Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização de

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES – ECA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO INTEGRADA
DA COMUNICAÇÃO DIGITAL EM AMBIENTES CORPORATIVOS
LUCIANO SOARES COSTA LUZ
Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização de dados e
inteligência artificial no E-commerce
São Paulo
2014
2
LUZ, L. S. C.
2014
Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização
de dados e inteligência artificial no E-commerce
São Paulo
3
LUCIANO SOARES COSTA LUZ
Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização de dados e
inteligência artificial no E-commerce
Monografia
apresentada
à
Escola
de
Comunicação e Artes da Universidade de São
Paulo, como requisito parcial para obtenção do
título de especialista em Comunicação Digital.
Sob orientação da Profa. Dra. Daniela Bertocchi.
São Paulo
2014
4
Autorizo a divulgação e reprodução total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.
FICHA CATALOGRÁFICA
Luz, Luciano Soares Costa.
Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização de dados e inteligência
artificial no E-commerce. Luciano Soares Costa Luz: Orientadora Profa. Dra. Daniela
Bertocchi. São Paulo – 2014. 53 fls.
Monografia (Especialização Lato Sensu em Comunicação Digital) - Escola de
Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo. 2014.
1.Comunicação digital. 2. Web Semântica. 3. E-commerce. 4. Marketing Digital.
5
Nome: LUZ, Luciano Soares Costa
Título: Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização de dados e
inteligência artificial no E-commerce
Trabalho de conclusão do curso de especialização
em Gestão Integrada da Comunicação Digital em
Ambientes Corporativos, apresentado à Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo para obtenção do título de especialista.
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof. Dr.
_______________________ Instituição: ________________________
Julgamento: _______________________ Assinatura:________________________
Prof. Dr.
_______________________ Instituição: ________________________
Julgamento: _______________________ Assinatura:________________________
Prof. Dr.
_______________________ Instituição: ________________________
Julgamento: _______________________ Assinatura:________________________
6
DEDICATÓRIA
Para minha família.
7
AGRADECIMENTOS
À Karina – Me apoiou nos momentos de dificuldade e esteve ao meu lado em
todos os finais de semana durante a monografia.
À minha família – Para Nádia, Anisio, Magali e Gilberto, que acreditaram e
apoiaram incondicionalmente minha formação acadêmica. Agradeço do fundo do
coração.
À Daniela Bertocchi – Minha orientadora que atendeu prontamente minhas
dúvidas de final de semana e me conduziu durante esse trabalho.
Aos professores e colaboradores – À todos que fazem parte do Digicorp, que
me deram todo o suporte para quase 2 anos de aprendizado.
Obrigado!
8
RESUMO
LUZ, L. S. C. Web Semântica Comercial: Um estudo sobre a organização de
dados e inteligência artificial no E-commerce. 2014. 53f. Monografia (Pós
Graduação Lato Sensu) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2014.
Bem mais relevante que possuir uma quantidade considerável de informações é
possuir o conhecimento de maneira organizada, de fácil acesso, que possam
realmente ser utilizados com sabedoria. Atualmente a Web se mostra como uma
verdadeira vitrine organizacional, ou seja, através dela é possível gerar novas
formas de produção, comercialização e comunicação em E-commerce. A Web
evoluiu significativamente desde sua versão original, que nada mais representava
que um depósito de arquivos (Web 1.0). Com o desenvolvimento de plataformas de
comunicação, adquiriu um formato interativo, em que as mídias interativas e as
redes sociais passaram a protagonizar a comunicação digital (Web 2.0). Mais
recentemente busca alcançar a “inteligência artificial”, ou seja, a Web 3.0, ou a Web
semântica, utiliza metadados que possam ser “compreendidos” pela máquina,
reforçando a interação entre usuário e sistema, dados e informações. O presente
estudo busca analisar a aplicação comercial da Web Semântica, através de uma
pesquisa bibliográfica qualificada. Atuar em marketing requer dos profissionais que
lidam com tecnologias digitais grande percepção das sutis mudanças que ocorrem
diariamente no mundo online. Desta forma, verificar a utilidade da Web Semântica
como uma ferramenta a ser utilizada também com fins comerciais é também buscar
complementar a atuação profissional. Poder interagir com o cliente, sugerir produtos
baseado em um padrão de comportamento armazenado em acessos anteriores, ou
mesmo impedir o cancelamento de uma compra estão entre as aplicações da Web
Semântica Comercial. É sabido, que o caminho a percorrer é longo até obter-se a
implantação efetiva da Web Semântica, contudo, seus conceitos e aplicações iniciais
já foram capazes de promover significativas alterações nas mídias e relações
comerciais realizadas por meios digitais.
Palavras-Chave: Comunicação digital. Web Semântica. E-commerce.
9
ABSTRACT
LUZ, L. S. C. Commercial Semantic Web: A study on the organization of data
and artificial intelligence in E-commerce. 2014. 53f. Monografia (Pós Graduação
Lato Sensu) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2014.
Far more relevant than having a considerable amount of information is acquiring
knowledge on organized bases, in an easy way, and that can be used with wisdom.
Nowadays the Web shows itself as a true organized window-shopping, that means,
through it is possible to generate new methods of producing, selling and
communicating on an E-commerce. The Web grew significantly since its original
version, which was nothing more than a big data repository (Web 1.0). With the
development of the communication platforms, it acquired an interactive shape, where
interactive media and social networks became the leading roles of digital
communication (Web 2.0). More recently it seeks to reach an Artificial Intelligence,
Web 3.0, or Semantic Web, which uses metadata, that can be “understand” by a
machine, increasing the interaction among users, OSs, data and general information.
The current article analysis the commercial uses of the Semantic Web, through a
deep qualified bibliographic research. Work with marketing requires from it’s
professionals that deal with digital technology a high perception of even the smallest
changes that occurs on a daily bases on the online world. This way, verifying the
utility of the Semantic Web as a tool to be used also, with commercial means and
also seeking to complement the professional’s performance. The possibility to
interact with the customer, suggest products considering his pattern of behavior
gathered on earlier access, or even blocking the cancelation of a purchase are
among the applications of the Commercial Semantic Web. It’s already known, that
we still have a long journey until we reach the effective implementation of the
semantic web, however, it’s concepts and initial applications were already capable of
promoting significant changes on medias and commercial relationships through
digital media.
Keywords: Digital communication. Semantic Web. E-commerce.
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Evolução da Web em relação à interatividade ........................................... 18
Figura 2: Página com diferentes tipos de dados a serem inter-relacionados ............ 20
Figura 3: Grafo de uma Tripla, representação básica do RDF .................................. 22
Figura 4: Serialização RDF no formato N3 ................................................................ 22
Figura 5: Quantidade de dados publicados até 2009 com o conceito Linked Data ... 24
Figura 6: Conjuntos de Dados publicados com o conceito Linked Data até 2011 ..... 24
Figura 7: Comparação entre Comércio Tradicional e E-commerce........................... 28
Figura 8: Marca e proposta desenvolvida pela Yieldify ............................................. 34
Figura 9: Análise do comportamento de clientes no site durante 40 dias ................. 36
Figura 10: Jogo interativo para obter desconto ......................................................... 37
Figura 11: Código de desconto gerado após jogo interativo ..................................... 37
Figura 12: Design da solução ontológica da Volkswagen ......................................... 40
Figura 13: Aplicação da Web Semântica para mapeamento em saúde .................... 43
Figura 14: Fluxograma dos passos desenvolvidos .................................................... 44
