Sociologia sobrenatural, fruto dos preceitos cristãos. O espírito crítico do homem partiu para a ciência experimental, a observação, a fim de obter explicações racionais para os fenômenos da natureza. Nicolau Copérnico (1473-1543) formula a teoria heliocêntrica, que tratava do sistema cosmológico, segundo a qual a Terra e os demais planetas giram em torno do Sol. Considerado o fundador da astronomia moderna e pai do heliocentrismo, Copérnico, prudente que era, divulgou suas observações e cálculos como uma hipótese, pois nessa época, por volta de 1530, a Igreja julgava e condenava como heresia, qualquer ideia contrária a que ela própria, a Igreja, defendia. Somente em 1543, mesmo ano de sua morte, Copérnico autorizou que um discípulo, George Rhäticus, publicasse sua obra Sobre a revolução dos orbes celestes não mais como uma hipótese, mas colocando a Teoria Heliocêntrica como um modelo científico. Giordano Bruno (1548-1600), filósofo e teólogo italiano, publicou em 1584, o livro De l´Infinito Universo i Mondi, no qual defende o heliocentrismo e acrescenta: o Universo é infinito. Por essas e outras afirmações relativas à física, Giordano Bruno foi excomungado e queimado vivo pela Santa Inquisição no ano de 1600. Em 1609, um italiano chamado Galileu Galilei completa a teoria heliocêntrica. Teve o primeiro contato com as lunetas holandesas. Em 1610, fabricou uma luneta com aumento de nove vezes e diminuiu muito as distorções. No mesmo ano publicou o livro Sidereus Nuncius, no qual descreveu suas observações como: os “planetas” que giravam em torno de Júpiter, as montanhas na Lua e milhares de estrelas. Galileu foi considerado perigoso pela Igreja, e enfrentou o tribunal da Inquisição em 1611, tendo como opções negar sua teoria ou a morte. Várias são as versões a esse respeito, mas o fato é que Galileu não foi queimado. Anos depois disso, foi condenado pelo tribunal da Santa Inquisição a prisão domiciliar e uma de suas obras incluída no Index. O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade. O ímpeto renascentista derrubou a Escolástica. A crítica, o naturalismo, a dimensão humanista culminaram no Racionalismo, no Empirismo científico dos séc. XVII e XVIII. A letra (A) é descartada ao se saber que a sociologia data do séc. XIX na idade contemporânea. (B) FALSO. Os fundadores da Sociologia, desde o positivista Auguste Comte, tinham como objetivo compreender e analisar as transformações sociais e econômicas que ocorriam durante a emergência do Capitalismo e não contribuir para estas transformações. (C) FALSO. A Sociologia é caracterizada pelo estudo das sociedades urbanas em sua dinâmica social, vivas portanto. (E) FALSO. A questão remete ao pensamento moderno e não ao pensamento grego antigo. Respostas Capítulo 1 – Individualismo e Coletividade 1. C (A) FALSO. Os métodos utilizados em Ciências Sociais são: Indução: experimentação contínua, manipulação empírica (Roger Bacon); Dedução ou dedutivo: encadeamento lógico de hipóteses (Descartes); Dialética: penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno; Tipos ideais: analisa fenômenos sociais a partir de modelos, de tipos ideais (Weber); Funcionalista: método de interpretação no estudo da sociedade do ponto de vista da função de suas unidades; Estruturalista: parte da investigação de um fenômeno concreto - chega-se ao nível abstrato por intermédio da construção de um modelo que represente o objeto de estudo, retomando por fim ao concreto; dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social. A observação é fundamental na investigação sociológica. (B) FALSO. Uma das características de um fato sociológico é a generalidade, ou seja, o fato se repete em todos os indivíduos. Tem natureza coletiva (Emile Durkheim), tem características exteriores comuns. O desenvolvimento da teoria sociológica pode ser analisado de acordo com três grandes temas: generalizações, conceitos e esquemas de classificação e tipos de explicação. As relações entre os homens e o seu meio são relações sociais e, portanto, não são particulares. (C) VERDADEIRO. Os gregos romperam com o pensamento mítico e religioso que concebia o mundo como obra divina submetida aos desígnios do Criador. Buscaram explicar o mundo em suas bases materiais e objetivas. Romperam com o senso comum, a tradição e o misticismo, desenvolvendo reflexão laica (sem intervenção religiosa) e independente, própria do espírito especulativo, que se debruçava sobre o mundo procurando entendê-lo em sua objetividade. Assim, criaram a Filosofia, abrindo caminho para a Ciência. (D) FALSO. O pensamento científico jamais se iguala ao senso comum. Pelo contrário, busca as causas, os