de pesquisa e investigação sobre a realidade.
Compreendemos a Estatística através de sua história, uma história em que homens e mulheres
se debruçaram sobre os problemas que surgiam e ainda surgem.
O método estatístico é processo/produto de contar, medir e classificar conjuntos,
na maioria, com número muito grande de elementos - “conjuntos de tamanho infinito” – por
se tornarem complexos e trabalhosos, à medida que estes conjuntos cresciam mais e mais de
tamanho.
A questão é conhecer a “realidade”, quando esta realidade é complexa, incerta,
irregular, variada e frequentemente mutável. Têm-se três processos para conhecer a
“realidade”: censo ou recenseamento é o processo de coleta de dados em que todo o conjunto
universo é pesquisado. Todos os elementos do conjunto são estudados, um a um. O censo só
termina quando todo o conjunto universo for totalmente abrangido; levantamento é parecido
com o censo, mas é realizado em um subconjunto do universo, chamado de partição,
“escolhido”, segundo informações anteriores que indicam que aquele subconjunto é bastante
“representativo” do universo; método estatístico é o procedimento de descrever universo de
qualquer tamanho, analisar as relações entre seus elementos e efetuar todos os processos
estatísticos de previsão e testes.
A população ou universo em estudo é definido e delimitado, alguns de seus
elementos, são “sorteados” para compor um subconjunto da população chamada amostra.
Antes de efetuar este sorteio, o universo é homogeneizado, isto é, deve-se garantir que cada
elemento do universo tem a mesma probabilidade de ser sorteado do que qualquer outro
elemento.
A amostra obtida é de tamanho muito menor do que a população. Portanto,
passível e possível de ser estudada, isto é, podemos calcular sobre a amostra uma série de
medidas que a descreve. Estas medidas descritivas da amostra são chamadas de estatísticas.
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São medidas como a média, a mediana, a variância, o desvio-padrão, o erro-padrão,
coeficiente de variabilidade, o nível de confiança, a margem de erro, entre outras.
As estatísticas descrevem a amostra, ou melhor, traduzem em números a
constituição e a relação entre seus elementos. A partir das estatísticas que descrevem a
amostra, é efetuada uma série de cálculos matemáticos com o objetivo de determinar outros
números, que são chamados de parâmetros. Estes parâmetros são medidas estatísticas que
descrevem a população. O cálculo dos parâmetros é chamado de Inferência Estatística.
Os atributos são as qualidades ou características que os elementos de um universo
e de uma amostra extraído possuem. Estes atributos podem ser valorados, isto é, assumir
diferentes valores, numéricos ou não, passando a se chamar variáveis. Embora os processos
de amostragem e inferência, sejam baseados no Cálculo de Probabilidade, muitas amostras
são coletadas por outros processos não-probabilísticos ou intencionais, porém mesmo assim,
continuam válidas, sob determinadas condições. As variáveis são classificadas de acordo com
o tipo de valores que podem assumir (classe socioeconômica, faixa etária, nível de
escolaridade, raça, sexo, tipo de moradia, entre outros).
Uma variável é quantitativa ou numérica quando assume exclusivamente valores
numéricos. É quantitativa discreta quando estes valores pertencem ao conjunto dos Números
Naturais (0, 1, 2, 3, 4, 5,...). Geralmente, estes valores são resultado de um processo de
contagem. Uma variável é quantitativa ou numérica contínua quando pode assumir valores
pertencentes ao conjunto dos Números Racionais. Geralmente, estes valores são resultado de
uma medição.
Uma variável é qualitativa ou categórica ou nominal quando pode assumir apenas
valores não-numéricos.
APRESENTAÇÃO
Em uma pesquisa de intenção de voto, o universo a ser entrevistado ou
pesquisado, é todos os eleitores com idade igual ou superior a 16 anos, devidamente inscritos,
aptos a votar na eleição em referência: Prefeito e Vereador (pleito de 2012). Em função dos
problemas de custo torna-se impraticável consultar todas as pessoas que compõe esse
universo, logo temos que nos contentar em entrevistar uma pequena parcela dessa população
que recebe o nome de amostra, porém não pode ser uma pequena quantidade, porque senão
comprometer-se-á a credibilidade da pesquisa.
Os principais fatores utilizados para definir a composição da amostra são: nível
socioeconômico, grau de instrução, sexo, faixa etária - idade. Resumidamente, durante a
realização de uma pesquisa existe uma proporção desconhecida de eleitores que pretendem
votar em um determinado candidato, depois da conclusão da entrevista (pesquisa), obtém-se a
proporção de eleitores da amostra que manifestaram sua preferência por certo candidato.
O problema agora é saber como usar essas informações para obter uma estimativa
para a proporção de eleitores na população. Uma forma de se mostrar esses resultados é
utilizando intervalo de confiança para a proporção de eleitores da amostra, que pretendem
votar em um determinado candidato.
PESQUISAS-ESTATÍSTICAS E/OU ELEITORAIS
Pesquisa eleitoral é o método utilizado pelos institutos de pesquisa para sondarem,
por amostragem, a intenção de voto dos eleitores, trazendo em seu bojo a função da
informação de um quadro diagnosticado, bem como a função de propaganda eleitoral.
Suzana de Camargo Gomes conceitua pesquisas como:
“consultas feitas junto a determinadas faixas da população com a objetividade de restarem aferidas
as preferências, as escolhas, as opiniões, enfim, o pensamento a respeito de determinado ponto ou
aspecto. Trata-se de uma coleta de dados por amostragem, posto que somente parte do universo é
investigado, sendo que se chega à conclusão a respeito das manifestações coletadas, utilizando-se
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para tanto critérios matemáticos, estatísticos, a permitir, daí, uma avaliação a respeito da opinião
pública num determinado momento”.
As informações estatísticas permeiam o cotidiano dos cidadãos, as quais
conduzem suas tomadas de decisões. Contudo, muitas dessas informações contêm armadilhas,
espertezas, logros e manobras matemáticas ou estatísticas, que o cidadão comum não
consegue contestar, por não possuir conhecimentos básicos de Estatística: Estatística
Descritiva e Inferência Estatística.
Cada vez mais, assistimos à poluição das informações com estatísticas, gráficos,
sobretudo, números de pesquisas eleitorais.
Um exemplo claro da cilada estatística eleitoral, basta lembrar o pleito eleitoral
para o Governo do Estado da Bahia para vermos como a mídia televisiva e impressa usou uma
linguagem, que acabou por ser assumida e conhecida pelo cidadão comum. Termos antes
restritos à academia, tais como: amostragem, margem de erro, nível de confiança, adentram
nos lares brasileiros no horário nobre da televisão. Jornais, outdoors, revistas estampam
gráficos e números, cada vez mais coloridos, eficientes, envolventes e sofisticados, porém não
são sempre confiáveis e fidedignos.
Desde o início do século XX já se alertava que para ser um cidadão pleno, esse
deveria estar capacitado para calcular, pensar em termos de média, mínimo e máximo, assim
como a ler e escrever, neste sentido entendia H. G. Wells que dizia: “Raciocinar
estatisticamente será um dia tão necessário quanto à habilidade de ler e escrever”.
O apelo para o uso da representação gráfica deve-se a eficiência para transmitir
informações e por ser visualmente mais prazerosa, existindo evidências que os formatos
gráficos apresentam a informação de uma forma mais amena para as pessoas perceberem,
raciocinarem mais facilmente sobre a informação repassada pela mídia televisada ou outros
veículos de comunicação.
Um exemplo claro, simples e muito familiar para qualquer cidadão brasileiro é a
pesquisa eleitoral, pois a cada dois anos, o Brasil tem eleições e a disputa eleitoral tem nos
resultados das pesquisas eleitorais, talvez a principal referência.
Nas eleições do pleito de 2006, muitos institutos de pesquisa, conhecidos e
conceituados, erraram seus prognósticos de forma muito grave. O exemplo mais contundente
foi da eleição para o Governo no Estado da Bahia, conforme anteriormente dito.
Em termos de votos válidos, o candidato Paulo Souto sempre esteve pelo menos
20% à frente do segundo colocado, o candidato Jacques Wagner. Do ponto de vista estatístico,
com estes dados, a probabilidade de uma reversão da tendência seria infinitamente pequena,
quase impossível. No entanto, não só o candidato Jacques Wagner ultrapassou o candidato
Paulo Souto, como o fez com folga, vencendo o pleito, já no primeiro turno.
Observe-se a importância de informações estatísticas como esta, aqui noticiada,
pelo seu impacto na formação de opinião do eleitorado. Estudos mostram que os resultados
das pesquisas eleitorais induzem o eleitor, havendo a propensão ao voto vencedor ou voto útil.
Isto é muito grave, pois o cidadão fica vulnerável a informações como estas, por não