Figura 15: Matrizes de dados com criação de alertas em padrões de risco .............. 44
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ARPANET
Advanced Research Projects Agency Network
ASP
Active Server Pages
B2B
Business-to-Business
B2C
Business-to-Consumer
B2G
Business-to-Government
CRM
Customer Relationship Management
EDI
Intercâmbio Eletrônico de Dados
ETL
Extração, Tradução e Carregamento
HTML
HyperText Markup Language
HTTP
Hypertext Transfer Protocol
IA
Inteligência Artificial
JSP
JavaServer Pages
MIT
Massachusetts Institute of Technology
N3
Notation 3
NCP
Network Control Protocol
PHP
Hypertext Preprocessor
RDF
Resource Description Framework
SGML
Standard Generalized Markup Language
SOAP
Simple Object Access Protocol
SPARQL
SPARQL Protocol and RDF Query Language
TCP/IP
Transfer Control Protocol /Internet Protocol
URI
Uniform Resource Identifier
URL
Uniform Resource Locator
Web
World Wide Web
W3C
World Wide Web Consortium
XML
Extensible Markup Language
YALE
Yieldify Algorithm Learning Engine
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
CAPÍTULO 1: Conexão de Significados ................................................................ 15
1.1. Conceito de Web Semântica .................................................................................................... 15
1.2. Evolução da Internet: da Web até a Web Semântica ........................................................... 16
1.3. Interação Homem-máquina: como a máquina aprende ....................................................... 19
1.4. Linked Data - organização de dados ....................................................................................... 20
1.5. Open Data - Dados na rede para acesso livre ....................................................................... 23
Considerações sobre o Capítulo 1 .................................................................................................. 25
CAPÍTULO 2: Cenário da web ................................................................................ 25
2.1. Problema: Quantidade de dados - O que a organização de dados pode ajudar na
inteligência comercial? ...................................................................................................................... 25
2.2. Panorama sobre o E-commerce .............................................................................................. 26
2.3. XML – Organização para o E-commerce................................................................................ 29
Considerações sobre o Capítulo 2 .................................................................................................. 31
CAPÍTULO 3: Inteligência artificial em sistemas web .......................................... 32
3.1. Estudo de Caso 1: Yieldify ........................................................................................................ 34
Considerações sobre o Estudo de Caso 1 ..................................................................................... 38
3.2. Estudo de Caso 2: Volkswagen................................................................................................ 39
Considerações sobre o Estudo de Caso 2 ..................................................................................... 41
3.3. Estudo de Caso 3: Web Semântica na Saúde ....................................................................... 42
Considerações sobre o Estudo de Caso 3 ..................................................................................... 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
13
INTRODUÇÃO
A Web Semântica foi concebida inicialmente por Berners, Hendler e Lassila
(2001) tendo como objetivo primordial a organização do conteúdo da Web, tal
organização, visa tornar tal conteúdo compreensível tanto aos usuários humanos,
quanto aos agentes computacionais, ou seja, possibilita a construção de
vocabulários, sistemas que ofereçam suporte às interações de rede e novas regras
para interoperar os dados disponíveis.
Cerqueira Lima (2004, p.106) ressalta que cada nova tecnologia pode resultar
em novas formas de produção de conhecimento e armazenamento de informações,
assim, diversas organizações públicas e não governamentais vêm trabalhando com
o intuito de adotar a tecnologia de Web Semântica e também melhorar seus
recursos e interações.
Existem diversas ferramentas criadas para a Web Semântica que podem
representar o diferencial para a comunicação efetiva entre empresas e seu público
alvo, facilitando, por exemplo, a compreensão de produtos e serviços ofertados à
usuários detentores de diferentes níveis de conhecimento técnico, ou mesmo auxiliar
estes na busca por estes serviços e produtos. Desta forma, a Web Semântica
permite um armazenamento de dados que facilita a comunicação entre o usuário e a
máquina, sendo mais eficiente que a Web de Documentos atualmente utilizada.
Diante da constante e revolucionária inovação tecnológica presente em
escala global é fundamental que sejam pensadas soluções que permitam facilitar o
acesso ao conteúdo Web à usuários com diferentes níveis de conhecimento técnico.
Os padrões utilizados na Web Semântica conferem uma maior expressividade ao
conteúdo Web, tal extensão da World Wide Web permite aos usuários ultrapassar os
limites de aplicações e websites, otimizando o compartilhamento de conteúdo.
A Web semântica busca não apenas coletar dados e identificadores, mas
conectá-los uns aos outros fazendo com que o computador seja capaz de
“compreender” a essência ou tema abordado, e reunir páginas e produtos
semelhantes levando em consideração o real significado destes, superando o
processo de apenas interligar tags similares. Com o crescimento do E-commerce, e
a crença de que a Web Semântica configura-se como o futuro da Web, é
fundamental se pensar em adaptar o comercio eletrônico a esta nova tendência.
Mas como pensar em uma Web Semântica Comercial? Para tanto é fundamental
14
conceber a ideia de que o conteúdo Web funciona como um banco de dados, logo,
produtos e serviços precisam ser armazenados de forma conveniente, sendo
satisfatoriamente identificados.
Inicialmente há que se pensar em uma descrição categórica, que o associe
com um grupo funcional, mas ao mesmo tempo, que destaque o novo item dos
produtos concorrentes. A partir de tal ideia surge então à noção da utilização da
Web Semântica, para criação de “Certidões de Nascimento digirais de produtos”, ou
seja, formas de registro de produtos a partir de uma descrição genérica, com
posterior inserção de informações específicas. Cada empresa usará então
metadados semânticos para o gerenciamento de toda linha de produção, e a cada
nova inserção de dados com os mesmos metadados o produto será atualizado,
criando uma rede dinâmica de informações. Tal rede permitiria um acesso rápido às
informações comerciais, bem como a divulgação mais eficiente de conteúdos ao
público alvo.
Com a intensa diversificação de produtos e serviços o consumidor final é cada
vez mais exigente, buscando informações e referências antes da aquisição final.
Uma empresa que disponibilize tais informações pode conquistar a confiança e
fidelização de tais clientes, destacando-se no mercado do E-commerce. Desta
forma, tendo em vista, as inúmeras vantagens advindas da implantação da Web
Semântica no E-commerce, o presente trabalho teve como objetivo geral realizar
uma busca qualificada na literatura sobre Web Semântica Comercial, além de
analisar sua aplicação no E-commerce, através do estudo de Cases de Sucesso já
documentados.
15
CAPÍTULO 1: Conexão de Significados
1.1. Conceito de Web Semântica
Embora úteis para processamento lógico e organização de dados, os
computadores não são capazes de estabelecer associações semânticas, mantendo
as informações obtidas em hierarquias rígidas. A mente humana, por sua vez,
realiza uma interconexão de diferentes tipos de informações, promovendo a
interação destas informações de maneira randômica. Partindo dessas premissas, a
Web Semântica, busca rearranjar informações e ideias, realizando associações de
maneira não restrita. Segundo Breitman (2005, p.2):
Os computadores fazem apenas a apresentação da informação,
enquanto o processo de interpretação fica a cargo dos seres humanos [...].
Grande parte das páginas disponíveis na Web é direcionada para outras
pessoas e não para serem processadas por programas de software [...]. As
páginas não contêm informações sobre si mesmas, ou seja, que tipo de
conteúdo está descrito e a que assunto a página se refere.
Desta
forma,
uma
publicação
semântica
seria
aquela
que
tenha
explicitamente o conteúdo semântico da página, tornando possível a “descoberta