fundamentos que expliquem um fato em todos os seus aspectos. (E) FALSO. A Sociologia como as demais ciências humanas, possui métodos de análise específicos à área. 2. D (A) FALSO. A questão remete ao pensamento moderno. Pensamento aqui se refere às ideias, às ideologias que toda sociedade gestou em seu tempo. Assim temos as ‘correntes ideológicas’. Pensamento Medieval - orientado pela Igreja Católica. O pensamento se caracterizava pelo Teocentrismo. A sociedade europeia mergulhara em profundo misticismo. A Igreja exerce forte repressão aos avanços da ciência. Roger Bacon, defensor do método experimental, é morto na Inquisição. Enquanto isso, as civilizações sarracena e bizantina, apoiadas no legado greco-oriental, desenvolviam amplos estudos de astronomia, matemática, física e medicina. A partir do séc. XV, entra-se na Idade Moderna. A efervecência cultural da Renascença impulsionou o estudo do homem e da natureza. O universo já não era mais aceito como obra ensino médio 3. C Max Weber foi um dos principais responsáveis pela adoção de uma metodologia própria para as ciências sociais, uma metodologia que leva em conta o objeto particular das ciências sociais - as ações humanas. Dentro dessa concepção, ele contribui de modo fundamental, pugnando o método compreensivo para as ciências sociais, pelo qual não se busca apenas a explicação do aspecto exterior do fenômeno observado, mas a compreensão de seu sentido profundo. Para Weber, a realidade social é complexa, caótica e foge ao controle humano, por isso o sujeito que a investiga é o 1 1º ano 4. A O mundo vive uma fase de transição demográfica, com as reduções das populações infantil e juvenil. No caso de países europeus (Alemanha e Áustria), a queda da natalidade se deu de modo acelerado e impactante, com surpreendentes alterações na vida das pessoas e na sociedade como um todo. A estrutura familiar tradicional ruiu e uma situação nova, com jovens decidindo suas relações e seus futuros, sem apegos aos pensamentos das gerações anteriores. A Europa vive um momento onde a população adulta se torna maioria e o número de idosos cresce rapidamente. seu ordenador. A finita mente humana ordena-a, criando conceitos particulares das situações históricas e culturais. Essas construções conceituais são ideias e proposições que tipificam e caracterizam a realidade social e Weber as denomina tipos ideais. O pensamento de Weber difere, portanto, do de Durkheim e de Marx, quanto ao papel dos indivíduos na conformação da realidade social. 4. Enxergar além das aparências é ver além do senso comum, ou a partir dele; é compreender a essência das coisas, é desnaturalizar o que a todos parece natural, um olhar de estranhamentos sobre a realidade, é conhecer com profundidade, ou seja, com base no racionalismo da investigação científica os mais variados aspectos de nossa realidade. Capítulo 2 – Liberdades individuais e coerção social 1. E As afirmativas [I] e [IV] são incorretas. O método durkheimiano buscava afastar a influência do pesquisador sobre a sua compreensão do objeto. É por isso que ele afirma que se deveria afastar as pré-noções, bem como considerar o fato social como coisa externa aos indivíduos. Vale ressaltar que não é Durkheim, mas Weber, quem procura compreender os fenômenos sociais a partir da identificação dos interesses e das motivações dos atores sociais. 2. B Somente as afirmativas [II] e [V] estão corretas. Por definição, os fatos sociais são exteriores aos indivíduos e exercem coerção sobre eles. Sendo assim, também as formas de pensar e as ideias morais são exteriores e se lhes impõem, não podendo ser escolhidas livremente. Vale ressaltar que a noção de “ação social” não faz parte da sociologia durkheimiana, mas de Max Weber. 3. D Os padrões existem e são coercitivos, porque essas ideias, segundo Durkheim, que são normas e regras, devem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas, é punido, de certa maneira, pelo restante do grupo. 4. E A questão se refere à temática central trabalhada por cada um dos pensadores clássicos da Sociologia, o que se constata no item (E). Capítulo 3 – Instituições sociais num mundo de mudanças 1. B Os problemas citados no enunciado da questão se relacionam diretamente ao conceito de Instituição social. 2. E O item (V) é o único incorreto pois esta seria uma característica de certas correntes pedagógicas da educação formal. 3. E A questão trata da quebra de paradigma realizada por uma instituição de ensino que busca promover o respeito à diversidade sexual no ensino brasileiro como forma de inclusão social. Atitude essa já comum em países europeus e nos EUA. ensino médio 2 1º ano