compreender o processo estatístico e a utilização da informação.
Neste caso, queremos não acreditar que tenha havido má-fé no processo estatístico
de coleta e análise de dados, uma vez que a confiabilidade e a credibilidade são dois valores
que qualquer instituto de pesquisa de opinião tem por obrigatoriedade almejar. A
credibilidade está em função da maior quantidade de acerto nas pesquisas desses institutos.
Assim, surge a indagação: Por que um erro grave, comprometedor das pesquisas?
Levantamos algumas hipóteses, dentre elas a mais importante é de que a Estatística, assim
como qualquer ferramenta científica, parte de pressupostos que devem ser respeitados, tais
como, por exemplo, a distribuição aleatória e representativa da amostra em relação à
população em estudo. Um sistema eficiente de controle de qualidade da coleta de dados -
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lembrar, quem colhe os dados, são pessoas que na maioria, não tem treinamento adequado
para agir com imparcialidade no momento da entrevista, dentre outras questões operacionais.
Por outro lado, a Estatística é somente uma ferramenta, que cria ou produz dados
estatísticos “frios” e “limitados”. Quem dá vida aos dados, transformando-os em informações
relevantes são as pessoas, aquelas que leem e traduzem seus significantes em significados, os
especialistas - cientistas políticos, sociólogos, publicitários, entre outros.
Exatamente, neste ponto, surge a pergunta: Será que esse processo é bastante
complexo que um professor, seja de Matemática ou de qualquer outra área não consiga fazer
essas leituras? Sim, acredito que pelo menos entender o processo envolvido na geração desses
dados, tendo em vista que, em tese, esse professor é formado em curso de nível superior, tem
a disciplina obrigatória de Estatística Básica.
Mas, se por um lado, a “guerra” política pelos votos dos cidadãos pode
desencadear uma disputa acirrada e nada ética, traduzida em uma “guerra” de informações,
onde as palavras, os números e os discursos se transformam em artimanha e astúcia, deixando
vulnerável o cidadão.
A pesquisa eleitoral encontra amparo na liberdade de informação e vem sendo
protegida, desde os primórdios da Era Moderna com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos: “todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e de transmitir
informações e ideias por quaisquer meios independentemente de fronteiras”.
Por outra vertente, a pesquisa eleitoral tem a capacidade de influenciar e de
induzir o eleitorado, bem como de ter seus resultados manipulados, maquinados e distorcidos
que pode ser convertida em instrumento privilegiado de propaganda.
Do choque entre a liberdade de informação e o potencial para desequilibrar o
pleito eleitoral, surgiu à necessidade de controle das pesquisas eleitorais, fato que motivou o
legislador a criar normas para controle. Tais regras estão contidas na Lei 9.504, de 30/9/1997,
cujas normas são regulamentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, através de Resoluções que,
em regra, renovam-se a cada eleição. Essa regulamentação encontra respaldo no artigo 23,
inciso IX, do Código Eleitoral e no artigo 105 da Lei 9.504, de 30/9/1996.
Por outro lado, a própria lei lhe possibilita amparo, oportunizando-lhe o direito à
informação.
Neste caso específico, a Lei Eleitoral nº 9.504/1997 (art. 33) estabelece as regras
das pesquisas eleitorais e possibilita a qualquer cidadão, frente aos “bastidores” da informação
estatística produzida para a divulgação de pesquisas eleitorais, inclusive essas regras são
também regulamentadas pela Resolução TSE nº 20.950/2001 e Resolução TSE nº
21.200/2002.
Se esta faculdade, atribuída por lei, fosse adotada e utilizada por professores de
Matemática, articulados com os alunos e representantes políticos para terem acesso a essas
informações, levando-as para Escolas e Faculdades a fim de discutirem aos conceitos
matemáticos e estatísticos envolvidos no processo de coleta dos dados, do plano amostral distribuição dos entrevistados por bairros ou regiões, das perguntas formuladas, dentre outros
aspectos da pesquisa, certamente fariam repensar aqueles políticos e institutos de pesquisa que
utilizam e abusam da ferramenta estatística.
Nesse sentido, adentro a profundidade da reflexão para mencionar que o professor
de Matemática não pode se limitar a ser um mero repassador de fórmulas e algoritmos, mas
deve dar sentido e vida a essa matemática escolar que parece tão distante, mas que se faz cada
vez, mais necessária.
Pesquisa eleitoral e enquete não se confundem por que esta não traz em si a marca
da formalidade pertinente a aquela, por se tratar de mero levantamento de opiniões em uma
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população, sem controle de amostra que não utiliza método científico-estatístico para a sua
realização, obtidos apenas por participação espontânea do interessado.
As informações que ora apresento são para alertar ao brasileiro, em especial ao
público goiano de como contestar estatística de pesquisa eleitoral, tendo em vista a praxe
adotada pela maioria dos institutos de pesquisas estatísticas de intenções de voto nos anos
eleitorais, geralmente manipulam e maquinam dados estatísticos com certa armadilha e
esperteza.
O objetivo deste trabalho é desmistificar as ideias pré-concebidas sobre
estatísticas eleitorais para se evitar o “fascínio” por números, percentagens e gráficos ou a
ignorância sobre como estes números, percentuais e gráficos são produzidos e turvem o senso
crítico das pessoas.
Não são todas as estatísticas referentes às pesquisas eleitorais veiculadas ao
público, principalmente pela mídia televisiva, jornais ou revistas, distorcidas ou erradas que
merece ser consideradas com suspeição, mas muitas vezes, as informações apresentadas e
divulgadas são incompletas ou tendenciosas, se torna difícil acreditar nessas pesquisas.
Para se verificar a confiabilidade e validade de uma pesquisa-estatística eleitoral,
seja veiculada por jornal televisivo ou jornal escrito de grande aceitação e circulação ou
revista especializada, deve-se fazer algumas considerações:
Procuremos saber quem está divulgando a estatística: pode ser uma empresa de
negociação política, um sindicato na mesma situação ou uma entidade vinculada ao governo
ou uma empresa “independente” especializada em pesquisa e estatística eleitoral que precisa
mostrar resultados sobre pesquisas de intenções de voto ou um jornal ou revista com
intenções de divulgar boa matéria, objetivando informar ao público sobre determinadas
situações.
Em anos, mesmo antes da realização do pleito eleitoral, os institutos de pesquisasestatísticas: Ibope, Data Folha, Vox Populi, Sensus, Serpes, entre outros, veículos de
comunicações locais: TV Anhanguera, TV Serra Dourada, TV Record de Goiás, Jornal ‘O
Popular’, Jornal ‘Tribuna do Planalto’, Jornal ‘O Hoje’, Jornal “Diário da Manhã”, Jornal
‘Daqui’, Revista ou Periódico, entre outros, iniciam suas pesquisas-estatísticas afetas a
intenções de voto aos pretensos candidatos a cargos eletivos, anteriormente ao registro de
candidatura perante o órgão competente: Zona Eleitoral - Cartório Eleitoral, Tribunal
Regional Eleitoral ou Tribunal Superior Eleitoral, o primeiro no caso de eleições municipais.
Procuremos os viesamentos deliberados e inconsistentes aplicados aos resultados
da pesquisa-estatística, porque um viesamento comum é encontrado na forma de apresentar os
resultados. Os institutos de pesquisas realizam a sua pesquisa e tabulação dos dados,
fornecendo-os aos veículos de comunicações que a divulgam, afirmando que o candidato x
obteve y% de intenções de voto, mas não são divulgados os parâmetros e variáveis adotadas
ou a metodologia utilizada na realização da pesquisa, apenas faz menção de algum critério,
mas não serve de base para a confirmação do que se afirma.
Os institutos de pesquisa em períodos eleitorais atuam como verdadeiros
termômetros da vontade popular, tendo em vista que tem significativa influência na opinião
do eleitor. Com isso, surgem as indagações: Como são realizadas as amostragens? Qual a
confiabilidade dos números divulgados? Por que uma investigação realizada com menos de
1.000 ou um pouco mais de 1.000 pessoas, pode revelar o ânimo de mais de 850.000
eleitores? Qual a empresa-instituto realizou a pesquisa? Qual o grau de credibilidade e
confiabilidade da pesquisa divulgada pelo instituto que a pesquisou? Quem encomendou a
pesquisa? A pesquisa obedece aos parâmetros estatísticos com fidelidade ou é manipulada ou
tendenciosa? Quais os critérios estatísticos e matemáticos considerados na tabulação dos
dados e nos resultados? Quais os eventuais erros, a pesquisa em si ou a divulgação dos
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resultados? O cidadão de bom senso crítico tem pretensão de ver estas questões respondidas
com objetividade.