automatizada” e por sua vez, a interação entre conteúdos semânticos comuns.
Ambinder e
Marcondes (2013,
p.195) afirmam
que
diversas
ferramentas
relacionadas a Web Semântica já vem sendo desenvolvidas nos últimos anos,
segundo os autores tal tecnologia, permitiria, por exemplo, novas possibilidades de
interação e pesquisa na leitura de conteúdos acadêmicos, facilitando inclusive a
comunicação entre cientistas . Entretanto, Campos (2010) ressalta que a maior
dificuldade em implantar a Web semântica é a necessidade de adaptar as
informações, visto que, os computadores precisariam ter acesso à coleções
estruturadas de dados e metadados, bem como a conjuntos de regras de
inferências, auxiliando no processo de dedução automática.
Esparcía e Martinez (2005, p. 137-138) destacam a web passou por muitas
alterações, evoluções, e atualmente oferece diversas ferramentas aos seus
usuários. Configura-se como um meio atrativo e prático, que possibilita tanto uma
interatividade passiva, quando se realiza uma navegação pelo conteúdo, como uma
interatividade ativa, por exemplo, em Chats, fóruns ou e-mails. De acordo com os
16
autores tais ferramentas permitem uma maior efetividade na comunicação, além de
possibilitar uma atualização constante do conteúdo, atingindo diretamente públicos
segmentados, o que favorece a veiculação de campanhas publicitárias e estratégias
de marketing direcionadas.
De maneira geral, compreende-se então que de forma gradativa a Web vem
se tornando uma plataforma de convergência de serviços e tecnologia, permitindo o
acesso à informações de maneira mais rápida e em quantidades cada vez mais
elevadas. Com uma quantidade de conteúdo cada vez maior, é natural que os
sistemas de busca fiquem menos precisos, ou encontrem maior dificuldade para
filtrar os resultados de tais buscas. Desta forma, segundo a W3C (2011) a Web
Semântica surge como alternativa para transformar o grande volume de
informações, em dados estruturados, que possibilitem manter uma hierarquia de
conexões interligadas por valor semântico, ou seja, a Web Semântica permitira às
máquinas realizarem a distinção das informações a partir do seu “significado”. Os
motores
de
busca
então
encontrarão
o
conteúdo
pesquisado
de
forma
contextualizada, aperfeiçoando os resultados das pesquisas.
1.2. Evolução da Internet: da Web até a Web Semântica
A internet pode ser entendida como um conjunto de computadores
conectados entre si através de uma rede de informação. Assim como grande parte
das tecnologias de informação, surgiu de uma necessidade de comunicação militar,
buscavam-se então formas de descentralizar a comunicação, que inicialmente
ocorria através da rede do pentágono. A primeira rede foi denominada ARPANET, e
surgiu em 1969. A ARPANET utilizava um back-bone1 que passava por baixo da
terra, sendo mais seguro em caso de bombardeio aéreo, e possuía um protocolo
NCP (Network Control Protocol), que posteriormente foi substituído pelo TCP/IP
(Transfer Control Protocol /Internet Protocol), pelo fato do primeiro não conseguir
atender a demanda de usuários(HAUBEN, 1998; MARKOFF, 1999; MARCONDES,
2005).
1
Segundo Marcondes (2005) Back-bone pode ser entendido como uma “coluna dorsal”,
representando a via principal de informações transferidas por uma rede.
17
Segundo Tanebaum (2003) mais tarde surgiu o primeiro navegador Web, o
MOSAIC, que fazia uso dos hipertextos, e somente a partir deste momento foi
fundada a primeira sociedade virtual, marcando o crescimento da internet, a Internet
Society. O Hipertexto pode ser entendido como uma sequência de blocos
interconectados, que permitem ao leitor diferentes caminhos de leitura. Com o
aumento dos “caminhos de leitura”, aumentam também as possibilidades de melhor
compreensão, e analise espacial e temporal do conteúdo pelo leitor, é como se o
texto passasse a ser melhor contextualizado (CAPPARELLI, 2002, p.20).
Em 1990 o físico e pesquisador do MIT (Massachusetts Institute of
Technology) Sir Timothy John Berners-Lee criou o World Wide Web (Web), uma
plataforma multimídia, que foi responsável pela popularização da internet além dos
campos de pesquisa. Ainda hoje é a interface mais divulgada e utilizada da internet,
podendo ser acessada através dos browsers, permitindo a interação com conteúdos
multimídia como imagens, formulários, vídeos, dentre outros (HAYES, 2006;
CASTRO 2006; RODRIGUES, 2007).
Anos mais tarde, em 1994, Berners-Lee fundou a W3C (World Wide Web
Consortium), que passou a representar o órgão de referência para padronização das
tecnologias web, possibilitando o surgimento de novos conceitos como a linguagem
HTML e especificações URL (Uniform Resource Locator). Em 1980 o pesquisador já
havia
programado
o
primeiro
navegador
Web,
denominado
ENQUIRE,
posteriormente sendo substituído por diversos outros concorrentes. Com o aumento
da consistência da Web era de se esperar que o número de máquinas conectadas
crescesse
exponencialmente,
surgindo
diversos
navegadores,
e
grandes
concorrentes com as tecnologias web, dois grandes navegadores que por muito
tempo dominaram os mercados foram o Natscape e o Microsoft Internet Explorer
(JEFREY, 2003; LEINER et. al., 2003).
A evolução da web pode ser entendida a partir do nível de interatividade com
o usuário (Figura 1). Embora seja a mesma plataforma, esta passou por diversas
atualizações agregando funções associadas à interatividade, com novos recursos e
opções. Em um primeiro momento os sites publicados foram desenvolvidos visando
a comunicação entre pesquisadores em geral, o conteúdo era estativo, sem
utilização de mídia interativa, mas atendiam as necessidades inerentes à época.
Posteriormente, com a popularização da rede surgiram versões mais comerciais,
que buscavam “prender” o usuário ao site, surgiu então um conteúdo mais dinâmico,
18
embora com certa simplicidade, neste momento apareceram os primeiros blogs, com
a inserção de mídia interativa. Tal conteúdo dinâmico foi evoluindo, surgindo o que
hoje é denominado “internet colaborativa”, a web 2.0, cujo conteúdo em sua maioria
é criado pelo próprio usuário. O objetivo do conteúdo dinâmico era permitir aos
produtores de conteúdo a possibilidade de adequar e atualizar o site sem a alteração
da programação básica. Surgiram as linhagens PHP, utilizadas especialmente na
criação de páginas pessoais e posteriormente surgiram as linguagens ASP e JSP,
aumentando ainda mais a acessibilidade e nível de interatividade (BERNERS-LEE,
CAILLIAU e POLLERMANN, 1994; NURMI, 2007).
Figura 1: Evolução da Web em relação à interatividade. Web 1.0 Caracterizada por textos e flashes
gráficos básicos. Web 2.0 Surgem as páginas pessoais, maior interação com o usuário, conhecida como portais
2D, com redes sociais, blogs, podcasts, e vídeos. Web 3.0. Também conhecida como Web em tempo real, com
ambiente co-criativo, aumentam os portais 3D, com representações em avatar, e perfis interoperáveis. Recursos
integrados para educação, negócios e entretenimento, dentro e fora dos mundos virtuais.
Fonte: Hayes (2006)
Embora o termo Web 2.0 não represente nenhuma alteração da versão, o
termo criado pela O'Reilly Media em 2004, serviu para designar um conjunto de
evoluções ocorridas progressivamente, que culminam na criação de sites que
priorizam a criação de conteúdo pelos próprios usuários, o que pode ser claramente
exemplificado pelas redes sociais e comunidades, como Wikipédia, Youtube e
Facebook. Com a criação de mídia pelos próprios usuários, ou seja, o conteúdo
gerado pelo consumidor foi possível uma maior aproximação entre as organizações
19
e seus consumidos, permitindo também um melhor feedback para as empresas
sobre produtos e serviços (BERNERS-LEE e FISCHETTI, 2000; RAVACHE, 2007).
A evolução da Web 2.0, é o que denominamos Web Semântica, ou Web 3.0.
Caracteriza-se como “um novo formato de conteúdo para a web que tem significado
para computadores”, conforme descrito pelos próprios Berners-Lee e Fischetti
(2000). A Web semântica, embora ainda não consolidada já repercute em diversas
programações Web que buscam indexar conteúdos que possam ser “interpretados”
pelas máquinas, aperfeiçoando os sistemas de busca, assim, o termo consistiria em
incluir “significados” a partir de meta-marcações nas páginas da internet
(RODRIGUES, 2007; SOUMOKIL, 2008).
Como o conceito da Web Semântica ainda está em construção, existem
diversas frentes que buscam interpretar o que seria essa evolução para qual a web
2.0 caminharia, segundo Hayes (2006) a Web 3.0 poderia ser entendida como a
internet “em tempo real”, representada por ambientes virtuais em três dimensões
(3D), como o Second Life, promovendo a interação interpessoal em uma realidade
virtual.
1.3. Interação Homem-máquina: como a máquina aprende
Para humanos é fácil extrair significados, seja de imagens, textos complexos
ou conjuntos de informações, contudo, para máquinas tal tarefa não se apresenta
tão acessível. Em uma tela que possua dados de contato, identificação e imagem de
determinada pessoa (Figura 2), por exemplo, é fácil ao acessá-la que uma pessoa
identifique e inter-relacione tais dados. Contudo, atualmente tal interconexão de
sistemas que falam do mesmo assunto com diferentes linguagens só torna-se
possível para máquina a partir de um conjunto de páginas com formato similar e
conhecido, como ocorre através de “wrappers”. A máquina pode ser capaz de ler o
conteúdo, mas não consegue processá-lo adequadamente, demonstrando a
dificuldade em automatizar processos. A solução então seria descrever tais dados
contidos na Web, representando-os de maneira conveniente (DIAS, 2001;
BERNERS-LEE, HENDLER e LASSILA, 2001).
20
Figura 2: Página com diferentes tipos de dados a serem inter-relacionados
Fonte: DAVIDSON, Susan. Personal Home Page
2
1.4. Linked Data - organização de dados
Como já dito anteriormente o W3C é o órgão definidor desde protocolos de
baixo nível de rede até linguagens utilizadas na web. Atualmente o W3C
compreende um consórcio de organizações, que unem esforços para definir as
padronizações da Web, apenas pela existência de tal padrão é possível a
reprodução pelos navegadores Web de documentos e tecnologias de maneira
ordenada (JEFFREY, 2003; MELO e BARANAUSKAS, 2005; LUKASZEWSKI, s/d).
Linked Data pode ser entendido como o processo de ligação e estruturação
dos dados em Web Sites (resources) de maneira “processável” pelas máquinas, ou
seja, uma linguagem de mediação entre o conteúdo oferecido ao usuário, e a
tradução da semântica de tal conteúdo para a máquina. Realizar a organização das
informações em formatos de dados, ou seja, formando uma teia de informações,
possibilita o que é denominado por especialistas como a “web de dados”, ou seja, a
partir da técnica de Linked Data, seria possível a implantação da Web Semântica.
2
Disponível em: http://www.cis.upenn.edu/~susan/. Acesso em 20 de Agosto de 2014.
21
Dentre as tecnologias criadas para implementação de Linked Data a mais
disseminada é o framework RDF, a tecnologia baseia-se na utilização de
vocabulários para descrição de ontologias, ou seja, a partir da definição de um
contexto são especificados termos e significados que descrevam tal contexto, unindo
os dados a partir de seu real significado. Para Horrocks (2008, p.3) a ontologia pode
ser entendida como um artefato de engenharia capaz de introduzir um vocabulário
que descreva diversos aspectos de um domínio determinado, provendo uma
especificação explícita da semântica do vocabulário. Uma outra vantagem advinda
da utilização do Linked Data, é a possibilidade de descentralização de um conjunto
de dados, utilizando a Web como uma área de convergência, ou seja, permutando-a
em um banco de dados global.
A atribuição dos significados de uma informação em RDF é feita utilizando-se
vocabulários semânticos. Desta forma, ao Linked Data são atribuídas as funções de
publicação, tipagem e ligação de dados baseadas na função semântica do RDF.
Existem já no mercado alguns conjuntos de termos descritivos de ontologias, um
deles é o schema.org, que embora tenha sido desenvolvido voltado para
mecanismos “microdata”, possuem compatibilidade com o RDF a partir da sintaxe
RDFa (SCHEMA.ORG, 2012).
Bizer (2009, p.2) define Linked Data como:
[...] é uma forma de utilizar a web para criar ligações tipadas entre dados de
diferentes fontes. Estas fontes podem ser, por exemplo, de diversas bases
de dados mantidas por duas organizações em diferentes regiões
geográficas, ou simplesmente sistemas heterogêneos em uma única
organização que, historicamente, não provê interoperabilidade no nível de
dados. Tecnicamente, Linked Data refere-se aos dados publicados na web,
de tal forma que pode ser compreendido por máquinas e que seu
significado seja explicitamente definido.
Harth (2005, p.1) afirma que no RDF os dados são representados baseados
em grafo, ou seja, são desprovidos de esquema, e auto descritivos. Desta forma, a
representação de dados do RDF seria similalr ao modelo de diagrama de classes
“da orientação a objetos”, consistindo na criação de statements sobre recursos Web,
que lançam mão de expressões triplas (Figura 3). Ou seja, caso quiséssemos
representar a informação “a escala cromática possui doze notas” as triplas RDF
seriam organizadas da seguinte forma: “escala cromática” seria o subject, a
22
propriedade, ou seja, “possui” seria o predicate, e a informação em si, “doze notas”
seria o object. Sendo que cada elemento desta tripla é uma URI.
Segundo Berners-Lee et al (2005) a URI é um tipo de mecanismo utilizado
para identificação uniforme
mecanismo
possui uma
e extensível de recursos abstratos ou físicos. Tal
sintaxe
genérica,
que
permite
sua
identificação,
independentemente do meio ou serviço utilizado para sua disponibilização.
Figura 3: Grafo de uma Tripla, representação básica do RDF
Fonte: Próprio autor.
Tais triplas também podem ser representadas de forma textual tornando-as
legíveis para humanos através da serialização, sendo que os formatos de
serialização recomendados pela W3C são o Notation 3 (N3) e o XML (Figuras 4).
Figura 4: Serialização RDF no formato N3
Fonte: Próprio autor.
Na Figura 4 na primeira linha é feita a “invocação” do vocabulário RDF a ser
utilizado, tal vocabulário será indicado pelo prefixo “m”, nas outras linhas são
definidas as descrições e propriedades, ou seja, o resource. No exemplo
apresentado “possui” seria uma propriedade do vocabulário <http://lucianosoares.tcc/dados/vocabulario/>, que é referenciado por m. Outro ponto fundamental
é a indentação das propriedades à linha do resource, e em caso de várias
propriedades as mesmas devem ser dispostas uma por linha.
Ainda segundo Berners-Lee (2006), existem quatro fundamentos que
norteiam a aplicação do Linked Data, o primeiro deles refere-se à utilização de URls
como nomes para identificação de “coisas”. Posteriormente deve-se utilizar HTTP
23
URls para que seja possível a vizualização desses nomes por pessoas, além disso,
deve-se fornecer juntamente à visualização do nome informações úteis, o que é feito
utilizando padrões como o RDF ou SPARQL. Por último, deve-se utilizar links que
remetam a outras URls, criando uma teia de infromações, interligando resources de
um mesmo Web site, ou de Web sites distintos.
1.5. Open Data - Dados na rede para acesso livre
O projeto Linking Open Data foi fundado em 2007 pelos grupos Outreach
Group e W3C Semantic Web Education, tendo como objetivo, segundo Berners-Lee
(2009, p. 5) iniciar a Web de dados, ou seja, publicar de forma estruturada conjuntos
de dados com acesso livre (licenças abertas). Nos primeiros anos o projeto contava
apenas com pesquisadores e pequenas empresas parceiras, contudo, com a
divulgação do mesmo, diversas organizações e o próprio Governo Americano
passaram a colaborar.
Segundo Tarasova (2012, p.18) os dados na rede para acesso livre
concedem permissão não apenas para acesso, mas também reuso e redistribuição.
A expansão das licenças abertas acaba se tornando uma condição primordial para o
desenvolvimento da Web Semântica, uma vez que, para indexar dados a partir de
sua “interpretação” será necessário também um acesso à tais dados. Berners-Lee
(2009, p. 5) ressalta que o crescimento do projeto já é algo certo, uma vez que
qualquer organização pode publicar conjuntos de dados e interliga-los à conjuntos já
existentes, aperfeiçoando inclusive a associação e acesso à dados científicos, o que
permitiria um avanço na troca de informações e aquisição de conhecimentos.
Ao se comparar os dados publicados utilizando o conceito Linked Data em
2009 até 2011 é possível observar um grande salto de crescimento, o que reforça a
ideia de que o futuro da Web, ou seja, a Web semântica já vem sendo delineada a
passos largos (Figuras 5 e 6).
24
Figura 5: Quantidade de dados publicados até 2009 com o conceito Linked Data
Fonte: Berners-Lee, 2009.
Figura 6: Conjuntos de Dados publicados com o conceito Linked Data até 2011
Fonte: Cyganiak e Jentzsch, 2011.
25
Considerações sobre o Capítulo 1
Desde a produção dos primeiros computadores, à criação da internet e
evolução da Web 1.0 à Web semântica observa-se cronologicamente um aumento
da interatividade, maior possibilidade de comunicação entre usuários, comunidades,
e possibilidade de troca de informações mais efetivas. Assim, é fundamental levar
em consideração alguns pontos:

A evolução da Web representa um processo de evolução natural dos canais
de comunicação;

A Web permite que as organizações possuam vitrines interativas, com maior
capacidade de demonstração de conteúdos, produtos e serviços, abrangendo
o leque de possibilidades de divulgação;

A Web semântica permite uma maior organização do conteúdo disponível no
meio virtual, otimizando as buscas, e possibilitando o desenvolvimento de
recursos diferenciados para cada organização;

É fundamental que as organizações realizem um planejamento de relações
públicas, visando a interatividade da Web, e tirando proveito do feedback
advindo da maior interação com consumidores finais.

Embora bastante divulgada a Web semântica ainda é em grande parte um
conjunto de ideias que estão sendo implantadas, cujos valores fundamentais
são: organização de informações, e criação de dicionários baseados em
ontologias, para melhor compreensão e interligação de dados pelas
máquinas.
CAPÍTULO 2: Cenário da web
2.1. Problema: Quantidade de dados - O que a organização de dados pode
ajudar na inteligência comercial?
A internet, embora seja um meio de acesso praticamente infinito à conteúdos
e informações, apresenta um grande volume de dados pouco ou nada estruturados.
Gerando diversos problemas práticos, como uma maior dificuldade para se
26
encontrar o que deseja, dificuldade em integrar informações de fontes variadas ou
extrair significado das páginas, resultando em uma impossibilidade de interconectar
sistemas e ofertar uma comunicação viável. O modelo atual de buscas e consultas é
bastante impreciso. Por ser baseado em links e palavras-chave comumente
observa-se uma falta de semântica, retornando resultados imprecisos após uma
busca primária por informações.
Leite (2009) afirma que o mercado eletrônico e a maior parte das relações
comerciais ocorridas em meio virtual, pode ser comparado
às compras
tradicionalmente realizadas por catálogo, o cliente percorre as páginas a procura de
itens que deseja, ou, quando já familiarizado, dirige-se à seção do catálogo que
contem o produto desejado. No caso virtual, a organização dos dados seja nos sites
das empresas especializadas ou nos sites de busca tornariam possível que o
produto correto fosse encontrado e o negócio concretizado.
Outro ponto relevante quanto à inteligência comercial é a possibilidade de
estabelecer perfis de preferência. Com a organização eficiente dos dados será
possível, a partir da analise de páginas acessadas, buscas realizadas, e produtos
adquiridos, montar um perfil de determinado cliente, podendo usar tais informações
para direcionar à este conteúdo e produtos de forma “individualizada”. Em suma, a
máquina seria capaz de “perceber” quais produtos determinado internauta teria
maior propensão à compra e realizar sugestões sutis, ou mesmo direcionar
conteúdos relacionados (E-COMMERCE. ORG.2010).
Outra operação que pode ser bastante favorecida com a organização dos
dados visando a inteligência comercial é o Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI)
entre empresas, como por exemplo, troca de informações básicas entre fabricantes
e fornecedores, ou varejistas e distribuidores (BOLÇONE, 2003).
2.2. Panorama sobre o E-commerce
Segundo Laudon e Laudon (2007) Comércio Eletrônico ou e-commerce
refere-se a todo tipo de negócio que utiliza-se da Web para concretização dos
negócios. De acordo com os mesmos autores o comércio eletrônico iniciou-se em
1995, quando o Natscap.com passou a aceitar os primeiros anúncios comerciais:
Na época, ninguém vislumbrava a curva decrescimento exponencial que as
vendas no varejo eletrônico experimentariam, vindo a triplicar e a dobrar nos
27
anos seguintes. Apenas a partir de 2006 o comércio eletrônico de varejo
“desacelerou” para uma taxa de crescimento anual de 25 por cento
(LAUDON e LAUDON, 2007, P.271).
Alves et. al. (2004) afirma que as relações comerciais nos anos 90 foram
substancialmente alteradas pela explosão da internet, uma vez que, a partir da
expansão de tal meio de comunicação todas as parcerias comerciais puderam
passar a ser realizadas no ambiente virtual, refletindo assim em todos os tipos de
organização comercial. Bertaglia (2005) relata que por não possuir limite geográfico
o comercio eletrônico alcança todos que estejam presentes na rede de
computadores, beneficiando diretamente os clientes que passam a ter mais
ferramentas
comparativas
e
opções
de
escolha.
No
Brasil
estimava-se
aproximadamente 30 milhões de usuários do E-commerce no ano de 2011, sendo
que em 2009 as compras à varejo já possuíam uma parcela significativa (5%) de
transações realizadas no ambiente online. (E-COMMERCE.ORG, 2010).
Segundo Drucker (2000 apud DUARTE, 2002, p.41):
O comércio eletrônico representa para a Revolução da Informação o que a
ferrovia foi para a Revolução Industrial: um avanço totalmente inusitado,
inesperado. E, como a ferrovia de 170 anos atrás, o comércio eletrônico
está gerando um boom novo e distinto, provocando transformações
aceleradas na economia, na sociedade e na política.
Em um estudo realizado por Hortinha (2001) é possível observar as
mudanças no comércio com o advento da popularização da internet, surgindo novas
ferramentas de venda e também grande necessidade de remodelação de todo
processo (Figura 7). Ao comparar o comercio tradicional com o E-commerce é
possível dimensionar o impacto de tais mudanças sobre os consumidores e
profissionais envolvidos.
28
Figura 7: Comparação entre Comércio Tradicional e E-commerce
Fonte: Hortinha (2001).
De acordo com Alves (2002) existem diversos conceitos aplicados ao
comércio eletrônico, sendo que comumente são subdivididos em três principais
categorias: Business-to-Business (B2B); Business-to-Consumer (B2C) e Businessto-Government (B2G).
Business-to-Business pode ser entendido como o E-commerce focado em
operações de compra e venda de serviços, produtos e informações de empresa para
empresa. O presente estudo será focado no B2B, ou seja, o denominado comércio
eletrônico voltado diretamente da empresa ou consumidor, ou simplesmente varejo
eletrônico. Tal categoria permite não apenas criar vendas pela internet, mas também
expandir a divulgação da empresa, e os mecanismos de compras e buscas pela
internet (LAUDON e LAUDON, 2007).
É importante salientar que o e-commerce traz inúmeras vantagens ao
comércio por possibilitar uma redução de custos, melhorar a competitividade e, por
conseguinte a qualidade dos serviços e permitir uma resposta mais rápida às
necessidades. Contudo, a impossibilidade de envio do produto pela própria rede
pode acabar gerando um ponto crucial de dificuldade, visto que, o serviço de
entregas comumente é realizado por empresas terceirizadas, que podem determinar
a falha de toda transação comercial (ALVES, 2002; LAUDON e LAUDON, 2007).
Richers (2000) salienta ainda, que o acesso à internet ocorreu de forma
desigual, sendo assim, boa parte da população ainda possui muitas reservas quanto
29
ao fornecimento de dados de cartão de crédito, idoneidade das lojas virtuais, e até
mesmo certa dificuldade em encontrar os produtos pesquisados. Desta forma, é
fundamental que sejam pesadas iniciativas que fortaleçam a identidade e marca
virtual, além de melhorias nos sistemas de busca que permitam resultados mais
contextualizados e precisos (RICHERS, 2000; TOREZANI, 2001).
Assim como na maioria dos países a internet encontra-se em expansão no
Brasil, o que indica que o e-commerce tende a se fortalecer e tornar-se cada vez
mais competitivo. Segundo Guasti (2013):
O faturamento das vendas pela internet deve fechar 2013 em R$
28,5 bilhões, em valores nominais cerca de 25% acima do desempenho de
2012, segundo estimativas preliminares do presidente da consultoria e-bit,
Pedro Guasti. Para 2014, a projeção é de um avanço próximo a 20% ante
2013.
2.3. XML – Organização para o E-commerce
Segundo Arehart (2000) a Extensible Markup Language (XML) pode ser
compreendida como uma metalinguagem capaz de fornecer sintaxe para linguagens
de marcação, ou seja, trata-se de uma tecnologia utilizada para criação de
documentos devidamente estruturados de forma que permita sua permutação entre
sistemas. Enquanto no HTML os dados são descritos de forma similar ao que é
exibido, na XML os dados possuem organização e estrutura própria, de forma a
facilitar a comunicação entre diferentes plataformas.
Uma vez acordado o vocabulário a ser utilizado para descrição dos dados a
XML facilita a comunicação entre empresas. Permitem uma vida longa aos dados,
uma vez que são estruturados como texto simples, garantindo a utilização dos dados
ainda que o sistema se torne obsoleto e ainda proporciona maior liberdade de
extensibilidade. O antecessor da XML era o Standard Generalized Markup Language
(SGML) não obteve tanto êxito por ser mais complexo e exigir conhecimentos
técnicos avançados, o que impedia sua utilização em larga escala. Já a XML, é
capaz de fornecer uma estrutura padrão para criação de vocabulários de marcação
de negócios sendo mais fácil de trabalhar e implantar que o SGML.
A XML permite que a representação dos dados possua características de
documentos, o que garante que uma mesma informação seja processada, seus
dados possam ser visualizados, ou tenha seu conteúdo apresentado, a exibição do
30
documento em si, em um mesmo aplicativo e no mesmo momento. Ou seja, a XML
permite que um documento seja “inteligível” para máquinas e humanos. Para a
utilização do XML em e-commerce é fundamental a criação de vocabulários XML,
protocolos e software.
Embora existam algumas áreas que já possuam linguagens baseadas na
sintaxe XML tais vocabulários comumente não são padronizados, o que de certa
forma dificulta a expansão da XML. Uma vez elaborados vocabulários específicos
para o e-commerce é importante que se obtenha a capacidade de interação com
aplicativos remotos, ou seja, protocolos que permitam a transmissão de documentos
XML. O protocolo de transferência de Hipertexto (HTTP) pode ser utilizado para este
fim. Os protocolos XML-RPC, Simple Object Access Protocol (SOAP), e o XML
CORBA são exemplos de protocolos capazes de permitir a um cliente a emissão de
uma RPC para um aplicativo de servidor com obtenção de uma resposta em seguida
(KAMTHAN e PAI, 2000).
Segundo Kamthan e Pai (2000) uma das vantagens da XML é que possui
uma grande gama de códigos de programação abertos, seja em linguagens de
programação do sistema como C/C++ ou em linguagens de script, como Perl e Tcl, o
que permite às empresas experimentar softwares sem custos maiores. É claro que
com a maior procura e maior uso da XML, diversos investimentos em softwares
comerciais para aplicação da XML ao e-commerce vem sendo realizados, o que
promove a criação de produtos mais estáveis que garantam um atendimento melhor
ao cliente.
Para que uma empresa tenha seus dados disponíveis no formato XML na
Web estes podem ser associados com CSS ou transformá-los em XHTML, visto que,
os dados criados em XML podem ser criados em um formato e reaproveitados em
outros como já falado anteriormente.
31
Considerações sobre o Capítulo 2
O comercio eletrônico vem sofrendo grande expansão nos últimos anos, o
que indica que as empresas podem ter um bom retorno com investimentos no
mercado digital. Alguns fatores parecem ser preponderantes quanto ao comércio
eletrônico e a utilização da inteligência artificial:

Os conceitos sobre inteligência artificial e sua aplicação na área de Ecommerce (inteligência comercial) ainda são bastante vagos, com certa
pobreza de discussões sobre o assunto;