Se o elaborador da pesquisa utilizar a média aritmética, geométrica, harmônica,
ponderada e mediana - medidas de tendência central, a mais utilizada e a média aritmética,
para calcular a porcentagem “média” das intenções de voto ao candidato x, esta média pode
ser dissociada da realidade ou distorcida dos dados coletados na pesquisa por valores
discrepantes, por estarem distantes da maioria dos outros candidatos. A variância, desvio
padrão, erro padrão, coeficiente de variação - medidas de dispersão.
Se o elaborador da pesquisa utilizar à mediana para calcular a porcentagem das
intenções de voto ao candidato x, esta mediana divide um conjunto de amostra - parte
considerável de dados em duas partes iguais, isto é, uma metade é maior do que a mediana e
outra é menor.
Para melhor compreensão, adota-se a divulgação de pesquisa-eleitoral dos
candidatos ao Governo Municipal de Goiânia - Estado de Goiás, divulgadas pelos Jornais
(pesquisa eleitoral estimulada): Tribuna do Planalto de 26 de agosto a 1º de setembro de 2012
(p. 1); O Hoje de 11 de setembro de 2012 (Política: p. 9) e a pesquisa Ibope/TV Anhanguera
de 13 de setembro de 2012 (g1.globo.com/Goiás/eleições/2012/noticia:
CANDIDATO
PERCENTUAL
CANDIDATO
PERCENTUAL
PAULO GARCIA
40,6%
PAULO GARCIA
32,9%
JOVAIR ARANTES
10,4%
JOVAIR ARANTES
13,8%
ISAURA LEMOS
8,0%
ELIAS JÚNIOR
8,5%
ELIAS JÚNIOR
6,3%
SIMEYZON SILVEIRA
8,0%
PROFESSOR PANTALEÃO
1,1%
ISAURA LEMOS
4,7%
SIMEYZON SILVEIRA
1,1%
PROFESSOR PANTALEÃO
3,0%
JOSÉ NETHO
0,5%
JOSÉ NETHO
1,4%
RUBENS DONIZZETTI
0,1%
RUBENS DONIZZETTI
0,8%
BRANCO/NULO
15,9%
BRANCO/NULO
15,3%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU
16,0%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU
11,5%
MARGEM DE ERRO
2,99%
ELEITORES PESQUISADOS
1.070
MARGEM DE ERRO
ELEITORES PESQUISADOS
INSTITUTO DE PESQUISA
REGISTRO NO TRE-GO
PERÍODO DA PESQUISA
3,5%
800
IPEM*
00115-2012
21 a 23/8/2012
Total: 100%
*Instituto de Pesquisa e Marketing/Jornal Tribunal do Planalto
CANDIDATO
PERCENTUAL
INSTITUTO DE PESQUISA
VERITÁ**
REGISTRO NO TRE-GO
PERÍODO DA PESQUISA
00183-2012
06 a 09/09/2012
Total: 99,90%
**Instituto Veritá/TV Record/Jornal O Hoje
CANDIDATO
PERCENTUAL
PAULO GARCIA
41%
PAULO GARCIA
38,60%
JOVAIR ARANTES
11%
JOVAIR ARANTES
11,50%
ELIAS JÚNIOR
9%
ELIAS JÚNIOR
6,90%
ISAURA LEMOS
4%
SIMEYZON SILVEIRA
4,10%
SIMEYZON SILVEIRA
4%
ISAURA LEMOS
3,40%
PROFESSOR PANTALEÃO
3%
PROFESSOR PANTALEÃO
1,60%
JOSÉ NETHO
1%
RUBENS DONIZETE
0,40%
RUBENS DONIZZETTI
1%
JOSÉ NETTO
0,20%
BRANCO/NULO
16%
BRANCO/NULO
16,60%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU
10%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU
16,70%
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MARGEM DE ERRO
ELEITORES PESQUISADOS
INSTITUTO DE PESQUISA
REGISTRO NO TRE-GO
PERÍODO DA PESQUISA
Total: 100%
*Ibope/TV Anhanguera
4%
602
IBOPE*
00210-2012
10 a 12/9/2012
MARGEM DE ERRO
ELEITORES PESQUISADOS
INSTITUTO DE PESQUISA
REGISTRO NO TRE-GO
PERÍODO DA PESQUISA
3,46%
801
SERPES**
00213-2012
11 a 15/09/2012
Total: 100%
**Serpes/Jornal O Popular
Os candidatos em posição central nas intenções de votos, nos resultados
divulgados pelos institutos de pesquisas eleitorais, dentre os setes candidatos com maior
intenção de voto: IPEM, o candidato Elias Júnior (6,3%); Instituto Veritá, o candidato
Simeyzon Silveira (8,0%); Ibope, a candidata Isaura Lemos (4,0%); Serpes, o candidato
Simeyzon Silveira (4,10%).
A porcentagem de intenções de voto (percentagem mediana) representa melhor a
importância do conjunto da amostra da população pesquisada. Assim, a pesquisa quantitativa
divulgada, passa a conferir aval técnico-científico à notícia “espectacularizada”, para lhe dar
maior credibilidade.
Antes de divulgar uma pesquisa-estatística, especialmente uma pesquisa eleitoral
se devem procurar os indícios de viesamento: uma amostra selecionada indevidamente ou que
seja muita pequena, permite e conduz uma conclusão não-confiável, além de produzir no
eleitorado uma opinião dissociada da realidade, porque a opinião não se mede e não se pesa,
não se toca e não se vê, por ser intangível e invisível.
Nas pesquisas eleitorais realizadas, aqui mencionadas (conforme quadros de
dados extraídos da mídia), o eleitorado pesquisado é muito mínimo, isto é, uma quantidade
muito pequena. O tamanho dessas amostras escolhidas (pesquisadas) não se mostra como
adequada, ideal e suficiente para certas conclusões, por exemplo: afirmar que não haverá
segundo turno; os candidatos que figura nos 3º e 4º lugares nas pesquisas, podem tornar-se, 2º
colocado no resultado da eleição, em função de que a quantidade de eleitores que declaram
suas intenções de voto branco/nulo e dos eleitores que não sabem ou não responderam, são
percentuais bastante significativos tanto em Estatística quanto em Matemática.
Por outro lado, os institutos de pesquisas não adotaram um parâmetro correto,
hábil e ideal para aferir-se o tamanho certo para uma amostra adequada e suficiente para
extrair as conclusões divulgadas, pois os critérios definidos pelos institutos, por exemplo:
nível de confiança e margem de erro, conforme utilizadas pelos institutos corresponde a uma
amostra com uma quantidade maior de eleitores, porém foram pesquisada uma quantidade
menor de eleitores do que a quantidade ideal (tamanho da amostra coerente e correta). Ao
final, teremos os cálculos para demonstrar qual seria o tamanho da amostra ideal com os
critérios de nível de confiança e margem de erro, utilizados pelos institutos.
Assim, poderão ocorrer erros quanto à veracidade da informação do entrevistado:
a) o informante pode mentir em relação aos dados demo-sócio-econômicos; b) o informante
pode mentir em relação a sua intenção de voto; c) o informante pode mudar de opinião com
ou sem novo cenário político.
Também podem ter erros quanto à qualidade do levantamento de campo. Com
qualquer método de amostragem, o procedimento do levantamento da informação é
fundamental, isto é, a seriedade, a forma criteriosa e a competência da equipe que faz o
levantamento dos dados é o ponto crítico da pesquisa. O projeto da obra civil pode ser
perfeito, mas se o mestre e seus operários não forem competentes, com certeza, cai por
desequilíbrio. Ainda podem ter erros inerentes à metodologia estatística.
A estatística não tem pretensão de fazer estimativas exatas, admite o erro como
sendo fato inerente e inevitável nos seus procedimentos de estimação. O erro é um parceiro
constante na atividade do profissional estatístico, mesmo na estimação de aspectos concretos
9
da população, onde se podem usar instrumentos de medida e avaliação. A estimativa por
amostragem nestas situações mais simples estaria sujeita a erros. Aliás, mesmo que se fizesse
um censo, que no caso eleitoral ocorre no dia da eleição, não há como eliminar erros. Não há
medida sem erro. A pesquisa é a técnica de conseguir uma prévia com erro previsto, de custo
baixo e rapidamente.
Em uma pesquisa de opinião onde o aspecto a ser determinado tem natureza
intangível e invisível, se aglutinam em volta da sua estimativa todas as fontes de erros: a
inépcia do entrevistador, a mentira do entrevistado, alteração do cenário político, a mudança
de opinião e o erro amostral, como consequência dessas ações têm-se inevitavelmente
avaliações esfumaçadas da realidade.
No caso da pesquisa de opinião inclusive os cálculos dos parâmetros: erro e
confiabilidade podem ser considerados como sendo ordem de grandeza dos verdadeiros
valores. Portanto, pesquisa de opinião é uma área da estatística sujeita a resultados “não
precisos”, inclusive do ponto de vista da medida do erro e da confiabilidade.
Mas, para ter uma avaliação da opinião eleitoral em certo momento, com rapidez,
com baixo custo e com alguma confiabilidade, a pesquisa por amostragem é o melhor
procedimento que se pode lançar mão.
Um caso típico de amostra selecionada indevidamente é a pesquisa-estatística
resultante da coleta de dados realizada ao entrevistado que passa pela rua - pergunta típica do
entrevistador à pessoa entrevistada: Qual à sua preferência de candidato à Prefeitura de
Palmas (apresenta uma relação de prováveis candidatos). Neste aspecto o entrevistador,
rotineiramente, não questiona se a pessoa entrevistada é eleitora do Município de Palmas,
simplesmente solicita a opinião do entrevistado no mesmo instante.
Neste tipo de procedimento de pesquisa-estatística, o percentual de pessoas que
efetivamente respondem aos questionários do entrevistador, costuma ser representativo, mas
não respondem todas as perguntas, também não são obedecidos os critérios, parâmetros e
variáveis imprescindíveis para uma aferição mais coesa e fidedigna estatística e
matematicamente, tornando a pesquisa viciada.
O fantasma das fraudes está relacionado à metodologia, se for correta, se a
população (universo) for bem delimitada, se a tabulação (mensuração) dos dados pesquisados
for boa, o resultado será fidedigno. Como é difícil errar pesquisa planejada com metodologia