A possibilidade de traçar perfis de consumidores, e identificar preferências e
comportamentos é algo praticado pelo campo do marketing e da publicidade
há algum tempo, sendo natural que tais conceitos sejam transportados para a
área digital. Conseguir que a máquina trace tais perfis pode alavancar as
potencialidades comerciais da Web;

A disposição de produtos em sites eletrônicos pode aumentar a visibilidade da
empresa, contudo, o consumidor, possui também diversas ferramentas de
comparação, como “farejadores de preços” e “fóruns” de discussão sobre os
produtos, o que acarreta também um público mais exigente;

A existência de grande volume de dados não estruturados pode dificultar a
busca por itens específicos, ao passo que, a utilização de ontologias e
significados (princípios da Web semântica) pode ser útil na organização de
tais informações auxiliando nos resultados, e, por conseguinte, na localização
de produtos e serviços;

De maneira simplista, o comércio eletrônico ocorre na seguinte sequencia: o
cliente acessa a Web, procura o produto, compara preços e efetua a compra.
Desta forma, otimizando a linguagem da web o processo como todo é
otimizado, reduzindo as chances de desistência da compra.
32
CAPÍTULO 3: Inteligência artificial em sistemas web
Há milhares de anos o homem busca compreender como os pensamentos
são processados e originados. Diversas áreas como filosofia, psicologia e mais
recentemente a neurociência buscam responder tais questões para então construir
soluções práticas e modelos baseados no cérebro humano. A inteligência artificial
(AI) vai além, busca compreender o funcionamento do cérebro, e também construir a
partir de tal compreensão sistemas e máquinas inteligentes, capazes não só de
obedecer a comandos, mas de tomar atitudes baseadas em “pensamentos” ainda
que básicos e primitivos.
É sabido que as alterações sofridas pelo mercado nos últimos anos, com o
desenvolvimento da mídia digital possibilitaram conceber uma vitrine dinâmica de
produtos nas redes digitais. Mas também ocasionaram uma maior participação do
consumidor na elaboração e montagem dessa vitrine. Os profissionais de marketing
precisam estar atentos às rápidas transformações e tecnologias à disposição, mas
também buscar oferecer um grande leque de produtos, com itens diferenciados, que
levem o cliente a entender que está recebendo um tratamento diferenciado.
Conceber uma empresa moderna só é possível quando associada às
atividades do marketing, segundo Kotler (2003, p.11):
Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e
desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de
rentabilidade, específica que mercados-alvo são mais bem atendidos pela
empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para
servir a esses mercados selecionados e convoca todos na organização para
pensar no cliente e atender ao cliente.
O marketing digital iniciou-se em 1990, com a publicidade de display,
permanecendo praticamente inalterada até 1998, quando surgiram os primeiros
anúncios textuais “segmentados por palavra-chave”, em que o custo era baseado no
número de cliques que tal cognato recebia, surgindo o marketing de busca. Com o
marketing de busca os profissionais do ramo passaram a ter uma maior visibilidade
dos gastos e investimentos reais, não ficando mais tão dependente do em display. A
partir de 2005 foi observado um grande avanço da mídia display, surgiram novas
33
tecnologias e uma série de ferramentas que buscavam aperfeiçoar o marketing
digital, como “Ad Network”, “Ad Exchange”, dentre outros.
De acordo com Kotler (2007, p.101) o marketing digital surgiu como forma de
usar todo o poder da rede mundial de computadores interconectados para alterar a
comunicação e “relacionamento com os consumidores”, surgindo um relacionamento
bidirecional, em que o consumidor atua de maneira ativa, tal forma de marketing é
denominado “marketing digital” e com o advento da Web Semântica vem se
tornando cada vez mais interativo e voltado ao atendimento do consumidor exigente
e bem informado, padrão comum com o advento das mídias digitais.
Essa inteligência, também embasado na aplicação da Inteligência Artificial
procura a associação entre produtos e serviços e o público específico, conhecido a
partir de padrões determinados por fundamentos semânticos. Com consumidores
cada vez mais seletivos e exigentes, a web semântica comercial pode proporcionar
a sensação de “exclusividade”, promovendo maior interação com o usuário, através
de mensagens direcionadas, buscas com resultados mais precisos, ou sites mais
estruturados.
Uma ideia que vem se tornando cada vez mais frequente é a associação da
Inteligência Artificial, mais notadamente das Redes Neurais, com atividades de Ecommerce e Marketing Digital. Segundo Bosaipo (2010) “as redes Neurais Artificiais
são sistemas não lineares que imitam o mecanismo de processamento do cérebro
humano”. De acordo com a mesma autora já existem diversas aplicações destas nas
áreas de recursos humanos, finanças, marketing, engenharia, dentre outras. Em seu
estudo a autora propõe, por exemplo, a utilização das Redes Neurais para a
previsão de comportamento do mercado financeiro, de modo similar, poderia ser
utilizado para “prever” o comportamento do consumidor, ou de determinado ramo do
e-commerce.
Neste capítulo serão apresentados cases de empresas que usam as primícias
da Web Semântica. No primeiro Estudo de Caso será apresentada a Yeldify, uma
empresa de tecnologia voltada ao e-commerce. No segundo Estudo de Caso será
abordada a utilização da Web Semântica Comercial pela empresa Volkswagen e no
último estudo de caso a utilização do recurso em aplicações voltadas ao
desenvolvimento de softwares visando a comercialização na área da saúde.
34
3.1. Estudo de Caso 1: Yieldify
Como converter visitantes de um e-commerce em clientes reais? Esta é a
proposta do software Yieldify (Figura 7), que utiliza “algoritmos de aprendizagem”
(Yieldify Algorithm Learning Engine - YALE) para rastrear o comportamento do
mouse, e otimizar o aparecimento de mensagens interativas direcionadas ao
usuário. Desta forma, a cada vez que o mouse se dirigir, por exemplo, ao campo de
saída da página é aberta uma janela interativa com promoções, ou alternativas
baseadas no “perfil” do cliente. Os desenvolvedores do produto chegam a afirmar
uma conversão de até 85% dos visitantes em consumidores. A empresa tem o
objetivo de aumentar o número de leads e vendas através de uma comunicação
“direta” com o usuário.
A utilização deste “perfil do cliente” é baseada no Customer Relationship
Management (CRM), que inicialmente era conceituada como o gerenciamento do
relacionamento com o consumidor, e na era do comércio digital comumente traduzse como uma estratégia que consiste na criação de um banco de dados do cliente, a
cada acesso, compra, ou busca na internet. Segundo Tibúrcio e Prokop (2008, p.3) o
novo conceito do CRM vem sendo amplamente difundido e utilizado devido ao seu
grande retorno e utilizada prática, visto que a partir deste banco de dados é possível,
por exemplo, “prever” as necessidades do cliente, aumentando assim as chances de
fidelização.
Figura 8: Marca e proposta desenvolvida pela Yieldify
3
Fonte: Site Yieldify
Essa comunicação direta com o usuário ocorre através do “retargeting”, que é
definido pelo Guia do Display como:
Ato de localizar visitantes que já visitaram um site específico e
impactá-los com publicidade display visando levá-los de volta para o site
para concluírem uma ação (conversão).
3
Disponível em: http://www.yieldify.com/. Acesso em 21 de Agosto de 2014.
35
A Yieldify já atua em diversos países como a Alemanha, Bélgica, Espanha e
França. De maneira geral o usuário é impactado no momento em que ainda está no
site ao tentar evitar a compra, tal impacto ocorre com o aparecimento de um cupom
de desconto para finalização da compra e desta forma o afiliado é remunerado a
CPA. O retargeting pode ainda impactar o usuário em momentos posteriores,
oferecendo, mesmo em outros sites o produto que desistiu da compra, seja de
maneira simples, com apenas o anúncio do mesmo, ou ainda de maneira elaborada,
oferecendo o item de desejo associado à promoções e similares.
Madruga (2004) afirma que a utilização de tais “banco de dados” permite
também realizar uma série de análises, que podem ter importância fundamental para
empresa. Em um estudo realizado com o site “Monarch.co.uk”, por exemplo, a
empresa já usuária do Yieldify, conseguiu obter dados de acessos, produtos mais
visitados, e uma série de estatísticas fundamentais para estabelecer estratégias de
divulgação e conduta organizacional. Verificar dados, perceber quais locais de maior
acesso em um website, ou qual produto possui maior aceitação são ferramentas
poderosas no marketing digital. Poder orientar o cliente à tais produtos acaba sendo
essencial para a conversão de visitante em cliente.
De acordo com Torres (2009) e bem demonstrado pelo site da Yieldify, a
pesquisa online (Figura 9) é uma poderosa ferramenta para definição da estratégia
de marketing ou campanha a ser adotada. Uma vez identificados os produtos de
interesse, as páginas mais acessadas, e os índices de visualização e conversão
destas em compras, é fundamental que a empresa utilize tais dados para
potencializar a conversão das vendas de forma acertiva. Dessa forma, utilizando o
Retargeting com o layer de promoção a Yieldify garante um aumento médio de
342% na geração de leads dos clientes atuais, gerando um aumento médio de
14,1% em receitas no caso específico de Monarch.
36
Figura 9: Análise do comportamento de clientes no site durante 40 dias
Fonte: Pesquisa de Mercado Yieldify – Monarch.
4
No site da Companhia aérea Monarch, ao colocar um bilhete de viagem no
carrinho de compras e tentar direcionar o mouse para fechar o navegador, é exibida
uma mensagem promocional, que tenta fazê-lo retornar à compra. O rastreamento
de movimento do mouse, baseado em princípios da IA, geram uma resposta
imediata ao usuário, aumentando sua “interação” com o site visitado.
Em outro site, como no www.joythestore.com, quando o cliente insere algo no
carrinho de compras, mas tenta desistir da mesma aparece a opção de um jogo
interativo (Figura 10), ao jogar ele tem a opção de aumentar seu desconto conforme
seu desempenho no jogo, os descontos vão de 1-10%, e logo após finalizar o jogo e
registrar o e-mail, já aparece o código para o cupom de desconto (Figura 11). O
cliente é então novamente direcionado ao site para finalizar a compra ou continuar
olhando outros produtos.
Tal estratégia tanto possibilita a interação com o cliente, como também para
uma ideia de conquista, ou seja, através do jogo o cliente conquistou tal desconto,
servido de motivação para a conclusão da compra. Além disso, a inserção do e-mail
para gerar o código de desconto, garante também a obtenção de tal dado para
utilização posterior em outras ações de marketing.
4
Disponível em: http://www.yieldify.com/. Acesso em 21 de Agosto de 2014.
37
Figura 10: Jogo interativo para obter desconto
Fonte: site www.joythestore.com
Figura 11: Código de desconto gerado após jogo interativo
Fonte: site www.joythestore.com
38
Considerações sobre o Estudo de Caso 1
Algumas empresas utilizam a estratégia de “seguir o cliente” após sua saída
do site por alguns dias mostrando produtos, ou informações relacionadas com suas
buscas anteriores. A Yieldfy se diferencia das estratégias convencionais de
retargeting por fazer com que o cliente receba o impacto no exato momento em que
ele deixaria o site, movendo o cursor para fechar o navegador, ou ainda quando
dirige o mouse para digitar ou buscar outros sites.
A empresa utiliza-se de recursos de marketing digital e inteligência artificial na
criação de banco de dados, utilização de algoritmos de pesquisa e ferramentas
inovadoras fazendo com que o cliente possa receber um atendimento “diferenciado”,
com sugestões baseadas em seu padrão comportamental na internet.
Associar ferramentas de comunicação, marketing e web semântica são
formas de aumentar o valor percebido aos sites empresarias destacando-se dos
demais. Como já foi dito, embora seja um ambiente dinâmico, e que permita ampla
visualização do conteúdo da empresa, a Web também permite ao consumidor uma
comparação infinita, exigindo das empresas um investimento ainda maior em
recursos que as diferenciem das demais. Como pano de fundo dos produtos
ofertados pela Yieldfy à seus clientes é possível observar:

Padrões
de
Web
semântica,
na
organização
das
informações,
e
estabelecimento de buscas sistematizadas;

Utilização dos princípios da IA, a partir dos algoritmos de aprendizagem;

Abordagem de conceitos de Marketing digital associados à IA, com ampla
valorização do Customer Relationship Management e Retargeting.
39
3.2. Estudo de Caso 2: Volkswagen
O investimento de grandes empresas em marketing digital deixou de ser
novidade, visto que, no mundo globalizado torna-se imperativo adequar-se às
tecnologias digitais. O Grupo Volkswagen conceitua-se como uma das empresas
líderes mundiais na produção de veículos, sendo considerada a maior fabricante de
carros na Europa e uma das líderes no Brasil. Possui em todo o mundo mais de
550.000 colaboradores, e atua em 153 países. A empresa possui um importante
setor de marketing digital, que já vem atuando desde 2010 para reformular seus
dados digitais. Baseados em noções de Web Semântica a empresa iniciou um
projeto de “pesquisa contextual”, ou seja, alterando a forma de compartilhamento de
seus dados na web, que busca direcionar o conteúdo desejado aos clientes certos,
de maneira mais objetiva e rápida.
Anderson (2009) afirma que o Marketing digital pode ser entendido como
estratégias que as empresas utilizam através da telefonia celular ou internet para
divulgar, comercializar ou melhorar sua imagem e seus produtos. Monteiro (2008)
complementa que o mercado de mídia alterou-se profundamente com o surgimento
do Google, e demais mecanismos de busca. Segundo o autor, os profissionais de
marketing vêm lançando mão de diversas ferramentas como o Google AdWords
(Links Patrocinados), Otimização de Sites para busca orgânica ou reestruturação
semântica do conteúdo digital. Tais ferramentas permitem que as empresas sejam
facilmente encontradas, mas também, atinjam de maneira objetiva o público
desejado.
Acreditando nesse novo conceito de marketing e visibilidade digital a
Volkswagen busca disponibilizar as informações requeridas de maneira mais rápida,
tentando levar os clientes à tomar decisões de maneira mais proativa, o que poderá
aumentar a “taxa de conversão”, ou seja, a venda de produtos. Além disso, através
da correta estruturação de vocabulários e dados, é possível tornar os dados da
empresa acessíveis mesmo em buscas indiretas, sendo assim, um canal indireto
para atrair novos clientes.
Os profissionais da empresa inicialmente tentaram utilizar ferramentas pagas
como “Google GSA” e o “Apache Solr”, uma vez que nenhuma das soluções
forneciam os recursos desejados, e no caso da primeira, ainda havia um custo
elevado. Então, foi elaborada uma outra solução: Identificar os vocabulários já
40
existentes na Web e desenvolver um “suplemento” para cobrir e descrever domínios
ainda não estabelecidos por conceitos claros. De maneira simplista, a empresa
verificou a necessidade de aperfeiçoar os vocabulários existentes, e organizar a
informação necessária, complementando também com outros vocábulos.
De acordo com Greenly et. al. (2011) a reestruturação ontológica da
Volkswagen seguiu os seguintes passos (Figura 12):

Levantamento dos dados estruturados e não estruturados existentes;

Anotação do conteúdo HTML com RDFa, utilizando vocabulários adequados;

Alterar a transcrição dos produtos já disponíveis para RDF, com utilização de
vocabulários mais significativos;

4)Extração de RDF a partir do RDFa, utilizando o Nutch, mesclando
posteriormente com dados do produto;