científica, nascem suspeitas de que um ou outro instituto frauda resultados.
O caso de pequena amostra, no caso em referência da pesquisa-estatística de
intenções de voto à Prefeitura de Goiânia, os institutos de pesquisas: IPEM, Veritá, Ibope e
Serpes, tão somente, entrevistaram: 800, 1.070, 602 e 801 eleitores, com margem de erro de: –
3,5% e +3,5%; –2,99% e +2,99%; –4,0% e +4,0%; –3,46% e +3,46%, respectivamente.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Goiânia têm
uma população de 1.302,001 habitantes (www.censo2010.ibge.gov.br/dados), porém uma
população estimada até 1º de julho de 2011 de 1.318.149 habitantes.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás – TER/GO, Goiânia
tem um eleitorado de 850.777 eleitores aptos (www.tre-to.jus.br), dos quais 469.636 são
femininos (55,20%) e 381.140 são masculinos (44,80%). De acordo o Tribunal Regional
Eleitoral este eleitorado está distribuído em relação à faixa etária e sexo, conforme planilha:
Faixa Etária
Masculino
Feminino
Total
Percentual Total
16 anos
1.098
1.277
2.375
0,28%
17 anos
3.228
3.567
6.795
0,80%
18 a 20 anos
24.904
28.409
53.313
6,27%
21 a 24 anos
36.420
41.450
77.870
9,15%
25 a 34 anos
96.949
115.705
212.654
25,00%
10
35 a 44 anos
81.034
98.579
179.614
21,11%
45 a 59 anos
88.982
115.510
204.492
24,04%
60 a 69 anos
31.068
41.621
72.689
8,54%
70 a 79 anos
13.535
18.228
31.763
3,73%
3.922
5.290
9.212
1,08%
381.140
469.636
850.777
100,00%
Acima de 79 anos
TOTAL
Quando à amostra é muito pequena, é necessária maior cautela e precaução para
se evitar vício ou macula na afirmação conclusiva da pesquisa-estatística. Por exemplo, uma
pesquisa-estatística em uma amostra de 800, 1.070, 602 e 801 pessoas eleitoras (conforme
considerou os institutos), os erros ocorrerão por ser provocada pela insistência destes
institutos de pesquisa na utilização de amostragem por quota, técnica que trabalha com um
sistema em que se tenta escolher uma quantidade ínfima da população a ser pesquisada.
O Município de Goiânia possui 850.777 eleitores aptos a votar. A amostra desta
população representa: 0,09403% (IPEM); 0,12577% (Instituto Veritá), 0,07076% (Ibope) e
0,09415% (Serpes) do eleitorado do Município (consideramos cinco casas decimais). Se
utilizar uma amostra bastante pequena, o resultado obtido pode ter ocorrido totalmente por
acaso.
Concluímos que, diante destes dados, não podemos afirmar, mesmo adotando as
margens de erros consideradas pelos institutos de pesquisas, aqui citados, mesmo
considerando o nível de confiança variando de 95% a 97,5%, tratar de uma pesquisaestatística com confiabilidade, credibilidade e fidegnidade conclusiva para um ou outro
candidato, até porque os percentuais de intenções de votos branco/nulos variam de 15,3% a
16,6% enquanto não sabem/não responderam variam entre 10,0% a 16,7%, conforme
divulgado pelos próprios institutos.
Chamamos a atenção, inclusive para o erro grosseiro praticado pelo Instituto
Veritá/TV Record/O Hoje, pois os percentuais de sua pesquisa estimulada não totalizam
100%, somente, 99,90%. Portanto, há uma diferença significativa de 0,10% em relação à
população de 850.777 representam 851 eleitores.
O erro é mais significativo e grosseiro, se analisarmos e observarmos a divulgação
de pesquisa-eleitoral dos candidatos ao Governo Municipal de Goiânia - Estado de Goiás,
divulgadas pelo instituto Veritá referente à pesquisa eleitoral estimulada e espontânea: O Hoje
de 11 de setembro de 2012 (Política: p. 9):
ESTIMULADA
CANDIDATO
ESPONTÂNEA
PERCENTUAL
CANDIDATO
PERCENTUAL
PAULO GARCIA
32,9%
PAULO GARCIA
30,3%
JOVAIR ARANTES
13,8%
JOVAIR ARANTES
13,5%
ELIAS JÚNIOR
8,5%
ELIAS JÚNIOR
8,3%
SIMEYZON SILVEIRA
8,0%
SIMEYZON SILVEIRA
7,9%
ISAURA LEMOS
4,7%
ISAURA LEMOS
4,5%
PROFESSOR PANTALEÃO
3,0%
PROFESSOR PANTALEÃO
2,5%
JOSÉ NETTO
1,4%
JOSÉ NETTO
1,1%
RUBENS DONIZETE
0,8%
RUBENS DONIZETE
0,7%
BRANCO/NULO
15,3%
BRANCO/NULO
16,4%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU
11,5%
NÃO SABE/NÃO RESPONDEU
12,7%
MARGEM DE ERRO
2,99%
MARGEM DE ERRO
2,99%
ELEITORES PESQUISADOS
1.070
ELEITORES PESQUISADOS
1.070
INSTITUTO DE PESQUISA
VERITÁ*
INSTITUTO DE PESQUISA
VERITÁ**
11
REGISTRO NO TRE-GO
PERÍODO DA PESQUISA
00183-2012
06 a 09/09/2012
Total: 99,90%
* Instituto Veritá/TV Record/Jornal O Hoje
REGISTRO NO TRE-GO
PERÍODO DA PESQUISA
00183-2012
06 a 09/09/2012
Total: 97,90%
**Instituto Veritá/TV Record/ Jornal O Hoje
Mais uma vez, chamamos a atenção, inclusive para o erro flagrante, grave e
grosseiro praticado pelo Instituto Veritá/TV Record/Jornal O Hoje, pois os percentuais de sua
pesquisa espontânea não totalizam 100%, somente, 97,90%. Portanto, há uma diferença de
2,10% em relação à população de 850.777 representam 17.866 eleitores. Este percentual pode
conduzir a eleição em favor de um ou outro candidato, dependo da circunstancia que vier a
ocorrer ainda durante o processo eleitoral.
O pesquisador deverá tomar todos os cuidados e cautelas ao selecionar os
elementos e variáveis da amostra, antes de iniciar-se a pesquisa, adotar critérios qualitativos e
quantitativos e portar-se com maior honestidade e ética imaginável, porém, mesmo assim, a
chance de um resultado ser “por acaso” é muito elevado.
Quando a amostra da população é grande (entre 1% a 5% da população) ou muito
elevada (10% da população), aquele risco persiste, mas a probabilidade de sua ocorrência se
reduz drasticamente.
Por exemplo, se um instituto de pesquisa-estatística afirmar ou dizer que a
intenção de voto para as eleições municipais de 2012 para Prefeito de Goiânia do candidato X
é de y%. Três ou seis meses depois vier a afirmar de que a intenção de voto ao candidato X
subiu para (y% + z%) ou baixou para (y% – z%). Com isso, foi provado estatisticamente de
que o candidato X será eleito ou derrotado nas eleições municipais.
O que o eleitor fará? Observamos o tamanho das amostras adotadas pelos
institutos de pesquisas, apenas 800; 1.070; 602 e 801 eleitores pesquisados, a percentagem de
intenções de voto obtidas, no caso destas amostras divulgadas poderia ter ocorrido totalmente
por acaso.
Um dos casos mais intrigantes para nós - brasileiros, é o resultado de pesquisa
eleitoral. É plenamente possível obter resultados confiáveis, fiéis e válidos, se utilizarmos de
metodologia de amostragem e tratamento de dados adequados e coerentes. Mas, não esqueça
que há uma variação em torno dos percentuais divulgados (–3,5% e +3,5%; –2,99% e
+2,99%; –4,0% e + 4,0%; –3,46% e +3,46%), geralmente há uma pequena probabilidade de o
valor ser “verdadeiro”, tendo em vista o percentual estar naquele intervalo de erro.
No caso de a amostra ser pequena, menor do que 1% da população é coerente e
conveniente para a confiabilidade e fidelidade da pesquisa que a margem de erro seja de –5%
para +5%, com nível de confiança de 95%.
Devemos considerar: Estatística é a ciência que trata da coleta, análise e
disposição de dados; na estatística descritiva, são descritas várias formas de medição e análise
de dados; população é todo que se quer descrever (eleitores aptos a votar no Município de
Goiânia); qualquer eleitor representa um grupo (amostra); amostragem é o retrato do
momento; a pesquisa é preparação do questionário e a efetivação da entrevista de qualquer
eleitor, considerando os atributos qualitativos; perfil é a definição das características de um
eleitor; margem de erro; grau de confiabilidade depende do alvo a ser atingido; estratos: renda
familiar (baixa, média e alta), nível de escolaridade (analfabeto, lê e escreve, 1º grau
incompleto, 1º grau completo, 2º grau incompleto, 2º grau completo, 3º grau incompleto e 3º
grau completo), faixa etária - idade (16 a 17 anos, 18 a 25 anos, 26 a 35 anos, 36 a 45 anos, 46
a 55 anos, acima de 55 anos), setor residencial (norte, centro norte, centro, centro sul, sul,
zona rural, zona suburbana), sexo (masculino, feminino, homo-afetivo), religião (ateu,
budista, católico, espírita, evangélico, entre outros), dentre outros.
A inferência estatística é o processo de se obter informações para tomar decisões
sobre uma população. Inferência estatística é o processo pelo qual estatísticos extraem
12
conclusões acerca da população usando informação de uma amostra. A população se refere a
todos os casos ou situações as quais o pesquisador quer fazer inferências ou estimativas. Uma
amostra é um subconjunto da população usado para obter informação acerca do todo.
Características de uma população que diferem de um indivíduo para outro e as quais se tem
interesse em estudar são chamadas variáveis. Cada unidade - membro da população que é
escolhido como parte de uma amostra fornece uma medida de uma ou mais variáveis,
chamadas observações.
Nas pesquisas eleitorais, quase todos os institutos de pesquisas, utilizam
estimativas de uma amostra como “melhor chute” para os verdadeiros valores populacionais.
Exemplos são a média amostral, a mediana amostral, o desvio padrão amostral, o erro padrão
amostral, os quais estimam a verdadeira média, mediana, desvio padrão e erro padrão da