Estruturação da pesquisa sintática e da
linguagem de consulta SPARQL
(SPARQL Protocol and RDF Query Language).
Figura 12: Design da solução ontológica da Volkswagen
Fonte: http://www.w3.org/
41
Breitman (2005) afirma que Ontologia pode ser entendido como um protótipo
ou modelo de dados utilizado para representação de um conjunto de conceitos
inseridos em um mesmo domínio. Assim, as ontologias descrevem, os objetos em
si, ou indivíduos, as classes à que estes pertentem, seus atributos, e suas relações.
Permitindo uma melhor caracterização de conceitos, e a formações de teias de
informações, que permitem o fácil acesso aos dados.
Desta forma, as principais alterações obtidas com a reestruturação digital da
Volkswagen recaíram sobre a expressividade de suas buscas, uma vez que, em vez
de palavras-chave ou frases agora são utilizados modelos semânticos, com
agregação de significado, retornando resultados mais precisos. Outra vantagem é
que ao utilizar uma linguagem de consulta SPARQL permite-se padronizar o
conteúdo web, tornando possível sua reutilização posterior.
Considerações sobre o Estudo de Caso 2
Para implementação da Web Semântica é necessária a estruturação de
diversos vocabulários específicos, que se adequam a diversas áreas do
conhecimento. Com a iniciativa da Volkswagen obteve-se ganhos não apenas para
a empresa, mas para toda a indústria automobilística, uma vez que, os vocabulários
estruturados farão parte de uma rede de dados que poderá beneficiar também
outras empresas congêneres.
Com a evolução da Web semântica, e a acirrada concorrência entre
empresas do mesmo ramo é esperado uma rápida padronização de conteúdos, com
criação de vocabulários tornando as buscas mais específicas, e o conteúdo mais
facilmente acessado.
O marketing digital tem um papel fundamental nessas
mudanças ao passo que direciona tais eventos atrelando aos mesmos noções de
estruturação visual, adaptação do conteúdo para busca qualificada, e pesquisa
direcionada ao público-alvo.
42
3.3. Estudo de Caso 3: Web Semântica na Saúde
Com o avanço simultâneo da medicina e das tecnologias digitais o mercado
de softwares voltados para área médica é um dos mais significativos em todo o
mundo. Os primeiros softwares eram meramente aplicativos gerenciais, que
buscavam agendar consultas, cadastrar clientes, e manter um banco de dados
básico. Com o desenvolvimento da Engenharia de Software e primícias da
Inteligência Artificial, surgiram propostas mais ousadas, que buscavam interligar
dados, emitir alertas, e em um futuro próximo executar manobras como a
reanimação cardíaca auto-programável (PFLEEGER, 2004; SOMMERVILLE, 2007).
A rejeição de órgãos é comumente sinalizada por uma série de alterações
sanguíneas, inflamatórias ou imunológicas, ou seja, são alterações discretas em
exames de rotina que podem identificar precocemente um processo de rejeição em
andamento. Biópsias de tecidos são atualmente a única maneira de controlar
adequadamente os pacientes transplantados de falência de órgãos relacionados à
rejeição imunológica, entretanto, são invasivas e caras (LIBBY, 2001).
As tecnologias semânticas já vêm tendo grande utilização em softwares
desenvolvidos para área médica, por permitir uma integração de significados mais
complexos, do que uma simples correlação de dados, ou palavras-chave. No estudo
analisado a Web semântica é utilizada como base para estruturação de um software
de reconhecimento de rejeição de um órgão. Através do estudo de modelos
biológicos é possível predizer alguns aspectos em comum que podem servir de
sinalizadores para qualquer sistema. A partir da extração, tradução e carregamento
(ETL) de arquivos de imagem, bancos de dados constrói-se um banco de dados
semântico, garantindo uma coerência uniforme e acessibilidade aos dados. Com a
padronização torna-se capaz então a integração dos dados e detecção precoce do
processo de rejeição do órgão (Figura 13).
43
Figura 13: Aplicação da Web Semântica para mapeamento em saúde
Fonte: www.w3.org
Segundo Stanley et. al. (2011) a partir da integração semântica dos dados
são seguidos vários passos (Figura 14) para a obtenção de um padrão que
identifique a falha de um órgão, ou outro processo biológico de interesse, são eles:
Em primeiro lugar, os padrões que combinam vários indicadores
biológicos (biomarcadores moleculares) são identificados por meio de
análise estatística. Para compreender a relevância e a causalidade, estes
potenciais biomarcadores são, então, mecanicamente qualificados por
métodos de construção do conhecimento. O conhecimento adquirido
juntando semanticamente resultados de diferentes fontes clínicas e
experimentais (dados de medicamentos, comorbidades, dados de
transplante, dados de expressão gênica, dados de proteômica, etc todos
mantidos em bancos de dados diferentes) permitem aos pesquisadores
entender melhor os aspectos mecanicistas de biomarcadores para o órgão
que falha em um nível funcional. Em seguida, os padrões de interesse dos
dados resultantes são capturados e aplicados usando tecnologia semântica
Visual SPARQL ™ (RDF e SPARQL).
44
Figura 14: Fluxograma dos passos desenvolvidos
Fonte: www.w3.org
Com a estruturação de um sistema de saúde unificado, e programas como o
proposto seria possível, por exemplo, que um paciente atendido em determinada
cidade, mesmo que precisasse de atendimento médico em outra localidade ao
realizar exames pudesse ter os dados destes correlacionados com seu histórico de
saúde. O que permitiria identificação de complicações e geração de possíveis
alertas aos médicos em atendimento (Figura 15).
Figura 15: Matrizes de dados com criação de alertas em padrões de risco
Fonte: www.w3.org
45
A possibilidade de utilizar linguagem SPARQL e algoritmos adequados para
triagem de pacientes e reconhecimentos de padrões é algo que poderá revolucionar
a medicina, baseado na utilização da Web Semântica. Segundo Stanley et. al.
(2011) a vantagem da utilização da Web Semântica é a possibilidade de garantir
uma extensibilidade do uso, com colaboração na criação dos vocabulários, mas ao
mesmo tempo permitir uma padronização, que torne o acesso universal.
Considerações sobre o Estudo de Caso 3
A tecnologia semântica padronizada por um órgão como o W3C pode
contribuir de forma muito eficiente em diversas frentes da medicina, de maneira que
os profissionais da saúde possam interagir num sistema de saúde central, que pode
inclusive ser usada para desenvolvimento e eficácia medicamentos, triagem e até
em um atendimento cada vez mais personalizado.
Em países como o Brasil, com o sistema de saúde integrado, tais softwares
podem representar produtos de elevado interesse econômico, visto que, a partir
deles pode-se obter uma redução significativa com gastos em saúde, já que permite
uma detecção precoce de uma desordem na saúde do indivíduo.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A possibilidade de organização dos dados disponíveis, facilitando seu acesso
é algo que torna a Web Semântica um futuro extremamente desejado para Web.
Vivemos em uma era que a quantidade de informações tornou-se absurda, contudo,
grande parte desse conteúdo informativo é perdida por não estar devidamente
organizado, tornando impossível seu acesso de forma eficiente. Conseguir
desenvolver uma padronização e organizar tal conteúdo já representaria um enorme
avanço. Os conceitos semânticos, entretanto, buscam ultrapassar a simples
organização de conteúdo, aliando-se com a inteligência artificial na busca por uma
comunicação efetiva entre homem e máquina. Falta ao mercado ainda um
conhecimento aprofundado sobre a Web Semântica, talvez, com mais discussões e
eventos relacionados ao tema fosse possível a divulgação e uma maior
aplicabilidade dos recursos semânticos no universo digital.
O novo formato de marketing digital, baseado na aplicação da Inteligência
Artificial em sistemas web busca transmitir ao consumidor uma ideia de
exclusividade, com maior atenção dispensada ao indivíduo. Seja com “rastreamento
de
movimentos
do
mouse
para
exibição
de
mensagens
direcionadas”,
armazenamento de dados anteriores e elaboração de propostas “individualizadas”,
ou pré-orientação de produtos, baseados nos sites visitados ou produtos adquiridos.
A intenção é sempre oferecer ao cliente o que ele está procurando no momento
exato da procura, ou mesmo sugestionar algo que já foi objeto de desejo, mas não
houve concretização de compra, chamado hoje de pretargeting.
O cliente busca uma alternativa que possa proporcionar sua própria demanda
o que pode ser obtido com um melhor tratamento das bases de dados das
empresas. A utilização dos preceitos semânticos permite resultados mais
direcionados em buscas online, o que na web semântica comercial significa trazer
ao “cliente” exatamente o que ele deseja, impedindo que seu desejo pela compra
seja interrompido por uma busca inexata, pois isso é uma oportunidade clara de
venda desperdiçada, de queda conversão no e-commerce. Outra vantagem em
estabelecer uma ”comunicação eficiente” entre os diversos conteúdos é facilmente
observado na identificação de padrões de comportamento na web.
Conseguir rastrear os principais interesses, as notícias mais acessadas, ou os
produtos
mais
procurados
permitem
aos
profissionais
de
marketing
o
47
desenvolvimento de ações direcionadas, mais eficazes e menor dispersão de
público.
No Brasil, faltam iniciativas que fomentem e centralizem o desenvolvimento
da Web Semântica. A organização do mercado e das organizações para criação de
ontologias e vocabulários é fundamental para ampliação da web semântica, contudo,
sem um órgão como o W3C, que “regulamente” ou estruture essa organização ainda
podem levar alguns anos até a completa compreensão de profissionais, empresas e
público em geral sobre as possibilidades advindas da estruturação semântica.
Dizer que uma busca será mais eficaz não indica que as propagandas, ou os
“meios pelos quais chegamos a determinado produto” deixarão de existir ou serão
suprimidos. O marketing semântico continuará com a possibilidade de influenciar
canais de busca, ou pesquisas, mas o fará em tempo real, baseado em um
“conhecimento prévio das preferências do cliente”, ou seja, será possível oferecer no
exato momento a propaganda adequada à necessidade daquele cliente específico.
É a capacidade que torna a Web, mesmo à distância e virtual, fornecer ao cliente um
atendimento individualizado, personalizado, que pode ser melhor inclusive do que a
experiência de consumo física.
É certo que tais mudanças não ocorrerão de maneira instantânea, ainda
deverão haver intensas pesquisas, construções de ontologias e vocabulários,
reunião de esforços para consolidar um “banco de dados universal”, para a partir
deste ser possível implantar em cada empresa novos conceitos, e formas de
“apresentação digital”. Papel que deverá ser desempenhado por profissionais de
marketing digital e tecnologia, desde que bem preparados para a web semântica.
A associação entre a inteligência artificial e a Web semântica, passa a ser
cada vez usado para o resultado comercial, e possui o propósito de integrar uma
rede que organize dados para benefício humano, organizacional e comercial, tendo
sempre a intenção de oferecer ao cliente o que ele deseja no momento exato, ou
mesmo levá-lo a desejar algo a partir da análise de seu “banco de dados”
semanticamente estruturado.
48
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