população ou da amostra, que são desconhecidos. Os verdadeiros desconhecidos são valores
populacionais ou amostrais chamados parâmetros.
Devemos realizar cautelosamente o teste de hipótese que é a verificação das
hipóteses sobre a população, mediante os critérios e variáveis estatísticas. O erro é cumulativo
na estatística, por isso requer um cuidado maior. O erro surge quando se elimina ou rejeita
alguma casa decimal ou centesimal que deveria considerá-la. A não significância consiste no
valor da probabilidade de se cometer um erro. O poder do teste consiste na probabilidade de
rejeição.
As influências mais relevantes que se observam com os resultados das pesquisas
eleitorais que se divulgam, costuma ocorrer em três campos do processo eleitoral: a) no ânimo
da militância quando o pleito envolve candidatos com algum enraizamento em segmentos
sociais organizados; b) na capacidade de captação de financiamento privado para a disputa; c)
no trabalho do marketing político e desempenho midiático que as intenções de votos
publicadas por meio de pesquisas migram de uma zona de influência para outra. Para os dois
últimos campos, a difusão das pesquisas de intenção de voto cumpre um papel fundamental na
elaboração e desenvolvimento do programa de campanha.
A margem de erro é calculada erroneamente. Por exemplo, no caso da eleição
municipal, a margem de erro é muito menor para os candidatos: Professor Pantaleão,
Simeyzon Silveira, José Netho e Rubens Donizzetti (IPEM); Professor Pantaleão, José Netho
e Rubens Donizzetti (Instituto Veritá); Isaura Lemos, Simeyzon Silveira, Professor Pantaleão,
José Netho e Rubens Donizzetti (Ibope) e Isaura Lemos, Professor Pantaleão, Rubens
Donizzetti e José Netho (Serpes) do que para os candidatos: Paulo Garcia, Jovair Arantes,
Isaura Lemos e Elias Júnior (IPEM); Paulo Garcia, Jovair Arantes, Elias Júnior, Simeyzon
Silveira e Isaura Lemos (Instituto Veritá); Paulo Garcia, Jovair Arantes, Elias Júnior (Ibope) e
Paulo Garcia, Jovair Arantes, Elias Júnior e Simeyzon Silveira (Serpes).
Tudo depende do procedimento amostral. Matematicamente, quanto mais próximo
da faixa percentual de 50%, maior a margem de erro, quanto mais próximo do percentual de
100% ou 0%, menor a margem de erro.
As pesquisas de opinião eleitoral baseiam-se no fundamento da análise estatística
que para se obterem indicadores de uma população, basta consultar somente uma parte amostra, representativa dessa população. Os resultados derivados são chamados de
estimativas dos parâmetros populacionais. Portanto, passíveis de erro, o chamado erro
amostral. Assim, toda e qualquer pesquisa que não entrevista o conjunto do universo tem erro
de estimativa, que é calculado em função principalmente do tamanho da amostra e da maior
ou menor homogeneidade da população pesquisada. Para um mesmo desenho de amostra, há
uma relação inversa entre erro amostral e tamanho da amostra, isto é, quanto maior é o
tamanho da amostra, menor é o erro amostral, vice-versa. A mesma relação inversa se dá
entre o nível de homogeneidade do universo pesquisado e o erro amostral: quanto mais
homogêneo é o conjunto da população, tanto menor é o erro amostral, vice-versa.
13
A técnica estatística permite que se possa calcular e circunscrever esse erro a um
dado intervalo de variabilidade. A maneira como se interpretam os resultados de uma
pesquisa eleitoral depende, dentre outros fatores, da magnitude do erro incorrido nas
estimativas. Por exemplo, um candidato que obteve em uma pesquisa eleitoral estimulada
32,9% de intenção de voto, em um levantamento cujo erro, para mais ou para menos, a
conhecida “margem de erro”, foi somente de –2,99% e +2,99% podem ter 29,91% ou 35,89%
dessas intenções. Caso considere a pesquisa eleitoral espontânea 30,3% de intenção de voto,
pode ter 27,31% ou 33,29% das intenções ou qualquer número dentro desses intervalos.
Estes intervalos de variabilidade das intenções de voto para um erro amostral de –
2,99% e +2,99%, em uma pesquisa em que os candidatos obtiveram uma estimativa média de
intenção de voto, conforme consignado nas planilhas. Outra maneira de interpretar o resultado
conseguido por certo candidato, já aplicando algum conhecimento de inferência estatística, é
dizer que este determinado candidato, por ter obtido certo percentual de intenção de voto na
amostra (na pesquisa), deve esperar receber entre a soma de suas intenções com a margem de
erro para mais ou para menos, de votos da população.
A fórmula apresentada calcula a amostra ideal para uma pesquisa quantitativa
quando conhecido o tamanho da população e a margem de erro desejada.
Por outro lado, permite-se calcular a margem de erro da amostra, quando
conhecido o tamanho da amostra e da população.
Importante ressaltar que essa fórmula simplificada que pode ser aplicada em
condições ideais, nota-se, que existem outros aspectos que deve ser analisados para o cálculo
de uma amostra ideal de pesquisa.
Acreditamos ser útil explicar:
Este tipo de pesquisa de intenção de votos, chamada de “inferência sobre a
proporção de uma população”, já que se quer retirar conclusões sobre o percentual de pessoas
disposta a apontar aquela determinada resposta.
Uma fórmula mais simplória para determinar o tamanho da amostra para uma
população infinita com mais de 100.000 pessoas é dado por:
Z2 / 2  p  q
n
e2
n→ tamanho da amostra; Zα/2→ valor crítico da distribuição normal padrão
correspondente ao nível de confiança desejado (Tabela Normal Padrão); p→ proporção que
certa resposta terá na população; q→ proporção que certa resposta terá na população (1 – p);
e→ margem de erro pretendida.
Alguns valores da Tabela Z com seus respectivos valores:
Nível de Confiança
Zα/2
Nível de Confiança
Zα/2
50%
0,67
60%
0,84
68%
1,00
70%
1,04
78%
1,23
80%
1,28
85%
1,44
90%
1,65
92%
1,75
94%
1,88
95%
1,96
95,5%
2,00
96%
2,06
96,5%
2,11
97%
2,17
97,5%
2,24
98%
2,40
99%
2,58
99,5%
3,00
99,6%
3,08
99,7%
3,15
99,9%
3,29
Utilizou-se com duas casas decimais o valor crítico da distribuição normal padrão para o nível de confiança
14
Observe-se que ainda vamos saber a pesquisa, não sabemos p, já que p é a
proporção de respostas na população. (1 – p) é o percentual de outras respostas, p varia entre 0
e 1. Neste caso, o pior resultado possível, que irá resultar na maior amostra possível é p =
0,50, que fará com que p × (1 – p) seja igual a 0,25.
Zα/2 é o valor crítico da distribuição normal (Teorema do Limite Central é à base
da Teoria de Amostragem), na prática é a determinação do nível de confiança.
A margem de erro é determinada por quem contrata a pesquisa. É um indicador
amplamente conhecido.
O que poucas pessoas conhecem é o intervalo de confiança, que é um valor de
suma importância quanto à margem de erro.
Por exemplo, quando se fala em 95% de nível de confiança, dizemos que, há uma
probabilidade do candidato estar situado dentro da margem de erro. Mas, existem 5% de
chance deste candidato estar fora. Na verdade 2,5% de chances de certo candidato ter mais do
que o que atribuiu (mais a margem de erro) e 2,5% de chances de ser menos.
Por exemplo, na Pesquisa IPEM, Jovair Arantes está com 10,4% (com margem de
erro de 3,5% e nível de confiança de 96,5%). Diz-se que este candidato pode estar entre 6,9%
(10,4% – 3,5%) e 13,9% (10,4% + 3,5%), dentro da margem de erro. Mas, na verdade este
candidato tem 1,75% de chances de ter mais do que 13,9% e 1,75% de chances de ter menos
de 6,9%. São resultados fora da margem de erro.
O nível de confiança de 95% é o padrão das pesquisas eleitorais. Esperamos que
em cada 20 pesquisas divulgadas, uma que é 5% esteja errada, infelizmente é assim. Mas,
esperamos que dezenove que é 95% estejam corretas. Como os eventos (pesquisas) são
independentes, isso irá variar.
O tamanho mínimo de uma amostra em relação a uma população infinita (aquela
superior a 100.000 indivíduos) é determinado através dos parâmetros da margem de erro
pretendida (e), do nível de confiança desejado (Zα/2) e da prevalência do parâmetro a ser
estudado na população-alvo (p) e (q), onde q = (1 – p):
Z2 / 2  p  q
n
e2
O erro padrão reflete diretamente no nível de confinação, por estar correlacionada
entre si a margem de erro e ao nível de confiança:
Ep 
pq
 100
n
Ep→ erro padrão; p→ proporção que certa resposta terá na população;
q→ proporção que certa resposta terá na população (1 – p); n→ tamanho da amostra.
Esta é a razão pela qual uma pesquisa eleitoral pode ter um resultado diferente,
mesmo com a amostragem, sendo bem realizada, com estratos bem definidos. A pesquisa
pode errar, isso é fato. Mesmo sendo bem feita, mas não sempre é o caso.
Vamos fazer os cálculos para determinar o tamanho da amostra ideal para as
situações consideradas pelos institutos de pesquisas:
Se fizermos os cálculos com 96,5% de nível de confiança e margem de erro com
3,5% para encontrar o tamanho da amostra ideal:
Z2 / 2  p  q
1,113025
2,112  0,5  0,5
n
→
→n 
→ n = 909 eleitores.
n

2
2
e
0,001225
0,035
Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 909 eleitores pelo IPEM.
15
Ep 
pq
 100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,77%.
n
800
800
Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (96,5%), temos: 1,77%× 2 = 3,54%. Nível de confiança de 96,5% e a margem de erro
mínima deveria ser de 3,54%.
Se fizermos os cálculos com 97,01% de nível de confiança e margem de erro com
2,99% para encontrar o tamanho da amostra ideal:
Z2 / 2  p  q
1,177225
2,17 2  0,5  0,5
n
→
→n 
→ n = 1.317 eleitores.
n

2
2
e
0,000894
0,0299
Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 1.317 eleitores pelo Instituto Veritá.
Ep 
pq
 100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,53%.
n
1070
1070
Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (97,01%), temos: 1,53%× 2 = 3,06%. Nível de confiança de 97,01% e a margem de
erro mínima deveria ser de 3,06%.
Se fizermos os cálculos com 96% de nível de confiança e margem de erro com 4%
para encontrar o tamanho da amostra ideal:
n
Z2 / 2  p  q
1,060900
2,062  0,5  0,5
→
→n 
→ n = 664 eleitores.
n

2
2
e
0,001600
0,04
Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 664 eleitores pelo Ibope.
Ep 
pq
 100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 2,04%.
n
602
602
Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (96%), temos: 2,04%× 2 = 4,08%. Nível de confiança de 96% e a margem de erro
mínima deveria ser de 4,08%.
Se fizermos os cálculos com 96,54% de nível de confiança e margem de erro com
3,46% para encontrar o tamanho da amostra ideal:
Z2 / 2  p  q
1,113025
2,112  0,5  0,5
n
→
→n 
→ n = 930 eleitores.
n

2
2
e
0,001197
0,0346
Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 930 eleitores pelo Instituto Serpes.
Ep 
pq
 100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,77%.
n
801
801
Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (96,54%), temos: 1,77%× 2 = 3,54%. Nível de confiança de 96,54% e a margem de
erro mínima deveria ser de 3,54%.
Há uma maneira de encontra o tamanho mínimo de uma amostra, quando se tratar
de uma população infinita (aquela superior a 100.000 indivíduos), baseando-se nos
parâmetros da margem de erro pretendida (e) e no nível de confiança desejado (Zα/2):
I- e = 3,5% e Z = 2,11 (96,5%):
16
2
Z2 / 2 e
211
2,11 3,5
 211 

→
→ 7 n  211 → n 
→n 

 →n = 909 eleitores.
2 n 100 2 n 100
7
 7 
II- e = 2,99% e Z = 2,17 (97,01%):
2
 /2
2
Z
e
2,17 2,99
 217 
217

→
→
→
→
n

5
,
98
n

217

n

 →n = 1.317 eleitores.
2 n 100 2 n 100
5,98
 5,98 
III- e = 4% e Z = 2,06 (96%):
2
 /2
2
Z
e
206
2,06 4,0
 206 

→
→ 8 n  206 → n 
→n  

 →n = 664 eleitores.
2 n 100 2 n 100
8
 8 
IV- e = 3,46% e Z = 2,11 (96,54%):
2
 /2
2
Z
e
 211 
2,11 3,46
211

→
→ 6,92 n  211 → n 
→n 

 →n = 930 eleitores.
2 n 100 2 n 100
6,92
 6,92 
Nestes casos as pesquisas realizadas pelos Institutos IPEM, Veritá, Ibope e Serpes
deveriam ter adotado uma margem de 5% e um nível de confiança de 95% para que pudesse
ter mais confiabilidade, credibilidade e fidelidade nos dados divulgados.
Mas qual é a segurança que se tem de que as estimativas dessas pesquisas de
intenção de voto retratem a verdadeira preferência de toda a população (eleitores aptos a
votarem de Goiânia-GO), quer dizer, como ter certeza de que as intenções de voto da
população por aquele candidato situam-se entre os percentuais consignados nas planilhas?
Fazendo a pergunta de outra forma: Se a eleição fosse hoje (nas datas das pesquisas) como se
poderia assegurar que o certo candidato receberia uma votação de, no mínimo, suas intenções
de voto subtraída da margem de erro ou suas intenções de voto somada da margem de erro?
Certeza absoluta não se tem, mas podemos estabelecer estatisticamente, certo
nível de confiança que indique uma alta probabilidade de aquelas estimativas espelharem a
realidade. O nível de confiança é determinado de comum acordo entre o instituto de pesquisa
e o cliente (quem contratou a pesquisa).
Uma pesquisa realizada praticamente um mês antes da eleição é somente um
indicativo do grau de conhecimento do eleitorado em relação aos candidatos e uma medida da
simpatia ou antipatia ou aceitação ou rejeição que cada uma das pessoas pesquisadas desperta
em relação aos candidatos. Afirmamos com certeza, o cenário de hoje não será o do dia da
votação (eleição: 7/outubro/2012). Mas, diante desta ressalva, a pesquisa mostra tendências,
dificuldades e incoerências bem divergentes da realidade, por si só, cria um fato político.
CONCLUSÕES
As pesquisas eleitorais sempre foram tema de polêmica desde que começaram a
ser realizadas pelo Ibope em 1945. Desta época em diante, as pesquisas de intenção de voto
passaram a ser comuns nas eleições brasileiras. Muitos institutos surgiram e as técnicas e
métodos por eles utilizados foram se aperfeiçoando. Mas, sempre que o Brasil passa por um
novo processo eleitoral, as mesmas polêmicas, envolvendo as pesquisas, voltam à mídia.
Se surgir a pergunta: Qual o melhor tamanho da amostra em uma população
infinita? A resposta mais coerente em função da análise estatística é, se a amostra for grande é
dispendiosa e demanda mais tempo de mensuração e estudo; se a amostra for pequena é
menos precisa e pouco confiável. O tamanho da amostra depende do grau de confiança
desejado, da margem de erro pretendida e do desvio padrão que está correlacionado
diretamente com a margem de erro.
17
Concluímos que a inferência estatística deve considerar, sobretudo, a variável
qualitativa e quantitativa conduzidas na população para se extrair uma amostra considerável
para realização da análise da estatística descritiva em função da probabilidade de um evento
(atributo ou estrato) ocorrer e que possa ou não resultar em erro.
Os parâmetros da população a ser adotados: a média, a variância, o desvio padrão,
o erro padrão, nível de confiança, intervalo de confiança, a margem de erro, entre outros, para
conduzi-los a inferência e ao método de amostragem com análise de estimativa destes
parâmetros em relação à amostra considerada (subconjunto da população). A amostra deveria,
no mínimo, ser de 0,25% a 0,50% da população. No caso da pesquisa de intenção de voto
divulgada para a Prefeitura de Goiânia pelos jornais impressos e televisivos, os quais
contrataram as pesquisas dos institutos: IPEM, Instituto Veritá, Ibope e Serpes deveriam ter
pesquisado de 2.127 a 4.254 eleitores aptos a exercer o direito de voto, no mínimo.
O estatístico sem domínio da lei aleatória que rege a seleção da amostra é
impedido de conhecer as propriedades das estimativas. Ademais, compromete o cálculo,
mesmo aproximado, do erro e do intervalo de confiança das estimativas. O desconhecimento
da lei de seleção (métodos não probabilísticos) determina não existência de embasamento
teórico do método de estimação, não gera fórmula do cálculo do erro e da confiabilidade.
Estes são realizados por fórmulas gerais baseadas em propriedades de grandes amostras.
Neste trabalho procuramos dar uma ideia dos problemas enfrentados pelos
Institutos de Pesquisas, durante a realização de uma pesquisa de intenção de voto, mostrou-se
os possíveis erros que poderão acontecer bem como as fórmulas utilizadas para determinar o
tamanho da amostra.
Os defensores da ideia de que as pesquisas sejam proibidas, argumentam que a
divulgação das pesquisas teria uma forte influência nos resultados finais da eleição. Não há
dúvida que deverá existir um controle rigoroso por parte da imprensa, pelo Juiz Eleitoral,
Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Superior Eleitoral, sobretudo, pela sociedade.
É necessário que as informações sobre determinada pesquisa seja disponibilizada
para todos os interessados, permitindo que a seriedade seja avaliada. A ideia de proibir a
realização das pesquisas ou impedir a sua divulgação nos parece não ser aceitável, pois de
uma forma ou de outra as pesquisas continuam a ser realizadas e divulgadas de uma forma
camuflada nos meios de comunicação, onde a sociedade não privilegiada seria a grande
prejudicada.
Não pretendemos aqui discorrer sobre métodos estatísticos, mas apenas trazer
algumas informações da estatística quando usada nas pesquisas sociais (eleitorais). Há outros
pontos (especialmente sobre estatística) que ficaram de fora, os quais podem ser estudos em
obras específicas desta ciência. Mesmo em se tratando de pesquisa social, não se pretendeu
esgotar o tema, mas apenas compartilhar informações assimiladas quando da realização da
pesquisa que aqui foi relatada que poderá auxiliar o cidadão, o político, a imprensa quando
este se defrontar com a análise de alguma pesquisa.
Entendemos que as pesquisas eleitorais podem ser usadas como instrumento
privilegiado de propaganda, com poder para desequilibrar o pleito, o legislador buscou,
através da legislação pertinente, impor regras à divulgação das pesquisas, mas se tem
mostrada ineficiente.
O aparato legislativo existente visa a proteger o eleitor da divulgação de dados
imprecisos, incorretos ou manipulados e se configura em grande avanço rumo ao combate à
fraude na realização e divulgação da pesquisa eleitoral, porque torna possível a qualquer dos
candidatos que disputam o pleito o controle da mesma.
O Poder Judiciário Eleitoral tem contribuído com a idoneidade do processo de
pesquisa eleitoral, cabendo-lhe exercer papel administrativo na avaliação do registro e
divulgação da pesquisa, já que não tem conhecimento técnico suficiente para averiguação dos
18
dados e escolha de métodos depositados em Cartório. O Judiciário deveria ter especialista
para as análises estatísticas registradas, para coibirem as pesquisas distorcidas dos dados e
dissociadas da realidade fática.
As pesquisas eleitorais traduzem em argumentação. A argumentação é um recurso
que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o
comportamento alterado (acompanhar a opinião divulgada pela pesquisa). Sempre que faço
alguma argumentação, tem-se o intuito de convencer alguém a pensar como penso. No
momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que se
apresenta, com o propósito de defender a ideia e convencer o leitor de que essa argumentação
é a correta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paulo, 1996.
LINS, Newton. Propaganda eleitoral: comentários jurídicos, pesquisas eleitorais,
publicidade de governo em ano eleitoral. 2.ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2006.
MENDONÇA JÚNIOR, Delosmar. Manual de Direito Eleitoral. Salvador: JusPodivm, 2006.
NEUFELD, J. L. Estatística Aplicada a Administração usando EXCEL. 1.ed. 5.reimpressão.
São Paulo: Pearson, 2009.
PINTO, Djalma. Direito Eleitoral: Anotações e temas polêmicos. 3.ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2000.
STEVENSON, W. J. Estatística Aplicada a Administração. 1.ed. São Paulo: Harbra, 2001.
TRIOLA, M. F. Introdução a Estatística. 7.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
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